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1. DA LAJE
superfície (laje) para que outro titular ali m antenha unidade im obiliária autônom a.
A professora traz os links de dois artigos, cuja leitura é fortem ente recom endada,
• ST O LZ E, Pa blo . Direito Rea l de La je: Prim eira s im pressõ es. Dispo nível em
• FIUZ A, C ésa r Augusto de C a stro . C O UT O , Ma rcelo de Rezende C a m po s Ma rinho .
Ensa io so bre o direito rea l de la je co m o previsto na Lei 13.465/2017. Dispo nível em
base e o da laje, esta ainda passível de m ultiplicidade sobre ou sob o m esm o terreno,
já que o C C estabeleceu ser possível tam bém a cessão da parte inferior, com o porões e
O instituto pode se dar em terrenos tanto públicos com o privados (art. 1.510, §
1º), e sua constituição ser realizada por ato entre vivos (oneroso: contrato, ou gratuito:
doação) ou causa mortis (ato de últim a vontade: testam ento, ou por sucessão na
herança), sendo certo que é m uito im portante o registro em m atrícula própria no RGI,
considerando que o titular do direito real de laje possui unidade im obiliária autônom a
vista que não obstante a desvinculação desses direitos reais, a existência da laje
Art. 1.510-A. (...) § 1º O direito real de laje contempla o espaço aéreo ou o subsolo
de terrenos públicos ou privados, tomados em projeção vertical, como unidade
imobiliária autônoma, não contemplando as demais áreas edificadas ou não
pertencentes ao proprietário da construção-base. (Incluído pela Lei nº 13.465, de
2017)
Ao que parece, não se trata de um direito real sobre coisa alheia, ao m enos
segundo visão tradicional, a qual im plica em utilidade m enor da coisa e raram ente
todo o conteúdo econôm ico da propriedade para seu titular, sem a interferência do
não segue o principal, salvo extinção da laje por ruína da construção-base, que se
C um pre ressaltar ainda que o direito real de laje não im plica em atribuição de
Art. 1.510-A. (...) § 4º A instituição do direito real de laje não implica a atribuição
de fração ideal de terreno ao titular da laje ou a participação proporcional em
áreas já edificadas. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
acerca de fração ideal cabível para o titular da laje, inclusive em razão do C C utilizar o
de fruição e uso com um , com o luz e água, sem prejuízo das disposições condom iniais,
que podem lhe ser aplicadas por analogia independentem ente da regra geral.
Art. 1.510-C. Sem prejuízo, no que couber, das normas aplicáveis aos condomínios
edilícios, para fins do direito real de laje, as despesas necessárias à conservação e
fruição das partes que sirvam a todo o edifício e ao pagamento de serviços de
outra, desde que respeitadas as norm as m unicipais e com expressa autorização dos
Art. 1.510-A (...) § 6º O titular da laje poderá ceder a superfície de sua construção
para a instituição de um sucessivo direito real de laje, desde que haja autorização
expressa dos titulares da construção-base e das demais lajes, respeitadas as
posturas edilícias e urbanísticas vigentes. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
relação do direito real de laje devem ser notificados sobre a execução contra um de
com o visto.
que esta seja a única form a de extinção, tam bém possível pela usucapião, no
Dando sequência, m uitas pessoas vislum bravam certa sim ilitude do direito real
de laje com os condom ínios edilícios, tam bém com posto por unidades autônom as.
condom ínios.
Por outro lado, outros defendiam que seria desnecessária a instituição do direito
real de laje já que estaria abarcado pelo direito de superfície, inclusive o texto do art.
superfície, diferente da laje que é registrada em nova m atrícula autônom a. Além disso,
ainda que a superfície possa ser estabelecida por prazo indeterm inado (conform e
m uito diferente do que ocorre com a laje, em que a lei visa separar sua unidade da
construção-base e subsequentes.
será estudada posteriorm ente, considerando que na laje não poderá ser cobrado
qualquer tipo de prestação pecuniária em razão da alienação do dom ínio, o que ocorre
que a titularidade do dom ínio direto, desprovido da utilização econôm ica do bem , não
recai sobre propriedade distinta da que goza do dom ínio útil, constituindo propriedade
considerando que seu titular dispõe de todos os poderes inerentes do dom ínio, dentro
2. LEI 13.465/20 17
C onsiderando a relevância da lei que m odificou alguns pontos do C C , além de
sua natureza híbrida com determ inados tem as de direito adm inistrativo, serão
recom enda-se a leitura atenta da lei, que aborda um a série de disciplinas novas no
ordenam ento.
Nesse sentido, além de ter incluído o direito real de laje, o condom ínio em lotes
e o condom ínio urbano sim ples, a lei incluiu m edidas de regularização fundiária de
núcleos urbanos inform ais. Desse m odo, o art. 9º da lei criou as Reurbs S e E, que
As norm as da Reurb são aplicadas aos núcleos urbanos existentes até 22/12/2016,
m arco que o diplom a legal estabeleceu para evitar o estím ulo a novas ocupações
inform ais, visando à regularização das já existentes, tanto em terrenos públicos quanto
populações.
Dentre outros, os objetivos estabelecido pela Reurb são (art. 10): criar unidades
im obiliárias com patíveis com o ordenam ento territorial urbano e constituir sobre elas
direitos reais em favor dos seus ocupantes (inc. II); garantir o direito social à m oradia
digna e às condições de vida adequadas (inc. VI); garantir a efetivação da função social
(art. XI).
O utro ponto im portante é que a lei, ao incluir o direito real de laje e, prevendo os
custas/em olum entos (art. 13, §1º): 1º registro da Reurb-S, o qual confere direitos reais
aos seus beneficiários (inc. I);(...); prim eira averbação de construção residencial, até
setenta m etros quadrados (inc. V); a aquisição do prim eiro direito real sobre unidade
im obiliária derivada da Reurb-S (inc. VI); prim eiro registro do direito real de laje no
âm bito da Reurb-S (inc. VII); o fornecim ento de certidões de registro para os atos
Q uanto aos legitim ados para requerer a Reurb, a lei estabeleceu rol bastante
e; V - o Ministério Público.
Adem ais, destacam -se os seguintes instrum entos jurídicos previstos na nova lei,
aptos a regularizar determ inados núcleos urbanos inform ais (art. 15): legitim ação
fundiária e a legitim ação de posse, nos term os desta Lei (inc. I); usucapião dos arts.
1.228, C C (inc. III); (...) a concessão de uso especial para fins de m oradia (inc. XII); a
O procedim ento, de m odo geral, após o requerim ento de um dos legitim ados,
• pro ceder à s busca s necessá ria s pa ra determ ina r a titula rida de do do m ínio do s
im ó veis o nde está situa do o núcleo urba no info rm a l a ser regula riza do ;
• tra ta ndo -se de im ó veis público s o u priva do s, ca berá a o s Município s no tifica r o s
titula res de do m ínio , o s respo nsá veis pela im pla nta çã o do núcleo urba no info rm a l, o s
co nfina ntes e o s terceiro s eventua lm ente interessa do s, pa ra , querendo , a presenta r
im pugna çã o no pra zo de 30 dia s;
• a presenta da a im pugna çã o : pro cedim ento extra judicia l de co m po siçã o de
O ponto m ais com plicado do estudo da lei foi objeto da ADI 5771/2017, na qual o
MPF questionou o m arco tem poral estabelecido pela lei com o form a de aquisição do
direito de propriedade conferido por ato do Poder Público, tendo em vista sua
relativas à usucapião, que determ inam área e tem po m ínim o de perm anência em
propriedades.
C um pre lem brar que em ADI 4269 o STF já determ inou que, no que se refere à
Am azônia Legal, seja afastada interpretação que perm itia a regularização fundiária de
terras públicas ocupadas por quilom bolas e com unidades tradicionais em nom e de
terceiros, bem com o que seja afastada qualquer vistoria sobre im óveis de até 4
m ódulos fiscais:
ADI 4269: STF julgou parcialmente procedente para dar interpretação conforme,
sem redução de texto: “(i) ao art. 4º, § 2º, Lei 11.952/2009 e afastar interpretação
que permita a regularização fundiária das terras públicas ocupadas por
quilombolas e comunidades tradicionais da Amazônia Legal em nome de
terceiros; (ii) ao art. 13, Lei 11.952/2009, para afastar interpretações no sentido da
desnecessidade de fiscalização dos imóveis rurais de até quatro módulos fiscais,
assegurando a proteção ambiental (programa de regularização fundiária na
Amazônia Legal)