Você está na página 1de 2

EMEF SÃO CRISTOVÃO

Aluno (a): ______________________________________ Data 09/06/2021


Prof. Jorge Luduvice

ATIVIDADE DE ARTES
INTRODUÇÃO AO IMPRESSIONISMO

FOI UM INCIDENTE INCOMUM. Mais ainda pela localização. Era o Museu de Arte Moderna de Nova
York (MoMA), pouco depois do horário de abertura numa tranquila manhã de segunda-feira. Eu era a única
pessoa numa sala cheia de pinturas muito especiais e estivera me preparando calmamente para um pouco de
plena fruição artística quando um alvoroço teve início na entrada da galeria.
Sem aviso e com entusiasmo alarmante, o dom da visão havia sido tirado à força de um menino.
Ele não percebera o que estava para acontecer e agora não conseguia enxergar. O ataque foi violentamente
físico, a intenção da agressora, deliberada e precisa: a remoção das faculdades visuais do menino.
Observei com assombro enquanto o garoto passava por mim conduzido de forma brusca até o outro lado
da galeria por uma pessoa de olhar feroz, mas muito bem-vestida, que claramente trabalhava de acordo com
um plano. O menino – desequilibrado e desorientado – tentava manter o equilíbrio antes de ser detido e postado
de modo abrupto com o nariz a dois centímetros da parede.
Agora ele respirava ruidosamente: aturdido e incomodado. Mas antes que pudesse decidir o que fazer, as
duas mãos se afastaram de supetão de seu rosto. Ele piscou algumas vezes e olhou para a frente, nervoso. Em
seguida vieram as perguntas.
“Então, o que você pode ver?”, perguntou sua captora.
“Nada”, respondeu ele, perplexo.
“Não seja ridículo, é claro que pode ver alguma coisa.”
“Não, nada mesmo, é tudo um borrão.”
“Dê um passo atrás, então”, disse com aspereza a voz dominadora.
O menino esticou a perna esquerda para trás e deu um passo para longe da parede.
“E…?”
“Humm… não, não consigo entender nada”, disse a criança com uma voz esganiçada, agitada.
“Por que está fazendo isso comigo?”, perguntou. “O que quer que eu diga? Deve saber que não posso ver
nada.”
A mulher, cada vez mais frustrada, agarrou o menino pelos ombros e o arrastou uns três metros para trás,
antes de indagar com óbvia irritação: “Bem…?”
O menino continuou imóvel encarando a parede, não disse nada. Após um longo silêncio, não pôde mais
conter a emoção. Virou a cabeça devagar para a agressora.
“Isso é incrível, mãe.”
O rosto da mãe desapareceu sob um enorme sorriso que revelava dentes perfeitos e um irreprimível fulgor
interno de felicidade. “Eu sabia que você iria adorar, querido”, gorjeou ela enquanto envolvia o menino num
abraço classe A, do tipo que as crianças ganham após incidentes quase fatais ou um comportamento
excepcionalmente feliz para os pais.
Éramos as únicas pessoas na famosa sala dos Monets do MoMA, embora estivesse começando a me
perguntar se eu existia, de tal modo mãe e filho ignoravam minha presença. Mas depois de soltar o menino,
ela se virou para mim com o sorriso embaraçado de um adulto flagrado dançando “Single Ladies” da Beyoncé.
Explicou que eu havia testemunhado a culminação de um plano que ela vinha urdindo por meses, desde que
providenciara para levar o filho mais velho (ele aparentava dez anos) numa viagem a Nova York enquanto o
marido ficava em casa e cuidava das outras crianças.
Ela havia imaginado que essa seria sua única oportunidade para imbuir no filho a apreciação que tinha
pela magnificência das três paisagens gigantescas, do tamanho de murais, que dominam a sala – as Nenúfares
(c.1920).
Trecho retirado do Cap.2 do Livro Isso é arte? - Will Gompertz
1. ATIVIDADE DE ARTES
1. Em que local aconteceu essa pequena história?
2. O que o garoto disse ao ver pela primeira a vez a pintura?
3. O que mãe do garoto fez para que ele pudesse enxergar melhor a pintura? Por que?
4. Qual o nome da obra que o garoto viu? Qual o nome do pintor?
5. Qual o tipo de pintura que o garoto viu?

Você também pode gostar