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MIYADA, Paulo DE ANGELIS, Carolina LIMA, Julia NIGRO Marcella ARDUI Olivia GOMES, Priscyla
Gomes, Aprendendo com dorival caymmi: civilização praieira. caderno de textos. São Paulo, 2016.
Nas canções praieiras de Dorival Caymmi, o ponto de vista de
onde se vivencia a paisagem muitas vezes aproxima-se daquele dos
pescadores e suas famílias, que vão ao mar em busca de sustento e
encontram na natureza sua maior fonte de aventura, fartura,
pertencimento e, também, perigo, mistério e morte. Existe dor, mas
prevalece a contiguidade entre homem e ambiente, na qual os caprichos do
mar jogam com a vida sem se abalar com o prazer e o medo de quem dele
vive. Há drama sem revolta e, mais importante, sem a crença de que é
possível ou desejável domar o ambiente, domesticá-lo ou sobrepujá-lo por
tecnologias, máquinas e cidades. Tudo o que se passa no mundo cantado de
pesca e navegação poderia estar acontecendo agora ou há muitos anos, sem
depender 8 dos adventos da modernidade do século XX.
MIYADA, Paulo DE ANGELIS, Carolina LIMA, Julia NIGRO Marcella ARDUI Olivia GOMES, Priscyla
Gomes, Aprendendo com dorival caymmi: civilização praieira. caderno de textos. São Paulo, 2016.
No que diz respeito à dimensão temporal, Thompson (1998)
fornece um interessante contraponto para entendermos a situação dos
pescadores artesanais na contemporaneidade: o tempo natural – expressão
do ritmo das chamadas sociedades tradicionais – e o tempo do relógio –
expressão do ritmo dominante nas sociedades capitalistas industriais –,
duas ordens temporais que estão presentes, de forma simultânea e
contraditória, no ritmo de vida do pescador artesanal, quer no universo
produtivo, quer em suas repre- sentações simbólicas.
cos·mo·go·ni·a
sf
fe·no·me·no·lo·gia
sf
Tratado dos fenômenos; análise comparativa ou estudo descritivo dos fenômenos, de tudo que
se pode observar na natureza.