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UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA - LABORATÓRIO DE QUÍMICA TECNOLÓGICA

LABORATÓRIO Nº1 – DETERMINAÇÃO DO pH ÓTIMO DE FLOCULAÇÃO

(I) Ensaio do Jar Test:

Com a finalidade de se determinar a melhor dosagem de produtos químicos e o pH ótimo que


produzirão melhor qualidade do efluente clarificado, testes controlados são feitos sob diferentes
condições. O Teste de Jarro ou “Jar Test” é ainda o ensaio mais largamente utilizado para avaliar o
processo de coagulação/floculação. Estes ensaios devem reproduzir, da melhor maneira possível, as
condições de projeto da coagulação/floculação, no que diz respeito ao tempo de mistura e velocidade
de agitação. O equipamento do ”Jar Test” utilizado pode realizar até seis testes ao mesmo tempo, o
que possibilita uma comparação imediata e avaliação da melhor dosagem de coagulante a ser usada
no processo, podendo-se ainda considerar o tempo de decantação e a qualidade do líquido clarificado
em relação ao parâmetro turbidez.

Objetivos

A prática sobre o ensaio de Jar-Test tem como característica o aprendizado, através da simulação do
funcionamento das fases de coagulação e floculação de uma ETA utilizando o método dos seis (6)
jarros.

O principal objetivo da aula é verificar qual a concentração de coagulante (sulfato de alumínio) que
obtém melhores resultados mediante a um mesmo regime de gradiente de velocidade. Sendo que o
mesmo método é aplicado simultaneamente aos seis jarros.

Para simular a coagulação/floculação química em escala de bancada é feito o Jar Test. É um


procedimento adotado quando se deseja ter uma noção aproximada do pH em que ocorre a
coagulação/floculação e a dosagem de coagulante necessária para a mesma. Um esquema do
aparelho de Jar Test pode ser visto conforme a Figura 1 abaixo:

Figura 1: Esquema do Jar Test (Fonte: PUC RIO, 2016)

Neste procedimento o objetivo primordial é determinar a melhor dosagem de sulfato de alumínio,


Al2(SO4)3, para o controle da cor e turbidez da água. O procedimento se inicia adicionando 1 L de água
turva em cada um dos seis vasos, depois desse processo acrescentamos a solução de sulfato de
alumínio em diferentes quantidades. Colocar quantidades diferentes de água de cal em cada vaso.
Agita-se vigorosamente as amostras por 30 segundos e, em seguida, agitamos vagarosamente durante
9min30s. Após todos esses processos citados anteriormente deixa-se as soluções decantar por
aproximadamente 10 minutos com o aparelho em repouso.

São observadas e anotadas, então, a natureza e as características de decantabilidade dos flocos, em


termos qualitativos, ou seja, pobre, regular, boa ou excelente. Uma amostra nebulosa indica coagulação
pobre, enquanto que a coagulação satisfatória contém flocos que são bem formados, com o líquido
apresentando-se claro entre partículas. A menor dosagem que fornece boa remoção de turbidez
durante o “Jar-Test” é considerada como a primeira dosagem experimental na operação da estação de
tratamento.

(II) Ensaio de cor com colorímetro de Hellige:

Figura 2: Imagem de colorímetro de Hellige (Fonte: Emite, 20-)

Principio do método:

A cor das águas naturais é semelhante á produzida por soluções de Cloroplatinato de Potássio (K2PtCl6)
tingida com pequenas quantidades de cloreto de cobalto que produz cores que são muito semelhantes
à coloração natural das águas. A determinação da cor é feita por comparação visual da amostra com
um disco de vidro colorido, adequadamente calibrado com soluções padrões de diferentes
concentrações de (K2PtCl6).

A cor de uma água é consequência de substâncias dissolvidas. Quando pura, e em grandes volumes,
a água é azulada. Quando rica em ferro, é arroxeada. Quando rica em manganês, é negra e, quando
rica em ácidos úmidos, é amarelada.

A medida da cor de uma água é feita pela comparação com soluções conhecidas de platina-cobalto ou
com discos de vidro corados calibrados com a solução de platina-cobalto. Uma unidade de cor
corresponde àquela produzida por 1mg/L de platina, na forma de íon cloro-platinado. Especial cuidado
deve ser tomado na anotação do pH em que foi realizada a medida, pois sua intensidade aumenta com
o pH. Da mesma forma a cor é influenciada por matérias sólidas em suspensão (turbidez), que devem
ser eliminadas antes da medida.
(III) Ensaio de turbidez

A turbidez pode ser entendida como a medida do espalhamento de luz produzido pela presença de
partículas em suspensão ou coloidais, sendo expressa como Unidade Nefelométrica de Turbidez (NTU
– Nephelometric Turbidity Unity).

O material particulado em suspensão está em constante mobilidade pela turbulência, pelas correntes
convectivas no líquido e pela repulsão causada pelas cargas elétricas presentes na superfície das
partículas. Esse processo mantém as partículas em equilíbrio dinâmico, sendo que as menores
permanecem em suspensão e as maiores tendem a sedimentar gradativamente. A turbidez
corresponde à redução da transparência da água, ocasionada pelo material em suspensão, que reflete
a luz, dificultando a sua passagem pela solução. A quantificação de luz refletida pelas partículas
suspensas dá uma ordem de grandeza de sólidos em suspensão na amostra.

A turbidez é causada pela presença de materiais sólidos em suspensão como: silte, argila, sílica ou
coloides, matérias orgânicas e inorgânicas finamente divididas, organismos microscópicos e algas.

As origens desses materiais podem ser diversas, desde o solo (quando não há mata ciliar – por meio
da erosão); mineração, como a retirada de areia ou a exploração de argila; indústrias ou o esgoto
doméstico lançado no manancial sem tratamento.

A técnica mais adequada para medir a turbidez é a Nefelometria. Por essa metodologia mede-se a
quantidade de material sólido suspenso, a partir da luz dispersa. O nefelômetro ou turbidímetro é um
instrumento que realiza essa medida e é constituído basicamente por fonte luminosa, cuba de amostra
e fotodetector, instalado em ângulo de 45 ou 90°em relação à fonte de luz. Neste caso temos um
turbidímetro de imagem espalhada.

Figura 3: Representação do turbidímetro de imagem espalhada (Fonte: SPLABOR, 2018).

No turbidímetro de feixe simples (Figura 4) a amostra é analisada com base na luz que chega ao sensor,
que está a 180 graus da fonte de emissão. O feixe de luz atravessa a substância líquida (sem
interferências) e, por isso, o resultado é gerado pela diferença entre a intensidade da luz emitida e pela
que foi recebida pelo sensor.
Figura 4: Representação do turbidímetro de feixe simples (Fonte: SPLABOR, 2018).

Parâmetros analisados numa ETA (Fonte: SABESP):

Cloro e cloroamoniação – O cloro é um agente bactericida. É adicionado durante o tratamento, com o


objetivo de eliminar bactérias e outros micro-organismos que podem estar presentes na água. O
produto entregue ao consumidor deve conter, de acordo com o Ministério da Saúde, uma concentração
mínima de 0,2 mg/l (miligramas por litro) de cloro residual.
Com o mesmo objetivo, algumas localidades utilizam o método de cloroamoniação no processo de
desinfecção da água. De acordo com a Resolução SS nº 50 de 26/04/1995 da Secretaria de Estado da
Saúde, a água destes sistemas deve conter um mínimo de 2,0 mg/l como cloro residual total.

Turbidez – É a medição da resistência da água à passagem de luz. É provocada pela presença de


partículas flutuando na água. A turbidez é um parâmetro de aspecto estético de aceitação ou rejeição
do produto, e o valor máximo permitido de turbidez na água distribuída é de 5,0 NTU.

Cor – A cor é um dado que indica a presença substâncias dissolvidas na água. Assim como a turbidez,
a cor é um parâmetro de aspecto estético de aceitação ou rejeição do produto.
De acordo com a Portaria, o valor máximo permissível de cor na água distribuída é de 15,0 U.C.

pH – O pH é uma medida que determina se a água é ácida ou alcalina. É um parâmetro que deve ser
acompanhado para melhorar os processos de tratamento e preservar as tubulações contra corrosões
ou entupimentos. Esse fator não traz riscos sanitários e a faixa recomendada de pH na água distribuída
e é de 6 a 9,5.

Coliformes – Grupo de bactérias que normalmente vivem no intestino de animais de sangue quente.
Alguns tipos ser encontrados também no meio ambiente. Nos laboratórios da Sabesp, são realizadas
análises para identificar uma possível contaminação.

Flúor – O flúor é um elemento químico adicionado à água de abastecimento, pois auxilia na proteção
dos dentes contra a cárie.

O teor de flúor na água é definido de acordo com o clima e a temperatura de cada região, pois isso
afeta o consumo médio diário de água por pessoa. Para o Estado de São Paulo, o teor ideal de flúor é
de 0,7 mg/l (miligramas por litro), podendo variar entre 0,6 a 0,8 mg/l. A ausência temporária ou
variações da substância não tornam a água imprópria para consumo.
Referências:

EMITE. Disponível em: <http://www.emite.com.br/orbeco/Orbeco-Hellige.htm>. Acesso em 30 de junho


de 2020.

PUC RIO DE JANEIRO. Metodologia experimental. Rio de Janeiro, 2016. Disponível em:
<www.maxwell.vrac.puc-rio.br/11608/11608_7.PDF>. Acesso: 30 de junho de 2020.

SABESP. Disponível em: <http://site.sabesp.com.br/site/interna/Default.aspx?secaoId=40>. Acesso


em 30 de junho de 2020.

SPLABOR. 2018. Disponível em: http://www.splabor.com.br. Acesso em 30 de junho de 2020.

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