"O povo, devido a sua pr�pria inferioridade e � sua mis�ria, formara sempre o
ex�rcito da liberdade e do progresso; o trabalho � republicano por natureza: o
contr�rio implicaria contradi��o. Mas, devido � ignor�ncia dos seus instintos primitivos, da viol�ncia das suas necessidades, da impaci�ncia dos seus desejos, o povo inclina-se para as formas sum�rias de autoridade. O que ele procura, n�o s�o garantias legais, das quais n�o faz qualquer ideia e n�o concebe o poderio; n�o � em absoluto uma combina��o de mecanismos, uma pondera��o de for�as, das quais n�o sabe que fazer: � um chefe em cuja palavra possa acreditar, cujas inten��es sejam suas conhecidas e que se devote aos seus interesses. A esse chefe, ele d� uma autoridade sem limites, um poder irresist�vel. O povo, olhando como justo tudo o que julga ser-lhe �til, tendo em conta que ele � o povo, ri-se das formalidades, n�o faz caso algum das condi��es impostas aos deposit�rios do poder. Predisposto a desconfian�a e a cal�nia, mas incapaz de uma discuss�o met�dica, n�o acredita em definitivo sen�o na vontade humana, n�o tem esperan�a sen�o no homem, n�o tem confian�a sen�o nos seus semelhantes, in principibus, in filiis hominum; n�o espera nada dos princ�pios, que s� eles os podem salvar; n�o tem a religi�o das ideias." Trecho de Pierre-Joseph Proudhon em 'Do Princ�pio Federativo'.