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Ponto de vista Lya Luft jeeps: L See nea pelersan eae ine anemone Segundo c6digos de ética que arspaeld STGee de ened gs eth One oe ‘Se de um lado andamos de cabeca mais erguida nestes dias, porque 20 mends um passo foi dado e temos quatro. dezenas de réus em falcatruas variadas ¢ graves, paira ainda certo receio de que tudo seja turvado por interesses politicos ¢ artimanhas de compadres. Mas estamos mais ‘esperancosos de que a verdade e a Justica culpem os cul- pados e absolvam os inocentes. sso dito, vamos ao c6digo que aqui me interessa, 0 da linguagem. O da comunicagiio, que na verdade é mul- tiplo, é muitos. Linguagem de cegos, linguagem de sur- dos, linguagem de namorados, as linguagens das familias Se piace rarest cu laa tes ou ttistes. Linguagens técnicas, linguagens profissio- Sees wear an ovis ae wen eA fasts teas cone anal Som falar na linguagem das siglas que dominam o mundo, pa- +a as quais até dicionérios jé existem. Ea TEES paella Bee cai is wes eel a eee das nossas capacidades e curiosidades. Os novos codigos mem — que, de quanto mais recursos dispomos, melhor (08 usamos em cada ocasii. Linguagem € a roupa da mente: no falamos em casa como falamos num discurso em ocasido solene nem fala- ‘mos numa entrevista para conseguir emprego como fala- mos brincando com nossa turma na escola. E no falamos com um bebé de 2 anos como falamos com © médico ao ual estamos expondo nossos males. Somos melhores do ‘a, mais hibeis e mais capazes, embora em ge- ral a gente ndo tenha nem dé essa impressdo de nés me: mos. Escrever com abreviaturas, siglas, formas enigmti- cas aos desavisados ¢ apenas uma maneira divertida, rpi- igente, econdmica, criativa e, sim, um pouco se- creta de estabelecer e cultivar lagos cibernéticos, que po- dem confirmar amizades jé existentes (falo com amigos distantes mais freqilentemente do que com © que mora no mesmo edificio) ou abrir a porta para novas relagdes. Que nem sempre so o lobo mau, embora criangas devam ser controladas e alertadas para doengas como pedofilia © ou ‘ros males nesta nossa enferma sociedade. Conheco casais felizes que se encontraram num chat, e casais extraordina- riamente infelizes que conviveram desde a adolescéncia. E preciso dar uma chance as novida- “Nem tudo o que € des ¢ inovagdes, em lugar de criticar de novo € positivo, nem tudo o que € saida ou prevenir-se contra, como se tudo o que € novo fosse primariamente mau. E como se fora da lingua culta, a lingua-pa~ | Agora, surge uma preocupacio coma tradicional é —_ dio que ée deve ser usada em momentos | linguagem abreviada e de cardter fonético 3 mais sérios, todas as demais formas de | usada em mensagens de computador, co- ™elbor. Ou @inda _ comunicagao fossem esptirias. Nao seja- | mo nos chats. Os catastrofistas, de cabelo —acendertamos "0s chatissimos senhores com odor de em pé, empunham a vassoura da faxina naftafina, ou damas enfiadas no esparti | Giga, Oreeeio€ quees ovens, usando F080 esfregando tho do preconect: sem ging. sem ale | seserecunoquetemaveicom eles: pedrinbas, nos, em aberura par @ ovo ¢o bore € economia, haveriam de desaprender, [por isso mesmo sem discernimento para o | ‘4 aumea aprender direito, o cédigo do SMA ObscUrO de erdgdciramente mau. | proprio idioma escrito, Receio infundado: alguma caverna” —_Além de tudo, a lingua, como os cos- | somos capazes de dominar, na fala e na tumes, a vida, a sociedade e as culturas, | eserita, vérias linguagens ao mesmo no bom e no negativo, segue uma evolu- | tempo e transitar entre elas com habi- ‘gio que independe de nds, dos moralis- | Tidade e até elegncia em certos tas, dos puristas, dos gramiticos, dos sos, Na escrita, lembrem-se, no hi donos da verdade, dos que seguram 0 perigo de sotaque. Se pudéssemos facho da razio numa das mios © na | dominar apenas um sistema de sinais outra o chicote da censura. Nem tudo | escrito, aquele que aprendesse taqui- (© que € novo € positivo, nem tudo 0 | grafia haveria de cometer mais erros de que é tradicional € melhor. Ou ainda | ortografia, Longe disso. Ao contrério, acenderfamos fogo esfregando pedri- | acredito — e 0s lingistas talvez confir- nas, no fundo obscuro de alguma caverna, es 18 12 desctembro, 2007 vela

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