UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL
Campus Universitário da Região dos Vinhedos - CARVI
Centro de Ciências Exatas, da Natureza e de Tecnologias
Curso de Engenharia Elétrica
VALIDAÇÃO E APLICAÇÃO DE EQUIPAMENTO PARA TÉCNICA FNIR
(FUNCTIONAL NEAR-INFRARED SPECTROSCOPY) - FNIR
Bolsista: Israel Schimitz dos Santos (issantos@ucs.br)
Professor Orientador: Dr. Alexandre Mesquita - UCS
Colaboradores: Emanuel Finatto, Luciano Salerno
1. INTRODUÇÃO E OBJETIVO
A espectroscopia por infravermelho próximo, é uma técnica capaz de detectar e monitorar
atividades cerebrais, através das alterações do nível de oxigenação sanguíneo, com o uso de
incidência e detecção luminosa.
Amplamente difundida no uso de oxímetros clínicos, o método se vale do artifício em que
uma onda eletromagnética com comprimento de onda na região do espectro próximo ao
vermelho, na extremidade da faixa visível (aproximadamente 650 até 900 nm), interage mais
com a Hemoglobina (molécula do sangue responsável pelo transporte do oxigênio), do que
com a água e consequentemente com os tecidos e ossos do corpo humano, conforme
demonstra a Figura 1, conseguindo assim atravessar um dedo, no caso da oximetria ou até o
córtex pré-frontal, nos equipamentos de neuroimagem ou monitoramento cerebral.
Numa explicação simplificada, a Hemoglobina se transforma em Hemoglobina Oxigenada
(HbO2) quando recebe o oxigênio nos arredores do pulmão e depois o transporta para as
demais localidades do corpo humano e então após interagir e transferir o oxigênio as outras
moléculas passa a se chamar Hemoglobina desoxigenada (Hb). Medindo as alterações entre
essas moléculas, é possível estimar o nível de oxigenação e também a variação da carga de
trabalho cerebral, após o estimulo de determinadas tarefas.
Figura 1 – Região NIR no espectro de absorção do NIR para Hemoglobina oxigenada
c
(HbO2), Hemoglobina desoxigenada (Hb) e água(H2o). Em vermelho os comprimentos de
onda utilizados (730 e 850 nm). Fonte: British Journal of Anaesthesia 103 (BJA/PGA
Supplement): i3–i13, 2009. (Adaptado pelo autor)
O protótipo do dispositivo já construído, é baseado em um driver para led com dois
comprimentos de onda específicos, a saber (730 e 850 nm), no mesmo componente (Figura 2-
A e 2-B), que é responsável por incidir a luz no corpo humano em baixa potência em nível
seguro, acoplado em um em um sensor fotodiodo infravermelho (Figura 2-C), para captar a
resposta da incisão, um circuito analógico para filtragem e tratamento do sinal e uma placa de
aquisição para conversão analógico–digital de dados, manipulada pelo software LabView, onde
são adquiridos as amostras e posteriormente os dados são processados (Figura 2-D).
(A)
(B)
(C)
(D)
Figura 2 – (A) Led emitindo em 850 nm. (B) Led emitindo em 730 nm. (C) Protótipo do
sensor acoplado com o led e envolvidos por silicone de forma ergonômica. (D) Etapas
do protótipo construído. Fonte: autor.
2. METODOLOGIA
Para validar o equipamento, foi necessário encontrar outras formas de amostras, que não
fosse o corpo humano, pois o projeto ainda encontra-se em tramitação no Conselho de Ética
da Universidade de Caxias do Sul. Para tal, dois métodos foram empregados:
1. análise de tensão x frequência do circuito analógico de condicionamento do sinal;
2. medir o grau de recepção do equipamento quando o bloco emissor e o bloco
receptor operando em um meio com características de absorção da radiação
infravermelha.
Na análise 1, foi usado no driver do led, um gerador de sinais, na faixa de 0 a 20 Hz e
analisado a resposta de tensão do sensor fotodiodo.
Já na análise 2, utilizou-se o sensor / led agrupados no silicone (Figura 2-C), posicionados
sobre duas placas de vidro transparentes com substâncias diferentes no meio, como o ferrite,
de característica de blindagem eletromagnética e o óleo mineral técnico como meio de
absorção de radiação infravermelha.
3. RESULTADOS
A análise 1, teve como resultado o gráfico demonstrado na Figura 3-A, onde pode ser
percebido o pico de tensão na frequência de 1 Hz, num filtro de características passa baixas,
conforme o projetado, devido a característica do equipamento em ativar um led por segundo,
descartando assim os demais ruídos.
Na análise 2, percebe-se na figura 3-B e 3-C, que o óleo mineral técnico consegue
absorver mais do que o ferrite, comprovando as suas características próprias de absorção e
blindagem respectivamente.
(B)
(C)
(A)
Figura 3 – (A) Gráfico gerado com a metodologia 1. (B) Resposta do dispositivo ao óleo
mineral técnico. (C) Resposta do dispositivo ao ferrite. Fonte: Autor.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados foram considerados satisfatórios, uma vez que conseguiram reproduzir a
recepção necessária dos níveis de radiação, reduzindo o nível de ruído e permitindo a análise
quantitativa, para posterior estudo no tecido humano. Contudo, a avaliação final do projeto se
concretizará, quando testado em seres humanos após aprovação do conselho de ética,
comparando os resultados com pesquisas já publicadas com a mesma metodologia e também
comparando com outros métodos de monitoramento cerebral como o EEG.
5. BIBLIOGRAFIA
[1] AYAZ, H. et al.; Optical brain monitoring for operator training and mental workload
assessment, Journal NeuroImage 59 (2012), www.elsevi e r.com/locate/ynimg.
[2] COYLE, S M, Ward, T E ; Markham, C. M. (2007) Brain–computer interface using a
simplified functional near-infrared spectroscopy system.
[3] IZZETOGLU M, Izzetoglu K, Bunce S, Onaral B, Pourrezaei K., Functional Near-Infrared
Neuroimaging. IEEE Trans. on Neural Systems and Rehabilitation Engineering, 13(2)
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