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GILBERTO FREIRE

Gilberto de Melo Freyre considerado um dos maiores intérpretes da formação


histórica social brasileira, nasceu no Recife, Pernambuco, em 15 de março de 1900.
Estudou Ciências Sociais e Artes nos Estados Unidos, onde se formou bacharel em
Artes Liberais, com especialização em Ciências Políticas e Sociais, na Universidade de
Baylor e mestrado e doutorado em Ciências Políticas, Jurídicas e Sociais, na Universidade
de Columbia, onde defendeu sua tese de mestrado sobre “A vida social no Brasil em
meadas do século XIX” que foi publicada em inglês imediatamente após a conclusão.
Recebeu o convite para se naturalizar norte-americano, mas resistiu à idéia.
Retornou a Recife em 1924 onde foi um dos idealizadores do I Congresso Brasileiro
de Regionalismo que foi o primeiro do gênero, não só no Brasil como na América, do qual
resultou a publicação Manifesto regionalista de 1926, contrário à Semana de Arte Moderna
de 1922, foi um movimento de reabilitação de valores regionais e tradicionais valorizando o
regionalismo nordestino em confronto com as manifestações da "cultura européia".
Entre 1927 e 1930, assumiu o cargo de chefe de gabinete do então governador de
Pernambuco e depois da Revolução de 1930 partiu novamente para os EUA.
Em 1932 retornou para o Rio de Janeiro e dedicou-se a escrever a obra “Casa
Grande & Senzala”, publicada em dezembro de 1933. Na qual utilizando seus
conhecimentos de antropologia e sociologia interpretou de forma inovadora os relatos do
cotidiano estudado e registrado de diferentes fontes, tais como diários, cartas, livros de
viagens, folhetins, autobiografias, confissões, documentos, depoimentos e historias pessoais
orais e escritos, livros de modinhas, cadernos de receitas, romances, manuscritos de
arquivos públicos e privados, notícias, anúncios e artigos de jornais, procedimento pouco
usual à época. Ao invés de se guiar por fatos cronológicos de guerras e reinados, ele mostra
o desenvolvimento da sociedade brasileira a partir das influências dos portugueses, índios e
escravos africanos. Considerado um pioneiro da Sociologia no Brasil, revolucionou a
historiografia com o livro, que é considerado fundamental para a compreensão da formação
social brasileira, pois propõem uma nova interpretação do Brasil e seu passado com base
em uma moderna compreensão antropológica da raça.
Organizou no Recife o 1º Congresso de Estudos Afro-Brasileiros em 1934 com o
objetivo de estudar as minorias africanas.
É preso em 1942 por ter denunciado, em artigo publicado, atividades nazistas e
racistas no Brasil.
Entre 1946-1950 foi deputado federal pela UDN, trabalhou No Congresso Nacional
propondo a criação de institutos de pesquisa social em todo o país – em Recife foi criado o
Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais, atual Fundação Joaquim Nabuco.
Em 1950 tornou-se diretor do Centro Regional de Pesquisas Educacionais do Recife,
defendendo uma política educacional atenta à diversidade do Brasil. Em 1954, apresentou
idéias para mitigar os conflitos raciais na Assembléia Geral das Nações Unidas.
Freyre recebeu ao longo de sua vida muitos prêmios e títulos, nacionais e do
exterior. Numa abordagem analítica inovadora, seus estudos apontaram para as vantagens
do processo de miscigenação racial ocorrido no Brasil. Em vez da mistura racial, acreditava
que fatores sociais e culturais, especialmente a escravidão, poderiam explicar o atraso do
país, era fascinado com a possibilidade de interpretar o Brasil ao olhar para o passado.
Sua importância para a Nutrição está no interesse, abordagem e destaque que
sempre reservou à alimentação como fator para compreensão e interpretação da identidade
nacional, capaz de traduzir a pluralidade étnica e cultural brasileira.
Sociólogo, antropólogo, escritor. Foi também pintor, cartunista, historiador e
jornalista. Lecionou em universidades europeias e norte-americanas, teve vários de seus
livros traduzidos para diversos idiomas.
Morreu no Recife em 18 de Julho de 1987.

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