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Gerontologia
ISSN: 1809-9823
revistabgg@gmail.com
Universidade do Estado do Rio de
Janeiro
Brasil
R EVISÃO / R EVIEW A R T I C L E
funcional, controle postural e no equilíbrio dos idosos:
uma revisão de literatura
The impact of visual alterations on falls, functional performance,
postural control and balance in the elderly: a literature review Barbara Gazolla de Macedoa
Leani Souza Máximo Pereira b
DE
Pollyanna Figueiredo Gomesc
ARTIGOS
Juscélio Pereira da Silvac
Aldemar Nemésio Vilela de Castrod
Resumo
Idosos com déficits visuais podem alterar seu estilo de vida e sua independência
funcional. As alterações visuais podem ocasionar a redução na interação social e na Palavras-chave:
qualidade de vida, presença de depressão e quedas. O controle do equilíbrio corpo- Idoso. Portadores de
ral pode estar diminuído em indivíduos com déficits visuais. O objetivo deste deficiência visual.
estudo é realizar uma revisão da literatura dos últimos 15 anos sobre o impacto Transtornos da visão.
das alterações visuais nas quedas, no desempenho funcional, no controle postural Depressão. Aciden-
e no equilíbrio dos idosos. A avaliação da acuidade visual pode não ser suficiente tes por quedas.
para identificar indivíduos com risco de quedas. Outras medidas relacionadas à Impactos na saúde.
função visual, como contraste, sensibilidade e profundidade, também são impor- Estilo de vida.
tantes. Muitos problemas relacionados à baixa visão em idosos são passíveis de Autonomia pessoal.
correção e tratamento, seja através das órteses ou mesmo da extração da catarata, Relações
melhorando, assim, a função visual e motora. interpessoais.
Qualidade de vida.
Revisão
Correspondência / Correspondence
Barbara Gazolla de Macedo
Rua Matipó, 340/102 - Santo Antônio
30350-210 Belo Horizonte, MG, Brasil
E-mail: barbaragazolla@terra.com.br
Abstract
Visual impairment in the elderly may alter their life style and functional
Key words: Aged.
independence. Visual alterations may cause depression, falls and a reduction in
Visually impaired
social interaction, altering the quality of life. The control of body balance may be
persons. Vision
impaired in individuals with visual deficits. The objective of this study was to
disorders. Quality of
review the last 15 years of literature on the impact of visual alterations through
life. Depression.
feedback from the visual system, on functional performance, on postural control
Impacts on health. Life
and on balance in the elderly. The assessment of visual acuity may not be sufficient
style. Personal
to identify those individuals who are at risk of falling. Other measurements related
autonomy.
to visual function, such as contrast, sensitivity and depth perception, are also
Interpersonal relations.
important. Many problems related to impaired vision in the elderly are correctable
Accidental falls.
or treatable, either by the use of reflective vision correction or by extraction of
Review
cataracts, thus improving both visual and motor functions.
por detectarem o contraste, a forma, a cor e também para guiar o movimento do corpo.
o contorno dos objetos; e as vias que se es- Grande parte do processamento visual rela-
tendem ao córtex parietal posterior estão en- cionado ao movimento e relações espaciais
volvidas na percepção e identificação dos utiliza as vias magnocelular e parietal posteri-
movimentos e na noção de profundidade.5 or do cérebro e são essenciais para o controle
postural.5 A capacidade para manter o equilí-
Cabe ressaltar, também, que as doenças brio e o controle postural é importante para o
oftalmológicas relacionadas à idade aumen- desempenho adequado das tarefas de vida diá-
tam numericamente em países industrializa- ria, bem como para levantar e sentar-se numa
dos, devido ao envelhecimento populacional.6 cadeira ou realizar uma caminhada. A deteriora-
A catarata, a degeneração macular relaciona- ção do equilíbrio com a idade é bem definida
da à idade e o glaucoma estão entre as doen- pela literatura. Idosos com déficit de equilíbrio
ças oftalmológicas mais freqüentes nos ido- são mais propensos a quedas e suas conseqüên-
sos.4,7 Veras,8 em 1994, relatou que, numa cias. Por conseqüência, idosos com baixa acui-
amostra aleatória de 242 indivíduos com 60 dade visual tendem a diminuir suas atividades
anos ou mais e de baixo poder aquisitivo, foi básicas e instrumentais de vida diária.10-13
encontrada uma alta proporção de idosos que
relataram: problemas dentários (63%), má Vários estudos têm identificado o déficit
visão (42%), má audição (17%), dentre ou- visual como um fator contributivo para a
tros. Em outro inquérito, realizado com uma ocorrência de quedas em idosos.14 Quedas
amostra aleatória de 625 idosos na Região representam um grande problema social, por
Metropolitana de Belo Horizonte, as queixas estarem relacionadas com o declínio físico,
visuais apareceram em terceiro lugar (38%), conseqüências psicossociais (medo de cair,
precedidas apenas por hipertensão arterial depressão, ansiedade, dentre outros), geran-
(47%) e insônia (41%).8 Em 1998, no consen- do impacto negativo na qualidade de vida.15
so divulgado pela Sociedade Brasileira de
Geriatria e Gerontologia, apontou-se que a Diante do exposto, o objetivo deste tra-
diminuição da acuidade visual constitui um balho é realizar uma revisão da literatura so-
dos fatores de risco moderado para o risco bre o impacto das alterações visuais nas que-
de quedas em idosos. Esse trabalho se funda- das, no desempenho funcional, no controle
mentou em vários estudos prospectivos e re- postural e no equilíbrio dos idosos.
trospectivos internacionais e nacionais que
comparam indivíduos que caem com aqueles
que não caem.9 METODOLOGIA
O controle do equilíbrio parece mais re- Realizou-se uma revisão bibliográfica nos
duzido naqueles idosos com déficits visuais. idiomas inglês, português e espanhol, utilizan-
A visão é importante não apenas para a aqui- do as bases de dados Pubmed e Bireme dos
sição de informação sobre o ambiente, mas últimos 15 anos, limitando a pesquisa somen-
Resultados dos estudos que avaliaram 200 idosos sem déficit cognitivo ou estado
o impacto das alterações da visão nas de delirium. Destes, cerca de 50,5% (101) dos
quedas em idosos idosos apresentaram baixa acuidade visual
através do quadro de Snellen. Dentre as doen-
A prevalência da baixa acuidade visual já ças oftalmológicas mais freqüentes, a catarata
foi relatada pela literatura. Jack et al.,16 verifi- destacou-se com 37% dos casos, seguidos da
caram em seus estudos uma alta prevalência degeneração macular relacionada à idade
de pacientes idosos com baixa visão naqueles (14%). Dos 101 idosos com baixa acuidade
admitidos na unidade de geriatria de um hos- visual, 79% apresentaram causas reversíveis.
pital geral. Foi avaliada a acuidade visual de Os autores concluíram que idosos que foram
admitidos nessa unidade devido às quedas 17,5 ±3,2; p<0,05), em relação ao baixo con-
apresentaram alta prevalência de baixa acui- traste sensitivo. Idosos com pior visão viven-
dade visual (76%, p=0,0003). ciam mais quedas, quando comparados àque-
les com boa visão.
Diversos estudos associaram déficit visual
à incidência de quedas e fraturas do quadril Ivers et al.22 investigaram também a asso-
em idosos.17-20 A prevalência de catarata, de- ciação entre déficit visual e quedas em 3.654
generação macular relacionada à idade, ou indivíduos idosos da comunidade. Trata-se de
mesmo erros de refrações visuais, é alta em uma coorte do estudo The Blue Mountains Eye
pacientes admitidos em enfermaria geriátrica Study, cujos resultados indicaram que uma
devido às quedas.17 Esses estudos ressaltaram baixa função visual (ofuscamento, contraste,
que apenas a avaliação da acuidade visual pode acuidade e campo visual) está relacionada es-
não ser suficiente para identificar indivíduos tatisticamente com duas ou mais quedas. Ido-
com risco de quedas. Outras medidas relaci- sos com leve, moderada e grave diminuição
onadas à função visual, como contraste, sen- na acuidade visual apresentaram,
sibilidade e profundidade, também são im- respectivamente,OR= 1,4 (95% IC 1,1-2,0);
portantes. Muitos problemas relacionados à 1,0 (95% IC 0,4-2,2); e 2,2 (1,1-4,3) vezes mais
baixa visão em idosos são passíveis de corre- a chance de caírem duas ou mais vezes; ido-
ção e tratamento, seja através das órteses ou sos com diminuição na sensibilidade ao con-
mesmo da extração da catarata, melhorando
traste têm OR=1,1 vezes mais a chance de
assim a função visual.17, 20
experimentar queda (95% IC 1,0-1,2) e ido-
Lord et al.21 conduziram um estudo longi- sos com anormalidades no campo visual têm
tudinal de 12 meses, com 95 idosos da co- 1,5 vezes mais chance de experimentar que-
munidade, com o intuito de avaliar se as alte- das recorrentes do que idosos sem anormali-
rações visuais estavam associadas às quedas. dades no campo visual.
Foram realizadas medidas de acuidade visual
Lord et al.19 realizaram um estudo de co-
e de sensibilidade ao contraste. A sensibilida-
orte por 12 meses com 156 idosos residentes
de ao contraste é uma habilidade visual que
possibilita a visão de detalhes, quando há ex- da comunidade, para identificar os fatores de
posição a diferentes níveis de contraste. A risco visuais que mais propiciaram quedas
oscilação corporal foi registrada, tanto em nessa população. Dos 148 idosos que com-
superfícies rígidas quanto em superfícies ins- pletaram o estudo, 64 (43,2%) relataram que-
táveis (espuma). Encontrou-se associação da das e, destes, 32 (21,7%) relataram múltiplas
baixa acuidade visual e do contraste com o quedas. Os caidores recorrentes apresentaram
fraco desempenho dos idosos nos testes em baixa visão com déficit na percepção de pro-
superfície instável. Ocorreu diferença signifi- fundidade, no contraste sensitivo e na acuida-
cativa entre idosos caidores (média de 15,1 de visual, caracterizando um fator de risco
±4,3 com p<0,05) e não-caidores (média de forte (p<0,05) para quedas.
Perracini et al.23 encontraram como mo- Idosos institucionalizados com déficit visual
delo preditivo de quedas recorrentes em ido- requerem mais assistência nas atividades básicas
sos: ausência de cônjuge (OR=1,6 95% IC de vida diária, quando comparados com aque-
1,00-2,52), não ter hábito de ler (OR=1,5 95% les que não têm tal deficiência. Essa diminuição
IC 1,03-2,37), história de fratura (OR=4,6 na visão pode fazer a diferença na independên-
95% IC 2,23-9,69), dificuldade em uma até cia daquelas pessoas com múltiplas fragilidades
três atividades de vida diária (OR=2,37 95% e diminuição da reserva funcional.2,24 Quantifi-
IC 1,49-3,78) e maior grau de comprometi- car a capacidade funcional para essa população
mento da visão (OR=3,31 95% IC 1,00-2,34). não é uma tarefa simples. Medidas subjetivas são
Esses dados foram obtidos através de inqué- com freqüência consideradas o método de es-
ritos domiciliares realizados entre os anos de colha para avaliação das limitações funcionais
1991-1992 e 1994-1995, numa coorte com decorrentes dos problemas visuais. Essas po-
1.667 idosos residentes na cidade de São Paulo dem ser por auto-relato ou pela observação de
(Projeto Epidoso-Epidemiologia do Idoso). terceiros, os quais muitas vezes podem atribuir
uma dificuldade funcional à idade ou a outro
problema de saúde que não a visão. Por outro
Resultados dos estudos que avaliaram
lado, também não é raro encontrarmos idosos
o impacto das alterações da visão no
com déficits visuais graves de longa data que se
desempenho funcional dos idosos adaptaram funcionalmente e não apresentam
queixas visuais maiores que pessoas jovens com
Idosos com déficits visuais podem alterar
o mesmo problema.2,6, 24, 25
seu estilo de vida e sua independência funcio-
nal. Diversos fatores são relatados como as- Hirvela & Laatikainen6 conduziram um tra-
sociados com as alterações visuais, tais como: balho transversal tendo como base um estu-
redução do desempenho funcional, da inte- do epidemiológico de três comunidades da
ração social, da qualidade de vida, presença Finlândia. Foram avaliados 500 idosos (70-95
de depressão e quedas. Estudos transversais e anos). A acuidade visual para longe e para
longitudinais têm mostrado a relação entre perto foi aferida através do quadro de Snel-
baixa visão e declínio do desempenho mo- len. A habilidade visual para leitura, assistir à
tor.2 Entretanto, uma boa visão não é um pré- televisão, ver à distância e de perto e dificul-
requisito absoluto para uma boa função físi- dade para enxergar objetos em movimentos
ca. Aproximadamente 18,4% dos idosos re- foram avaliadas de forma subjetiva. A pre-
sidentes na comunidade entre 65 e 74 anos, sença de baixa acuidade visual (12%) acarre-
que apresentam déficit visual, relataram difi- tou dificuldades na realização das atividades
culdades em realizar tarefas e atividades fora do cotidiano, o que podia ser contornado com
de casa (compras e finanças), e apenas 4,4% estratégias mínimas de intervenção, através das
dos idosos sem problemas visuais relataram correções ópticas e mudanças comportamen-
tais dificuldades funcionais. tais, como a iluminação do ambiente.6
Salive et al.,2 em estudo baseado numa co- acompanharam pacientes de 43 a 84 anos entre
orte de 5.143 idosos da comunidade (projeto os anos de 1988 a 1990 (n=4.926); 1993 a
EPESE), encontraram associação entre alte- 1995 (n=3.722); 1998 a 2000 (n=2.962). Nes-
rações visuais para longe e limitações das ati- se estudo, os autores associaram medidas de
vidades de vida diária e do equilíbrio. Idosos função visual (acuidade para longe e perto,
com pior visão para longe (acuidade de 20 contraste e sensibilidade) com a incidência de
por 200) apresentaram uma probabilidade três institucionalização, quedas, temor cadente, uso
vezes maior (OR= 3,1; IC 2,3-4,3, p<0.001) de auxílios para a marcha e diminuição da
de dependência funcional e pior desempenho velocidade de marcha. O OR para o evento
nos testes como postura Tandem, assentar e fraturas no grupo com desempenho funcio-
levantar de uma cadeira e velocidade de mar- nal fraco foi 3,04 (95% CI, 1,34 6,86) vezes
cha do que aqueles com boa visão (acuidade maior quando a visão para perto estava com-
de 20 por 40). prometida. A incidência do medo de cair foi
associada às piores medidas de acuidade vi-
Owsley et al.26 avaliaram a associação entre sual (OR 2,95; 95% CI, 1,52 5,70). O uso
atenção visual, mobilidade, equilíbrio (Perfor- de auxílios à marcha como o andador foi as-
mance oriented mobility assessment - POMA) e medo sociado a piores níveis de sensibilidade visual
de cair (Falls efficacy scale - FES) em 342 idosos (OR 3,51 95% CI, 1,72 7,18).
da comunidade. Atenção visual é um termo
utilizado na psicologia e se refere à capacida- West et al.27 avaliaram o desempenho físi-
de ou destreza em selecionar ou filtrar uma co e a função visual em 782 adultos de 55
região de interesse no campo visual. É a habi- anos ou mais. Para a função visual, foram to-
lidade de dividir a atenção em mais de um madas as seguintes medidas: acuidade, con-
objeto em determinado campo visual. Como traste, campo visual, percepção de cores, luz
resultado, encontrou-se moderada associação e impacto da iluminação na capacidade de
entre o POMA e atenção visual (regressão li- deambular. Para as medidas de desempenho
near b= -0,0314; p=0,04). As demais variá- físico, avaliou-se o equilíbrio Tandem, que é a
veis não apresentaram associações. Os auto- capacidade de permanecer em ortostatismo
res justificaram os resultados pelo fato de a com o calcanhar na frente dos dedos; a habi-
população estudada apresentar um elevado lidade para levantar e assentar de uma cadei-
nível funcional. Os autores concluíram que ra; análise da marcha e o auto-relato das limi-
equilíbrio, mobilidade e status funcional são tações na mobilidade.
variáveis que sofrem influências multifatori-
ais; sendo assim, a visão não é a única ou a Como resultados, os autores encontraram
principal responsável por estas alterações. que um fraco desempenho físico estava signi-
ficativamente associado a uma pior função
Em estudo de uma coorte pertencente ao visual. Para cada ponto reduzido na acuidade
senso de The Beaver Dam Eye Study, Klein et al.18 visual, a chance de apresentar mais limitações
liados através dos otótipos de Snellen. Para A mensuração somente da acuidade visual
a avaliação do equilíbrio funcional, utilizou- pode não ser suficiente para identificar idosos
se a escala de equilíbrio de Berg. O teste es- com risco de quedas. Outras medidas relaciona-
tatístico ANOVA mostrou que a média dos das à função visual, como contraste e percep-
escores da escala de BERG foi significativa- ção de profundidade, podem ser de importân-
mente diferente de acordo com o grau de cia igual ou maior do que a acuidade e devem
comprometimento visual (F(2,63)= 19,19, ser realizadas. Muitos problemas relacionados à
p<0,001). As atividades mais alteradas na baixa visão em idosos são passíveis de correção
escala de Berg foram: postura Tandem, e tratamento e devem ser incentivados, seja atra-
apoio unipodálico e teste de alcance. Ido- vés das órteses ou mesmo da extração da cata-
sos com boa visão (média= 50,73 ± 3,41) rata. A melhora da função visual possivelmente
apresentaram melhor desempenho na esca- refletirá na função motora, possibilitando ao
la de Berg, quando comparados àqueles idoso uma maior independência funcional e
com déficit visual leve (média= 45,55 ± 6,85; melhoria de sua qualidade de vida.
p<0,04) e moderado (média= 38,59 ± 8,31;
p<0,001).
NOTAS
CONSIDERAÇÕES FINAIS a
Fisioterapeuta, mestranda em Ciências da saúde pelo
Instituto da Previdência dos Servidores do Estado de
Minas Gerais. Especialista em Geriatria e Gerontologia
pela Universidade Federal de Minas Gerais
A visão apresenta importante papel no b
Fisioterapeuta, Doutora pela Universidade Federal de
controle postural e, conseqüentemente, na Minas Gerais
manutenção do equilíbrio em idosos, sobre- c, d
Fisioterapeutas pela Universidade Federal de Minas
Gerais
tudo quando associada a outras alterações dos
e
Médico oftalmologista, Doutor pela Faculdade de Me-
sistemas somato-sensoriais e vestibular. dicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo.
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