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MINISTRO DA EDUCAÇÃO
Aloizio Mercadante
REITOR
Sebastião Edson Moura
DIRETOR GERAL
Carlos Elízio Cotrim
ORGANIZADORES DO EVENTO
Aureluci Alves de Aquino
João Abel da Silva
Paulo Emílio Rodrigues Donato
Sérgio Luiz Rodrigues Donato
Verbenes Fernandes de Azevedo
Woquiton Lima Fernandes
OS AUTORES .............................................................................................. 3
APRESENTAÇÃO ........................................................................................ 5
10
Alexsandro dos Santos Brito
11
Escolha de Solo para o Cultivo de Palma Forrageira
A B
Figura 1. Modificação da estrutura do solo com o manejo: A – arranjo frouxo das
partículas do solo (boa condição estrutural); B – arranjo cerrado das
partículas do solo devido à compactção (má condição estrutural)
(modificado de Shaxon, 1993).
Cobertura do Solo
A cobertura do solo, seja ela viva ou morta, proporciona os seguintes
benefícios: a) proteção contra as chuvas e enxurradas; b) incorporação de
matéria orgânica e nutrientes; c) melhoria da estrutura do solo; d) aumento
da infiltração da água; e) redução da evaporação da água; f) aumento da
retenção, da armazenagem e da disponibilidade de água; g) regularização
da temperatura do solo; e h) redução na infestação por plantas daninhas.
Quando o solo se encontra com cobertura vegetal, a perda de solo e água
é menos intensa, ocorre reciclagem dos nutrientes através das raízes das
diferentes espécies de plantas melhoradas de solo, cujos resíduos
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Escolha de Solo para o Cultivo de Palma Forrageira
Considerações Finais
A abordagem dada ao tema demonstra que a classe de solo não é
o fator mais importante, uma vez que a Palma é uma planta bastante
rústica, apesar de existir alguns solos ideais para esse e outros cultivos.
Porém, o mais importante é o manejo do solo adotado, o qual deve prezar
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Alexsandro dos Santos Brito
Referências Bibliográficas
HILLS, F.S. Anatomia e fisiologia. In: BARBERA, G. et al. (Ed.).
Agroecologia, cultivo e uso da palma forrageira. João Pessoa:
SEBRAE-PB, 2001. p.28-35. (Estudo da FAO em produção e Proteção
vegetal, 132, 1995).
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2. Técnicas de Plantio
e Manejo de Espaçamentos
em Palma Forrageira
Paulo
Emílio Rodrigues Donato
Época de Plantio
A época ideal para o plantio é o terço final do período seco (Santos
et al., 2002), nesta região são os meses de agosto a outubro. O plantio no
período seco é importante para evitar o apodrecimento das raquetes, que
pela umidade excessiva no início da estação chuvosa, ocasiona uma maior
contaminação por fungos e bactérias.
Preparo do Solo
O terreno deve ser destocado para facilitar as operações de
preparo do solo. Como se trata de um cultivo permanente com
sobrevivência estimada em mais de 15 anos, um preparo de solo
adequado deve ser analisado com maior preocupação pelo produtor.
Caso o solo tenha sido ocupado por outras culturas por longo
período de tempo, a subsolagem da área deve ser considerada como uma
operação fundamental, devendo ser realizada com profundidade suficiente
para o rompimento da camada compactada.
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Paulo Emílio Rodrigues Donato
19
Técnicas de Plantio e Manejo de Espaçamentos em Palma Forrageira
1
Mg (megagrama) = t (toneladas)
20
Paulo Emílio Rodrigues Donato
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Técnicas de Plantio e Manejo de Espaçamentos em Palma Forrageira
22
Paulo Emílio Rodrigues Donato
Plantio
As mudas devem ser enterradas no solo cerca de um terço ou
metade do seu comprimento, para garantir uma melhor fixação da futura
planta, evitando-se assim o tombamento em função do crescimento da
planta. As raquetes a serem plantadas podem ser colocadas na posição
vertical ou inclinada (Figura 6).
23
Técnicas de Plantio e Manejo de Espaçamentos em Palma Forrageira
Espaçamentos de Plantio
O espaçamento de plantio da palma forrageira, como estratégia de
manejo, é um ponto importante no estabelecimento do palmal. Varia de
acordo com a fertilidade do solo, quantidade de chuvas, finalidade de
exploração e com o consórcio a ser utilizado.
A luz é um fator que assume grande importância, e no caso da
palma forrageira, a disposição quase perpendicular dos cladódios em
relação ao solo dificulta a interceptação da luz incidente, o que resulta em
um crescimento inicial lento, em função da baixa área fotossintética, mas
constitui mecanismo de defesa contra o estresse por radiação. O plantio
adensado permite maior interceptação de luz por meio do aumento do IAC
(índice de área do cladódio), resultando em maiores produtividades.
Podem ser utilizados espaçamentos em fileiras simples, duplas,
triplas ou quádruplas, com populações que variam de 5.000 a 60.000
plantas por hectare.
24
Paulo Emílio Rodrigues Donato
26
Paulo Emílio Rodrigues Donato
27
Técnicas de Plantio e Manejo de Espaçamentos em Palma Forrageira
Referências Bibliográficas
DONATO, P.E.R. Características morfológicas, de rendimento e
nutricionais da palma forrageira sob diferentes espaçamentos e doses
de esterco. 2011. 134f. Tese (Doutorado em Zootecnia) - Universidade
Estadual do Sudoeste da Bahia, Itapetinga.
28
3. Práticas de Cultivo
em Palma Forrageira
29
Práticas de Cultivo em Palma Forrageira
31
Práticas de Cultivo em Palma Forrageira
Adubações
-1
maior, ou seja, 40.000 plantas ha , o que requer um maior cuidado com as
adubações.
Adubação Orgânica
-1
Doses de 10 a 70 Mg ha de esterco bovino podem ser utilizadas,
por ocasião do plantio, aplicando um terço incorporado nos sulcos e o
restante nas entrelinhas, em cobertura, com aproximadamente 30 dias
após o plantio ou no inicio do período chuvoso. Nos anos subsequentes o
esterco deve ser distribuído entre as fileiras com 10 a 20 cm de distância
das plantas (Figura 4), após a colheita ou no início do período chuvoso.
Adubação Química
A adubação química deve ser recomendada com base na análise
de solos, o que nem sempre é feito pela maioria dos produtores. Estes, na
prática do dia a dia, normalmente recorrem a informações de revendas ou
vizinhos que, via de regra, recomendam NPK (nitrogênio, fósforo e
potássio).
33
Práticas de Cultivo em Palma Forrageira
Pragas
Diversos insetos infestam a cultura de palma: lagartas (Figura 6),
besouros, formigas, trips e cupins. Esses são considerados pragas
acidentais (de raras ocorrências), porém o que realmente constitui praga
nessa região é a cochonilha escama Diaspis echinocacti (Bouché, 1833),
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João Abel da Silva
35
Práticas de Cultivo em Palma Forrageira
Medidas Preventivas
37
Práticas de Cultivo em Palma Forrageira
Medidas de Controle
Na literatura, são encontradas abordagens superficiais sobre
controle biológico para essa praga, onde a existência de inimigos naturais
não é comprovadamente eficiente. As técnicas de criação de predadores
ou parasitóides em laboratórios necessitam de infraestrutura que não
existe em nossa região. O controle químico, por seu elevado custo e suas
possíveis implicações ambientais, torna-se difícil, porém é a única solução
após adotar os manejos citados anteriormente. Vale ressaltar que não
existem no Brasil defensivos recomendados para uso na lavoura de palma.
Muitos produtores têm utilizado para a cultura produtos indicados para
controle de cochonilha em outras culturas.
38
João Abel da Silva
Doenças
O óleo mineral é bastante usado, aplicado só ou com outros
produtos. Tem ação direta no inseto, rompe a resistência da carapaça das
cochonilhas e melhora a aderência da solução na raquete que é muito
cerosa. Para pulverização em geral, a proporção máxima recomendada é
de 1%, porém na palma devido à cerosidade das raquetes, concentrações
maiores (1,5 a 2,0%) têm sido usadas sem causar danos à cultura e com
melhores resultados no controle da cochonilha.
As doenças em palma têm sido pouco importantes, ocorrem em
baixa incidência e, portanto, não causam danos severos à cultura em
nossa região, dentre elas destacam-se: podridões de raquetes primárias e
secundárias, causadas por fungos, podridões de raízes e raquetes da base
causadas por fungos ou bactérias e manchas em artículos.
A baixa densidade populacional dos plantios tradicionais dificulta a
disseminação das doenças, ao passo que o aumento das áreas plantadas
e o adensamento da cultura podem contribuir para uma maior incidência
das mesmas, justificando maiores cuidados.
Colheita
A palma, quando na colheita, diferentemente da maioria das
espécies forrageiras, apresenta bastante flexibilidade de manejo podendo
ser “armazenada” no campo, ou seja, somente ser colhida quando
necessário, sem perda da qualidade da forragem. Esse é um dos motivos
que auxilia a forte expansão dessa cultura na região.
Quanto ao manejo de colheita, a frequência e intensidade de corte
podem influenciar significativamente a produção de forragem pela palma.
Na maioria dos cultivos tradicionais de palma, a realização do primeiro
corte ocorre entre dois a três anos, enquanto em plantios adensados e
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Práticas de Cultivo em Palma Forrageira
40
João Abel da Silva
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Práticas de Cultivo em Palma Forrageira
Referências Bibliográficas
CHIACCHIO, F.P.B.; MESQUITA, A.S.; SANTOS, J.R. Palma forrageira:
uma oportunidade econômica ainda desperdiçada para o Semiárido
baiano. Bahia Agrícola, v.7, n.3, 2006.
SANTOS, D.C.; FARIAS, I.; LIRA, M.A.; SANTOS, M.V.F.; ARRUDA, G.P.;
COELHO, R.S.B.; DIAS, F.M.; MELO, J.N. de. Manejo e utilização da
palma forrageira (Opuntia e Nopalea) em Pernambuco. Recife: IPA,
2006. 48p. (IPA. Documentos, 30).
42
4. Resultados
Experimentais com Palma
na Região de Guanambi
Sérgio Luiz Rodrigues Donato,
Paulo Emílio Rodrigues Donato e
João Abel da Silva
Introdução
O clima do semiárido brasileiro é caracterizado pela baixa
quantidade e irregularidade das chuvas, excesso de evaporação, de
radiação e temperaturas elevadas, que restringem o crescimento e o
desenvolvimento normal das culturas agrícolas. Em algumas regiões, o
vento também constitui importante fator de estresse para os cultivos.
A palma, uma planta xerófila, suculenta, da família das cactáceas,
possui mecanismo fotossintético CAM, Metabolismo Ácido Crassulaceo,
caracterizado pelo fechamento estomático durante o dia, que traduz em
economia de água, e por isso é adaptada às adversidades do semiárido,
porém considerada pouco produtiva. Entretanto, durante o período chuvoso
e com adequada disponibilidade de nutrientes, pode ajustar o padrão de
captação de CO2, abrir seus estômatos durante o dia e,
consequentemente, aumentar a produtividade líquida, o que assegura
maiores reservas para a seca.
A adubação orgânica é uma prática milenar que consiste no uso de
resíduos de origem vegetal e animal para o fornecimento de nutrientes às
plantas, com o objetivo de aumentar a sua produtividade. A adição de
43
Resultados Experimentais com Palma na Região de Guanambi
Metodologia
O estudo de adubação orgânica consistiu da avaliação da palma
forrageira submetida a dois fatores de manejo. O primeiro fator, quatro
-1 -1
doses de adubação com esterco de bovino (0; 30; 60 e 90 Mg ha ano ),
e o segundo fator, três espaçamentos de plantio (1,00 x 0,50; 2,00 x 0,25 e
-1
3,00 x 1,00 x 0,25 m), com população fixa de 20.000 plantas ha . As
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Sérgio Luiz Rodrigues Donato, Paulo Emilio Rodrigues Donato e João Abel da Silva
avaliações foram realizadas aos 600 dias após o plantio, DAP. As doses
de esterco adicionadas correspondem ao aporte ao final do ciclo de N-
-1
P2O5-K2O (kg ha ): 000-000-000; 259-544-150; 518-1.088-300; 777-1.632-
450, respectivamente. Esse aporte é estimado e teórico, pois a taxa de
mineralização anual é baixa.
Características químicas médias do solo da área, antes do plantio:
-3 -3
pH = 5,4; P = 16,33 mg dm ; K = 113 mg dm ; Ca = 2,02; Mg = 0,90; Al =
-3
0,16; H + Al = 1,69; SB = 3,21; t = 3,36 e T = 5,50 (cmolc dm ); V =
-1
63,14%; m = 4,76%; Matéria orgânica = 14,67 g kg ; Cu = 0,36; Mn =
-3
17,61; Zn = 1,42 e Fe = 6,32 (mg dm ). Classe textural, Franco Argilo
Arenosa: Areia grossa = 340; Areia fina = 320; Silte = 140; e Argila = 200
-1
(g kg ).
Composição do esterco utilizado: macronutrientes – Ca, Mg, K, P,
-1
N e S - 1,7; 0,2; 2,5; 4,7; 5,2 e 2,3 g kg , respectivamente; micronutrientes
-1
– B, Cu, Zn, Mn e Fe - 2,1; 45,2; 200,5; 391,8 e 1.932,4 mg kg , nesta
-3
ordem; pH 7,42 e densidade, 0,38 g cm .
No experimento com adubação química, a palma foi submetida
também a dois fatores. O primeiro fator, quatro combinações de adubações
-1
química: a) sem adubação química; b) adubação fosfatada (P), 150 kg ha
-1
de P2O5; c) adubação fosfatada e nitrogenada (NP), 200 kg ha de N e 150
-1
kg ha de P2O5; e d) adubação nitrogenada, fosfatada e potássica (NPK),
-1 -1 -1
200 kg ha de N, 150 kg ha de P2O5 e 100 kg ha de K2O. O segundo
fator, três espaçamentos de plantio: a) fileira simples, 1,00 m x 0,50 m; b)
fileira simples, 2,00 m x 0,25 m; e fileira dupla, 3,00 m x 1,00 m x 0,25 m,
-1
com densidade de 20.000 plantas ha . As avaliações foram realizadas aos
620 dias após o plantio, DAP.
Características químicas médias do solo da área, antes do plantio:
-3
pH em água = 5,33; (P = 10,6 e K = 53,80) mg dm ; (Ca = 1,4; Mg = 0,9; Al
45
Resultados Experimentais com Palma na Região de Guanambi
-3
= 0,1; H+Al = 1,8; SB = 2,4; t = 2,6 e T = 4,4) cmol c dm ; (V = 55,9 e m =
-1
5,0) %; Matéria orgânica = 7,30 g kg ; (Cu = 0,30; Fe = 7,0; Mn = 57,7; Zn
-3
= 2,0) mg dm . Classe textural, Franco Arenosa: Areia grossa = 370; Areia
-1
fina = 290; Silte = 150; e Argila = 190 (em g kg ).
Trata-se de dois experimentos diferentes, o primeiro refere-se a
doses de adubo orgânico e o segundo, as combinações de adubações
química NPK, com doses fixas. As avaliações consideradas envolvem a
resposta da palma forrageira nos dois experimentos expressa pelo teor de
nitrogênio nos cladódios, número de cladódios, produção de massa verde
e de matéria seca e teor de proteína bruta. Assim, ainda que de forma
limitada e simplista, serão procedidas comparações entre os resultados
dos dois experimentos.
Resultados Obtidos
-1
Os teores de nitrogênio (dag kg ), avaliados aos 600 dias após o
plantio, em tecido de cladódios de palma forrageira, cresceram linearmente
em resposta às doses de esterco aplicadas ao solo, independentemente
dos espaçamentos de plantio utilizados (Figura 1).
Estima-se um incremento de 16,6% no teor de nitrogênio no tecido
-1 -1
de cladódio, ou seja, por volta de 5,5% para cada 30 Mg ha ano de
-1 -1
esterco adicionada ao solo, que corresponde a 130 kg ha ano de
nitrogênio.
No experimento com adubação química as médias dos teores de
nitrogênio avaliadas aos 620 DAP (Tabela 1), em tecidos de cladódios de
palma forrageira diferiram significativamente em função das adubações
química, independentemente do espaçamento de plantio utilizado. Os
tratamentos com NPK e NP apresentaram teores maiores de N, 2,19 e 2,22
46
Sérgio Luiz Rodrigues Donato, Paulo Emilio Rodrigues Donato e João Abel da Silva
-1 -
dag kg , respectivamente, em comparação ao sem adubação (1,19 dag kg
1 -1
) e com uso de P (1,38 dag kg ).
1,5
Teores de nitrogênio nos cladódios (dag kg )
-1
1,25
1
Yˆ 1,18189 0,002748 * * X ; r ² 0,98
0,75
0 30 60 90
-1 -1
Doses de esterco (Mg ha ano )
-1
Figura 1. Teores de nitrogênio (dag kg ) em tecido de cladódios de palma
forrageira aos 600 dias após o plantio, em função das doses de esterco
bovino.
Fonte: Donato (2011)
47
Resultados Experimentais com Palma na Região de Guanambi
-1
Tabela 1. Médias dos teores de nitrogênio (dag kg ), aos 620 dias após o plantio,
em tecidos de cladódios de palma forrageira cultivada sob diferentes espaçamentos
e adubações química.
-1 -1
Adubações N-P2O5-K2O (kg ha ) Nitrogênio (dag kg )
000- 000- 000 1,19 B
000-150-000 1,38 B
200-150-000 2,22 A
200-150-100 2,19 A
Média 1,75
CV (%) 12,58
Médias seguidas da mesma letra maiúscula na coluna, não diferem significativamente entre si,
pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. CV – coeficiente de variação.
Fonte: Silva (2012)
48
Sérgio Luiz Rodrigues Donato, Paulo Emilio Rodrigues Donato e João Abel da Silva
40
Yˆ E1 17,08333 0,213889 * * X ; r ² 0,98
35
Yˆ E2 17,15 0,088333 * * X ; r ² 0,98
Número de cladódios
30
25
E1
20
E2
15 E3
5
0 30 60 90
Figura 2. Média do número de cladódios por planta de palma forrageira, aos 600
dias após plantio, cultivada sob diferentes espaçamentos (E1= 1,00 x
0,50; E2= 2,00 x 0,25 e E3 = 3,00 x 1,00 x 0,25 m) e doses de esterco
bovino.
Fonte: Donato (2011)
Tabela 2. Número médio de cladódios por planta, avaliado aos 620 dias após o
plantio, em palma forrageira submetida a diferentes espaçamentos e adubações
química.
-1
Número de Adubações N-P2O5-K2O (kg ha ) CV
cladódios 000-000- (%)
por planta 000-150-000 200-150-000 200-150-100
000
(un)
10,47 C 11,58 BC 12,61 AB 13,89 A 14,37
Médias seguidas da mesma letra maiúscula na linha, para espaçamento e para tipos de adubações, não
diferem significativamente entre si, pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade. CV – coeficiente de
variação.
Fonte: Silva (2012)
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Resultados Experimentais com Palma na Região de Guanambi
50
Sérgio Luiz Rodrigues Donato, Paulo Emilio Rodrigues Donato e João Abel da Silva
-1 -1
alcançada quando se aplica 71,8 Mg ha ano de esterco. Elevadas doses
de nitrogênio proveniente da adubação orgânica, da ordem de 130 a 390
-1 -1
kg ha ano , podem ter contribuído para esse comportamento.
300
Produção de massa verde (Mg ha )
-1
A
250
200
150
100
Yˆ 132,246 2,5496 * * X 0,017255 * X ²; R ² 0,99
50
0 30 60 90
25
Produção de massa seca (Mg ha )
-1
22,5 B
20
17,5
15
12,5
Yˆ 11,8874 0,275944 * * X 0,001922 * * X ²; R ² 0,98
10
0 30 60 90
-1 -1
Doses de esterco (Mg ha ano )
Figura 3. Produção média de massa verde (A) e de matéria seca (B) de palma
forrageira, aos 600 dias após plantio, em função de doses de esterco
bovino.
Fonte: Donato (2011)
51
Resultados Experimentais com Palma na Região de Guanambi
-1
Tabela 3. Produção de matéria seca (Mg ha ), avaliada aos 620 dias após o
plantio, em cultura de palma forrageira submetida a diferentes espaçamentos e
adubações química.
-1
Produção Espaçamento Adubações N-P2O5-K2O (kg ha ) CV
(m) 000- 000- 200- 200- (%)
000-000 150-000 150-000 150-100
Produção de
E1 - 1,00 x
matéria seca 13,40 b 19,38 a 20,87 a 22,73 a 15,36
-1 0,50
(Mg ha )
Médias seguidas da mesma letra, minúscula na linha, não diferem significativamente entre si,
pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade. Dados das colunas referentes aos outros
espaçamentos retirados. CV – coeficiente de variação.
Fonte: Silva (2012)
-1
A produtividade média de matéria seca foi 17,10 Mg ha (Tabela
3). As plantas sob espaçamento 1,00 m x 0,50 com NPK, NP e P
produziram mais matéria seca que as plantas sem adubação.
-1
A produção de matéria seca estimada, 21,8 Mg ha ,
-1 -1
correspondente à dose 71,8 Mg ha ano de esterco bovino, equivale às
mesmas produções de matéria seca obtidas com as adubações contendo
-1
NP e NPK do experimento de adubação química, 20,87 e 22,73 Mg ha .
A análise bromatológica tem como objetivo principal conhecer a
composição química dos alimentos, além de verificar a identidade e
pureza, seja de natureza orgânica ou inorgânica. A composição química
52
Sérgio Luiz Rodrigues Donato, Paulo Emilio Rodrigues Donato e João Abel da Silva
53
Resultados Experimentais com Palma na Região de Guanambi
130,0
-1
120,0
110,0
100,0
90,0
80,0
70,0 Yˆ 94,9638 0,28173 * * X ; r ² 0,98
60,0
50,0
0 30 60 90
-1 -1
Doses de esterco (Mg ha ano )
-1
plantas que receberam adubação NPK e NP, 123,50 e 124,46 g kg ,
respectivamente, comparados às plantas cultivadas com adubação à base
-1 -1
de P (74,00 g kg ) e sem adubação (67,80 g kg ).
-1
Tabela 4. Teores médios (g kg ) de proteína bruta (PB) em tecidos de cladódios
de palma forrageira cultivada sob diferentes espaçamentos e adubações
química, aos 620 dias após plantio.
-1
Adubação N-P2O5-K2O (kg ha )
Proteína Bruta 000-000- 000-150- 200-150- 200-150- CV
-1
(g kg ) 000 000 000 100 (%)
PB 67,80 B 74,00 B 124,40 A 123,50 A 10,52
Médias seguidas da mesma letra maiúscula nas linhas, não diferem significativamente entre si
pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. CV – coeficiente de variação.
Fonte: Silva (2012)
Considerações Finais
A idéia compartilhada pela maioria dos agricultores que cultivam a
palma forrageira, de que a planta é rústica e produz em qualquer local sem
muito trato, como um cultivo adaptado ao "bodismo", não parece ser
55
Resultados Experimentais com Palma na Região de Guanambi
56
Sérgio Luiz Rodrigues Donato, Paulo Emilio Rodrigues Donato e João Abel da Silva
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Resultados Experimentais com Palma na Região de Guanambi
Referências Bibliográficas
DONATO, P.E.R. Avaliação bromatológica, morfológica, nutricional e
de rendimento em palma forrageira sob diferentes espaçamentos e
doses de esterco bovino. 2011. 134f. Tese (Doutorado em Zootecnia) –
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Itapetinga.
NOVAIS, R.F.; SMYTH, T.J.; NUNES, F.N. Fósforo. In: NOVAIS, R.F. et al.
(Ed.). Fertilidade do solo. Viçosa: Sociedade Brasileira de Ciência do
Solo, 2007. p.472-550.
RESENDE, M.; CURI, N.; LANI, J.L. Reflexões sobre o uso dos solos
brasileiros. In: ALVAREZ V., V.H.; SCHAEFER, C.E.G.R.; BARROS, N.F.
de; MELLO, J.W.V. de; COSTA, L.M. da (Ed.). Tópicos em ciência do
solo. v.2. Viçosa: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2002. p.593-
643.
58
5. Palma na Alimentação
de Ruminantes
Maria do Socorro Mercês A. Aguiar
A Palma Forrageira
3
Teor de Água e Ingestão pelos Animais
Período de Armazenamento
5
armazenamento da palma após a colheita é muito importante, já que a
maioria dos criadores colhe, processa e fornece a palma diariamente,
ocasionando um aumento dos custos de produção. A palma pode ser
colhida e armazenada em locais sombreados por até 16 dias sem alterar
nos animais o consumo de matéria seca, ganho de peso e a produção de
leite. Assim, maiores quantidades de material poderão ser colhidos,
independente de sua utilização imediata, diminuindo atividades de corte e
transporte, e consequentemente, reduzindo custos.
Processamento da Palma
7
nutrientes, sem comprometer o desempenho do animal e a composição do
leite.
9
resultados. Portanto, a palma forrageira deve ser utilizada como um
ingrediente da ração animal, a qual deverá ser balanceada junto com
outros ingredientes para atender a necessidade dos animais.
A porcentagem de palma na ração irá depender da fonte de fibra
utilizada. A quantidade de palma será maior em dietas composta com
bagaço de cana, devido à alta concentração de fibra e baixa de energia, do
que em rações compostas com silagens ou gramíneas de boa qualidade.
Pode-se verificar que a palma forrageira quando utilizada como
ingrediente da dieta, associada com fontes de fibra efetiva (forragem ou
não forragem) e atendida todas as exigências nutricionais e
recomendações quanto ao balanceamento dos carboidratos é possível
obter de média a alta produção, sem comprometer a saúde animal.
A palma deverá ser fornecida aos animais como um ingrediente da
ração, na qual fornece nutrientes e que estes nutrientes deverão ser
balanceados para atender as exigências dos animais, sem esquecer a
necessidade dos microrganismos por nutrientes e principalmente ambiente
adequado para sua multiplicação.
Estudos comprovam que a palma utilizada na alimentação de
diferentes categorias de bovinos, caprinos e ovinos resultaram em ganhos
em peso que variaram de 580 a 1200 g/dia. A utilização da palma
forrageira com restos da cultura do sorgo na alimentação de ovinos e
caprinos na proporção de 40% de palma e 60% de restos, apresentaram
resultados positivos na época da seca. Ovinos Santa Inês alimentados com
palma forrageira e níveis crescente de ureia observaram ganho médio em
peso de 128,4 g/dia, enquanto que alimentados exclusivamente com
palma, houve perda de peso de 21,7 kg para 17,3 kg. Novilhas mestiças
3/4 holandês-zebu alimentadas com 60% da palma na dieta com silagem
Sérgio Luiz Rodrigues Donato, Paulo Emilio Rodrigues Donato e João Abel da Silva
Considerações Finais
11
da espécie animal e do estádio fisiológico, bem como da finalidade do
sistema de produção.
Referências Bibliográficas:
EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária- Comunicado
Técnico 62, Plantio e uso da palma forrageira na alimentação de bovinos
leiteiros no semiárido brasileiro, Juiz de Fora, MG, 2010.