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O trabalho torna-se cada vez mais efetivo e fundamental no avanço sócio-econômico de nossa sociedade. A saúde ou bem estar do
trabalhador devem estar voltadas às atenções dos responsáveis pelas diretrizes de um país que tenha sua economia embasada no labor
desses mesmos trabalhadores; estes, portanto, devem ser o objetivo da preservação, conservação de um completo bem estar, físico, mental e
social. Portanto o máximo da sua capacidade produtiva tornar-se-á plena quando a população trabalhadora estiver satisfeita em suas
necessidades básicas de saúde. Assim sendo, o não comparecimento a sua atividade laboral pelo absenteísmo-doença romperá o equilíbrio
saúde e produtividade, fator gerador do desenvolvimento tecnológico. O estudo do Absenteísmo Odontológico no Brasil é extremamente
dificultoso em conseqüência de não existir uma guarda dos documentos pertinentes, em detrimento de estudos estatísticos. Não existem
valores palpáveis para aferirmos o número de dias perdidos de trabalho por razões de absenteísmo odontológico quer seja a nível nacional,
estadual e municipal. Não existe, portanto, informações tanto a respeito do ônus econômico que tais faltas possam acarretar, como também no
nível de insatisfação do trabalhador pela quebra da binômio saúde-trabalho. A falta de dados a respeito do Absenteísmo Odontológico implica,
sem dúvida alguma em nada se saber do comportamento do trabalhador nesse sentido. Assim sendo julgamos interessante estudá-lo.
INTRODUÇÃO
O trabalho torna-se cada vez mais efetivo e fundamental no avanço sócio-econômico de nossa
sociedade.
A saúde ou bem estar do trabalhador devem estar voltadas às atenções dos responsáveis pelas diretrizes
de um país que tenha sua economia embasada no labor desses mesmos trabalhadores; estes, portanto,
devem ser o objetivo da preservação, conservação de um completo bem estar, físico, mental e social.
Portanto o máximo da sua capacidade produtiva tornar-se-á plena quando a população trabalhadora estiver
satisfeita em suas necessidades básicas de saúde.
Assim sendo, o não comparecimento a sua atividade laboral pelo absenteísmo-doença romperá o
equilíbrio saúde e produtividade, fator gerador do desenvolvimento tecnológico.
Não existem valores palpáveis para aferirmos o número de dias perdidos de trabalho por razões de
absenteísmo odontológico quer seja a nível nacional, estadual e municipal. Não existe, portanto,
informações tanto a respeito do ônus econômico que tais faltas possam acarretar, como também no nível
de insatisfação do trabalhador pela quebra da binômio saúde-trabalho.
A falta de dados a respeito do Absenteísmo Odontológico implica, sem dúvida alguma em nada se
saber do comportamento do trabalhador nesse sentido. Assim sendo julgamos interessante estudá-
lo.
REVISÃO DA LITERATURA
BEATJER (1950) (1) publicou o resultado de um estudo do trabalho da mulher, dedicando especial atenção
ao problema do Absenteísmo-Doença. Concluiu que o absenteísmo-doença entre as mulheres excedia
ao dos homens. Seus resultados são iguais aos obtidos por BRINTON (1945) (4).
CARNE (1969) (6) ao estudar o absenteísmo deu um enfoque diferente ao demonstrar que algumas
variáveis, no sexo masculino, apresentam uma superioridade, mas no consenso geral, o Absenteísmo-
doença é superior no sexo feminino em relação ao masculino.
CALLE RIVIEGO (1971) (5) após estudar o absenteísmo-doença chegou a conclusão que em 42.349,5
dias de trabalho perdidos por motivos de doença, 30.000,5 (70,8%) ocorreu entre trabalhadores do sexo
feminino.
Em 1972 BEWS (3), também verificou que a relação das ausências no trabalho por doença, distribuia-se
entre os dois sexos na proporção de 192 por 104, com predominância nas mulheres.
Nesse mesmo ano, THOMPSON (13), estudou o absenteísmo-doença na Grã-Bretanha. Verificou que
durante o período de 1967 a 1969, havia ocorrido 5 milhões de licenças que implicaram na perda de
quatro milhões de dias de trabalho. Desse total, 76,2% correspondiam às mulheres.
NOGUEIRA & LAURENTI (1975) (11) após estudarem o absenteísmo-doença, afastando algumas
variáveis como mulheres grávidas, não encontraram muitas diferenças quando consideraram o
sexo. O índice de freqüência em 1.000 dias/pessoa foi de 2,67% para os trabalhadores do sexo masculino
e 2,88% para os do feminino. Para o índice de gravidade da doença em 1.000 dias/pessoa, foi de 9,33%
para o sexo masculino e de 8,53% para o feminino. Afirmaram, ainda, que para estes trabalhadores,
somente algumas variáveis são superiores no sexo masculino, mas de uma forma geral existe uma
superioridade do sexo feminino.
DIACOV & SÁ LIMA (1988) (7) após estudarem 7.012 casos de absenteísmo odontológico em
trabalhadores da Prefeitura Municipal de São José dos Campos, concluíram que o maior índice de
absenteísmo odontológico ocorreu na faixa etária de 20 a 30 anos (incompletos), nos trabalhadores
de sexo masculino que exerciam função burocrática. Concluíram ainda que a medida que aumenta a
faixa etária diminui o índice de absenteísmo por causas odontológicas.
PROPOSIÇÃO
MATERIAL E MÉTODO
A Amostra foi constituída por 1.774 atestados odontológicos, que constituíram dois grupos: Prefeitura e
Inamps.
O grupo Prefeitura foi constituído por 701 atestados odontológicos, de funcionários da Prefeitura Municipal
de São José dos Campos
O grupo Inamps foi constituído por 1073 atestados odontológicos de segurados do Instituto Nacional de
Previdência Social - INAMPS - Regional de São José dos Campos.
Grupos
O método foi o mesmo empregado por DIACOV & SÁ LIMA (1988)7, ou seja, após a obtenção dos
atestados, estes foram examinados, tendo por critério, para posterior análise estatística o levantamento e a
tabulação das seguintes variáveis: sexo, faixa etária e função.
A análise estatística empregada foi a quantitativa e sua significância estabelecida pelo teste "Z". (BERQUÓ
et al (1981) (2).
RESULTADOS
Tabela 2 - Absenteísmo por causa Odontológica relacionando faixa etária e sexo no grupo Prefeitura
Faixa Etária
Sexo
(em anos)
10 - 20 134 28 162
30 - 40 92 101 193
40 - 50 42 21 63
50 + 9 - 9
Tabela 3 - Absenteísmo por causa Odontológica relacionando faixa etária e sexo no grupo Inamps
Faixa Etária
Sexo
(em anos)
10 - 20 155 51 206
40 - 50 63 45 108
50 + 11 15 26
Total 606 467 1073
Tabela 4 - Absenteísmo por causa Odontológica relacionando faixa etária e função no grupo Prefeitura
Faixa Etária
Função
(em anos)
10 - 20 76 86 162
20 - 30 91 183 274
30 - 40 97 96 193
40 - 50 37 26 63
50 + 9 - 9
Tabela 5 - Absenteísmo por causa Odontológica relacionando faixa etária e função no grupo Inamps
Faixa Etária
Função
(em anos)
10 - 20 172 82 254
40 - 50 90 61 151
50 + 24 10 34
Tabela 6 - Significância estatistística da aplicação do " test" quando consideramos o sexo em função da
faixa etária
Faixa Etária
Sexo
(em anos)
Masculino Feminino
* *
10 - 20 2,289** -0,460
20 - 30 -1,486 0,877
30 - 40 -0,755 0,909
40 - 50 1,680 -1,052
50 + 0,389 -3,051
Tabela 7 - Significância estatistística da aplicação do " test" quando consideramos a função em relação a
faixa etária
Faixa Etária
Função
(em anos)
* *
10 - 20 -0,607 0,798
20 - 30 -1,924** 2,256**
30 - 40 3,537** 0,090
40 - 50 -0,758 -3,668**
50 + -0,599 -3,085**
Os dados obtidos segundo a metodologia aplicada resumem o total das proporções de atestados
Odontológico, considerando-se as relações faixa etária e sexo e faixa etária e função (Não
burocrática e Burocrática), nos grupos Prefeitura Municipal de São José dos Campos e INAMPS.
As proporções que refletem os números de Absenteísmo por causa Odontológica no grupo Prefeitura
Municipal de São José dos Campos segundo a relação faixa etária/sexo encontram-se descritos na tabela
2.
A tabela 3 apresenta os resultados das proporções que refletem os números de Absenteísmo por causa
Odontológica no grupo INAMPS segundo a relação faixa etária/sexo.
As proporções que exprimem os números de Absenteísmo por causa Odontológica no grupo Prefeitura
Municipal de São José dos Campos segundo a relação faixa etária e função (Não burocrática e
Burocrática), encontram-se descritos na tabela 4.
A tabela 5 apresenta os resultados das proporções que refletem os números de Absenteísmo por causa
Odontológica no grupo INAMPS segundo a relação faixa etária e função (Não burocrática e Burocrática).
As tabelas 6 e 7 respectivamente mostram o resultado da aplicação do " test" para análise estatística
entre duas proporções de grupos independentes. O objetivo do " test" foi verificar estatísticamente se as
diferenças encontradas ocorrem de modo uniforme segundo as faixas etárias em ambos os grupos
estudados. Tal condição não se verificou em qualquer dos casos analisados. Isoladamente nossos
resultados demonstram que para algumas faixas etárias estabeleceu-se um diferença estatísticamente
significante para calc.>1,96 = 5% = (1,96).
DISCUSSÃO
DIACOV & SA-LIMA (1988) (7) ao estudarem o absenteísmo por causa odontológica afirmaram que a
comparação de resultados de autores da área odontológica com resultados de autores da área
médica, torna-se impossível em razão dos fatores etiológicos, embora pertençam a áreas correlatas.
Da mesma forma nossos resultados nos fazem discordar de BEATJER (1950) (1) quando afirmou que o
absenteísmo-doença independe da função. Nossos resultados demonstram haver um diferença
estatisticamente significante ao nível de 99% nas faixas etárias de 20 a 30, 40 a 50 e de 50 anos para mais.
CONCLUSÕES
Após análise estatística dos resultados obtidos segundo a metodologia aplicada, concluímos:
• No que diz respeito ao Absenteísmo por causa Odontológica, as diferenças entre as proporções
consideradas, foram, estatísticamente significantes ao nível de 5%, quando consideramos o sexo
masculino em relação a faixa etária de 10 a 20 anos. Nas demais faixas etárias para ambos os
sexos, não se verificou uma diferença entre proporções estatisticamente significante.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
2. BERQUÓ, E.S., SOUZA, J.M.P., GOTLIEB, S.L.D. Bioestatística. São Paulo. Ed. Pedagógica e
Universitária. 1981, 350p.
3. BEWS, D.C. - Monitoring disability absence in a employee group. J. Occoup. Med., v.14, p.911-7, 1972.
4. BRINTON, H.P. - Las mujeres en la industria. In: GAFAFER, W.M. Manual de la Hygiene Industrial.
Washington, Organización Panamericana de la Salud.1945. p.364-87.
6. CARNE, S.S. - Absence certification:analysis of one group practice in 1967. Brit. med. J., v.1, p.147-9,
1969.
7. DIACOV, N. & SÁ LIMA, J.R. - Absenteísmo Odontológico. Rev. Odontol. UNESP, v.17, p.183-9, 1988.
8. FORESSMAN, S. - Women at work: helth and socio medical problems related to the employment of
women. Industr. Med. Surg., v.33, p.125-29, 1964
9. INDULSKI, J. - Certain factors affecting the sick absenteysm of women. Santé publ., v.10, p.23-4, 1968.
10. INDULSKI, J. - Some problems of the sick - news absenteysm in textile industry. Santé publ., v.7, p.423-
36, 1964.
11. NOGUEIRA, D.P. & LAURENTI, R. - Absenteísmo por doenças em mu-lheres. Rev. Saúde Publ., v.9,
p.393-9, 1975.
12. SMITH, D.J. - Absenteysm in industry. Illinois med. J., v.129, p.225-9, 1966.
13. THOMPSON, D. - Sickness absence in the civil service. Proc. Roy. Soc. Med., v.65, p.572-97, 1972.