Você está na página 1de 1

Se o Povo pensa, reflete, raciocina, ora a priori, segundo as regras da raz�o pura,

ora a posteriori sobre os dados da experi�ncia, ele corre o risco de enganar-se.


Ent�o j� n�o � suficiente, para que eu aceite como lei o pensamento do Povo, que
sua autenticidade seja-me demonstrada; � preciso que esse pensamento seja leg�timo.
Quem far� a triagem das ideias e das fantasias do Povo? A quem apelaremos por sua
vontade possivelmente err�nea e consequ�ncia, desp�tica? Sobre o que coloco esse
dilema: se o Povo pode falhar, das duas coisas uma. Ou o erro � nele respeit�vel
como a verdade, e ele tem direito de ser obedecido em tudo o que quiser, embora se
engane. Neste caso, o Povo � um ser soberanamente imoral, porquanto ele pode
simultaneamente pensar o mal, desej�-lo e faz�-lo. Ao contr�rio, o Povo, em seus
erros, deve ser corrigido? Seria, ent�o, em certos casos, o dever de um governo
resistir ao Povo! Quem ousar� dizer-lhe: tu te enganas! Quem poder� corrigi-lo,
constrang�-lo? Mas o que digo? Se o Povo est� sujeito a falhar, o que acontece com
sua soberania? N�o � evidente que a vontade do Povo deve ser tanto menos levada em
considera��o quanto mais tem�vel ela � em suas consequ�ncias, e que o verdadeiro
princ�pio de toda pol�tica, a garantia seguran�a das na��es, � n�o consultar o Povo
sen�o para desconfiar disso: toda inspira��o dele podendo ocultar um imenso perigo
como um imenso sucesso, e sua vontade ser apenas um pensamento suicida? Sem d�vida,
direis, o Povo s� tem uma exist�ncia m�stica; ele s� se manifesta em raros
intervalos, em �pocas predestinadas! Mas o Povo n�o �, por isso, um fantasma, e
quando se ergue, ningu�m pode desconhec�-lo."

� Pierre-Joseph Proudhon in SOLU��O DO PROBLEMA SOCIAL

https://www.facebook.com/felibertaria/photos/a.371047579718971/1115481241942264/?
type=3&theater

Você também pode gostar