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O Reino “já agora” e “ainda não”

Lucas 12:35-48
O restante do capítulo é tomado pelo primeiro grande trecho
escatológico de Lucas; os homens são exortados a se arrepender
enquanto ainda há tempo. A ênfase está na subtaneidade da
crise e seu consequente chamado a que estejam alerta e
vigilantes. Além disso, o tempo presente é um tempo de crise,
lançando suas sombras sobre os discípulos, o próprio Senhor e a
nação de Israel, (a) A crise e os discípulos (12.35-48) v. 35-40.
Eles são escravos que precisam estar sempre vigilantes, tanto
para a volta inesperada do seu Senhor quanto para a possível
intromissão de ladrões. Não há paralelo exato em Mateus,
embora a parábola das dez virgens em Mt 25.1-13 desenvolva
um tema semelhante. A insistência é pela vigilância: Estejam
prontos para servir, e conservem acesas as suas candeias, como
aqueles que esperam seu senhor voltar de um banquete de
casamento; para que, quando ele chegar e bater, possam abrir-
lhe a porta imediatamente (v. 35,36). O tempo em que seus
serviços vão ser requisitados é desconhecido; eles não vão ver o
retorno do seu Senhor. A primeira indicação de que ele está de
volta vai ser uma batida na porta.
v. 37. A ideia de um senhor servir o seu escravo é bem
revolucionária; um ato desses seria bem inesperado (v. 17.7-10).
Mas Jesus” colocou uma toalha em volta da cintura” para servi-
los (Jo 13.4); alguns comentaristas (e.g., Balmforth, p. 222) vêem
uma referência também ao banquete messiânico, v. 39, 40. Cf.
Mt 24.43,44.
v. 41-48. Esses servos, além disso, têm, cada um, a sua tarefa
designada a cumprir (cf. Mt 24.45-51). O v. 41 não está no
paralelo de Mateus, que no mais é muito semelhante. A
pergunta de Pedro se Jesus estava falando à multidão ou aos
discípulos leva à ênfase especial na ideia de que o privilégio
superior traz consigo responsabilidade maior. Os v. 47,48 fazem
uma clara distinção entre a insensatez e a rebeldia. O servo que
sabe o que se espera dele e não o faz vai ser punido muito mais
severamente do que o que é simplesmente descuidado de forma
geral. São os Doze que Jesus tem instruído cuidadosamente
desde o chamado deles e que, por isso, deveriam saber a sua
vontade. A lição da parábola do administrador fiel e sensato (v.
42) é a seguinte: A quem muito foi dado, muito será exigido; e a
quem muito foi confiado, muito mais será pedido (v. 48).
Interpretação
35. Cingidos estejam os vossos corpos e acesas as vossas
candeias. Sendo as vestes orientais longas e flutuantes, o usuário
tinha de prender as fraldas de seu manto sob o cinto para ter
liberdade de movimentos. os candeeiros eram acesos com
brasas vivas, pois ainda não existiam fósforos.
36. Ao voltar ele das festas de casamento. O noivo oriental,
depois de jantar com os seus amigos, vinha à casa da noiva para
reclamá-la. Considerando que o retorno acontecia tarde da
noite, o noivo esperava que seus servos estivessem vestidos para
o trabalho e com as lâmpadas acesas. Os tradicionais
preparativos para o casamento eram um símbolo da disposição
para a sua volta.
39. A que hora havia de vir o ladrão. A mudança de figura do
noivo para o ladrão enfatiza o elemento do aparecimento
inesperado. Paulo aplicou a mesma figura de linguagem para a
Segunda Vinda (I Ts. 5:2).
41. Senhor proferes está parábola a nós ou também a todos?
Para esclarecer se ele estava se dirigindo aos discípulos
exclusivamente ou a toda a multidão a sua volta, Jesus contou a
parábola seguinte.
43. Aquele servo (gr. doulos, “escravo”). Um mordomo era
geralmente um escravo encarregado de cuidar da casa do seu
senhor.
45. O meu senhor tarda em vir. A parábola diz que o ceticismo
sobre a volta do Senhor produz abuso de autoridade e
relaxamento de conduta.
46. Virá o Senhor daquele servo. A vinda do Senhor trará
recompensas para os fiéis e juízo para os infiéis. Castigá-lo-á.
Provavelmente o significado é literal, pois os senhores romanos
tinham poder de vida e morte sobre seus escravos. A má
administração de uma propriedade podia provocar a pena de
morte.
48. A quem muito foi dado, muito se lhe será exigido. A
linguagem sugere graus de castigo

Significado
12.35 — Estejam cingidos os vossos lombos, e acesas, as vossas
candeias. Esta ilustração de Jesus alertava que os discípulos
deveriam estar prontos para o serviço. Cingir os lombos consistia
em usar vestes longas, amarradas à cintura, que não impediam
de fazer movimentos rápidos. Isto diz respeito à preparação, a
estarem prontos para agir. Já as candeias eram lâmpadas usadas
à noite, o que significa que a todo instante deveriam estar
vigilantes, pois o Senhor poderia retomar a qualquer momento.
Isto faz alusão à passagem de Mateus 5.15.
12.36 — Jesus comparou Seus discípulos a servos que estavam
prontos para servir ao mestre. Paulo também usou está
ilustração para descrever sua relação com Deus (Rm 1.1).
12.37 — Neste trecho, a bênção é para aqueles que esperam
prontamente pelo retorno de seu Mestre. Jesus estava
referindo-se ao serviço fiel e obediente. Um dia Ele voltará e
avaliará de que maneira as pessoas lhe serviram (Rm 14.10; 2 Co
5.10). Em contrapartida à imagem servil de um indivíduo, Jesus
disse que o servo fiel será servido por Ele em Seu retorno. A
fidelidade será recompensada.
12.38 — Este versículo fala do retorno de Jesus em uma hora
incomum, tarde da noite. A hora exata falada aqui depende em
qual sistema de tempo foi usado. No sistema romano, a segunda
vigília e a terceira vigília estariam entre 21h e 3h. Pelo método
judeu, ficariam entre 22h e 6h. Lucas geralmente usa o padrão
romano (At 12.4). Contudo, quem estava falando era Jesus, por
isso o método judeu também é possível. O fato é que a atenção
constante era necessária.
12.39,40 — Jesus mudou um pouco a ilustração e agora usa a
comparação da vigília como prevenção do roubo. Se alguém
soubesse a hora que viria o ladrão, certamente vigiaria sua casa
naquele instante. Entretanto, esta hora não é conhecida. O que
aprendemos aqui é que, como um ladrão que aparece de forma
inesperada, assim será a volta de Cristo para buscar Sua Igreja.
Por isso, o cristão deve estar sempre vigilante para o retorno do
Senhor.
12.41 — Dizes essa parábola a nós ou também a todos? Pedro
perguntou se o ensinamento de Jesus era apenas para os
discípulos ou para todas as pessoas. O Salvador não respondeu à
questão diretamente. Em vez disso, Ele descreveu uma variedade
de categorias de servos. Servos são aqueles que pertencem ao
senhor e têm seu trabalho avaliado (Lc 19.11-27). Diversas
respostas, desde a fidelidade até a desobediência ostensiva, são
descritas nos versículos 42 a 48. A questão é: quem tem a vida
voltada para — e leva a sério — o retorno de Jesus? (1 Jo 2.28)
12.42 — Qual é, pois, o mordomo fiel e prudente? Este é o ponto
fundamental. O mordomo fiel é aquele que aguarda o retorno do
Senhor e serve fielmente a Ele em Sua ausência, sabendo que
lealdade é o que o Mestre deseja (v. 37,40,43,44)
12.43 — O servo que espera fielmente pela volta do Senhor é
aquele que Jesus chama de abençoado.
12.44 — Sobre todos os seus bens o porá. Tal domínio será uma
parte da administração do Reino de Jesus quando Ele retornar
(Lc 19.11-27; 1 Co 6.2,3; Ap 20—22).
12.45 — A ilustração deste servo mostra-o fazendo exatamente
o oposto do que se esperava que ele fizesse. Ele demonstra que
o retorno do Mestre é irrelevante.
12.46 — A morte aqui — separá-lo-á — indica a severidade do
julgamento, especialmente se contrastarmos com os açoites dos
versículos 47 e 48. Os infiéis são aqueles que não levam a sério
as consequências do julgamento (2 Co 5.10; Ap 3.11).
12.47 — Esta categoria de desobediência, embora não tão
extrema como a anterior, também indica infidelidade. O servo
aqui é disciplinado com muitos açoites, mas não é rejeitado. Tal
avaliação dos líderes da Igreja é descrita em 1 Coríntios 3.10-15 e
é estendida a todos os cristãos em 2 Coríntios 5.10.
12.48 — A disciplina para o ignorante é menos severa: com
poucos açoites será castigado. A parábola indica os níveis das
punições de Deus: o fiel será recompensado; o ignorante
castigado com poucos açoites; o desobediente, com muitos
açoites; e o transgressor extremo receberá a execução. Em cada
caso, a servidão do mordomo é avaliada.

Explicação
12.35 Este versículo é um resumo da parábola das dez virgens
(cf. Mt 25.1 ss). Cingido. No Oriente, as vestes longas chegavam a
impedir uma rápida movimentação do corpo. Para resolver este
problema, era amarrado um cinto sobre os lombos, ajustando as
vestes ao corpo na altura da cintura. Isto permitia uma
movimentação mais livre e acelerada. No caso, aqui, cingidos
significa que as crentes devem estar sempre servindo, e sem
embaraços (1 Pe 1.13).
12.37 Vigilantes. “Acordados”, em contraste com os que estão
mortos, “dormindo” em pecados (cf. Ef 5.14; 1 Ts 5.10). A morte
(v. 20) e a segunda vinda estão continuamente iminentes (vv. 36-
40). As exigências do reino (preparação e vigilância) são
relevantes tanto para os que morrem antes do juízo como para
os que estarão vivos naquele dia. Ele... os servirá. Os escravos
fiéis serão honrados como amigos e hóspedes, servidos pelo
próprio Senhor.
12.39 Ladrão. Cf. 21.34; 1 Ts 5.2; 2 Pe 3.10; Ap 3.3; 16.15. Vigiar
significa guardar a fé e servir ao Senhor.
12.41 Nós ou... todos. A honra (v. 37) ou castigo (v. 46), segundo
o procedimento, aguarda não somente os apóstolos, como
também todos os servos do Senhor que vivem no intervalo entre
a ascensão e Sua volta. Quanto maiores os privilégios, mais
severa será a condenação dos infiéis.
12.44 Confiará. Evidentemente, o galardão pela fidelidade em
cumprir a vontade do mestre será honra e responsabilidade
muito maiores.
12.46 Infiéis. Crentes e líderes da igreja, que levam uma vida sem
disciplina agora, enfrentarão a ira do, Senhor (cf. Mt 7.15-27).
12.48 Poucos açoites. O contraste é feito entre os líderes
irresponsáveis (vv. 45-47), e os crentes má] instruídos que
viveram no egoísmo e duvidaram das promessas gloriosas; todos
receberão o justo castigo no tribunal de Cristo (cf. 2 Co 5.10).
Maior privilégio demanda maior responsabilidade.
Quando nós definimos quem é o Senhor de nossas vidas, aquele
que está no controle de tudo, quem nós servimos de fato,
estamos praticamente no caminho certo, damos o primeiro
passo. Quando passamos a compreender que convém buscarmos
antes de tudo o reino, sem nos preocuparmos com o que
havemos de vestir ou comer, damos o segundo passo. Não é
atoa dizer que a vida do crente é uma caminhada constante,
passos que se dirigem para Deus, nos levando para mais perto
dele, onde um dia nós fomos separados por um abismo, hoje
pode transpor esse abismo através do sacrifício de Cristo! Mas
não para por aí, assim como Israel caminhou em um deserto
rumo a terra prometida, nós também estamos caminhando para
o reino de Deus. Sabemos que em cada um de Deus reside o
reino de Deus, somos homens e mulheres que foram separados e
chamados para anunciar a chegada desse reino, anunciar o seu
amor, perdão, graça e misericórdia. Embora o reino de Deus já
esteja em nós, ele ainda não está em toda a sua plenitude,
somente na volta do nosso Senhor e Rei, o reino estará
completo.
Manter a esperança entre o já agora e o ainda não
A vida do homem pode-se resumir em uma única para
“imediato”, nos dias atuais quanto mais rápido forem as coisas,
mas nós gostamos. Temos uma tecnologia que a cada dia evolui
absurdamente rápido, celulares rápidos e modernos, carros
confortáveis e tecnológicos, tvs que acessam a internet, estar
conectado é sinônimo de velocidade, não gostamos de esperar
um instante que seja. Lembro-me quando a internet era discada,
e tínhamos que esperar até a sexta-feira meia noite para
podermos conectar, e ficar todo o final de semana online, hoje a
qualquer momento ou em todo o momento estamos
conectados, é bom, mas também é ruim, isso é um reflexo da
vida do ser humano. No passado, na história da igreja, na época
dos apóstolos, quantos homens e mulheres aguardavam o
retorno Cristo, suportavam afrontas e escárnios daqueles que
não criam, pessoas que ridicularizavam a fé cristã. Homens e
mulheres que creram até o fim, esperando o retorno de Cristo,
pessoas que aguardavam o reino em sua plenitude, que queriam
descanso de suas aflições e desfrutar do reino de seu Rei.
Perseverar até o fim, mostrará se você é um verdadeiro servo de
Deus, vivendo sob a esperança do retorno de Jesus, Paulo disse
que uma coisa ele fazia, esquecia do que para trás ficava e
avançava em direção a Cristo, a Bíblia diz que nós não somos
daqueles que retrocedem ou olham para traz, nos avançamos de
acordo com o que já temos alcançado, pois a nossa esperança
está em Cristo, cremos e obedecemos, é simples.
Viver em esperança é viver sabendo que um dia Cristo voltará,
seja no meu tempo ou no tempo do meu filho, não importa, a
sua palavra sempre se cumprirá.
Vigilância constante
Buscar antes de tudo o reino de Deus, e estar em vigilância
constante. Cristo está dizendo para não gastar o seu tempo com
aquilo que eu posso fazer, não se preocupar pois o meu e o seu
sustento vira dele, buscar o reino exige obediência em seus
mandamentos, em saber o que agrada a Deus, e o que o ofende,
sabendo disso nos tornamos servos fiéis e verdadeiros, pois
conhecemos a vontade de nosso Senhor, e sabemos que o que
ele disse certamente se cumprirá. Precisamos estar atentos em
todo o tempo, quando Cristo subiu ao monte a fim de orar e
deixou os seus apóstolos, o que ele disse? Vigiai e orai para que
não venha sobre vós a tentação! Vigiar em todo o tempo, estar
alerta para tudo o que acontece, e orar constantemente não
significa estar de joelhos a portas trancadas em um quarto,
significa estar ligado a Deus permanentemente, em nenhum
momento quebrar essa conexão com Deus, é o mesmo que
Pedro fez, caminhou em direção a Cristo em meio a tempestade,
os olhos fitos em Jesus, e Pedro caminhava seguro, quando
Pedro deixou de olhar (vigiar) e começou a afundar a sua
conexão Jesus se desfez, e ele via em apuros, é o mesmo que
nós, em todo o tempo vigia e ora, em todo tempo esteja alerta,
pois uma guerra pode lhe pegar de surpresa, e você não terá
como escapar, ou o Senhor pode voltar e você não irá com ele.
Decisão e determinação
Lembro de Daniel, quando decidiu não se contaminar com as
coisas do rei, e como ele foi firme e sua decisão, mesmo que isso
o levasse a morte, o foco de Daniel não era agradar a homens,
mas sim não desagradar a Deus.
Quando vivemos debaixo de esperança que um dia Cristo irá
voltar e fazemos de tudo para estarmos prontos a abrir a porta
quando ele bater, estamos determinados viver sob a sua
vontade, servindo a Deus em todo o tempo, não tendo tempo
para respirar, pois o nosso foco não está nesse mundo e sim no
reino de Deus, não estamos aqui esperando algo que não é
eterno, estamos esperando Jesus Cristo vir e buscar os seus, por
que? Porque ele disse que viria, mesmo que durei mil anos
ainda, não nos importa o tempo de espera e sim o tempo de
ação, nos importa o serviço, a missão, nossa preocupação deve
estar em servir a Deus, ama-lo e honra-lo com a nossa
obediência e servidão.
Pode ser que ao longo do tempo você se encontre desanimado,
triste e desesperançoso, a nossa vida é cheia de altos e baixos,
tristezas e alegrias, mas uma coisa não muda, Cristo se faz
presente em todos os momentos de nossa vida, ele está pronto
para nos consolar e se alegrar conosco. Então não temos
desculpas e sim temos oportunidade de desfrutar de Cristo em
todas as nossas áreas.
Então viva sob a esperança do retorno de Cristo, vigiando em
todo tempo, esperando-o bater na porta para que você a abra,
determinado e decidido que você se tornará um mordomo fiel e
verdadeiro no reino de Deus!
Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no
Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por
todos os santos,

Efésios 6:18

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