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H.

Bernardo:
ITEM N.º1

HISTÓRIA DA CIÊNCIA
E
DAS TÉCNICAS

Henrique Gomes Bernardo

1
AS ETAPAS DO PROGRESSO TÉCNICO

 São 5 as etapas do Progresso Técnico

 Etapa Primitiva – Corresponde à Pré-História


 Etapa Arcaica - Civilizações da antiguidade

 Etapa Tradicional – Idade Média, até fim séc. XVII

 Etapa Clássica – séc. XVIII e XIX

 Etapa Científica – séc. XX e XXI

2
AS GRANDES CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE
AS CIVILIZAÇÕES HIDRÁULICAS

RIO INDO MESOPOTÂMIA

GRÉCIA
Rio Amarelo
(Isolado do Ocidente) EGIPTO

Civilizações hidráulicas porque assentam em 3


factores: ÁGUA, Sol e Solo.
3
CIVILIZAÇÕES HIDRÁULICAS QUE INFLUENCIARAM A
CIVILIZAÇÃO GREGA E O CRESCENTE FÉRTIL

Crescente Fértil

4
AS CIVILIZAÇÕES HIDRÁULICAS
OU
CIVILIZAÇÕES DOS GRANDES RIOS

Grécia

5
A MESOPOTÂMIA – Uma terra no meio de rios

 Vão desenvolver-se várias civilizações


 A civilização Suméria
 As cidades de Ur, Uruk, Kish, Lagash, Babilónia
 Criam um código de leis (Hamurábi)
 Criaram; pesos e medidas. Dividiram o ano em
360 dias. Criaram uma escrita. (Cuneiforme)
 Os Jardins Suspensos. Os Zigurats.

6
A SUMÉRIA E A ZONA ENVOLVENTE

7
Exemplo da
escrita
suméria
As escolas sumérias
funcionavam em
templos, tendo em
vista o ensino da arte
do escriba, que
devido à dificuldade
durava vários anos

8
Amostra de escrita cuneiforme (escrita feita em cunha).
Esta placa de argila é uma lista dos palácios de
Nabucodonosor

A decifração da escrita cuneiforme foi


possível, graças ao inglês Henry Rawlinson,
que estudou uma inscrição feita em 3 línguas:
Persa, Acádico e Assírio-Babilónico. 9
A DECIFRAÇÃO ESCRITA CUNEIFORME

 A decifração da escrita cuneiforme foi


possível graças ao inglês Henry Rawlinson,
que estudou uma inscrição feita em 3
línguas: o Persa, o Acádico e o Assírio-
Babilónico.
 A partir daqui foi possível ler os milhares de
placas de escrita cuneiforme, que
permitiram conhecer melhor a vida do povo
da 1ª Civilização Mesopotâmica: a Suméria.
10
ZIGURATS DA MESOPOTÂMIA
Estes templos eram observatórios astronómicos.
Ali se estudava a posição do Sol, estrelas e planetas.
Uma imagem mesopotâmica com os planetas em volta do Sol.

11
O EGIPTO
 Geograficamente divide-se em:
 Rio – Vale – Montanhas e Deserto.
 Criado um poder centralizado: Fazem grandes
obras, renovações e reparações em:
 Açudes – Diques – Canais – Levadas – Azenhas....
 Uma sociedade hierarquizada:
 Faraó – Nobreza e Clero – Escribas e Funcionários
– Povo (Camponeses e Artesãos) - Escravos
 O Egipto desenvolveu a Ciência e Tecnologia:
 Criam uma escrita, instrumentos de medida, etc.
12
A PIRÂMIDE SOCIAL EGÍPCIA

FARAÓ

13
MAPA DO EGIPTO

14
O ALFABETO EGÍPCIO – Um escrita ideográfica e
pictográfica composta por 6 mil símbolos.

15
EVOLUÇÃO DA ESCRITA EGÍPCIA

 A evolução da escrita egípcia. Escrita hieroglífica, hierática


e demótica. Também imagem da Pedra Roseta, escrita
em grego, hieroglíficos e demótico. 16
PAPIRO DE RHIND – PAPIRO DE MOSCOVO
 O Papiro de Rhind, também designado por Papiro de Ahmes,
escriba egípcio que o copiou, em 1650a.C., comprado por
Alexander Rhind em 1850 em Luxor. Escrito em hierático,
contém 85 problemas e suas soluções. Mostra o uso de
fracções, resolução de equações simples, medição de áreas
de triângulos, trapézios e rectângulos e cálculo de volumes.
 O Papiro de Moscovo, também conhecido como Papiro
Golenischev, o egiptólogo que o comprou. Escrito em 1850a.C.
em hierático, tem 25 problemas, com números egípcios,
tópicos de matemática, numerais egípcios e fracções unitárias.
 Além destes, os mais importantes papiros egípcios, há outros
como: o Papiro de Berlim, Papiro do Cairo, Papiro de Kahun e
alguns outros, uns escritos em demótico, outros em hierático.
 O que nos mostram os papiros é o avanço e capacidade da
civilização egípcia, na matemática e na resolução de todo o
tipo de problemas quer seja geometria ou trigonometria, que
lhes permitiu construir grandes monumentos como 17as
pirâmides.
Um aspecto da construção das pirâmides. – Podemos ver o
sistema de rampas para transportar as pedras até ao topo da
mesma.

18
Outro aspecto da construção das pirâmides – Os egípcios
tinham diversas varas cubitais de medida – O cúbito dividia-se
em dedos, palmos e pés, (eram os submúltiplos do cúbito).

19
OUTRA AMOSTRA CONSTRUÇÃO

20
O MEDITERRÂNEO
 O Mediterrâneo – Um mar no meio de terra. (Medio
Terranium). Liga três continentes. Por terra andava-se
30Kms por dia, por mar 10 x mais = 300Kms.
 Vão surgir várias civilizações e impérios junto ao Mar
Mediterrâneo.
 É nas margens do Mediterrâneo, que se vão
desenvolver a ciência e as técnicas, como em
nenhum outro lugar.
 No Mediterrâneo surgem as três religiões
monoteístas:
 Judaísmo
 Cristianismo

 Islamismo
21
O MEDITERRÂNEO

22
A Grécia – A Fenícia – O Egipto e Cartago

23
A GRÉCIA
(LOCALIZADA NO MEDITERRÂNEO ORIENTAL)

ATENAS

24
Outro mapa
com a
localização da
Grécia, Atenas
e as principais
cidades

25
A GRÉCIA OU HÉLADE

 A HISTÓRIA
 A MITOLOGIA/RELIGIÃO
 A CIÊNCIA E AS TÉCNICAS
 A FILOSOFIA
 A TERRA E O UNIVERSO

26
A HISTÓRIA

27
DIVISÃO HISTÓRIA GREGA
 A história grega pode ser dividida em 4 grandes fases:
 Grécia Homérica – Corresponde a 400 anos, que são
narrados por Homero na Ilíada (Ilion é Troia em grego) e
Odisseia e vai até ao fim séc. VI a.C. (Época dos heróis:
Aquiles, Heitor, Ajax, Ulisses, etc.)
 Grécia Arcaica ou dos Sete Sábios – Do séc. VII ao
séc. V a.C. – época da criação das grandes cidades
como Atenas, Esparta, Tebas, etc. É a época da
economia urbana, artesanato e comércio.
 Grécia Clássica – séc. V e IV a.C. desenvolvimento
democracia. Apogeu Atenas, dominando a Grécia com
a sua capacidade económica, comercial industrial e
militar. É a época do chamado “século de Péricles”.
 Grécia Helenística – partir séc. IV a.C. época de
Alexandre e do império de Roma.
28
A HISTÓRIA
 Factores Geográficos
. Montanhas ásperas e agrestes
. Vales secos
. Margens recortadas – golfos, ilhas
CULTURAS: Vinha, Oliveira, Figueira
 A Cidade Estado – POLIS – As Colónias

 A DEMOCRACIA e A TALASSOCRACIA

.Os Cidadãos
.Os Metecos
.Os Escravos
OS JOGOS – As Olimpíadas

29
ATENAS E ALEXANDRIA
 Atenas e Alexandria vão ser dois marcos de
cultura.
 Com Atenas vai desenvolver-se a pólis e a
democracia. Com Alexandria a Universidade.
 A pólis é uma cidade Estado, uma comunidade de
homens livres.
 Atenas vai criar uma poderosa talassocracia. (por
oposição a epirocracia – uma potência terrestre)
 No séc. V a.C. Atenas tinha cerca de 460 mil
habitantes, onde os cidadãos estavam em minoria.
 O Alfabeto fenício, vai-nos ser transmitido pela
Grécia.
30
EXEMPLO DO
ALFABETO FENÍCIO E
A SUA
TRANSPOSIÇÃO
PARA O ALFABETO
GREGO E LATINO

31
O Alfabeto, e
sua evolução
para as diversas
línguas

32
O alfabeto Indo,
que de alguma
forma terá
influenciado, as
culturas
envolventes

33
POPULAÇÃO ATENIENSE

Pode-se verificar que os


cidadãos estão em minoria,
no total da população que
habita a polis.
Apesar de a sociedade não
ser fortemente hierarquizada,
existiam 3 classes.
A cidade tinha cerca de 400
mil habitantes. 34
 Atenas vai transmitir-nos a democracia, que
instituiu para os seus cidadãos.
 Na democracia ateniense existia a Assembleia do
Povo ou Eclésia. (Aprovavam as leis) e onde todos
podiam participar.
 O Conselho ou Bulê (constituído por 500 membros)
preparava as leis para serem votadas na Eclésia.
 Os Magistrados. Aplicavam as leis. Os principais
eram 10 estrategos e 10 arcontes.
 Por fim os Tribunais, que julgavam os crimes.
Só uma minoria gozava de direitos. No entanto, a
democracia ateniense constitui um modelo político
que ainda hoje é seguido na maior parte do mundo.
Onde havia o poder legislativo, executivo e judicial.
35
ESQUEMA CONCEPTUAL DA DEMOCRACIA EM ATENAS

36
CIDADE DE ATENAS

Acrópole – (Cidade Alta)


Cidade fortificada, construída Partenon – Templo da deusa grega
sempre no ponto mais alto da Atena. Construído no séc. V a.C. na
Acrópole de Atenas.
cidade (no caso de Atenas
150m de altura). Passou a ser
a sede administrativa, civil e 37
religiosa
A CONSTRUÇÃO DE ATENAS

38
A MITOLOGIA/RELIGIÃO

39
A Mitologia/Religião
 Traço marcante a humanização do divino.
 Os Deuses eram antropomórficos.
 Urano/Céu casou com Geia/Terra, de quem era
filho. Os seus filhos Cronos e Reia tiveram Zeus.
Atena era filha de Zeus.
 Olimpo era o local onde estavam os deuses.
 Prometeu, filho de Titãs fez os humanos a partir
de figuras de barro. Deu-lhes também o fogo.
 Helena, filha de Zeus, o seu rapto pelo troiano
Páris desencadeou a guerra de Tróia.
 Zeus = Theos = Deus 40
A religião, juntamente com a língua, os costumes, os
heróis e os mitos, vai cimentar a cultura e a
identidade gregas, criando uma verdadeira unidade,
baseada nestes símbolos identitários, que os
escritores gregos como Homero, vão ajudar a
cimentar.
Devido à grande importância do divino, a construção
mais importante dos gregos é o templo, que é
sempre construído da mesma forma. O templo é
sempre rectangular de duas águas, rodeado de
colunas, (onde fica o peristilo).
As divisões do templo são: 1-pro-naos, 2-naos, 3-
câmara do tesouro, 4-peristilo.
41
A DIVISÃO DO TEMPLO GREGO

A divisão do templo grego. As partes mais importantes são


o Naos ou câmara do Deus e a divisão 3, onde era guardado
o tesouro do templo. O piristilo era a única parte do templo
permitida aos fiéis. 42
UM EXEMPLO DO TEMPLO GREGO

43
MAIS ALGUNS EXEMPLOS DA ARQUITECTURA
GREGA. TIPOS DE COLUNA E SISTEMA DE LIGAR OS
BLOCOS DE CALCÁRIO

44
Além da construção de templos,
outra das construções gregas
importantes eram os teatros

45
A CIÊNCIA E AS TÉCNICAS

46
OS 4 DOMÍNIOS ONDE SE DESTACAM OS GREGOS

 MEDICINA (Hipócrates)
 ASTRONOMIA (Eratóstenes)

 MATEMÁTICA ( Euclides, Pitágoras)

 MECÂNICA (Héron, Ctesíbius)

47
OS GREGOS E AS TÉCNICAS
 Há o que se pode chamar um verdadeiro milagre
grego. No entanto, as invenções gregas
preocupam-se mais, com a arte militar,
armamento, balística, defesa das praças e
sobretudo as técnicas do mar.
 No mar, inventam: novos tipos de barcos -
aumentam a altura e comprimento cascos –
barcos com coberta – a âncora – o cepo. Arranjo
de portos – cais – quebra mares – o farol.
 Guinchos – cabrestantes – roldanas, são
melhorados – o esporão metálico.
 A alavanca – parafuso sem fim – porca.

48
A ÂNCORA E O CEPO – INVENÇÕES GREGAS

49
A
CATAPULTA
DE TORÇÃO
DE
ARQUIMEDES

50
A TRIERA OU TRIRREME GREGA

51
O FAROL DE ALEXANDRIA

Uma das maravilhas


do mundo. 110m de
altura = prédio de 40
andares. Alcance da
luz 60Km. Situado
na ilha de Faros. Obra
do genial arquitecto
Sóstrato de Cnido, em
280 a.C.

52
OS 4 INSTRUMENTOS DE APOIO À NAVEGAÇÃO

 TRIQUETRUM OU TRÍQUETRO
 ESFERA ARMILAR
 DIÓPTRA
 QUADRANTE ESTÁTICO

53
O TRÍQUETRO

 O Tríquetro servia
para medir a altura dos
astros em relação ao
horizonte.
 Compunha-se de uma
escala graduada.
 No entanto, não era
móvel, mas sim fixo
num pedestal.

54
A
ESFERA ARMILAR
 A Esfera Armilar era
oca e representava
a esfera celeste,
com a Terra no
centro do Universo.
 As armilas (anéis)
indicavam os
principais pontos:
círculos polares,
equador e o eixo do
mundo. 55
A
DIOPTRA

 A Dioptra (de Hiparco de Niceia 160-125a.C.) servia para medir


o diâmetro aparente dos planetas.
 Com cerca de 2 metros de comprimento, era formada por duas
hastes graduadas que sustinham uma tábua fixa, munida de
uma mira, e uma tábua móvel com uma abertura no centro.
 Esta tábua era deslocada até que, através da abertura, o
observador conseguia ver o diâmetro inteiro do astro. 56
O QUADRANTE ESTÁTICO

 O Quadrante Estático, era um quarto de círculo munido de um


sistema de mira.
 Um fio com 1 peso de chumbo era amarrado ao vértice do
quadrante e descia perpendicularmente ao chão, intersectando
um arco graduado.
 Era assim possível estabelecer o ângulo da altura do astro
57
sobre o horizonte.
OS QUATRO PRINCIPAIS
INSTRUMENTOS GREGOS PARA ESTUDO DOS CÉUS

58
HERÓN: A TEORIA DAS CINCO MÁQUINAS SIMPLES

 O domínio das ferramentas é uma das maiores


mais-valias para a humanidade. Esta mais-valia
distingue os homens dos animais.
 Foi o domínio das ferramentas que determinou o
destino e a história da humanidade.
 As ferramentas permitem multiplicar a força
humana.

59
HERÓN: A TEORIA DAS CINCO MÁQUINAS SIMPLES
 Héron, Herão ou Héro, de Alexandria, criou uma turbina de
reacção a vapor. Escreveu um livro “A Mecânica” onde
formulou a: “Teoria das cinco máquinas simples”. Máquinas
essas que permitiam multiplicar a força humana. São elas:
 A Cunha
 A Alavanca
 O Parafuso
 A Roldana
 O Cabrestante
 É também de Héron, o “Teorema de Héron” ou “Fórmula de
Héron”, que diz: a área de um triângulo é conseguida em
função da medida dos três lados do triângulo. [S=(a+b+c):2]
Também é chamado o “Teorema dos Senos” ou “Lei dos
Senos”. (Seno – Função trigonométrica, na qual a cada ângulo é associado um número compreendido
entre -1 e 1)

60
A CUNHA

A potência P, aplicada à cabeça da cunha, decompõe-se nos componentes


de valor P' perpendiculares aos lados da cunha e que equilibram resistências
iguais (Q = P') e opostas. Da ilustração acima, indicando-se por M o ponto
médio da cabeça AB tem-se: MB = BC.sen(a/2). E, da semelhança dos
triângulos ABC e OPP' obtemos: P/P' = AB/BC = 2.MB/BC = 2.sen(a/2),
donde, finalmente, a 'equação da cunha': P = 2.P'.sen(a/2) = 2.Q.sen(a/2)61
A ALAVANCA

• As alavancas são
constituídas por
três partes: fulcro,
carga, esforço e
alavanca em si.
62
O PARAFUSO

63
A ROLDANA OU POLIA

64
O CABRESTANTE OU SARILHO

65
Parafuso

Roldana
AS CINCO MÁQUINAS
SIMPLES DE HERON,
QUE PERMITIAM
MULTIPLICAR A
FORÇA HUMANA

Cabrestante
ou Sarilho

Cunha

66
Alavanca
AS MÁQUINAS SIMPLES
 As máquinas simples trouxeram grandes avanços
para a humanidade, foram ainda a base para as
outras máquinas criadas ao longo da história.
 As cinco máquinas simples de Héron
transformaram-se nas seis máquinas simples da
história da humanidade e são:
 Engrenagem
 Alavanca

 Roldana ou Polia

 Cunha

 Mola

 Roda e (Eixo)
67
Outro exemplo do génio
inventivo de Héron: A sua
máquina a vapor ou “Aeolípila”,
chamado por muitos a”bola de
vento” ou “esfera de vento”.

68
ARQUIMEDES DE SIRACUSA
 Arquimedes, (287-212 a.C.) matemático, físico e
inventor, é uma figura incontornável da ciência
grega.
 Fez descobertas importantes em geometria e
matemática. Descobriu ainda o princípio da
alavanca.
 Inventou várias máquinas quer para uso civil, quer
militar. Contribuiu para o surgimento da
hidrostática com o princípio de Arquimedes.
 Arquimedes teve muita importância no surgimento
da ciência moderna influenciando quer Galileu,
quer Newton. 69
SÓLIDOS
REGULARES OS SÓLIDOS DE ARQUIMEDES
PLATÓNICOS

 Os Sólidos de Arquimedes ou poliedros


semi-regulares, são poliedros convexos
cujas faces são polígonos regulares de
mais de um tipo. Todos os seus
vértices são congruentes, isto é, existe
o mesmo arranjo de polígonos em torno
de cada vértice. Além disso, todo
vértice pode ser transformado noutro
vértice por uma simetria do poliedro.
Existem apenas treze poliedros
arquimedianos e são todos obtidos por
operações sobre os Sólidos Platónicos.
70
SÓLIDOS DE ARQUIMEDES - 2
Rombicuboctaedro
Tetraedro
truncado

Icosaedro
truncado Icosidodecaedro
snub

Cubo Cubo Snub

truncado

Cuboctaedro

Cuboctaedro Icosidodecaedro
truncado Rombicosidodecaedro

Representação de um
Rombicuboctaedro de Leonardo
da Vinci publicado em “Divina
Octaedro
Proportioni” pelo matemático
truncado Icosidodecaedro
Dodecaedro
truncado truncado
italiano Luca Pacioli (1445-
1517). 71
A Fundição grega

72
O MILAGRE GREGO – Os gregos destacam-se:
Na matemática, geometria, astronomia, arte militar,
mecânica, medicina, arquitectura, escultura, pintura,
tecelagem, artes do mar, metalurgia, etc.
Na metalurgia, criação de peças em metal ou na
exploração de novas minas e metais.

Na descoberta de medidas de comprimento, volume,


massa e tempo, ou no trabalho de oleiro, artífice,
artesão ou ourives, os gregos foram autênticos
génios, dando um contributo ímpar ao mundo.

O moinho de água é uma invenção grega e foi um


dos progressos técnicos preferidos pela engenharia
grega. O parafuso sem fim de Arquimedes outro
73
exemplo inventivo, bem como a prensa.
O MOINHO DE
ÁGUA, UMA DAS
INVENÇÕES
GREGAS MAIS
IMPORTANTES

74
O MILAGRE GREGO
E
A ESTERILIDADE PRÁTICA DAS INVENÇÕES GREGAS
 Com algumas excepções, tais como o moinho de
água, arte militar e instrumentos cirúrgicos, há uma
esterilidade prática das invenções gregas, que
serviram muitas das vezes para observação
científica e não para a transformação sistemática
do trabalho humano.
 Na origem desta esterilidade está a não supressão
da escravatura. Foi difícil aos gregos, devido às
suas tradições económicas, sociais, políticas ou
religiosas, alterar um “status quo” que assentava na
utilização da energia humana.
75
INVENTORES DA CIÊNCIA

 Apesar da esterilidade prática das invenções


gregas, foram os gregos que inventaram a
ciência.
 Na Babilónia, Egipto, Índia ou China, a
tecnologia tinha atingido um nível assombroso
de eficácia, não foi porém acompanhada de
nenhum sistema de explicação científica como
na Grécia, daí a invenção da ciência pelos
gregos.
76
A FILOSOFIA/CIÊNCIA

77
PERÍODOS FILOSOFIA GREGA
 São quatro os grandes períodos da filosofia grega:
 Período Pré-socrático ou Cosmológico – Fim do
séc. VII ao fim séc.V a.C., a filosofia ocupa-se com
a origem do mundo e com a natureza. (Os pré-socráticos
também são chamados filósofos da natureza, devido a essa preocupação)
 Período Socrático ou Antropológico – Fim séc. V
e séc. IV a.C. preocupação com a ética, política, as
técnicas e o próprio homem.
 Período Sistemático – Fim séc.IV ao fim séc.III
a.C. a filosofia procura sistematizar e reunir os
conhecimentos de cosmologia e antropologia.
Procura estabelecer critérios de verdade e ciência.
 Período Helenístico ou Greco-romano – séc. II
a.C. ao séc. VI d.C. preocupações com a ética, do
homem, da natureza e as relações com Deus.
78
A FILOSOFIA
 A filosofia surge na Grécia, no séc. VI a.C., devido a
causas quer económicas, políticas e sociais. Atenas é
uma das principais cidades onde se desenvolve a
filosofia.
 Sócrates tem um papel de tal maneira importante na
filosofia, que é vulgar chamar pré-Socráticos aos
filósofos antes de Sócrates.
 Também se designam por Grandes e Pequenos
Socráticos aos seus seguidores.
 Grandes Socráticos - Platão/Aristóteles.
 Pequenos Socráticos - Megáricos/Cínicos/Cirenáicos.
79
OS PRÉ-SOCRÁTICOS
 Os principais filósofos pré-socráticos (e suas escolas)
foram:
 Escola Jónica: Tales de Mileto, Anaximenes de Mileto,
Anaximandro de Mileto e Heráclito de Éfeso;
 Escola Itálica: Pitágoras de Samos, Filolau de Crotona e
Árquitas de Tarento;
 Escola Eleata: Parménides de Eléia e Zenão de Eléia.
 Escola da Pluraridade: Empédocles de Agrigento,
Anaxágoras de Clazómena, Leucipo de Abdera e
Demócrito de Abdera.
 Há autores que separam a Escola de Mileto ou Milesiana da
Escola Jónica, considerando Tales de Mileto, Anaximandro
e Anaxímenes, pertencentes às duas escolas.
 De acordo com a tradição, tanto a filosofia como a escola
filosófica, surgiram em Mileto.
80
OS PEQUENOS SOCRÁTICOS

 MEGÁRICOS – Proclamavam a superioridade dos


bens espirituais sobre os bens materiais. Para os
Megáricos só existiam duas espécies de
conhecimento; o sensorial e o racional.
 CÍNICOS – Pugnavam por um regresso à natureza,
recusavam os valores sociais.
 CIRENAICOS – Tinham o prazer como princípio de
vida. Consideravam a sensação a base do
conhecimento.

81
OS GRANDES SOCRÁTICOS

 PLATÃO e ARISTÓTELES, são os grandes Socráticos.


 Platão (427 a.C. 347 a.C.) discípulo de Sócrates,
funda a Academia. Platão dizia que apenas a razão,
as ideias são capazes de captar as estruturas
matemáticas.
 Platão acreditava no inatismo – a crença de que todos
nascemos programados com certo tipo de
conhecimentos.
 Platão é fundamentalmente um pensador político,
escreve “Politeia” ou “República”. Platão quer criar
uma cidade ideal. Afirma que há um paralelo entre a
alma individual e a cidade. Uma estrutura tripartida
para o Estado e para a alma.
82
PLATÃO

Para Platão as 3 partes da alma são:


Racional – corresponde ao plano
das ideias. (razão)
Irascível – Corresponde aos
impulsos e afectos. (espírito)
Sensual – São as necessidades
elementares do homem. (apetites)
83
A CIDADE DE PLATÃO
A cidade é como um homem em ponto grande,
assim sendo haverá três classes na cidade ideal.
- Classe dos magistrados – São os governantes
(Juízes, estrategas e Arcontes). Corresponde à parte
racional da alma e actua sobre a razão e a sabedoria.
- Classe dos Guardas – São os militares.
Correspondem à parte irascível da alma. Actuam
segundo a coragem. Defendem a cidade.
- Classe dos lavradores e artífices – São os
trabalhadores. Corresponde à parte sensual da alma.
Asseguram as necessidades da cidade. Proviam o
seu sustento e das outras classes. 84
PLATÃO E FORMAS DE GOVERNO
 Para Platão poderia haver 5 formas de Governo:
 Monarquia – Governo de um homem só

 Oligarquia – Governo dos poderosos


 Timocracia – (Poder exercido pelos guardas que
enriqueceram)
 Plutocracia – (Poder exercido pelos ricos contra os
pobres)
 Democracia – Governo do povo, da maioria

 Existiam ainda duas formas de governo que Platão não


considerava na sua divisão. Um era a Tirania, quando o
governo de um homem só era exercido por um tirano. O outro
era a Sofiocracia, quando a monarquia era exercida por um
homem sábio.
85
PLATÃO E A PRIMEIRA “UTOPIA”
 Utopia, significa literalmente “em lugar nenhum”, foi
um termo criado por Thomas More (1478-1535),
após a descoberta da ilha Fernando de Noronha,
para designar a cidade ideal.
 O Projecto de Platão, na sua obra “Politeia”, no que
diz respeito ao Estado ideal, constitui a primeira
“Utopia”.
 Nesta Utopia, havia uma ditadura educacional do
Estado, com um programa educacional desde a
infância, a que se seguia a formação militar dos 18
aos 20 anos, de onde sairiam os mais dotados,
para a função pública e para a elite política.
86
PLATÃO – MUNDO VISÍVEL/INVISÍVEL
 A ideia principal do platonismo é a distinção entre
dois mundos.
 O mundo visível, sensível (isto é, das sensações), o
mundo dos reflexos.
 O mundo invisível, inteligível (isto é, da inteligência), o
mundo das ideias. Só pode ser visto pelo olho da alma.
 O mundo sensível é o único que os nossos sentidos
conhecem. É o mundo dos fenómenos da natureza,
das sensações.
 O outro mundo é o invisível, o mundo das ideias. É
aqui que se encontra o belo absoluto. É um mundo
superior constituído por uma pluralidade de ideias. No
seu cume encontra-se a ideia do bem. 87
PLATÃO E A “ALEGORIA DA CAVERNA”
 A “alegoria da caverna” é uma parábola, que
exemplifica como nos podemos libertar da escuridão
e chegar à verdade.
 Numa caverna com homens acorrentados, que ali
nasceram, são projectadas sombras de homens do
exterior, onde mantêm uma fogueira acesa.
 Os prisioneiros julgam ser estas sombras a
realidade. Um prisioneiro escapa e descobre serem
as sombras, a realidade de homens como ele.
 Platão fala dos seus contemporâneos e das suas
superstições e crenças. O filósofo é como o fugitivo
buscando a verdade, conseguindo apreender toda a
realidade. 88
PLATÃO E A ALEGORIA DA CAVERNA (CONT.)
 Para Platão, a realidade dividia-se em duas partes:
 1ª - O mundo dos sentidos, do qual só podemos ter um
conhecimento aproximado ou imperfeito, pois os
nossos sentidos são aproximados e imperfeitos. No
mundo dos sentidos nada é perene, as coisas surgem
e desaparecem.
 2ª - O mundo das ideias, neste podemos ter um
conhecimento seguro, se fizermos uso da razão. O
mundo das ideias não pode ser conhecido através dos
sentidos, enquanto as ideias são eternas e imutáveis.
 Os prisioneiros da caverna, tinham uma visão limitada
do mundo, pensavam ser o mundo sensível ou seja o
que percebiam através dos sentidos, o único real e
verdadeiro
89
PLATÃO E O UNIVERSO
 Platão (427-347 a.C.) discípulo de Sócrates, tem uma visão
cosmológica que pode ser encontrada no Timeu, um dos seus
diálogos. Timeu um dos intervenientes do diálogo será um
sábio em astronomia e de acordo com ele o Universo teria sido
criado por um Deus, que quis que todas as coisas fossem
semelhantes a Ele.
 Abraçou tal como Sócrates muitas das ideias dos pitagóricos.
Para Platão os elementos do Universo seriam: fogo, água, ar e
terra.
 O Universo de Platão, era o Universo criado por Deus, esférico
com órbitas circulares perfeitas e movidas por uma “alma
divina”.
 A Terra estava imóvel no centro do Universo, a esfera de
estrelas fixas, girava à sua volta em 24 horas de oriente para
ocidente. Os planetas e o Sol giravam à volta da Terra. 90
PLATÃO E O UNIVERSO (cont.)

 Segundo Platão e Ptolomeu mais tarde, era esta a ordenação dos


planetas, que giravam à volta da Terra.
 Controvérsia Sol – Mercúrio – Vénus ou Sol – Vénus – Mercúrio.
Platão defendia a posição errada. 91
PLATÃO (cont.2)

 Platão arranjou um sistema, que dava as distâncias entre


os diversos planetas.
 Para Platão, Marte, Júpiter e Saturno, são mais distantes,
pois são mais lentos.
92
O UNIVERSO DE PLATÃO
 Para Platão, o Universo é geocêntrico, isto é a
Terra no centro do Universo.
 Os movimentos dos corpos celestes, são todos
circulares e uniformes.
 A esfera de estrelas fixas, rodava ao redor da
Terra. Era um Universo finito, que acabava na
esfera de estrelas fixas.

93
PLATÃO E OS SÓLIDOS REGULARES
 Para Platão o mundo era constituído por quatro elementos: a
Terra, o Fogo, o Ar e a Água, estabelecendo uma associação
mística entre estes e os sólidos. Na matéria havia porções
limitadas por triângulos ou quadrados.
 O fogo, como mais leve e violento deveria ser um tetraedro.
 A terra o mais estável dos elementos deveria ser um cubo.
 Quanto ao ar, foi associado ao octaedro.
 A água inconstante e fluida foi associada ao icosaedro.
 O outro sólido regular ficou associado ao Universo, o
Dodecaedro.
 Por muito excêntrica que seja esta teoria, no séc. XVI, foi
aceite como verdadeira por Kepler, quando este se começou a
preocupar com a ordem matemática do mundo.
94
PLATÃO E OS 5 SÓLIDOS REGULARES

TERRA

FOGO AR

UNIVERSO
ÁGUA

95
ARISTÓTELES
 Aristóteles (384a.C./322a.C.) nasceu em Estagira. Foi
preceptor de Alexandre. É o fundador da Ciência
Política e do Direito Constitucional
 A sua principal obra é “Organon” ou “Lógica”.
 Funda o Liceu (A escola ficava em frente ao templo
de Apolo Lyceo)
 A sua filosofia é chamada peripatética (devido ao
peripato)
 Para Aristóteles “O nosso conhecimento parte dos
sentidos, tem origem nos dados que a experiência
sensível lhe fornece”. (S. Tomás de Aquino segue as
ideias de Aristóteles, bem como Locke)
 Aristóteles vai marcar o pensamento da Igreja durante
séculos 96
ARISTÓTELES E O UNIVERSO
 O Universo tem a forma perfeita de uma esfera
 Na periferia localiza-se o firmamento celeste com a esfera de
estrelas fixas. A esfera de estrelas fixas realizava uma volta por
dia em torno da Terra.
 Universo: Esférico – Finito – Geocêntrico – Centrado. A Terra
estava imóvel no Universo.
 Todos os astros estavam dentro de uma esfera cristalina.
 No seu Universo havia uma região supralunar ou celeste e uma
região sublunar
 Região supra lunar (ou região celeste) – Região incorruptível – só
existia o éter (o 5º elemento)
 Região sublunar (aqui os corpos são constituídos pelos 4
elementos de Empedócles e Platão – terra – ar – água – fogo).
Zona corruptível. Onde tudo acontecia; queda de estrelas,
cometas, etc. (mundo instável, sempre em transformação).
97
O MUNDO DE ARISTÓTELES

98
Exemplo
do
Universo
de
Aristóteles

99
É
Este
o
Universo
de
Aristóteles

100
FILME UNIVERSO ARISTÓTELES

101
ARISTÓTELES E OS 4 ELEMENTOS
 Aristóteles, segue a teoria de Empedócles dos 4
elementos. No entanto, em vez de os considerar
como “fundamentais ou primeiros”, encara-os como
resultado das 4 qualidades fundamentais: quente, frio,
seco e húmido.
 Assim sendo, obtinha-se do fogo, a combinação
quente e seco. A Terra, era seca e fria. O ar era
húmido e quente. A água era húmida e fria.
 Resumindo, admitia a possibilidade da transformação
de um elemento em outro.
 Admitia a correspondência, entre os 4 poliedros
regulares e os 4 elementos, descobrindo um 5º
elemento, correspondente ao 5º poliedro regular. 102
OS 4 ELEMENTOS DE ARISTÓTELES

103
ARISTÓTELES E A FÍSICA
 Para Aristóteles a metafísica é a filosofia primeira e a
física é a filosofia segunda. A metafísica é a ciência
que se ocupa das realidades transfísicas.
 Em relação à física é uma física finalista – na medida
em que explica os fenómenos como meios para um
fim, tudo o que é criado, é com um fim.
 Para Aristóteles cada ser é constituído por 4 causas:
 1 – Origem – Causa Formal (Projecto)
 2 – Matéria – Causa Material (Material necessário)

 3 – Forma – Causa Eficiente (sujeito que produz)

 4 – Fim – Causa Final (Finalidade para que o ser é


produzido) {Causa Final ou Função Potencial}
104
EXEMPLO ILUSTRADO DA FÍSICA ARISTOTÉLICA

105
ARISTÓTELES E A LÓGICA
 Aristóteles é o fundador da lógica. É a ciência que
estuda o pensamento. A Lógica mostra como
procede o conhecimento quando pensa. Qual a
estrutura do raciocínio. É o estudo da razão na
linguagem.
 Na lógica aristotélica existe o raciocínio perfeito ou
SILOGISMO
 No silogismo existem 3 proposições: Premissa maior
– Premissa menor – Conclusão.
 Das duas primeiras premissas pode-se deduzir uma
terceira.
 Aristóteles na sua lógica, partindo de premissas
inquestionáveis chega a conclusões dotadas de
absoluta certeza. 106
ARISTÓTELES E A LÓGICA (cont.)
 Hoje os novos domínios da lógica são: cibernética
– informática – inteligência artificial.
 Exemplo de silogismos:

Todos os homens são mortais (premissa maior)


Sócrates é homem (premissa menor)
Sócrates é mortal (conclusão)
Todo o A é B
Todo o B é C
Todo o A é C
 Para Aristóteles existe ainda a Falácia (não é um
raciocínio perfeito).
ex.: Todos os pés têm unhas, as cadeiras têm
pés................... 107
ARISTÓTELES E A POLÍTICA
 Aristóteles deu um grande contributo para a história
das ideias políticas. Lutou pelos valores da
democracia ateniense (república) onde era
estrangeiro.
 Refere que o homem é um animal político, feito para
viver em sociedade.
 Quanto a regimes políticos agrupa-os em regimes
sãos e regimes degenerados.
 Regimes sãos: Monarquia, Aristocracia e República-(como democracia)
 Regimes degenerados: Tirania, Oligarquia, Democracia-(como demagogia)

108
ARISTÓTELES PIONEIRO DA CIÊNCIA

 Aristóteles foi pioneiro da ciência. Estudou com base


em observação directa a morfologia e o
comportamento de mais de 500 espécies de
animais.
 Escreveu obras de lógica, física, astronomia,
biologia, psicologia, ética, filosofia política e
económica.
 Os seus escritos lançaram as bases para o
desenvolvimento de muitas disciplinas científicas.
 A metafísica de Aristóteles representa um ponto
essencial no pensamento filosófico e científico
ocidental.
109
OUTROS PENSADORES GREGOS
 EMPEDÓCLES – Formulou uma teoria sobre a
origem de todas as coisas que subsistiu até à
Idade Moderna. Para Empedócles o universo é
composto por 4 elementos: ar, água, terra e fogo.
 DEMÓCRITO – Desenvolveu uma teoria do
Cosmos, cujos fundamentos teóricos e formais,
ainda hoje são aceites pela física. Demócrito
afirmou como elemento primordial o átomo,
palavra criada por ele. Afirmava que a matéria era
constituída por materiais indivisíveis; os átomos e
conforme eles se agrupavam assim determinavam
a natureza da matéria.
110
OUTROS PENSADORES GREGOS (cont.)
 EUCLIDES – O seu nome está hoje ligado à parte da
matemática que estuda as figuras, a chamada
geometria euclidiana. A sua principal obra: “Os
Elementos”, estabelece o nível científico da
matemática, identifica as definições e os axiomas,
sobre os quais se podem construir os teoremas
matemáticos.
 PITÁGORAS – Defendia que os números, bem como
a oposição finito-infinito constituíam a “substância” de
todas as coisas. Defendia que 10 era o número
perfeito e que teriam que ser 10 os corpos a mover-se
à volta de um fogo central. Como na altura só se
conheciam nove astros inventaram a Anti-Terra. É
dele o Teorema de Pitágoras. 111
OUTROS PENSADORES GREGOS (cont.2)
 Além destes pensadores, muitos outros nomes
deixaram marcas indeléveis na história grega e
ocidental:
 Ptolomeu – Eratóstenes – Hipócrates – Aristarco de
Samos – Tales de Mileto – Apolónio de Perga –
Arquimedes – Homero – Xenofonte.
 Todos estes nomes formularam teorias, deixaram
inovações, sobre os temas mais diversos, como
matemática, física, astronomia, medicina, história,
literatura, etc.

112
UMA VISÃO RESUMIDA DE ATENAS

113
A HERANÇA GREGA – A TRANSMISSÃO DO
SEU SABER À CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL

114
COMO OS GREGOS
VIAM A TERRA
E/OU
O UNIVERSO

115
LINHA DO TEMPO ASTRÓNOMOS GREGOS

Até ao séc. V a.C. assistimos a uma preocupação


fundamental dos filósofos gregos de tentar saber a
origem do mundo, daí o nome de Período Cosmológico,
continuando no entanto, depois do séc. V a procura
116
incessante dessa origem.
HOMERO
 Homero nasceu em Esmirna no séc. VIII a.C.
 Os 1ºs registos de como os gregos viam o
Universo, estão nos escritos épicos escritos por
Homero e Hesíodo (séc. VIII a.C.).
 Homero na Odisseia dizia que a abóboda
celeste tinha a forma de uma bacia virada para
baixo que englobava toda a Terra, com um
“aither” éter, flamejando acima do “aer” ar, onde
estavam as nuvens.
 Na Odisseia, Homero mencionava as estrelas
pelos nomes e os movimentos do Sol e da Lua. 117
HOMERO (cont.)
 Para Homero por baixo da Terra havia o
“Hades”, lugar dos mortos, lugar de sombras
e por baixo deste, estava o “Tártaro”, lugar
de todo o mal, para onde iam as almas.
Tanto “Hades” como Tártaro” designavam o
inferno. Para a mitologia grega “Tártaro” era
o lugar dos castigos. Para Homero o Oceano,
era o rio que circundava toda a Terra. Era do
Oceano que se levantava o Sol, bem como
os outros corpos celestes.
118
O MUNDO DE HOMERO

119
HESÍODO

 Hesíodo nasceu na Beócia no séc. VIII a.C.


 No poema de Hesíodo “Genealogia dos deuses”, é
mostrada a génese dos deuses e onde Hesíodo descreve
a origem do mundo, os reinados de Urano, Cronos e Zeus
e a união dos mortais aos deuses, nascendo assim os
heróis mitológicos.
 As personagens representam aspectos básicos da
natureza e do ser humano, expressando também as
ideias dos primeiros gregos sobre a constituição do
Universo.
 Os temas de Hesíodo, são sempre os deuses. Os deuses
são os regentes dos destinos do ser humano, com as
suas fadigas e misérias.
120
HESÍODO (cont.)
 Hesíodo dividiu a história da humanidade em cinco períodos,
da Idade do Ouro à Idade do Ferro e este correspondia ao
difícil período histórico em que ele próprio viveu.
 Para Hesíodo só o trabalho e o exercício das virtudes morais,
permitiriam aos seres humanos, chegar a uma existência
feliz, na terrível Idade do Ferro.
 São estes para Hesíodo os períodos da história do homem:
 Idade do Ouro
 Idade da Prata
 Idade do Bronze
 Idade dos Heróis (heróis de 2 tipos)
 Heróis da Justiça

 Heróis da violência e da guerra

 Idade do Ferro
121
TALES DE MILETO
 Tales de Mileto, (624-546 a.C.) considerado o
fundador da filosofia, um dos sete sábios da Grécia
antiga, fundador da Escola de Mileto e da Escola
Jónica.
 Tales foi o 1º a explicar o eclipse do Sol, verificando
que a Lua é iluminada pelo Sol. Segundo Heródoto
ele teria previsto um eclipse solar em 585 a.C. Para
Aristóteles, tal feito marca o começo da filosofia.
 Para Tales a água constitui o principio e a origem do
Universo. Há um esforço em Tales para buscar um
princípio único da explicação do mundo e esse será
o ideal da filosofia.
122
TALES DE MILETO (cont.)
 Atribui-se a Tales a descoberta da electricidade,
com a experiência da barra de âmbar (elektron).
 Proclo, Laércio e Plutano, atribuem a Tales a
transferência de conhecimentos matemáticos do
Egipto para a Grécia, bem como a descoberta de
várias proposições relativas às paralelas, aos
triângulos e propriedades do círculo.
 Tales deu um carácter dedutivo à ciência. É
também através de Tales e da sua escola que se
começa a reunir em corpo, a ciência matemática
que provinha dos sábios caldeus e egípcios.
123
TALES DE MILETO
(O TEOREMA DE TALES)
 O Teorema de Tales foi proposto
pelo filósofo grego Tales de Mileto,
e afirma que quando duas “rectas
transversais” cortam um feixe de
“rectas paralelas”, as medidas dos
segmentos delimitados pelas
transversais são proporcionais.

124
ANAXÍMANDRO DE MILETO
 Para Anaxímandro, (611-545 a.C.) o cosmos resultou de
uma luta entre os opostos: calor e frio.
 No começo não limitado do tempo, os dois separaram-se e
o resultado foi uma bola de fogo circundada de neblina,
tendo a bola endurecido e formado uma esfera sólida no
centro, a Terra.
 Para Anaxímandro a Terra tinha o formato de um cilindro e
era circundada por imensos anéis cósmicos, cheios de
fogo. A nossa atmosfera foi formada devido a alguns anéis
de fogo, terem aprisionado a neblina.
 O Sol, a Lua e as estrelas, fazem parte desses anéis
cósmicos, e eram furos nessas rodas cósmicas, que
deixavam o fogo escapar. O céu seria esférico, formado
125

por várias camadas.


ANAXÍMANDRO DE MILETO (cont.)
 Para Anaxímandro, o Universo era eterno e infinito e em
perpétua inter-relação. Um número infinito de mundos
existiram antes do nosso e após a sua existência,
dissolveram-se na matéria primordial, o “apeiron” e outros
mundos tornaram a nascer.
 De acordo com sua teoria, o princípio de tudo o que existe é
indeterminado e está na matéria primordial o “apeiron”, que
é incorruptível, não estando sujeito à morte nem à
destruição. É o fundamento a partir do qual se geram todas
as coisas e a ele se reduzem perecendo, com a justa linha
do tempo.
 Esta imagem dinâmica do Universo, é semelhante ao mito
da criação do hinduísmo, com os processos de criação e
destruição. 126
O UNIVERSO DE ANAXÍMANDRO

127
ANAXÍMENES DE MILETO
 Anaximenes (585-528 a.C.) é o terceiro e último
representante da escola de Mileto. Discípulo de
Anaximandro e seu continuador.
 Para ele o ar é o único ser, dá origem aos outros elementos:
água, fogo e terra, por meio da condensação e rarefacção,
ao corromperem-se, a ele retornam. É o ar a substância
primária, de onde vinha toda a vida.
 A Terra, Sol, Lua e astros cavalgam sobre o ar e são planos.
Os astros não se movem debaixo da Terra, mas ao redor
dela, "como gira um chapéu ao redor da nossa cabeça".
 Foi o 1º a afirmar que a Lua recebia a luz do Sol. Afirmou
que o arco-íris não era uma deusa, mas o efeito dos raios de
sol sobre um ar mais denso. 128
ANAXÍMENES DE MILETO

129
PITÁGORAS DE SAMOS
 Pitágoras (580-497 a.C.) fundou em Cotrona a Escola
Pitagórica, fazia parte da Escola Itálica. Para Pitágoras
havia quatro graus de sabedoria: Aritmética, Astronomia,
Geometria e Música.
 Para Pitágoras a essência de tudo, na geometria, ou na
vida do homem, podia ser explicada através das
propriedades dos números. Tudo era governado pela
matemática.
 A “Tetraktis”, a década ou o dez, era o número divino, o
número que em si continha a raiz e o fluxo da criação. De
entre estes o “sete” é o que não engendra nenhum outro
número, nem é engendrado por nenhum deles.
 A Terra e corpos celestes, eram esféricos. Havia a rotação
da Terra, originando dia e noite. A revolução dos astros130
era feita em torno de um foco central, que não era o Sol.
PITÁGORAS DE SAMOS (cont.)
 Para Pitágoras, a lei do número domina os astros.
Suas distâncias, grandezas e movimentos são
regulados, por relações, matemáticas, geométricas
e numéricas.
 Os astros moviam-se em círculos. Havia o círculo
da Anti-Terra, Terra, Lua, Sol, Mercúrio, Vénus,
Marte, Júpiter e Saturno o mais próximo das
estrelas. Com o círculo das estrelas, seriam ao todo
dez, reproduzindo a perfeição da chamada
“Tetraktis” o número divino.
 No centro de tudo o fogo central, um fogo imenso, o
Altar de Zeus, não visível da Terra. 131
A TETRAKTIS
E O UNIVERSO DE PITÁGORAS

132
XENÓFANES DE CÓLOFON
 Xenófanes, nascido em Cólofon na Jónia, (570-460 a.C.), crítico
feroz do hábito humano de representar as divindades à sua
semelhança, bem como da moralidade dos deuses. Foi o
primeiro filósofo grego a postular a possível existência de um
deus único.
 Xenófanes dizia que era da terra e da água que todos vinha-
mos, sendo a terra o principal elemento.
 Diz que permanentemente se processa, uma mistura da
terra com o mar e que com o tempo a terra é dissolvida pela
humidade. Toda a espécie humana é destruída sempre que a
terra é arrastada para o fundo do mar e se converte em lodo.
Então, uma nova geração recomeça, e todos os mundos têm
este mesmo princípio. 133
HERÁCLITO DE ÉFESO
 Heráclito (540-470 a.C.), recebeu o cognome de “pai da
dialéctica” (dialéctica - arte do diálogo, persuasão).
 Para Heráclito, o fogo é o elemento primordial de todas as
coisas. O princípio primeiro de tudo.
 O cosmos é só um. Nasce do fogo e será pelo fogo
consumido, em ciclos que se repetem pela eternidade.
 A Terra é cercada pelo astros, Sol, Lua e estrelas, que nada
mais são que barcos, cujas concavidades estão voltadas
para nós e carregam dentro de si chamas brilhantes.
 A chama mais quente e brilhante é a do Sol. Os demais
astros distam mais da Terra, sendo por isso menos
brilhantes. A Lua está próxima da Terra, mas encontra-se
num espaço puro “a escuridão”, enquanto o Sol também 134 se

encontra num espaço puro mas claro.


PARMÉNIDES DE ÉLEIA
 Parménides (530-460 a.C.) foi o fundador da Escola Eleática.
A sua doutrina sustenta o seguinte:
 O mundo sensível é uma ilusão,
 O Ser é Uno, não gerado e imutável,
 Nossa realidade é imutável. Tem a ver com a realidade divina
do Ser-Absoluto, que premeia todo o Universo,
 O Ser é omnipresente, já que se não o fosse, isso seria
equivalente à existência do seu oposto o “Não-Ser”,
 O Ser, não foi criado por algo, pois isso seria dizer, haver outro
ser,
 O Ser não foi criado do nada, pois isso implicaria haver o “Não-
Ser”. O Ser simplesmente é
 Destes postulados deduz que o Ser é perene e incriado,
perene, imóvel, contínuo, infinito e esférico,
 Perménides deduz ainda que o tempo e o vazio são
inconcebíveis. 135
FILOLAU DE CROTONA
 Filolau (Séc.V a.C.) discípulo de Pitágoras,
segue as teorias da escola pitagórica, o livro
que deixou iria influenciar Platão.
 Para Filolau, havia no centro do Universo, um
fogo central, a “Héstia”. A Terra circulava em
torno da “Héstia” e não era possível ver o
fogo central, a Anti-Terra não permitia.
 Tal como em Pitágoras, o número de
planetas são dez, com a esfera de estrelas e
o círculo da Anti-Terra.

136
O UNIVERSO DE FILOLAU

137
EMPEDÓCLES DE AGRIGENTO
 Empedócles (483-423a.C.), defensor da
democracia, defendia a constituição do Universo
através da combinação dos 4 elementos: terra, ar,
água e fogo. Sobre os 4 elementos actuam dois
princípios motores: amor que os agrega e ódio que
os desagrega.
 Tudo o que existia, seria uma mistura dos 4
elementos em maior ou menor grau e os 4
elementos eram o que de indestrutível e imutável
existia no mundo.
 A ordem e a unidade é garantida pelo amor, a
acção do ódio dá lugar à diversificação das coisas.
138
EMPEDÓCLES DE AGRIGENTO (cont.)

 A sua teoria mistura ciência e religião. Apesar


disso a sua cosmogonia, ao defender a identidade
entre o ser humano e o ser cósmico, veio a fazer
parte das escolas gnósticas. (Gnóstico – crença na existência
de um Deus bondoso)

 Empédocles explicou os dias e as noites através


do modelo da dupla esfera. Uma esfera interior
era luminosa numa metade e transparente na
outra metade e dava uma volta a cada 24 horas. A
outra esfera continha o firmamento visível à noite
e que rodava uma vez a cada 365 dias.
139
EMPEDÓCLES
OS 4 ELEMENTOS E A DUPLA ESFERA

140
DEMÓCRITO DE ABDERA
 Demócrito (460-370 a.C.), foi aluno de Leucipo de
Mileto, (480-420 a.C.) e Aristóteles considera Leucipo o
criador da teoria dos átomos, depois desenvolvida
e elaborada por Demócrito, no entanto Mosco de
Sídon, (1270-1180 a.C.) defendeu a teoria atómica,
muito antes de Leucipo.
 Os atomistas diziam que a natureza era composta
por partículas infinitas. Constituída por átomos e
vazio (o espaço entre os átomos).
 O mundo dos átomos que ocorria no espaço vazio,
não se produzia ao acaso, mas segundo um
encadeamento causal (leis mecânicas do
Universo). 141
DEMÓCRITO DE ABEDERA (cont.1)
 No Universo de Leucipo e Demócrito, a Terra
era um dos muitos corpos celestes, formados
pela agregação de átomos.
 Não era a única, não estava em repouso, nem
estava no centro, o Universo infinito não tem
centro.
 Qualquer parte do espaço é igual a qualquer
outra. Os átomos, formaram o Sol e a Terra,
outros átomos podem ter formado numerosos
mundos.
 Para os atomistas existiam outros sóis e outras
terras. 142
DEMÓCRITO DE ABDERA (cont.2)

 Nada pode surgir do nada, assim os átomos


eram eternos, imutáveis e indivisíveis,
podendo ser combinados para dar origem
aos corpos mais diversos.
 O sistema representava o mundo como um
grande sistema cósmico.
 Demócrito criticou a teoria do “Ser” de
Parménides, sendo considerado o filósofo
mais lógico dos pré-Socráticos.

143
SÓCRATES
 Sócrates (470-399a.C.) nasceu em Alopeke/Atenas
abraçando muitas das ideias da escola pitagórica, buscando
provas da existência de um plano inteligente que existiria na
construção do Universo.
 Para Sócrates, o conhecimento só era possível quando o
homem tivesse um auto conhecimento, só assim,
conseguindo obter saber sobre si e as relações do Universo.
 Sócrates sempre dizia que sua sabedoria era limitada à sua
própria ignorância (Só sei que nada sei)
 Opunha-se à democracia que era praticada em Atenas
durante sua época. Acreditava que a perfeita república
deveria ser governada por filósofos. Acreditava também que
os tiranos eram mesmo mais legítimos que a democracia. 144
ARISTARCO DE SAMOS
 Para Aristarco, (310-230 a.C.) o “Copérnico da antiguidade”
o Sol era o centro de uma enorme esfera de estrelas. A
Terra movia-se num círculo à volta do Sol.
 Os movimentos de todos os corpos celestes poderiam ser
mais facilmente descritos caso se admitisse que todos os
planetas, incluindo a Terra, giravam em torno do Sol, para
ele, seria mais natural supor que o astro menor girasse em
torno do maior, e não o contrário
 A Terra estaria no centro da órbita lunar.
 Aristarco procurou determinar a distância Terra-Lua em
relação à distância Terra-Sol, considerando o triângulo
formado por esses três astros.
 Aristarco concluiu que o Sol estaria 20 vezes mais distante
da Terra que da lua. (A proporção verdadeira é de cerca
145
de
400 vezes).
ARISTARCO SAMOS (cont.1)
 Aristarco procurou calcular o diâmetro da Lua em
relação à Terra, baseando-se na sombra
projectada pelo nosso planeta durante um eclipse
lunar. Concluiu que a Lua tinha um diâmetro três
vezes menor que o da Terra (o valor correcto é
3,7). Com esse dado, deduziu que o diâmetro
solar era 20 vezes maior que o da Lua e cerca de
7 vezes maior que o da Terra. Hoje sabemos que
o diâmetro terrestre não alcança 1/100 do
diâmetro solar.
 Aristarco também calculou, com mais precisão a
146
duração de um ano solar.
ARISTARCO DE SAMOS (cont.2)

 Cleantes, o estóico*, considerava


(331-220a.C.)
que Aristarco deveria ser acusado e
condenado por ter proposto, deslocar o foco
do Mundo, o que era uma profanação
sacrílega.

(para os estóicos todo o universo é corpóreo e governado por um Logos divino)


*

147
ARISTARCO DE SAMOS
 Experiência de Aristarco, em que calcula os
tamanhos da Lua e do Sol, bem como as
distâncias da Terra ao Sol e à Lua.

148
MUNDOVISÃO DE ARISTARCO

149
EUDOXO DE CNIDO
 Para Eudoxo (408-355 a.C.), discípulo de Platão, a Terra
estava em repouso no centro do Universo. O céu de estrelas
fixas giraria à sua volta, bem como os outros planetas e o Sol.
 Eudoxo também inventa o “método de exaustão”, que
permitia aproximar duas quantidades desiguais, pelo
esgotamento suas diferenças. (Este método permitia comparar
áreas e volumes).
 É de Eudoxo também a “teoria das proporções” – Esta teoria
permitia comparar comprimentos de qualquer natureza.
 A sua hipótese cosmológica de esferas homocêntricas
explicará o movimento aparente dos planetas.
 No seu sistema planetário, cada planeta estava colocado na
esfera interior de um grupo de 2 ou mais esferas interligadas e
concêntricas, cuja rotação simultânea dos diferentes eixos 150

produziria o movimento observado dos planetas.


EUDOXO DE CNIDO (cont.1)
 As esferas tinham um centro comum a Terra. Três esferas
representavam o movimento total do Sol e da Lua.
 Um sistema de 4 esferas representava o movimento de
Júpiter e outro conjunto o sistema de Saturno. Para cada
um dos restantes planetas era necessário um conjunto de
4 esferas. Para a esfera de estrelas fixas, competia uma
só esfera. Isto dava um total de 27 esferas.
 Este sistema explicava as estações do ano e também os
movimentos reais dos planetas, mas só de modo
aproximado e havia grandes divergências em relação a
Marte.
 Mais tarde (cerca de 336 a.C.) Calipo de Cízico,
renovaria e completaria a a teoria de Eudoxo. 151
EUDOXO (cont.2)
 No modelo de Eudoxo de 4 esferas, o funcionamento seria
deste modo:
 - A esfera externa gira com o movimento de estrelas fixas
 - A segunda esfera gira com a inclinação de eclíptica,
representando o movimento aparente do planeta ao longo do
Zodíaco movendo-se de oeste para leste.
 - O movimento das duas esferas internas seguintes descreve
uma figura com a forma do algarismo “8”, figura esta conhecida
como hipopédia.
 - O eixo de terceira esfera é perpendicular à ao da segunda, ao
passo que o eixo da quarta é levemente inclinado em relação à
terceira, girando em sentido oposto com a mesma velocidade
angular.
152
AS ESFERAS DE
EUDOXO

A Hipopédia

153
AS ESFERAS DE EUDOXO (cont.)

154
HERÁCLIDES DE PONTO
 Para Heráclides (388-315 a.C.) discípulo de Platão, a Terra
estava no centro do Universo.
 Apesar de não haver provas, parece ter sido o primeiro filósofo,
a sugerir uma rotação diária da Terra, em vez da rotação da
esfera de estrelas fixas, explicando assim o movimento diário
dos astros. Não explicando no entanto o deslocamento da
órbita lunar nem a retrogradação de Marte, Júpiter e Saturno.
 Sugeriu que os planetas Mercúrio e Vénus rodavam em redor
do Sol móvel e não em órbitas à volta da Terra. Para
Heráclides as estrelas seriam imóveis.
 Defendeu a filosofia atomista, segundo o qual o mundo era
composto por átomos, separados pelo espaço vazio.
 Afirmou que o princípio do movimento era divino e não uma
necessidade mecânica.
 Supõe-se que chegou a imaginar o sistema heliocêntrico.
155
O UNIVERSO DE HERÁCLIDES

 No sistema de
Heráclides, a
Terra central e os
planetas Mercúrio
e Vénus, rodando
em redor do Sol
que os arrastava
atrás de si em
volta da Terra.

156
ERATÓSTENES DE CIRENE
 Eratóstenes (276-194 a.C.), ficará para sempre
ligado à medida do círculo da Terra.
 Para Eratóstenes a Terra estava no centro do
Universo, rodeada pela esfera de estrelas fixas.
 Criou um catálogo com cerca de 700 estrelas fixas.
 Ao que tudo indica foi ele o criador da esfera armilar.
 Foi historiador, geógrafo, astrónomo, mas ainda
poeta e crítico teatral.
 Foi o criador do “Crivo de Eratóstenes”, um método
simples e prático de encontrar os “números primos”
até um certo valor limite. (Número Primo – é aquele que tem apenas dois divisores, a
unidade e o próprio número)

157
O “CRIVO DE ERATÓSTENES”
 Os “números primos”, têm
um papel importante, no
uso dos computadores.
 Também os sistemas
criptográficos, se servem
dos números primos
utilizando “chaves
públicas”, que permitem a
transmissão secreta de
mensagens, entre várias
pessoas.
 Eratóstenes, preocupou-se
com esta questão dos
números primos, criando o
“Crivo de Eratóstenes”.158
APOLÓNIO DE PERGA
 Apolónio (262-190 a.C.), conhecido como o “grande
geómetra”, um dos fundadores da geometria matemática,
usou modelos geométricos para explicar a teoria planetária.
 Fez um estudo sobre os movimentos dos planetas,
estudando os pontos onde o planeta parece estar
estacionário, nomeando os pontos onde os planetas
invertiam os seus movimentos.
 Apolónio propôs 2 sistemas de representação dos planetas:
 um feito de movimentos de epiciclos,
 outro envolvendo movimentos excêntricos.
 No modelo dos epiciclos, considerava que um planeta P se
movia uniformemente ao longo de um pequeno círculo
(epiciclo) cujo centro C se movia uniformemente ao longo
de um círculo maior (deferente) com centro na terra. 159
OS EPICICLOS DE APOLÓNIO
 No modelo excêntrico
considerava que o
planeta P move-se ao
longo de um círculo
grande, cujo centro C`
se move,
uniformemente num
círculo pequeno de
centro E. Se PC=C`P,
os dois esquemas são
iguais.

160
HIPARCO DE NICÉIA
 Hiparco (190-126 a.C.), foi um seguidor das ideias de
Apolónio de Perga, na questão da retrogradação dos
planetas e da teoria dos epiciclos.
 Para Hiparco a Terra estava no centro do Universo,
rodeada pela esfera das estrelas fixas.
 Supõe-se ser Hiparco o inventor do astrolábio,
instrumento naval que servia para medir a altura dos
astros e determinar a posição das estrelas, mais tarde
simplificado e substituído pelo sextante.
 Hiparco é chamado o “pai” da trigonometria, por ter sido
o pioneiro na elaboração de uma tabela trigonométrica,
com valores de uma série de ângulos.
 É considerado um astrónomo de transição entre a obra
babilónica e a astronomia ptolomaica. 161
O UNIVERSO DE HIPARCO

162
CLÁUDIO PTOLOMEU
 Ptolomeu (90-168 d.C.), revoluciona a astronomia,
aperfeiçoando o sistema dos epiciclos de Hiparco.
 Ptolomeu foi considerado o primeiro “cientista celeste”.
Sua obra “He Mathematiké Syntaxis” dividida em treze
livros, defende que a Terra está no centro do Universo,
rodeada pela Lua, Mercúrio, Vénus, Sol, Marte, Júpiter e
Saturno.
 O Universo de Ptolomeu, manteve-se durante séculos, até
ser derrubado por Nicolau Copérnico.
 Ptolomeu descobriu cerca de duzentas estrelas,
catalogando as suas e as de Hiparco, num total de mais
de mil.
 Na sua obra “Almagesto” Ptolomeu não se preocupou em
saber se havia epiciclos, deferentes ou equantos. A sua
preocupação foi construir um modelo, mais que
representar a realidade. 163
O UNIVERSO DE PTOLOMEU

164
O
UNIVERSO
DE
PTOLOMEU

165
FIM
OBRIGADO PELA VOSSA ATENÇÃO

166

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