O texto analisa as teorias tradicionais de implementação de políticas públicas e propõe uma nova abordagem que enfatiza o processo de interação entre burocratas e usuários. A autora realizou uma pesquisa sobre agentes comunitários de saúde para compreender como as relações locais influenciam a implementação. Ela argumenta que os implementadores possuem discricionariedade que modifica o processo conforme os contextos institucional e relacional.
O texto analisa as teorias tradicionais de implementação de políticas públicas e propõe uma nova abordagem que enfatiza o processo de interação entre burocratas e usuários. A autora realizou uma pesquisa sobre agentes comunitários de saúde para compreender como as relações locais influenciam a implementação. Ela argumenta que os implementadores possuem discricionariedade que modifica o processo conforme os contextos institucional e relacional.
O texto analisa as teorias tradicionais de implementação de políticas públicas e propõe uma nova abordagem que enfatiza o processo de interação entre burocratas e usuários. A autora realizou uma pesquisa sobre agentes comunitários de saúde para compreender como as relações locais influenciam a implementação. Ela argumenta que os implementadores possuem discricionariedade que modifica o processo conforme os contextos institucional e relacional.
Autora: Lotta, Gabriela Spanghero. Universidade de São Paulo ( USP ).
Apresentado no GT: Políticas Públicas, do Sexto Encontro da Associação Brasileira de Ciência Política, 27/07 – 01/08 – 2008.
Informações Sobre a Autora. Professora adjunta do bacharelado de políticas
públicas da UFABC. Doutora em Ciência Política pela USP, mestre e graduada em administração pública pela FGV. Docente da Fundação do Desenvolvimento Administrativo, FUNDAP e da Escola Nacional de Administração Pública, ENAP. Trabalha com assessoria, pesquisa e formação para diversos governos. Tem experiência na área de Administração Pública, com ênfase em Políticas Públicas, atuando nos seguintes temas: formulação, implementação e avaliação de políticas públicas, burocracia implementadora, políticas de saúde, gestão de políticas públicas, administração pública, entre outros
Assunto /tema abordado. Implementação de Política Pública e as ferramentas
de análises e pesquisa.
Problema Central discutido pela Autora . Apresenta as dificuldades das
teorias tradicionais em explicarem, as, especificidades e complexificações do processo de implementação das políticas públicas Apresentando, com base em dados empíricos, uma outra abordagem para analisar a implementação das políticas públicas. Destacando o papel dos agentes implementadores e a sua discricionariedade, como elemento central nesta interação e absorvendo outros atores ao processo de análise, desenvolvendo uma perspectiva para implementação, que a interpreta como um processo contínuo e dinâmico que estende-se para além dos desenhos previamente estabelecidos e das decisões individuais dos atores nas políticas.
Objetivos do autor. Ocupar o espaço nas lacunas da literatura de
implementação, através de apresentação de duas potências analíticas que inserem novas dimensões aos estudos na área de política pública.
Categorias e conceitos usados pelo autor. Implementação com processo de
interação, perspectiva relacional de análise, discricionariedade, processo de mediação, top-down, bottom-up, burocrata de rua, contextos institucionais e relacionais Hipóteses de trabalho do autor. Que a interação dos burocratas de rua influência no processo de implementação da política pública.
Ideias e Argumentos Principais . A inserção de novos atores e das
perspectivas relacionais às análises, compreendendo a implementação, como um processo de interação, no qual diversos atores estão envolvidos, sejam eles agentes públicos ou não, numa cadeia de atividades e interações. Reconhecendo na discricionariedade destes atores, elemento que influencia nos processos de implementação das políticas públicas.
Método e técnicas utilizado pela autora, no estudo . Revisão de literatura
sobre Políticas públicas, abordando as principais escolas de implementação apresentando seus conceitos chaves e suas principais categorias analíticas, aliada a aplicação de questionários e análise dos dados dispostos através do questionário e análise e observação das práticas dos ACS. Desenvolvendo-se considerações com base nas bibliografia utilizada e na análise dos casos.
Outros Autores com os quais dialoga o texto: Farias, Lipsky, Marques,
Carpim, Meier, O´Toole, Hill e Ham, Pressman e Wildavsky, Gunn, Sabatier e Mazmania, Arretche
Conclusões da Autora. Que para ampliarmos análise acerca da
implementação das P.P. a ampliação para as diversas perspectivas da interação, considerando que as diversas formas de discricionariedade e ação dos implementadores possibilitam diversas formas de implementação. No qual, o processo de interação dos implementadores com os usuários das políticas e outros atores, são prováveis agentes de modificação do processo de implementação. Indicando a necessidade um aprimoramento metodológico capaz de interpretar quais fatores permeiam a construção das práticas de interação dos agentes implementadores durante a implementação, indicando dois fatores de ordem relacional e institucional dois dos fatores. Resumo do Texto. O texto traz uma análise sobre os processos de implementação, trazendo uma avaliação inicial, sobre a incapacidade das teorias tradicionais da ciência política responderem sozinhas as especificidades do processos de implementação. Apresentando inovações que foram absorvidas pela agenda de pesquisa novas expressões, além da diversificação de atores envolvidos no processo de análise, mesmo assim esta abordagem ainda restringe-se ao processo decisório. Em sua abordagem ocupa o espaço na literatura no que se refere a incorporação de outros atores em suas análises, compreendendo a atuação deles, no processos de interação e mediação, absorvendo a discricionariedade destes no processo de implementação das políticas. Disponibilizando dados parciais sobre sua Pesquisa que visa compreender a implementação como uma interação entre a burocracia de nível de rua e os usuários da política. Apresentando algumas especificidades do seu caso de estudo, como o processo de seleção dos ACS que possuem no seu processo o critério de serem selecionados, nas comunidades e que atuarão, o que possibilita que a forma como implementam a política seja influenciada diretamente pelas relações dinâmicas e especificidades que estabelecem como o território aonde vivem e trabalham. Além disto a autora faz um breve resgate da literatura sobre implementação e as principais correntes teóricas que tratam dos processo de implementação, concentrando-se nas diferenciações entre os modelos top-down e bottom-up. Top-down sendo expresso pelas escolas tradicionais da análise de politicas públicas, com uma perspectiva prescritiva, que compreende os sistemas de implementação como cadeias hierarquizadas e fechadas, melhor absorvidos por modelos de implementação administrativos de baixo conflito e baixa ambiguidade. Bottom-Up. Modelo de perspectiva analítica mais integrada que analisa o processo de criação da politica numa perspectiva de continuidade, no qual as mudanças acontecem durante todo o processo e é garantido aos atores implementadores.
Citações Diretas do Texto. “ Quando analisamos a literatura de
implementação das políticas públicas, percebemos haver quase uma estagnação sobre a importância dada a essa fase, visto a limitada quantidade de trabalhos sobre o assunto desde o importante e memorável trabalho de Lipsky sobre Street-Level Bureaucracy (1980)”
“ Na medida em que se passou a valorizar o olhar para efetividade das políticas
e para a avaliação das mesmas, começou-se a perceber que alguns fatores levavam o processo de implementação a ter falhas( Pressman e Wildavsky 1984, Gunn, 1978, Sabatier e Masmania, 19790. As novas perspectivas analíticas, portanto , começaram a desafiar a visão tradicional centrada em processos hierárquicos e passaram a sugerir que a implementação deveria ser vista com a parte contínua e integral do processo político, envolvendo barganha e negociação entre os que querem colocar a politica em ação e os de quem as ações dpendem”
“ O olhar para discricionariedade destes agentes implementadores está de
acordo com a idéia de que há uma grande distância entre os objetivos e os desenhos concebidos originalmente pelos formuladores das políticas públicas e a tradição de tais concepções em intervenções públicas”
“ Considerando que as burocracias são coletividades orientadas para objetivos,
mas que exercem as práticas a partir de suas preferências, e tanto em vista as interações existentes, é importante levar em conta os diversos referenciais envolvidos no processo, como os do público, dos atores políticos e dos próprios burocratas. Também é essencial analisar como a burocracia traduz esses diversos valores em ações concretas, considerando como as práticas são construídas, como os burocratas os transformam valores em ações e como interarem com as regras, procedimentos estabelecidos e outros valores existentes.”
“ um programa é o resultado de uma combinação complexa de agenda de
decisão entre diferentes agentes mas a implementação efetiva é sempre realizada com base nas referências que os implementadores de fato adotam para desempenhas suas funções.”