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Metodologia
Desse modo, a pergunta orientadora deste estudo consiste em compreender “como ocorre a
destinação e o aproveitamento de descartes do abate e de bovinos mortos no município de Camargo –
RS, bem como essa cadeia é avaliada pelos atores envolvidos?” Para responder a essa pergunta,
estabeleceu-se como objetivo geral, caracterizar a destinação e o aproveitamento de rejeitos de bovinos
abatidos ou de bovinos mortos nas propriedades no Município, a fim de compreender as potencialidades
para a produção de biodiesel.
Nos objetivos específicos visa-se: • Descrever o processamento dos subprodutos não comestíveis
de bovinos (sebo) para tornar-se matéria-prima para a produção de biodiesel e as adequações necessárias
para cumprir com a legislação ambiental; • Mapear a cadeia produtiva do biodiesel e os diferentes atores
envolvidos nas distintas etapas; • Analisar o funcionamento e condução necessária para o processamento
de biodiesel a base de subprodutos não comestíveis de bovino.
E na tela nós temos a definição segundo a Lei Nº 11.097, de 13 de janeiro de 2005 que dispõe sobre a
introdução do biodiesel na matriz energética brasileira (BRASIL, 2005) também define legalmente no seu
Art. 6º o que é biocombustível e biodiesel:
XXIV - Biocombustível: combustível derivado de biomassa renovável para uso em motores a combustão
interna ou, conforme regulamento, para outro tipo de geração de energia, que possa substituir parcial ou
totalmente combustíveis de origem fóssil; XXV - Biodiesel: biocombustível derivado de biomassa
renovável para uso em motores a combustão interna com ignição por compressão ou, conforme
regulamento, para geração de outro tipo de energia, que possa substituir parcial ou totalmente
combustíveis de origem fóssil. (Art. 6°, Lei Nº 11.097 de 2005).
A história do biodiesel começa junto com a história do século XX. Embora os combustíveis de
origem orgânica só tenham surgido como uma ideia viável bem mais tarde, principalmente após a
explosão do preço do petróleo, na década de 1970, no início do funcionamento dos motores diesel já há
relatos de uso de óleo vegetal para movê-los. E com sucesso. O próprio Rudolf Diesel, inventor dos
motores que levam seu nome, atestou o sucesso do uso de óleo de amendoim como combustível. Mais
tarde, Rudolf Diesel afirmou que seus motores também funcionaram bem, experimentalmente, com
outros óleos orgânicos, como o óleo de mamona e gorduras animais. O inventor se empolgou com a
descoberta e previu que, embora nos anos seguintes isso provavelmente não significasse uma
substituição do petróleo, no futuro os óleos orgânicos poderiam ser muito importantes.
Agricultura familiar vem sendo uma importante aliada para o mercado de produção de biodiesel,
visto que boa parte deste combustível renovável é originado de matérias-primas produzidas por
agricultores familiares. Os agricultores aliados à produção de biodiesel contam com benefícios como: o
surgimento de um novo mercado, a possibilidade de geração de empregos e renda e o estabelecimento
de melhores preços, além de melhorias na organização e produção dos agricultores.
Para a produção de biodiesel, uma série de diferentes produtos agropecuários pode compor a
base de seu processamento, como pode-se verificar no Gráfico que ilustra o perfil nacional de matérias-
primas, utilizadas para a produção de biodiesel entre os meses de janeiro a setembro de 2017 segundo a
Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustível.
Verifica-se que o óleo de soja e a gordura bovina foram às matérias-primas mais utilizada para a
produção do biodiesel, seguidas por outros materiais graxos, ou seja, materiais que podem ser utilizados
para a produção de biodiesel, mas que ainda não foram identificados como parte da cadeia produtiva do
biodiesel no RS.
Segundo Cunha (2008), as gorduras animais também podem ser utilizadas para a produção de
biodiesel e as propriedades apresentadas pelo combustível provenientes dessas gorduras são
semelhantes ao do diesel. Para a produção de biodiesel, o óleo vegetal também é uma matéria-prima
para a sua fabricação, mas a gordura animal difere-se dos óleos de soja e de colza (canola), em relação
com as suas propriedades químicas.