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Introdução: A Bíblia não oferece uma exposição didática, sistemática, sobre a natureza da
divindade, como Paulo faz com o tema da “justificação pela fé” em Romanos, Gálatas, Efésios, por
exemplo. Assim, este tema é profundo e a própria Bíblia fala que nossa mente limitada não pode
entender tudo sobre Deus e Seus modos de agir, como reconhecem as próprias “testemunhas” em A
Verdade Que Conduz à Vida Eterna, págs. 181 e 21 (ver abaixo, Obs. 2.A).
Antes da análise dessa importante questão da Divindade, deve-se levar em conta o seguinte: As
“testemunhas” são induzidas a crer que os cristãos em geral admitam uma Divindade constituída,
seja de três deuses, ou de um deus com três cabeças, enfim, numa concepção sobre a Divindade
deturpada e longe da realidade. É mister, pois, esclarecer que não se trata de nada disso. Os cristãos
admitem um só Deus, criador e mantenedor do Universo: [Empregar a Tradução Novo Mundo
(doravante referida como T.N.M.) para os versos seguintes]--Isa. 44:24, 6 e 14 (“não há outro”); o
único Criador: Isa. 44:24 e 45:18) o único Salvador: Isa. 43:11, 45:21; o Deus verdadeiro que não
compartilha Sua glória com nenhum outro: Isa. 42:8; 48:11; o “primeiro”e “último”: Isa. 44:6; a
única Rocha: Isa. 44:8, Sal. 92:15.
Em suma, Jeová é o ÚNICO Deus verdadeiro, o único CRIADOR, o único SALVADOR, exclusivo
em Sua GLÓRIA, o único „PRIMEIRO‟ e „ÚLTIMO‟ e a única ROCHA. Contudo a Bíblia também
apresenta a Cristo como Deus , como Criador, como único Salvador, como o que compartilhava a
glória de Seu Pai, e o que é o “Primeiro” e o “Último”, como a “Rocha”, segundo analisado
amplamente neste estudo.
1. A palavra “Trindade” não consta da Bíblia, assim como dela não constam outros termos
teológicos tais como “teocracia”, “classe ungida”, “milênio”, “ascensão”, “servo de congregação”,
etc.
Obs.: O que interessa são os fatos. As palavras técnicas que os definem são secundárias.
2. A própria Bíblia diz que “Deus é misterioso”, ou o “Deus que se oculta”. Isa. 45:15.
A) Ele está muito além de nossa finita compreensão: Rom. 11:33 e 34.
Obs.: Confirma-o o livro A Verdade Que Conduz à Vida Eterna, pág. 181: “É verdade que nenhum
de nós sabe tudo sobre Jeová e seus modos de agir. Ele é tão grandioso que os homens aprenderão
sempre coisas novas a seu respeito”. E na pág. 21, a mesma obra acrescenta: “É verdade que pode
haver ocasiões em que nós, como humanos de limitado conhecimento e experiência, não sabemos
avaliar plenamente por que certa lei declarada por Deus é tão importante ou como resultará para o
nosso bem”.
B) Deus Se oculta (Isa. 45:15) e Se revelaria mais plenamente na consecução do plano de salvação
mediante Cristo, perfeita revelação do Deus de amor: Heb. 1:1-3; João 1:18.
Obs.: a) O conhecimento do verdadeiro caráter de Deus como um Deus de amor foi revelado
progressivamente por Cristo e Seus apóstolos no Novo Testamento.
b) A doutrina da ressurreição é também exposta de modo mais detalhado no Novo Testamento (I
Cor. 15; II Tess. 4, etc.), embora o Velho Testamento traga noções do tema.
c) O Deus que Se afastou, ou ocultou, desde Adão até João Batista, revela-Se agora no Filho
Unigênito. João 1:18.
C) CONCLUSÃO: Se não entendemos tantas coisas sobre Deus, Suas leis e Seu modo de agir,
como pretenderemos entender tudo sobre Sua natureza divina?
3. Na Bíblia há outros “mistérios”, fatos além de nossa limitada compreensão:
A) O “mistério da iniqüidade”: II Tess. 2:7.
Obs.: Como entender que num ambiente de perfeição absoluta, Lúcifer haja permitido que a
semente do mal brotasse em seu coração?
B) O “mistério da piedade”: Rom. 16:15.
Obs.: A profundidade insondável do amor de Deus que “amou o mundo de tal maneira”. João 3:16.
C) Paulo fala do “mistério da Sua vontade”: Efés. 1:9, 10 e 3:3-9.
Obs.: a) Pode-se dizer que a doutrina da Trindade é um “mistério revelado”, mas não um “mistério
decifrado”.
b) Só o Espírito de Deus sabe as coisas íntimas de Deus: I Cor.: 2:11.
c) Declara o autor Sabatini Lalli, do livro O Logos Eterno: “Ao homem impotente e finito, cabe
aceitar o mistério e dizer com o salmista: „Tal conhecimento é maravilhoso demais para mim; é
sobremodo elevado, não o posso atingir‟”.--Sal. 139:6.
2. O termo “pessoa”, que confunde alguns, é usado em sentido analógico. Trata-se de mera
comparação, um pobre recurso humano na tentativa de expressar coisas divinas.
Obs.: Falar do Pai, Filho e Espírito Santo como “pessoas” é um recurso didático. Revela a
dificuldade em utilizar o pobre vocabulário humano para referir-se às coisas do Alto.
IV - Jesus é Jeová
1. Jeová, o Salvador:
A) Esclarece o Seja Deus Verdadeiro: “O nome Jesus . . . é apenas a forma abreviada do nome
hebraico Je-hoshua, o qual significa Jeová é o Salvador”. -- Op. Cit., pág. 29.
B) Comparem-se os seguintes textos (usar T.N.M. para o Velho Testamento):
a) João Batista, o precursor de Jeová: Isa. 40:3 com Mat. 3:3 e Luc. 1:76.
b) A pedra de tropeço que esmaga: Isa. 8:13-15 com Luc. 20:17, 18.
c) “O primeiro e o último”: Isa. 44:6 e 48:12, com Apoc. 1:17, 18 e 2:8.
d) Jeová virá trazendo o Seu galardão: Isa. 40:10 com Apoc. 22:6, 7 e 12.
e) Todo joelho se dobrará ante o Juiz: Isa. 45:21, 23 com Rom. 14:10-12; II Cor. 5:10; Filip. 2:10,
11.
Obs.: O capítulo 45 de Isaías refere-se à pessoa de Cristo, pois a descrição dEle no Novo
Testamento corresponde à que o capítulo de Isaías apresenta: comparar Isa. 45:7, 12, 18, 21 e 22
com João 1:3; Col. 1:16, 17 e Atos 4:12.
f) Olharão a Jeová “a quem traspassaram”: Zac. 12:4 e 10, com João 19:37.
g) O preço (salário): 30 moedas de prata-Zac. 11:11-13, com Mat. 26:15 e 17:1-10.
h) “Jeová, justiça nossa”: Jer. 23:5, 6 com I Cor. 1:30, 31 e Jer. 99:23, 24.
i) Levou cativo o cativeiro: Sal. 68:17, 18 com Efés. 4:7-10.
Obs.: Paulo claramente aplica tais palavras a Cristo. Segundo a T.N.M., “o próprio Jeová chegou de
Sinai ao lugar santo” (Sal. 68:17b). Conforme Atos 7:38, no Sinai esteve o “anjo” que, como visto
no Subt. anterior, refere-se a Cristo.
j) O Alfa e o Ômega: Apoc. 1:8 com Apoc. 22:11, 13, 16.
3. Profecias Messiânicas:
A) Emanuel, Deus conosco: Mat. 1:23.
B) “Deus forte” ou “poderoso”: Isa. 9:6, cf. Isa. 10:21, onde Jeová é também chamado de “Deus
forte” (ver T.N.M.). Ver ainda Jer. 32:18.
Obs.: a) Jeová é o “Deus forte”: Apoc. 18:8, T.N.M.
b) Se o “Deus poderoso” (Isa. 9:6) é outro, não Jeová, isso entraria em contradição com Isa. 43:10b.
C) O que salva o povo: Comparar Isa. 43:11 com Mat. 1:21.
Obs.: Ele, o Deus conosco, o único “Deus Poderoso” que é Jeová dos exércitos salvará o Seu povo
dos seus pecados. Ele, Jesus, é o Jeová salvador.
D) “Pai da Eternidade”: Isa. 9:6.
Obs.: Sendo “Pai da eternidade”, esta não pode ser maior do que Ele, seu pai.
E) A vitória sobre os inimigos: Sal. 110:1-6 (ver T.N.M.).
Obs.: a) Se o Senhor está à direita de Jeová, então Jeová estará à esquerda do Senhor. Contudo, o v.
5 diz que “o próprio Jeová, à tua direita . . .” (T.N.M.) o que implica em que o que está à direita (o
Senhor) também Se chama Jeová (ver Subt. III, D).
b) O que despedaça os inimigos e executa julgamento entre as nações, segundo o Novo Testamento,
é o próprio Cristo: Apoc. 19:11-21; II Cor. 5:10.
3. Filipenses 2:6-9:
A) Cristo não renuncia a ser Deus. Simplesmente toma a forma humilhante de servo por ocasião da
Encarnação.
Obs.: Ele acrescentou Sua natureza divina à humana, combinando-as numa só personalidade. Daí
ser tanto “Filho do homem” como “Filho de Deus” no Novo Testamento.
B) A passagem deve ser entendida à luz de seu contexto.
Obs.: a) Recomendações de Paulo aos crentes: sentir o mesmo (v. 2); considerar os outros
superiores (v. 3) = humildade voluntária a exemplo da de Cristo.
b) Contudo, os crentes assim se humilhando e considerando os demais por superiores continuam
tendo idêntica natureza, iguais ainda quanto ao ser.
c) Na experiência do Verbo, a comparação de Paulo referida acima não faria sentido, porque se Ele
fosse inferior a Deus, automaticamente já O estaria considerando superior; não teria que humilhar-
Se.
d) Sendo Deus, fez-Se servo (mantendo, porém, a natureza divina).
e) Sendo homem, humilhou-se por tornar-se sujeito (mas prosseguindo na forma de homem durante
a submissão e obediência).
f) Sofreu a morte mais humilhante, de cruz-que não deixa de representar uma morte de idênticos
efeitos de qualquer outro tipo de morte mais gloriosa.
C) Palavra-Chave: Harpagmos (“usurpação” ).
Obs.: a) Diz o The Analytical Greek Lexicon, muito citado em obras da “Sociedade”, que o sentido
de tal palavra é “uma coisa retida com um ávido desejo, ou avidamente reivindicada e
conspicuamente exercida”.
b) Outro livro citado e reconhecido como de valor pela “Sociedade”, o Thayer‟s Greek English
Lexicon of the New Testament assim explica Filip. 2:6: “(Cristo Jesus) quem embora (quando
previamente Logos Asarkós [Verbo Desencarnado]) teve a forma (em que apareceu aos habitantes
do Céu) de Deus (O Soberano, oposto a morfê doulou), todavia não julgou que essa igualdade com
Deus devia ser zelosamente segurada ou retida”.-- Op. Cit., pág. 418, col. b.
c) W. C. Taylor, erudito helenista, explica: “„Morphê‟ significa forma, implicando caráter e
natureza essenciais. Está em contraste com schêma que significa figura, semelhança exterior e
efêmera. Morphê salienta a natureza divina e real humanidade de Jesus em Filip. 2:6, 7, e schêma
salienta a fase passageira de Sua humilhação” .
d) No v. 6 o termo usado é morphê (em forma de Deus), enquanto o v. 7, ao falar em “forma de
servo” , o termo que consta é schêma (pois se tratava apenas de uma aparência, uma vez que Ele,
enquanto servo, tinha ainda a forma essencial (morphê) de Deus.
6. Hebreus 1:8:
A) A T.N.M., buscando fugir à clara realidade da referência à divindade de Cristo neste verso, faz
uma tradução ridícula, transformando o Criador em um “trono para sempre”.
B) Na Nova Terra estará o trono “de Deus e do Cordeiro” (Apoc. 22:1 e 3). Logo, Cristo terá um
trono junto a Deus, o que é bem diferente de ter a Deus como o Seu trono.
7. Passagens em que se fala de adoração prestada a Jesus (transformada em mero “prestar
homenagem”): Mat. 4:8; João 4:24; Apoc. 7:11 e 11: 15, 16.
A) O verbo grego proskuneo nesses textos tem o sentido de “adorar” , conforme é usado
corretamente em edições mais antigas da T.N.M. nesses mesmos textos.
B) Contudo, o mesmo verbo proskuneo, quando aplicado a Cristo, tem seu sentido alterado na
Bíblia jeovaísta para “prestar homenagem” : Mat. 2:2, 11; 8:2; 9:18; Mar. 5:6; 15:19; Luc., 24:52;
João 9:38.
Obs.: Em Apoc. 5:13 e 14 a mesma honra, louvor e adoração atribuídos a Deus se dirige também ao
Cordeiro.
C) Mas, incrível como seja, na T.N.M. proskuneo torna a ter o sentido de adorar com relação a um
mero anjo, uma divindade pagã e o próprio Diabo!: Apoc. [Revelação] 22:8; Atos 19:27; Apoc.
[Rev.] 13:4; Mat. 4:9; Luc. 4:7.
1ª - Não existe lógica em crer que três “pessoas” formem uma. Qualquer um sabe que 1 + 1 +
1 = 3. A doutrina da Trindade não tem lógica nenhuma.
Resposta:
A) Quem disse que a lógica humana é o recurso a ser utilizado para compreender as coisas do Alto?
A Bíblia diz que “o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura;
e não pode entendê-las porque elas se discernem espiritualmente” . I Cor. 2:14.
B) Segundo as Escrituras, cada uma das pessoas tem os mesmos atributos de onisciência,
onipotência e onipresença (ver Subts. anteriores). Logo, em lugar de somar 1 + 1 + 1 = 3, deve-se
multiplicar 1 x 1 x 1, e o resultado ainda será 1.
2ª - A idéia trinitária procede de concepções pagãs. Egípcios, hindus e outros povos que
viviam e ainda vivem na ignorância é que mantinham tal idéia.
Resposta:
A) Em nenhum povo pagão, antigo ou moderno, existe uma concepção da Divindade como exposta
pelos cristãos: três pessoas co-eternas e co-iguais formando uma só Entidade Divina, com seus
componentes agindo independentemente, mas numa unidade de intenções e substância.
Obs.: O que ocorre entre muitos povos pagãos é uma concepção de tríade, geralmente composta de
um deus principal, sua esposa e o filho, o que é muito diferente da Trindade como entendida pelos
cristãos.
B) A idéia das “testemunhas” , insinuando que um Deus principal e Todo-poderoso criou um Deus
secundário (o Deus Poderoso), sendo este último inferior ao primeiro, é que se aproxima das
concepções pagãs quanto a seus deuses de diferentes poderes.
Obs.: Em ilustrações de suas publicações, às vezes aparece uma divindade de cabeça múltipla como
retratando a crença da Trindade, mas isso jamais refletirá as concepções cristãs do tema.
4ª - A Bíblia nos informa que Cristo foi gerado (Sal. 2:7; cf. Atos 13:33). Qualquer dicionário
indica que “gerar” tem o mesmo sentido de “criar” .
Resposta:
A) Não basta recorrer ao dicionário para entender o sentido dos termos bíblicos. No caso de
primogênito, como vimos, o sentido bíblico é outro. Certos termos biblicos adquirem outras
conotações de sentido, ou têm valor relativo numa representação simbólica.
B) No Salmo 2:7, de linguagem evidentemente poética, temos a palavra “gerar” , mas com que
significado? Em que momento o Cristo foi gerado? A que “dia” referia-se Paulo ao falar em “hoje”
(Atos 13:33)?
Obs.: a) Alguns comentaristas entendem que essa geração deu-se no momento da encarnação do
Messias no ventre de Maria. Outros acham que foi quando da Ressurreição. Pensando nisso, Paulo
cita as palavras de Davi, dizendo que Deus cumpriu a nosso respeito as Suas promessas,
“ressuscitando a Jesus, como também está escrito no Salmo segundo” .
b) Em Heb. 5:5, onde se repete a referência do Salmo 2:7, isso se demonstra, pois Cristo foi
glorificado por Deus ao ressurgir dos mortos-ver Filip. 2:9-11.
C) Pode-se objetar que o título “Filho de Deus” foi dado a Jesus antes de Sua ressurreição, e Ele
mesmo o aplicou para Si (Mat. 16:15, 16; João 3:18). Isso parecia indicar que é ao momento de Sua
encarnação, e particularmente à ocasião de Seu nascimento, que Jesus foi designado pela expressão
“Filho de Deus” . O anjo que anunciou a Maria que ela conceberia e daria à luz o Salvador do
mundo, indica que Ele seria chamado “Filho do Altíssimo” (Luc. 1:31, 32). E quando de Seu
batismo, a voz ouvida do Céu O declarou também Filho de Deus (Mat. 3:17).
Obs.: Como, então, conciliar os dois pontos de vista-o de Paulo, que aplica o “hoje” do Salmo
segundo à Ressurreição do Mestre, e as inequívocas declarações dos evangelhos que apontam à
encarnação ou ao batismo como o tempo em que Cristo foi “gerado” Filho de Deus? Uma passagem
de Paulo lança luz sobre isso, e nos permite harmonizar aquilo que parece contraditório: Rom. 1:4
diz que Ele foi “poderosamente demonstrado Filho de Deus, segundo o espírito de santidade, pela
ressurreição dos mortos”.
D) CONCLUSÃO: Jesus era Filho de Deus no ventre materno, e ainda por ocasião de Seu batismo e
ministério. Contudo, em razão de Sua ressurreição dentre os mortos, esse título foi proclamado
“poderosamente” diante do Universo. O fato de que o lugar de habitação dos mortos não pôde retê-
Lo em seus laços provam Sua filiação divina.
5ª - Os textos de João 1:3 e Colos. 1:16 dizem que todas as coisas foram feitas “por
intermédio” de Cristo, e não exatamente por Ele.
Resposta:
A) Se compararmos estas passagens com Isa. 44:24 e Sal. 33:8 e 9 veremos que Deus estava só ao
criar todas as coisas, mas que tudo criou mediante Sua Palavra, da qual não poderia estar jamais
desvinculado.
Obs.: Embora Deus haja, sozinho, criado tudo, Cristo é antes de todas as coisas e “estava no
princípio com Deus” (ver Col. 1:17; João 1:2, cf. Gên. 1:16 e 3:22). Isso somente faz sentido à luz
do entendimento da Trindade, não tendo por base a lógica humana.
B) Vivemos, nos movemos e existimos tanto em Deus como em Cristo: comparar Atos 17:28 com
Col. 1:17.
6ª - Prov. 8:22, referindo-se à sabedoria de Deus, que é o Verbo de João 1:1, mostra que no
princípio Deus a produziu.
Resposta:
A) Inúmeras versões bíblicas que não foram feitas com o intuito de contestar a divindade de Cristo
falam que no princípio Deus “possuía” a Sabedoria.
B) Se Deus não dispunha de Sabedoria antes de formá-la, seria um Deus imperfeito, incapaz de
criar um Universo tão perfeito. A Bíblia, porém, fala que Ele já possuía a Sabedoria (a segunda
pessoa, o Verbo) antes de Suas obras mais antigas, pois “no princípio” o Verbo estava com Deus, e
o Verbo era Deus” .
Obs.: Ressalte-se que a linguagem de Provérbios é poética, metafórica.
C) Se o Verbo (a Palavra) que era o instrumento de Deus para criar todas as coisas (Sal. 33:6, 9;
Gên. 1:3, 6, 9, 11, etc.) inexistiu por algum tempo, teria Deus sido mudo antes de contar com Sua
Palavra?
Obs.: Sem a Palavra, a Divindade não poderia ter trazido à luz o próprio Verbo, o que inutiliza a
falsa idéia de que o Verbo foi criado.
D) A exemplo da Sabedoria e da Palavra, dispunha Deus, desde a eternidade, de Seu Espírito, ou
seja, Sua mente, conforme demonstra Paulo em I Cor. 2:10, 11.
Obs.: Assim como o homem se conhece a si mesmo pelo seu espírito, o Espírito de Deus penetra-
Lhe o íntimo do Ser, sendo parte integrante da Divindade. Nada inferior a Deus poderia saber todas
as coisas de Deus e perscrutar-Lhe a intimidade.
7ª - Jesus declarou que “o Pai é maior do que Eu” , e disse que não sabia certas coisas que
eram do exclusivo conhecimento do Pai (ver João 14:28; Mat. 24:36) .
Resposta:
A) Como Verbo encarnado, Aquele que seria “chamado Filho de Deus”, Cristo era subordinado ao
Pai no propósito de cumprir cabalmente sobre a Terra a missão a que viera-sofrer a morte em lugar
do homem.
B) “Corretamente entendida, a expressão „Meu Pai é maior do que Eu‟, encerra uma alta
significação, pois somente coisas da mesma ordem de magnitude ou homogêneas podem ser
comparadas. Nenhum homem ou ser angelical jamais poderia dizer „Deus é maior do que Eu;
porquanto os criados e os não-criados são de ordem diferente! . . . Somente Cristo, mesmo como
servo, podia estabelecer comparação com o Pai”.--A. B. Christianini, Radiografia do Jeovismo, 2ª
edição, pág. 167.
Obs.: a) Em Cristo, a Divindade e a natureza humana estavam fundidas, mas não confundidas. Ele
podia falar de dois diferentes ângulos: como Deus Todo-poderoso e como ente humano. Daí Seu
duplo título de “Filho de Deus” e “Filho do homem” .
b) Ninguém ousaria dizer “eu e Deus” , ou “eu e o Pai” quando referindo-se a Deus, pois somos
humanos mortais. Diz-se normalmente “Deus e eu”, linguagem mais apropriada. Mas Jesus não
titubeou em falar “Eu e Meu Pai‟, pondo-Se em primeiro lugar. João 10:30.
8ª - A Bíblia assegura que Cristo nada podia fazer de Si mesmo, mas tudo quanto fazia estava
em harmonia com a vontade de Seu Pai e que apenas cumpria aquilo que era segundo a Sua
vontade (João 5:19, 30) .
Resposta:
A) O mesmo Jesus que declarou nada fazer de Si mesmo, também disse que tinha todo o poder no
Céu e na Terra. Mat. 28:18. Jesus nada fazia de Si mesmo, não porque não podia, mas porque, para
os propósitos do plano da salvação, não devia. A Sua comida era fazer a vontade dAquele que O
enviou (João 4:34). Ele poderia ter escapado à cruel morte no Calvário, mas sendo que isso
representaria a renúncia ao plano de salvação, preferiu submeter-Se à vontade soberana da
Divindade: cf. Mat. 26:39.
B) O próprio contexto da passagem de João 5:19 indica que tudo quanto o Pai realiza, “o Filho o faz
igualmente” , considerando-Se, portanto, tão poderoso quanto o Pai.
C) A expressão “Filho de Deus” (na concepção judaica equivalia a fazer-se igual a Deus (ver João
5:18). Diz uma autoridade em hebraico: “Os judeus, de acordo com o uso hebraico da palavra,
tiveram razão ao compreender que a pretensão de Jesus em ser o „Filho de Deus‟ era equivalente a
afirmar que era igual a Deus, ou simplesmente Deus”.-- A Trindade, L. Boettner, pág. 65.
9ª - O “Espírito” não pode ser uma pessoa, pois a Bíblia fala em “derramar o „Espírito‟”,
“encher-se do „Espírito‟” , etc. Como se poderia derramar uma pessoa ou encher-se dela?
Resposta:
A) O fato de o “Espírito” (ser derramado não serve como prova de que não seja uma personalidade,
ou “pessoa” . O termo “pessoa” , empregado com referência à Divindade, denota a pobreza do
vocabulário humano para referir-se às coisas do Alto, tendo, pois, mero valor comparativo (ver
Subt. II, § 2).
B) Podemos indagar também: É Cristo uma pessoa, de personalidade própria? Admitirão as
“testemunhas” que sim. Então, novamente perguntamos: como podemos “revestir-nos” de Cristo,
segundo Paulo recomenda? Ora, seria possível revestir-nos de uma pessoa? Cristo não Se parece
com nenhuma peça de tecido . . . (Gál. 3:27).
C) A própria Tradução Novo Mundo reproduz as palavras de Paulo ao dizer, “já estou sendo
derramado” (2 Tim. 4:6). Ora, indiscutivelmente Paulo era uma pessoa. . .
D) Satanás, que é uma “pessoa” , uma personalidade, pode entrar noutra pessoa, como no caso de
Judas: João 13:27.
E) CONCLUSÃO: Assim como podemos encher-nos do Espírito, podemos revestir-nos de Cristo, e
também o Espírito Santo pode ser “derramado”, como a T.N.M. diz ter sido o apóstolo Paulo.
10ª - Antes de “Espírito” não há artigo no original grego. Isso prova que não se trata de uma
pessoa, mas de uma mera força ativa de Deus (cf. I Cor. 5:3-5) .
Resposta:
A) A mania de exigir sempre a colocação de artigo para indicar tratar-se de uma pessoa, e não uma
coisa, é absurda. Em Col. 2:2 Cristo é referido, e não há artigo antes da referência a Ele.
Obs.: O texto em grego reza: “Eis epignosin tou mysteriou tou theou, Christou”--pleno
conhecimento de Deus, Cristo” .
B) A analogia com o “espírito” de Paulo em I Cor. 5:3-5 não tem validade, pois o apóstolo fala
figuradamente.
Obs.: O seu “espírito” ou seja, seus pensamentos, sentimentos ou interesse pelo caso, que deviam
ser levados em conta, uma vez que ele já tomara uma decisão-“já julguei como se estivesse
presente” ([v. 3], seria lembrança dele, e não uma “força ativa” (do apóstolo, presente à reunião.
C) Em Atos 15:28, por outro lado, ao Espírito “pareceu bem” , na tomada da decisão durante o
Concílio de Jerusalém. O v. 8 diz que Deus lhes dera o Espírito Santo, e com o Espírito presente à
reunião é que chegaram a um consenso.
Obs.: No caso do “espírito” presente de Paulo (durante sua ausência física), os crentes apenas
uniram a decisão deles à já tomada pelo apóstolo como se ele próprio estivesse na reunião que
julgaria o caso, sendo que de antemão já conheciam sua opinião.