Você está na página 1de 2

O BIOFILME É FREQUENTE EM FERIDAS CRÓNICAS

OU DIFÍCEIS DE CICATRIZAR IDENTIFICAÇÃO DE BIOFILME O BIOFILME ATRASA O PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO


• Foi recentemente realizada uma revisão sistemática e • Existe, cada vez mais, uma maior evidência proveniente de estudos humanos e animais,
uma meta-análise da literatura para determinar a “A não evolução do processo de que sugere que o biofilme atrasa ou impede o processo de cicatrização de feridas.1,10,12,13
prevalência de biofilme em feridas crónicas.10 • O biofilme é um precursor da infeção.19
- Foram incluídos nove estudos – oito estudos de coorte cicatrização das lesões parece ser o sinal • A presença de biofilme atrasa o processo de cicatrização de feridas12,20 ao:
prospetivos e um estudo de uma série de casos.
- Foram identificadas 185 feridas crónicas para inclusão.
mais reconhecido de infeção por biofilme.”³ - criar uma resposta inflamatória persistente mas ineficaz23
- comprometer a formação de tecido de granulação e de epitelização21,23
• O controlo da humidade no leito da ferida é de grande importância.
- Os tipos de feridas identificados foram úlceras do pé diabético, • A presença de biofilme em feridas é considerada difícil de identificar e de confirmar, A formação de biofilme é mais suscetível de ocorrer se a gestão do exsudado
úlceras de perna de origem venosa, úlceras de pressão uma vez que nem sempre é fácil de o detetar em feridas complexas. for inadequada.1,18
e feridas cirúrgicas não cicatrizáveis.
• Contudo, a sua presença pode ser confirmada através de sinais e sintomas clínicos,
- Verificou-se que a prevalência de biofilme sendo os mais característicos:
em feridas crónicas foi de 78,2% - Substância viscosa e opaca, com aspeto de gel, ou tipo “tecido desvitalizado”
na superfície da ferida; 17,18
- Os autores concluíram que estes resultados suportam - Substância com uma coloração verde ou amarelo pálido na ferida ou no penso;15
a perceção clínica de que os “biofilmes são omnipresentes - Esta substância volta a formar-se rapidamente após desbridamento;15
em feridas crónicas não evolutivas” - Resposta deficiente aos agentes antimicrobianos.15

• Numa avaliação em contexto real de feridas difíceis de cicatrizar


- em 74% havia suspeitas de formação de biofilme*14 Algoritmo clínico de identificação da presença de biofilme,
Figura 1. Comparação histológica de feridas controlo, não infetadas (em cima) e feridas infetadas por biofilme
* Os indicadores de biofilme incluíram a não cicatrização de uma ferida (ao longo de um período de semanas a meses),
de P. aeruginosa, não tratadas (em baixo). A imagem de feridas infetadas obtida ao 12º dia do período
ausência de resposta a agentes antimicrobianos tópicos e sistémicos, infeções recorrentes ou presença de substâncias viscosas através de sinais e sintomas clínicos15 pós-operatório mostra as debilidades distintas existentes entre a fenda epitelial e de granulação e o novo
tecido de granulação, comparativamente com os controlos não infetados (hematoxilina e eosina; ampliação
na superfície da ferida (ver algoritmo de identificação de biofilme em baixo).15 original, x 20). EG, fenda epitelial.21
Indicadores Visuais

• Através de um algoritmo para a identificação de biofilme na ferida, e também 1 . A substância da superfície destaca-se facilmente e de forma
atraumática do leito da ferida subjacente, através de técnicas
através da avaliação de peritos clínicos, foram selecionadas lesão crónicas com de remoção física, tais como com compressas ou zaragatoas ou
através de desbridamento completo? Provavelmente
suspeita de biofilme com aparência macroscópica. Sim Não tecido desvitalizado
do hospedeiro
A maioria destas feridas foi anteriormente tratada, sem sucesso, com material de 2. A substância da superfície persiste, apesar da implementação
penso impregnado com prata ou com iodo e com antibióticos. de desbridamento autolítico ou enzimático?

A presença de biofilme foi observada clinicamente, sendo depois confirmada por Sim Não
provavelmente
microscopia em 75% das amostras.15 biofilme 3 . A substância da superfície volta a formar-se rapidamente
(em 1-2 dias) na ausência de intervenção frequente
(por ex. limpeza, desbridamento)?
Não
Sim
Indicadores Indiretos
Figura 2. Imagens de feridas obtidas por microscópio eletrónico de baixa ampliação (à esquerda) e de alta
Visualização macroscópica Micrografia H&E Electromicrografia de alta resolução
ampliação (à direita), demonstrativas da presença de biofilme de P Aeruginosa ao 12º dia do pós-operatório.
4. A ferida apresenta uma resposta deficiente aos antimicrobianos tópicos De notar as numerosas bactérias individuais em forma de bastão envoltas por uma matriz com aspeto de malha,
ou antibióticos sistémicos?
cobrindo completamente a cartilagem anteriormente exposta.21
Amostra 1

Sim Não Provavelmente


5. A ferida responde mal ou lentamente aos pensos com agentes antissépticos bactérias
planctónicas
(por ex. prata, iodo, PHMB)?
• As feridas crónicas são agora consideradas infeções crónicas.1
Não
Sim

6. A resposta da ferida é favorável a diferentes estratégias como


• Os biofilmes provocam infeções crónicas:2
desbridamento físico, limpeza e agentes antimicrobianos tópicos? - Um biofilme é normalmente composto por várias espécies microbianas diferentes
Sim Não que colaboram conjuntamente dando origem a uma infeção;
Comorbilidade
- Na forma de biofilme, as bactérias são tolerantes aos antibióticos, geram uma resposta
Amostra 2

subjacente
From Metcalf DG, Bowler PG, Hurlow J. Journal of Wound Care. 2014;23(3):137-142. inflamatória persistente e escapam às respostas imunitárias do organismo;
• A microflora das feridas dá origem à sua cronicidade:1
- A cronicidade em 35 de 43 feridas de excisão cirúrgica em ratinhos foi causada
quando se transferiu para as mesmas microflora, na forma de biofilme, colhidas de
feridas crónicas humanas.
O BIOFILME ESTÁ OMNIPRESENTE
NA NATUREZA E NA DOENÇA REFERÊNCIAS O DESAFIO CLÍNICO DO BIOFILME

• As bactérias e a sua organização


1. Wolcott. Are chronic wounds chronic infections. • O biofilme é difícil de remover por completo, mesmo com
O biofilme é a principal causa
em biofilme são as formas de vida
de atraso do processo de cicatrização
References Conclusion for practice
Materials and Methods Discussions Journal Reference

JWC (editorial) 2016; 25. desbridamento, voltando a formar-se rapidamente.22


mais antigas à face da terra, com mais 2.
JWC (editorial) 2017; 26. • O problema da resistência aos antibióticos é ainda mais
de mil milhões de anos de existência.7
• Na natureza, 99,9% das bactérias
3.
4.
Webb. A chronic case of confusion. JWC (editorial) 2017; 26.
Metcalf & Bowler. Stalled/recalcitrant wound was the most
reforçado pelo facto de as bactérias existirem normalmente sob
a forma de biofilme, o que cria uma tolerância adicional das
e de cronicidade das feridas1-4
bactérias aos antibióticos, aos antissépticos e ao processo
existem sob a forma de biofilme.8
Aim of study Results Background Authors

Germany, Italy & US. IWJ, 2012


inflamatório.7,20
5. O QUE É O BIOFILME?
associated infections. FEMS Immunol Med Microbiol. 2012; • O biofilme é atualmente considerado uma das principais causas
65:127–145 de infeção crónica, havendo uma prevalência de bactérias
6. resistentes aos antibióticos quando organizadas em biofilme.2 O biofilme é um agregado de células microbianas que aderem a uma superfície
Frontiers in Bioscience; 2002; 7:442-457 viva ou não-viva, incorporado numa matriz polimérica, hidratada, produzida pelas
7. • No caso das feridas crónicas, é importante a associação de próprias bactérias, que confere proteção contra o ambiente externo.5
threat in the treatment of chronic infections. JWC Vol 27; agentes antibiofilme/antimicrobianos para destruir o biofilme,
No 5; 2018
melhorando deste modo a eficácia dos agentes antimicrobianos,
8.
reduzindo a oportunidade de resistência aos antibióticos e Milhões de células
clinically relevant microorganisms. Clin Micro Rev. 2002; 15:167-193.
melhorando os resultados associados às infeções crónicas.7 bacterianas no
9. National Institutes of Health, 2002
interior de uma matriz
10. produzida pelas
a systematic review and meta-analysis of published data.
JWC; 20-25.
Um caso crónico de confusão próprias bactérias
11. Frykberg et al. Challenges in the treatment of chronic wounds. - Rachel Webb, J Wound Care 2017(editorial)3
Advances in Wound Care Vol 4 No 9 2015
Superfície da rocha de um riacho alpino 12.
evidence. Burns Trauma 2013; 1: 5-12. “A não evolução do processo de cicatrização de feridas parece ser o sinal mais reconhecido de
• Na saúde, o biofilme representa >80% de infeção por biofilme.”³
13.
evidence. Poster 2015.
todas as infeções microbianas.9 14. Walker M.; Metcalf D.; Parsons, D.; Bowler P. A real-life clinical
evaluation of a next-generation antimicrobial dressing on acute and “Portanto, se dissermos que todas as feridas crónicas estagnadas estão infetadas1,2 havendo deste
chronic wounds. Journal of Wound Care 2015; 24:1, 11-22. modo uma inibição do processo de cicatrização, e que essa infeção é provocada pela presença
15. de biofilme, será a cronicidade suficiente para iniciar o tratamento da ferida com base no biofilme?”
Sim Planctónicas Formação precoce de biofilme Formação & dispersão madura de biofilme
Wound Care 2014; 23: 137-142.
• É hoje amplamente aceite que o biofilme
(Células únicas microscópicas) (Micro-colónias invisíveis, microscópicas) (Macroscópico, viscoso, pode ser visível)
16.
desempenha um papel importante na saúde wounds by high resolution microscopy techniques. J Wound Care Serão necessários quaisquer outros sinais e sintomas?
e na doença dos humanos, por exemplo a WUWHS Suppl 2016; 25: S11-S22
O QUE É UMA FERIDA CRÓNICA?
17. Não
nível de:10 Management: A Case Series. Ostomy Wound Manage
A questão coloca-se: na altura em que se define se uma ferida é crónica, teremos já perdido
- doença periodontal e cáries dentárias 2009; 55: 38-49.
• Uma ferida crónica é uma ferida que não mostra evolução no processo de cicatrização
demasiado tempo?
- infeções associadas a fibrose quística 18.
normal, tornando-se assim numa ferida de cicatrização lenta ou mesmo numa ferida que
a case series. J Wound Care 2012; 21: 109-119.
- infeções devidas a dispositivos médicos não cicatriza.11
19.
- otite média wound healing. WOUNDS, 16: 234-240.
- feridas crónicas 20. Hurlow, J., Couch, K., Laforet, K., Bolton, L., Metcalf, D., Bowler, P.

in Wound Care, DOI: 10.1089/wound.2014.0567


21.
Infected Wounds with Clinical Wound Care Strategies: A
Quantitative Study Using an In Vivo Rabbit Ear Model. Plast.
Reconstr. Surg. 129: 262e, 2012.
22.
debridement opens a time dependent therapeutic window. J
Doença periodontal Infeção do ouvido Catéter urinário
Wound Care. 2010; 19:320-328.
23. Gurjala AN et al. Development of a novel, highly quantitative in vivo

Wound Rep Reg (2011) 19 400-410


® /TM Todas as marcas comerciais são propriedade dos seus respetivos titulares.
© 2019 ConvaTec Inc. AP-020375-ES

Você também pode gostar