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Para um melhor entendimento sobre os instrumentos necessários para a implementação de

ações públicas direcionadas a comunidades tradicionais de fundo e fecho de pasto, é


pertinente atentar-se acerca de algumas observações feitas por McCay(2002), para um melhor
entendimento da maneira como os indivíduos interagem com os recursos naturais de uso
comum, é sine-quanon compreender o contexto histórico-econômico, cultural, ambiental
destas comunidades. Para este empreendimento é necessário mais que, a observância sobre
os cálculos racionais maximizadores de ganho envoltos na implementação da ação pública,
torna-se essencial uma descrição densa sobre o modo de vida destas comunidades, quem são
estes possíveis beneficiários destas P.P. quais suas trajetórias de vida, de que forma
manejaram os recursos naturais até a implementação de políticas públicas, como estas
comunidades podem se apropriar destas ações públicas e se tais P.P. repercutem na
reprodução do modo de vida destas comunidades. Para isto é necessário documentar eventos,
uma observação participante sobre o modo de vida destas comunidades, uma densa
investigação das tradições e histórias e a relação destas com a utilização dos recursos naturais.

É fundamental este rigor, para que as ações públicas possam de fato responder as
necessidades das comunidades beneficiárias. Os instrumentos tradicionais utilizados pela
administração pública, para implementação de políticas públicas, possuem claras limitações
diante das especificidades das comunidades tradicionais, principalmente no que se refere a
políticas de segurança fundiárias, visto que, o contrato de concessão do direito real de uso do
solo, não garante a estabilidade necessárias diante da ação dos grupos econômicos que
prescindem deste recurso natural, para a garantia de seus interesses. A existência de entidades
de representação territoriais, e estaduais poderiam funcionar como um instrumento oficial de
interlocução direta destas comunidades, com as instâncias municipais, e estaduais, mas este
diálogo de acordo com os relatos dos entrevistados é insulado na interlocução com os
conselhos de povos e comunidades tradicionais do estado, vinculado a SEPROMI, e que nas
questões mais essenciais destas comunidades, não tem garantido respostas satisfatórias no
que se refere a implementação de políticas públicas. (a exemplo d implementação da
normativa 01/20 de agosto de 2020, em parceria com SDR, CAR e SDE).

Outro aspecto importante, é a necessidade de que as políticas tenham capacidade de gerar


renda, mas conjugada com a preservação dos biomas e do modo de vida das comunidades
tradicionais, para tal é importante uma assessoria técnica e extensão rural, que seja orientada
por pressupostos sustentáveis e agroecológicos. Logo os recursos disponibilizados pelo estado
devem prescindir destes pressupostos e o modelo de governança destes instrumentos, devem
ser compartilhados, reforçando assim as tradições de uso comum do solo, também nas esferas
de formulação e implementação das políticas públicas.

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