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Jean Galot - O Coração de Maria
Jean Galot - O Coração de Maria
P1·otessor · de Teologia
O CORAÇÃO
DE MARIA
Tradução de
Valeriano de Oliveira
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FLAMBOYANT
Título do original
Le Creur de Marie
Copyright by
Capa de
JACQUES OOUCHEZ
1962
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Nihil obstat: São Paulo, 10 de j aneiro de 1962
Mons, JosÉ LAFAYETI'E ALVARES
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I N TROD UÇ ÃO
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A Virgem, com efeito, por mais alto que tenha sido colo
cada entre as criaturas, não teve uma condição totalmente dife
rente da do cristão; bem ao contrário, a graça agiu nela do
mesmo modo como age em todo o homem. Ela seguiu os mes
mos caminhos, teve estados de alma análogos aos que experi
menta o cristão comum; cultivou as mesmas virtudes fundamentais.
Não seria pois conforme à verdade colocar Maria num mundo
à parte, como uma pessoa que possuísse desde a sua existência
terrestre a visão beatífica ou vivesse na exaltação contínua de
sentimentos extraordinários. Semelhante representação tampouco
seria honrosa para a Virgem, que se tornaria um ser estranho e
factício, efetivamente favorecido com maravilha gratuita. Como
os demais homens, Maria teve de subir o caminho íngreme da
santidade na fé, na esperança e no amor, nos sofrimentos e na
alegria. A sua vida mostra-se assim estreitamente aparentada à
nossa. Difere dela somente pela missão única e grandiosa que
Deus lhe confiou, e pela perfeição sem número concedida à
sua alma. Em razão desta perfeição, a Virgem viveu de maneira
extraordinária a vida ordinária do cristão.
Estranhamente próxima e incomparàvelmente superior a nós,
Maria apresenta-nos uma alma simplicíssima numa beleza excep
cional. É mister que elas nos pareça ao mesmo tempo familiar
e inexprimível. O seu coração nos é revelado e dado, mas como
um mistério.
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PRIMEIRA PARTE
A CONSAGRAÇÃO
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CAPÍTULO I
CORAÇÃO IMACULADO
Cheia de graça
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O Coração de Maria
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A co n s a g r a ç ã o
�
nos, mas da graça divma. E2!!J_Vl aria_esta le�e a sua�
_Eerteit ç O coração de Maria é inteiramente produto
s, da B:: aça divina.
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A co n s a g r a ç ã o
<o' Por exemplo J. V. BAINVEL em !eu belo livro Le aaint cwur de Marie,
Paris, 1922, pág. 11.
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O Coração de Maria
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A consagração
Livre aquiescência
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O Coração de Maria
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A co n s a g r a ç ã o
êle, Maria era a criatura que êle havia amado, escolhido dentre
tôdas, aquela a quem prendera o seu coração. Poderia, neste
momento da Anunciação, ter-lhe concedido um título ou expri
mido diretamente o amor ardente que lhe votava. Mas em vez
de se colocar no ponto de vista da afeição que lhe dedica, �le
se coloca no ponto de vista da Virgem, de tudo o que ela
recebeu em virtude dessa afeição; escolheu-lhe um nome que
subentende o seu amor divino e aponta o seu esplêndido efeito:
"Tu, que fôste cheia de graça".
�sse efeito encanta o próprio Deus. Pela saudação angélica
êle se inclina ante tão admirável perfeição. Porque o anjo
é um simples embaixador; é da parte de Deus que êle se dirige
a Maria, e quando a saúda com urna palavra de imensa admira
ção, é tôda a admiração de Deus por sua criatrira que se mani
festa. Deus se conhece em sua infinita riqueza e em seu incom
parável esplendor; conhece igualmente o poder de seu amor e a
sabedoria com que derrama as suas perfeições nos sêres que criou.
Foi êle quem tudo operou na alma da Virgem; êle o sabe, e con
tudo, admira. Contemplando a Virgem, vendo-a revestida de
tôda a p raça que lhe deu, fica tornado de admiração, e é com
um autentico respeito ante a pessoa que êle criou e encheu de
seus dons que lhe envia o seu mensageiro e a saúda. É um res
peito corno que penetrado de entusiasmo pela sedução de sua
beleza.
A Virgem é senhora dessa beleza e tem o poder de usar
dela corno quiser. Encontra-se tanto mais livre, mais soberana
em sua decisão quanto mais recebeu de Deus. D�us nunca arn<?�
�
tanto urna criatura, e contudo evita a todo o preÇo fazer r�
�s �
eu �mor êle quera res osta de um ViWa dro
amor, isto e, de um coração livre e sen or de si. Por isso faz
com que Maria se restabêleça da ligeira perturbação que pro
vocou a entrada do anjo: "Não ternas, Maria". A Virgem deve
estar absolutamente calma e lúcida para responder.
A resposta foi também tão integral quanto o fôra o dom
divino. Maria quer que o seu consentimento tenha por medida
a extensão mesma da vontade divina: "Faça-se em mim se-
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A c o n sa g r a ç ã o
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O Coração de Maria
,t
Mesmo aquela que outrora trazia o nome de Maria, a irmã
de Aarão, tivera um movimento de revolta semeando a hosti
lidade contra Moisés, cuja autoridade queria suplantar. Ergue
ra-se contra êle pretendendo-se também intérprete da vontade
divina; Deus manifestou a repugnância pelo seu pecado ferindo-a
de lepra, da qual.só foi libertada mediante uma expiação pública
(Num. 1 2, 1 -15). Desgostoso de vê-Ia extraviar-se assim no or
gulho e na rebelião, Deus desejou mais vivamente a mulher que
haveria de receber totalmente, sem nenhuma reserva, o seu di
vmo amor.
E quando suscitava no Antigo Testamento algumas belas fi
guras de mulheres que anunciavam a beleza de Maria e a sua missão
libertadora, tomava ainda mais gôsto para suscitar enfim esta beleza
suprema; porque por mais belas que fôssem, essas figuras per
maneciam todavia muito aquém do ideal. Achavam-se ainda em
baciadas pela sombra do pecado. Em nenhuma delas, nem em
Débora, nem em Judite, nem em Ester, Deus podia encontrar
um coração imaculado. Havia muita coisa grandiosa nessas he
roínas, mas o que Deus buscava era uma ahna tôda simples,
de aparência comum, mas cujo interior fôsse um santuário.
O coração imaculado da Virgem foi portanto o -têrmo de
uma longa espera. Com que vibração de entusiasmo o Senhor
deve ter criado aquilo que havia projetado há tanto tempo, e
com que amor deve ter contemplado, depois de tantas gerações
de pecadores, a pureza perfeita ! É essa vibração que ecoa ainda
na palavra do anjo: "Regozija-te, cheia de graça ! " Deus possuía
doravante uma criatura que êle podia contemplar sem experi
mentar cólera nem tristeza, e na qual o seu olhar podia com
prazer-se indefinidamente. O coração de Maria, espelho da per
feição divina, proporciona finalmente um repouso ao olhar de
Deus, a êste olhar que durante séculos e séculos havia sondado
o coração dos homens, sem poder jamais deleitar-se nêles sem
reservas. :E:le satisfazia a aspiração e a impaciência de Deus.
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O Coração de Maria
Harmonia íntima
unidade.
Por isso o coração da Virgem permanecia inundado de har
monia profunda em todos os seus sentimentos. Nunca hesitara
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A c o n s agra;� o
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O Coração de Maria
(1 fo. 4, 10) . Esta verdade enunciada por São João fôra reco
nhecida por Maria. Se havia nela bens inestimáveis, se ela vivia
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A co n s a g r a ç ã o
era a êle que ela devia a beleza de sua vida. Era de Deus e de
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CAPITULO 11
CORAÇÃO VIRGIN AL
A promessa de virgindade
JJ
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O Coração de Maria
nem p odem suspeitar, pois que a vêem casada com José. Mas
ao anJO que acaba de lhe revelar o destino que Deus lhe reserva
e que, proclamando-a cheia de graça, exprimia o fundo de sua
alma, Maria pode falar de seu segrêdo como de uma coisa de
que êle está bem informado. Isso não impede que ao pronun
ciar estas palavras: "Não conheço homem", ela tenha experi
mentado uma intensa emoção, porque não podia fazer alusão,
com frieza de coração, àquilo que constituía a mais íntima de
suas aspirações e a mais cara de suas resoluções. Descobria ao
anjo o que havia de mais profundo em sua vida, o seu coração
devia bater com fôrça ao mostrar o que êle tinha de mais precioso.
Se neste momento ela renova a sua decisão, é que está con
vencida de se harmonizar assim com a vontade divina. Maria
sente confusamente que a sua virgindade não terá de ser sacri
ficada à maternidade que lhe é proposta; o problema nem se
formula e não há lugar para conflito, porq ue virgindade e ma
ternidade, ambas fazem parte do plano divmo. Com efeito, foi
para responder a um apêlo de Deus que a j ovem de Nazaré
fizera secretamente o voto de permanecer virgem. Ela tem per
feita consciência de só ter seguido neste domínio a vontade
de Deus. O desejo de pureza absoluta que sempre teve, a voz
interior que fê-la tomar a r�solução de viver na virgindade, a
alegria profunda que �xperimentou ao emitir êsse voto, tudo isso
só podia vir de Deus. Maria está certa disso. Eis a razão por
que tanto preza a sua virgindade: manifesta com clareza ao
anjo a sua resolução, como uma coisa sôbre a qual Qão há tran
sigência possível, porque o próprio Deus era o seu autor e devia
tê-la levado em conta em seus desígnios.
Não é o bastante dizer que no momento da Anunciação,
Maria se lembra de um voto que emitiu e se julga no dever de
o cumprir. A j ovem de Nazaré não se guiou pela concepção
jurídica de um compromisso a executar. Ela põe em sua reso
lução todo o absoluto e o irrevogável que se exprime nos votos
solenes, mas o faz com espontaneidade total, fora de todo o
quadro convencional, de tôda a formalidade exterior. A sua ofe
renda era ao mesmo tempo completa e simples, sem reservas na
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O Coração de Maria
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A co n s a g r a ç ã o
C01'ação de espôsa
Esquivando-se a fornecer desde o comêço a Maria a luz
acêrca do modo de sua maternidade, Deus queria suscitar êsse
protesto virginal. Com efeito, êle poderia explicar imediata
mente, pela voz do anjo, o meio que estabelecera para a con
ce.Pção . do Messias; se deixa êsse ponto na obscuridade e difere
tais esclarecimentos, é que deseja uma reação espontânea de Maria,
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A c o n s ag r a ç ã o
d i ·,•,,· : eis que a tua serva se tornará uma escrava para lavar os
I " dos servos de meu senhor" (I Sam. 2 5, 40-4 1 ) .
•, Obser-
1 ,1 1 1 11 1� em 'Maria êsse mesmo movimento de alma: ela recebe o
l o� v o r de espôsa, mas humilha-se e se diz uma escrava. Escrava
n t i i i O deviam ser as espôsas em Israel, mas escrava do único
J
Sl· l l ho r.
Compreendemos por aí como em Maria se alia a virgindade
,\ humildade. A Virgem não encontra em sua virgindade e no ex
d usivismo do seu amor a Deus nenhum motivo de se orgulhar.
llrm ao contrário, a graça divina que acaba de estabelecê-la
l�spôsa de Deus num sentido todo especial e por um prodígio
único, apenas suscita em Maria uma reação de abaixamento, uma
mais profunda atitude de escrava. Ser escrava é para Maria ser
verdadeiramente espôsa. Ela julgaria não dar a Deus todo o afeto
de que o seu coração era capaz se não se dedicasse inteiramente
ao seu serviço. Na palavra "escrava", exprimia-se o absoluto
do seu amor.
Essa palavra atesta igualmente a discrição de Maria nas efu
sões do seu coração. Porque quando lhe atribuímos um amor de
espôsa, realçamos o que permanecia oculto em sua alma, o que
ela sentia sem o exprimir. Se, de um lado ela ouvira as expres
sões do Livro Santo acêrca de Javé e de seu povo, de outro lado
ela via que a sua intimidade com Deus ultrapassava tôdas essas
expressões, notadamente as do Cântico dos Cânticos, que não
haviam perdido todo o seu sabor carnal. O matrimônio apre
sentava · um quadro por demais imperfeito do pensamento gue
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A c o n s agra ç ã o
Amor e ternura
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Amor e provação
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A consagração
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O Coração de Maria
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SEGUNDA PARTE
O DESENVOLVIMENTO
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O DESENVOLVIMENTO
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O Coração de Maria
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O desenvolvimento
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CAPÍTULO III
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O Coração de Maria
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O desenvolvimento
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O desenvolvimento
A primeira bem-aventurança
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O desenvolvimento
Fé virginal, fé maternal
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O desenvo lvimento
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O Coração de Maria
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O desenvolvimento
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O Coração de Maria
O combate da fé
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O desenvolvimento
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O Coração de Maria
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O desenvolvimento
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O Coração de Maria
O vigor de sua fé
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O desenvolvimento
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O Coração de Maria
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O desenvolvimento
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O Coração de Maria
Fé e realidade
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O desenvolvimento
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O Coração de Maria
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O desenvolviment o
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O desenvolvimento
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O Coração de Maria
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O desenvolvimento
B'l
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O desenvolviment o
Fé de Maria e fé da Igreja
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O desenvolvimento
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O Coração de Maria
Maturidade da fé
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O desenvolvimento
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O Coração de Maria
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O desenvolvimento
Missão sublime da fé
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O desenvo lvimento
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O Coração de Maria
A p1'0Va suprema da fé
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O desenvolvimento
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CAPÍTULO IV
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O desenvo lvim e n t o
(
nosas o seu mais caro segredo. Persuadida do Imenso amor· do
Todo-Poderoso pelos homens, ela reconhecia no advento mes-
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O d e s e n v o lviment o
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Esperança e maternidade
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O Coração de Maria
Maternidade e espeTança
Se a esperança de Maria contribuiu para a sua maternidade,
esta por sua vez ressaltou a sua esperança. Tornar-se mãe, é
semear uma nova esperança no mundo. Tôda a maternidade é
um impulso para o futuro, o motor de arranque de um destino
pujante e nôvo, prenhe de imensas possibilidades. No caso de
Maria, essas possibilidades imensas do menino que a sua mater
nidade dava ao mundo eram conhecidas desde o comêço; a
Virgem estava certa do destino messiânico de seu filho, que,
conforme as palavras divinas, haveria de se realizar tão infall.vel
mente quanto acabava de se realizar a sua miraculosa concepção.
A esperança de Maria podia pois tomar tôda a amplitude na
clarividência de um maravilhoso futuro para Jesus. Ganharia
também mais firmeza, porque possuía fisicamente aquêle que era
a fonte de tôda a esperança. Na pessoa de seu filho, Maria tinha
concretamente o objeto de sua esperança.
Que vigor e que entusiasmo deve ter experimentado Maria
em sua esperança quando pela primeira vez, em Belém, pôde ver
e admirar o seu filho! Nessa criancinha, ela via a salvação da
humanidade. "Os meus olhos viram a salvação" (Lc. 2,30), dirá
o velho Simeão, agradecendo a Deus a dita de ter podido ver
e tomar nos braços a criança que tanto havia esperado. O que
Simeão pôde fazer no momento da apresentação no templo, Maria
podia fazê-lo desde o nascimento: contemplar a salvação que
Deus enviara aos homens. Ela não tinha no coração menos
esperança do que o velho Simeão, e não era menos feliz em
contemplar aquêle que fôra o objeto de todos os seus desejos.
Mais feliz do que Simeão, ela ia desdobrar a sua esperança
assistindo ao desenvolvimento de seu filho.
Maria viu Jesus crescer "em estatura, sabedoria e graça diante
de Deus e dos homens" (Lc. 2,52 ) . Testemunha dêsse desenvol-
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O desenvolvimento
O impulso da esperança
para o Espírito Santo
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O desenvolvimento
na fusão.
Pela glória da Assunção, o Senhor ajuntou um brilho extra
ordinário a essa recompensa da esperança de Maria. O coroa
mento da existência da Virgem foi um contraste com a pequenez
aparente de sua condição terrena. Na terra, a Virgem vivera
sempre na sombra, e se ocultara tão bem que aquêles que a
conheciam estavam longe de suspeitar de sua grandeza. Exte
riormente ela parecia nada ter de extraordinário, e os discípulos
de Jesus não descobriram o valor excepcional de sua alma. Não
ostentava os seus dons e queria passar despercebida, porque não
punha a sua esperança em si-mesma nem nas vaidades do mundo.
É a humildade de sua esperança que foi exaltada por Deus no
esplendor da Assunção. No invisível, Deus tirou a sua desforra
do abaixamento e da obscuridade da vida de Maria, como o
fará com tantas vidas cristãs sepultadas na sombra, exaltando no
além . o seu valor desconhecido.
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O Coração de Maria
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CAPÍTULO V
Filha única
A graça inicial da Imaculada Conceição havia constituído
Maria num estado de filiação em relação a Deus. E como essa
graça era excepcional, ela fizera de Maria a filha do Pai eterno
a um título todo privilegiado. Nunca o Pai se inclinara para
uma criatura com um sentimento de mais completa paternidade.
De fato, Maria foi livre desde o primeiro instante de tôda a
influência do demônio; subtraída à triste filiação em face de
Satanás que comporta o pecado original, ela nunca teve outro
vínculo de filiação a não ser com Deus. Neste sentido, ela foi a
filha única do Pai celeste, e pôde ser envolvida sem reserva na
ternur� paternal.
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O Coração de Maria
Atitude filial
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O desenvolvimento
elevada ao seu grau mais absoluto, pois que Deus era o senhor
soberano de tôdas as coisas. O Antigo Testamento sublinhava
êsse império de Javé sôbre o universo e sôbre os homens: Javé
criara tudo com a sua sabedoria, e não tinha de prestar contas
a ninguém; os seus pensamentos ultrapassavam tôdas as concep
ções humanas e seus planos pertenciam à ordem do mistério.
Dominando a marcha de tôdas as coisas, êle traçara o destino do
p ovo judeu e regia a vida de cada indivíduo. Profundamente
Impregnada, por sua educação, da supremacia total e da majestade
transcendente de Javé, Maria curvava a sua alma diante dêle com
sentimentos de adoração e de abandono.
Tomou em face de Deus a atitude de uma serva que se
conserva à disposição do seu senhor. Serva com todo o devota
mento que essa atitude comportava na mentalidade de sua época,
em que o serviço do senhor era concebido e praticado da maneira
mais radical, e requeria uma subordinação mais completa de todo
o ser. Serva do Senhor, Maria o foi até o fundo de sua alma,
porque era o fundo mesmo de sua alma que metia à disposição
do Todo-Poderoso. Numa dependência perfeita, ela punha a seu
serviço tudo o que possuía.
Todavia, a alma de Maria não foi esmagada pelo sentimento
da soberania divina. Ela foi serva, não escrava. Conservou em
seu serviço todos os recursos e tôda a espontaneidade de sua
personalidade. A sua docilidade, por absoluta que fôsse, foi
sempre uma docilidade inteligente, que procurava compreender
o que devia executar, a fim de realizá-lo com maior perfeição.
Vemo-la pedir ao anjo Gabriel um esclarecimento, para ser capaz
de corresponder melhor à divina vontade. No momento da
Anunciação, Maria adotou uma atitude que lhe era habitual:
ofereceu a Deus a sua disponibilidade total de serva, num espírito
de livre e lúcida submissão.
A sua docilidade foi, sobretudo, impregnada de afeição filial.
O Senhor do universo era também um Pai. Era antes de tudo um
Pai. "Temos um Pai, Deus" (lo. 8,41 ), dirão mais tarde os
fariseus a Jesus: a idéia da paternidade divina estava portanto
espalhaqa no meio em que viveu Maria. Dessa idéia, que se
arraigav� profundamente no Antigo Testamento, Maria recolheu
ns
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O Coração de Maria
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A formação da espdsa
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parte de sua vida, se bem que sob uma forma muitas vêzes
discreta e velada: no fundo de sua consciência permanecia para
sempre a alegria da união ao Espírito Santo, de um acôrdo que
nada podia romper. Alegria que ficava em certos momentos
sepultada sob a dor da provação, mas que persistia suficiente
mente perceptível para constituir um secreto e inabalável apoio.
Com efeito, nunca a Virgem perturbou essa harmonia que
o Espírito divino havia instituído nela. Foi uma união sem a
mínima sombra de dissenção. Bastava que o Espírito Santo
murmurasse uma sugestão para que a sua espôsa correspondesse
imediatamente: todos os desejos divinos encontravam no coração
de Maria um acolhimento favorável e solícito. A Virgem foi
a única criatura que jamais opôs a mínima resistência a Deus,
a única que nunca entristeceu o Espírito Santo. Manteve-se
sempre numa concórdia ideal com o seu espôso.
Todavia, essa concórdia perfeita não significava imobili
dade. Na calma dos dias de Nazaré, prosseguia o lento e siste
mático trabalho do Espírito Santo na alma de Maria, porque
se se tinha apresentado a ela como espôso, era para realizar nela
uma obra longa e progressiva, a formação e o desenvolvimento
de um coração maternal.
Ora, êsse desenvolvimento requeria um esfôrço de com
preensão dos acontecimentos extraordinários que haviam mar
cado a vida da Vir� em. f:sses acontecimentos ultrapassavam de
tal modo a inteligencia humana que era preciso tempo para
penetrar-lhe o sentido. Maria "conservava-os em seu coração";
retinha fielmente o que lhe suscitava a admiração, o que não
chegava a compreender. Por que o retinha, e por que o Evan
gelho nos fala em duas ocasiões dessa atitude verdadeiramente
característica da Virgem ? (Lc. 2, 1 9 e 5 1 ) . Conservando tais
recordações, ela não tinha certamente a intenção de as publicar,
como o fará efetivamente mais tarde; conservava-as antes como
segredos que permaneciam ligados à pessoa de seu filho. Queria,
na medida do possível, penetrar-lhes a significação, e era nessa
esperança que as repassava tantas vêzes em seu espírito, medi
tando as. palavras que tinha ouvido. Tinha grande preocupação
por não confundir nem perder nada dessas lembranças: eram um
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Ideal do amor
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como a seu filho, mas como aquêle que o Pai enviara. Nêle, ela
respeitava e amava o dom misterioso do Pai celeste. Mais tarde,
discípulos e inimigos de Jesus opor-se-ão aceitando ou recusando
reconhecer nêle o mensageiro e o Filho do Pai; Maria o havia
reconhecido sem reserva. Prendera-se ao seu filho no próprio ato
de adoração e de amor absoluto que dedicava ao Pai. Impunha-se
assim como modêlo de todos aquêles que, descobrindo em Jesus
o Pai, seriam atraídos para êle. Ela formou o primeiro vínculo
de caridade que une a humanidade a Cristo em vista da união
com o Pai.
Cristo desejou conservar na Igreja o ideal do amor represen
tado por Maria. Pode-se mesmo dizer que êle modelou a sua Igreja
pela Virgem. Quis que a Igreja se revestisse, no meio do mundo
pecador, de uma pureza imaculada que refletisse a da Mãe de
Deus. Deu-lhe uma fisionomia materna, semelhante à de Maria,
de tal modo que pode ser chamada, com Maria, a mãe dos cristãos.
Fêz dela, à imagem de sua própria mãe, um símbolo do amor
misericordioso e confiou-lhe a missão de conferir o perdão aos
pecadores. Erigiu-a qual centro de perpétuo acolhimento: êle
que nascera e morrera nos braços de Maria quis uma Igreja na
qual pudessem as almas nascer pelo batismo, encontrar aí um
refúgio incessante e aí expirar docemente. Enfim, tornou essa
Igreja, como sua mãe, indefecdvehnente unida a êle pelos laços
da fé, da esperança e da caridade.
Instituindo a Igreja com suas mãos de Redentor, Cristo tinha
os olhos fixos em Maria. Por isso suas mãos deram aos homens
uma nova mãe. Sabia que o ideal representado por Maria, des
coberto pelos cristãos a despeito de seu aniquilamento e de seu
silêncio, exerceria sôbre êles um grande atrativo; via a imensa
influência do exemplo de sua mãe sôbre as gerações futuras. Mas
queria que antes essa influência fôsse inscrita na estrutura mesma
da Igreja. Deu portanto à sua Igreja um coração materno, cheio
de uma caridade ideal, semelhante ao coração da Virgem
imaculada.
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Cristo modelou a sua Igreja por sua mãe. Mas não quis que
uma se substituísse à outra e que o modêlo subsistisse simples
mente a título de recordação. Para que a Igreja fôs�e completa
mente penetrada do ideal de Maria e oferecesse aos cristãos um
clima de amor materno, decidiu que a presença operante da
Virgem permanecesse nela para sempre. É Maria que está encar
regada de tornar a Igreja plenamente maternal.
Para isso, Jesus constituiu a Virgem mãe de todos os cristãos.
Mãe de Deus, ela possuía um coração que se havia dilatado sem
medida para acolher um Filho de uma perfeição infinita; êsse
coração era pois bastante vasto para estender o seu amor materno
a todos os homens. Tendo tido bastante capacidade para receber
Deus, teria também assaz amplitude para envolver a humanidade.
No momento em que ia entregar a sua alma, Cristo fêz Maria
passar da maternidade divina à maternidade espiritual: "Mulher,
eis o teu filho" (lo. 1 9,26 ) . Nesse instante solene, a declaração de
Cristo moribundo não significava uma simples atenção de amizade
para com o discípulo João, nem apenas o desejo de que Maria
considerasse êsse discípulo como seu filho. Aliás, nem a situação
particular de Maria, que tinha consigo a sua "irmã" Maria de
Cléofas e podia habitar com os primos de Jesus, nem a situação
pessoal de João, que tinha ainda a sua mãe, teriam reclamado
semelhante disposição. A intenção do Senhor ultrapassava mani
festamente o domínio das relações particulares. Dando como filho
a Maria o discípulo que se achava ao pé da cruz, cumpria um
gesto simbólico. A presença de João no Calvário evocava a de
todos os discípulos que, no decorrer dos tempos, se uniriam à
paixão do Salvador pelo sacrifício da vida cristã: era a cada
um dêles que Maria era dada por mãe. Cristo não proclamava
diretamente a Virgem mãe da comunidade cristã, porque dese
j ava acentuar mais especialmente a destinação individual do amor
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O desenvolvimento
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A lei da caridade
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O desenvo lvimento
de meu Pai, tornai posse do reino que vos foi preparado desde
a criação do mundo; porque tive fome, e me destes de comer;
tive sêde, e me destes de beber; fui peregrino, e me acolhestes;
nu, e me vestistes; enfêrmo, e me visitastes; prisioneiro, e me
fôstes ver". O princípio é afirmado com clareza, não como uma
metáfora ou um paradoxo, mas como uma estrita verdade. "Em
verdade vos digo: tudo o que fizestes ao menor dêstes meus
irmãos, é a mim que o fizestes" (Mt. 2 5, 34-40).
Desde logo, aos olhos de Maria cada cristão representa ver
dadeiramente Cristo. Cada um, pode-se dizer, aparece-lhe como
alguém que tem fome e sêde, peregrino e nu, prisioneiro dêste
mundo carnal; cada alma tem sua miséria própria, sua incapa
cidade de encontrar o que deseja, sua imensa necessidade de amor.
A Virgem vê decerto tôdas as misérias corporais, e vem-lhes em
socorro; e o faz com tanta solicitude que entre os cristãos é
especialmente invocada nesse sentido. Todavia, como a sua ma
ternidade é de ordem sobrenatural e invisível, são as misérias
espirituais que mais atraem os seus olhares. Ela se encontra na
presença de uma multidão inumerável de famintos e de enfermos.
O espetáculo seria suficiente para suscitar uma piedade natural.
Mas o que guia a misericórdia da Virgem, é que ela reconhece em
tôdas as angústias e misérias humanas a dor e a angústia de seu
Filho crucificado. Ela vê Jesus, por assim dizer, sofrer nos mem
bros de seu Corpo Místico. A sua nudez lembra-lhe a dêle;
suas cadeias e perseguições recordam-lhe os maus tratos infligidos
a Jesus; a sua sêde traz-lhe à memória o grito do Calvário. Em
tôda a fisionomia marcada pela tristeza ou pela provação, des
cobre a face lívida e dolorosa de Cristo. Em cada homem que
sofre, venera e ama o Deus que sofreu.
Essa atitude não se baseia sàmente na lei geral de caridade
enunciada por Cristo, mas na aplicação expressa que dela fêz à
maternidade da Virgem. No Calvário, Jesus quis que a sua mãe
dedicasse ao discípulo João o afeto maternal que lhe havia votado.
Por isso a Virgem começou a tratar êsse discípulo como havia
tratado o próprio Jesus: nêle, reencontrava o seu filho desapare
cido. Sabia que ao lhe testemunhar a sua solicitude e afeto, con
tinuava' e redobrava o seu amor a Cristo.
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A Visitação
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O desenvolvimento
decepção.
fuse pedido era tanto mais significativo do amor de Maria
quanto menos essencial era o favor solicitado. A Virgem teste
munhava com isso que mesmo as mais humildes necessidades como-
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O desenvolvimento
A divina invenção
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TERCEIRA PARTE
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CAPITULO VI
CORAÇÃO DOLOROSO
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Do sofrimento à glória
vivia pura numa sociedade que não o era. Sua alma era um reino
em que Deus dominava como senhor absoluto; o seu comporta
mento tinha como único objetivo agradar ao Senhor. Ora, a sua
delicadeza em nada fazer que pudesse contrariar o beneplácito
divino avizinhava-se com o comportamento de outras pessoas, que
não tinham escrúpulos em cometer o pecado. A perfeição .de
Maria contrastava fatalmente com os costumes do seu meio.
�sse estado de coisas fazia sofrer Maria. Ela desejaria que a
vontade divina reinasse nos outros como em sua alma. O que
jamais toleraria em si-mesma, a ofensa ao Senhor, era-lhe doloroso
ver e suportar nos outros. Nem mesmo as ? essoas de boa vontade
tinham uma fineza de alma comparável a sua, e Maria sentia
inevitàvelmente essa diferença. Em sua santidade imaculada, sofria
por causa dos pecados e imperfeições do próximo. Ela que não
podia conhecer o arrependimento pessoal, pois não cometia a
menor falta, experimentava intensamente a dor de ver Deus inju
riado, esquecido, tratado com indiferença. Simpatizava-se de tal
modo com a bondade divina que ressentia profundamente a inwa
tidão e a revolta dos homens. Especialmente unida ao Esptrito
Santo, partilhava da tristeza que lhe era infligida pelos pecadores
(Ef. 4,3 0 ) . O espetáculo do pecado fazia-a sofrer, e do mesm o mo
do que Deus, jamais pôde habituar-se a êle ou se tornar sua
cúmplice.
A pureza integral colocou a menina, depois a j ovem num
isolamento moral que constituía um verdadeiro sacrifício. A
solidão é penosa ao ser humano. Ora, apesar de ter bom número
de relações sociais, Maria não tinha nenhuma que pudesse s�tis
fazer a sua necessidade de desabafo, porque vivia espiritualmente
num nível muito mais elevado que o seu ambiente. Essa supe
rioridade não significa que Maria não tenha conseguido entrar
em contato com outrem; ao contrário, a jovem era simples e
acessível, e participava de bom grado da vida social da aldeia.
Não obstante não manifestava nenhuma singularidade; ainda menos
quereria tomar ares altivos ou condescendentes. Colocava-se bem
no nív�l do seu meio, como fará Cristo mais tarde. M1s sofria por
não poder levar os outros a uma vida mais santa, por não encontrar
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Do sofrimento à glória
A perda de 1esus
Deus fizera ouvir a Maria uma profecia que devia ser a origem
de muitas angústias. Ora, o que o Pai celeste havia feito, Jesus
fêz também. Por sua vez, infligiu expressamente à mãe ansie
dades e dores. Não se limitou a repetir a predição; antecipou-a
por um gesto concreto: fêz com que a sua mãe experimentasse
antecipadamente o terrível sabor da provação anunciada.
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O Coração de Maria
Nada tena feito prever que um filho tão submisso como Jesus
se furtasse à vigilância de seus pais. Decerto, Maria respeitava nêle
um mistério que podia ser rico de surprêsas; mas durante todo o
período da infância, êsse mistério permanecera oculto, e o temeo
de sua manifestação não parecia ter chegado. Com efeito, a época
da revelação pública estava ainda longe. Mas as coisas passaram-se
como se Jesus estivesse apressado em mostrar a Maria o seu têrmo .
Desde a idade de doze anos, fê-la provar o drama do Calvário,
onde perderia o seu filho e o reencontraria. Manifestava com isso
a sua consciência messiânica, e a sua vontade de associar estreita
mente a sua mãe ao sacrifício redentor.
Quando Maria verificou a ausência do menino no grupo em
que devia encontrar-se, perturbou-se. Não foi simplesmente a
inquietude de uma mãe que se põe em busca de seu filho, temerosa
de um acidente; foi o temor de que as palavras do velho Simeão
começassem já a se verificar. A ausência de um filho em quem
se podia confiar plenamente, parecia explicar-se por motivos supe
riores; não foi por prazer nem por distração que a perda se
verificou, porque não era essa a maneira de agir de Jesus. A Vir
gem apercebia-se de que o incidente devia explicar-se por uma
disposição especial da Providência divina; mas a sua ansiedade
não se tranqüilizou com isso, porque sabia que a Providência a
conduzia para uma grande . dor.
Quando reencontrou o seu filho no templo, depois de dois
dias de angustiosa procura, a explicação que lhe foi dada continha
o germe de novas ansiedades. Longe de testemunhar sentimento
pela aflição causada aos pais, Jesus j ustificou-a por uma razão
de princípio. O incidente, portanto, fôra deliberadamente querido
por êle. Maria compreendeu-o perfeitamente quando o viu no
meio dos doutôres. Admirou a precocidade de sua inteligência e
regozijou-se de contemplá-lo por alguns instantes naquele círculo
de sábios; Jesus achava-se ali perfeitamente à vontade. Por isso
a resposta que deu a sua mãe devia ter o sentido profundo que lhe
teria dado um doutor: "Não sabíeis que devo ocupar-me da casa
de meu Pai ? " (Lc. 2, 49) .
Maria não compreendeu o sentido da frase, mas adivinhou que
essas palavras esclareCiam a necessidade de seu sacrifício. Jesus
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Do sofrimento à glória
revelava por elas o motivo por que se havia subtraído à sua auto
ridade maternal. Meditando-as, a Virgem colocou-as em relação
com a apresentação do menino no templo. Notou que no mesmo
lugar onde fizera outrora a sua oferenda, o seu filho a cumpria.
Não havia ela levado Jesus à casa de seu Pai e não havia reconhe
cido o direito soberano do Pai sôbre a pessoa de seu filho ?
Instruída por Simeão, aceitara as do:res que o seu gesto lhe atrairia.
Aceitara portanto de antemão o penoso incidente da perda de
Jesus no templo.
O incidente era principalmente rico de lições para o futuro.
Maria apercebeu-se bem depressa de que se tratava de um episódio
simbólico, que anunciava outro bem mais importante: significava
que Jesus certamente se separaria de sua mãe, infligindo-lhe uma
profunda tristeza, a fim de voltar para o Pai. Sem discernir com
precisão o alcance dêsse retôrno à casa do Pai, Maria compreendia
de maneira agudíssima o quanto a sua união com Jesus, selada pela
intimidade da vida cotidiana em comum, tinha um caráter provi
sório. O filho, segundo a sua própria declaração, não habitava
lá como em sua verdadeira casa; tinha outra habitação, mais autên
tica, definitiva. A Virgem devia pois olhar para o seu próprio
filho como para um hóspede, um estrangeiro. As outras mães
experimentam sofrimento análogo quando seus filhos, uma vez
crescidos, cessam de considerar o lar familiar como o seu meio
favorito, desprendem-se progressivamente dêle e pensam em fundar
o seu próprio lar. No caso do lar de Nazaré, a intenção de
Jesus era mais decidida e mais conscientemente querida, manifes
tada também de maneira mais impiedosa, apesar do afeto que
continuava a uni-lo à sua mãe. A desagregação do ninho familiar
começara e iria prosseguir até o desfêcho trágico.
Do mesmo modo, sob a obediência que continuava a praticar
o jovem para com os pais, Maria sabia doravante que existia outro
sentimento mais fundamental, pelo qual Jesus se submetia antes
de tudo ao Pai celeste; sabia que um dia se subtrairia radicalmente
à sua mãe para cumprir a vontade divina. Por isso tôda a alegria
que Maria experimentava ao ver a submissão exemplar de Jesus
para com ela, acompanhava-se da ansiedade de vê-lo escapar-lhe
completamente.
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A provação suprema
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O fim
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CAPITULO VII
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O encontro supremo
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O último Magnificat
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í N D I C E
INTRODUçÃO 7
PRIMEIRA PARTE
A C O N S A GR A Ç Ã O
Capítulo I
CoRAçÃO IMACULADO 11
Capítulo 11
CoRAçÃO VIRGINAL 33
SEGUNDA PARTE
O DESEN V O L V I M EN T O
Capitulo III
CoRAçÃO ANIMADO PELA FÉ • • • . • . . . . . . • . • . • • • . . . • . • • • • . . • • • 61
Capítulo IV
CoRAçÃO CHEIO DE ESPERANÇA . . • • • . . • . . • • . . • • . • • . . • • • . • • • • • 109
Capítulo V
CoRAçÃO ESTABELECIDO NA CARIDADE . . . . . • . • • • , • • • • • • • . • • • • • 133
I. Filha do Pai celeste . .. .... . ... .... .... ... .... .... . ... 133
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TERCEIRA PARTE
DO SOFRIMENTO A GLóRIA
Capítulo VI
CoRAçÃO DOLOROSO 219
Capítulo VII
CoRAçÃO GLORIOSO 241
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