Você está na página 1de 54

PREPARATÓRIO

QOA
Curso Adsumus
Geografia Econômica

Países de industrialização
Planificada
• O processo de industrialização da Rússia foi iniciado no século XIX, ainda na
época do Império Czarista, e se intensificou após a Revolução de 1917, que
deu origem à União Soviética, já a China iniciou somente depois da Revolução
de 1949, inicialmente com apoio soviético.
• Nas duas repúblicas soviéticas foram implantadas economias planificadas,
baseadas na propriedade estatal dos meios de produção e no planejamento
centralizado, no final dos ano 70 a China abriu sua economia e cria as ZEE’s,
enquanto a URSS manteve sua economia planificada até o colapso do sistema
e a desfragmentação da União Soviética.
UNIÃO SOVIÉTICA / RÚSSIA
Origem e crise da economia planificada
• A União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), formada em 1922, nasceu
da vitória dos bolcheviques, sob a liderança de Vladimir Lenin, na Revolução
Russa de 1917.
• Consolidou-se sob o governo de Josef Stálin (1924-1953), que sucedeu Lenin
após sua morte, em 1924, quando foi implantado um regime de partido único -
o Partido Comunista da União Soviética (PCUS) - extremamente centralizado e
autoritário, onde o máximo na hierarquia de poder era o de secretário-geral do
PCUS.
• Fatores do processo de estatização e planificação:
1. Meios de produção foram estatizados, ou seja, foram confiscados pelo
Estado e passaram a ser controlados pelo governo;
2. As metas de produção industrial, mineral e agrícola do país passaram a ser
definidas por planos quinquenais, elaborados pelo Comitê Estatal de
Planejamento, mais conhecido por Gosplan.
• O primeiro plano quinquenal (1928 a 1932): tinha como principal objetivo
construir as bases da economia socialista, por isso priorizou a implantação da
indústria pesada, a expansão da infraestrutura básica e a criação de fazendas
coletivas, forçando os agricultores a aderir ao novo modelo de produção.
Trouxe crescimento econômico e desenvolvimento da produção industrial.
• A economia planificada tirou a URSS saltou de uma posição periférica (início do
século XX), ao posto de segunda economia do planeta, na Segunda Guerra
Mundial. Principalmente na década de 1930, enquanto as potências ocidentais
sofriam o impacto da crise de 1929, o crescimento industrial soviético foi
muito rápido.
• Essa economia teve sucesso enquanto a organização industrial e tecnológica
da Segunda Revolução Industrial eram utilizados, mantendo a igualdade dos
padrões tecnológicos e de produtividade com os EUA, além de investir na
infraestrutura necessária para sustentar o processo de industrialização.
• A indústria siderúrgica, a petrolífera, a bélica e a de máquinas e equipamentos
tiveram enorme crescimento e foram construídas barragens e hidrelétricas,
ferrovias, redes de transmissão de energia, portos, aeroportos, etc.
• O segundo plano quinquenal (1933-1937) continuou a priorizar a indústria
pesada, o terceiro (1938-1942) foi interrompido pela eclosão da Segunda
Guerra.
• O quarto plano quinquenal (1946-1950): foi direcionado à recuperação da
economia e à reconstrução das fábricas e das obras de infraestrutura
destruídas pelo conflito bélico. Os planos seguintes continuaram enfatizando o
setor industrial de base e o bélico, já no contexto da Guerra Fria e da corrida
armamentista possibilitando um grande crescimento econômico.
• URSS e a Terceira Revolução Industrial: liderou principalmente as tecnologias
aeroespacial; telecomunicações; e bélica, a partir da década de 1970, com a
intensificação da Revolução Técnico-Científica nos países capitalistas
desenvolvidos, a URSS não conseguia acompanhá-los e começou a sofrer
defasagem econômica e tecnológica.
• A União Soviética não aplicava as inovações tecnológicas desenvolvidas nesses
setores nas indústrias civis, para dinamizar a economia e gerar novos produtos, ao de
Estados Unidos e Europa ocidental.
• Com a produtividade da indústria em geral e de bens de consumo em baixa e o
atraso tecnológico, seu parque industrial mostrou-se incapaz de produzir bens em
quantidade e qualidade suficientes para abastecer a população, gerando filas e
aborrecimentos.
• Em 1981, Ronald Reagan, do Partido Republicano, foi eleito presidente dos EUA e
triplicou o orçamento para a defesa, com isso a União Soviética não teve mais como
continuar a corrida armamentista e os acordos de paz tornaram-se necessários e
urgentes.
• Em 1985, Mikhail Gorbatchev assume o cargo de secretário-geral do PCUS, e além de
negociar acordos de redução de armas, seu desafio era alavancar o patamar
tecnológico e aumentar a produtividade da economia.
• Ao assumir o poder rompe com o imobilismo da era Brejnev, e propôs um conjunto
de reformas voltadas para a modernização da economia soviética, chamado
perestroika (‘reestruturação’,em russo)
• Pontos para atrair investimentos estrangeiros:
1. facilitar a formação de empresas mistas (joint ventures), assegurando o
acesso a novas tecnologias da Terceira Revolução Industrial;
2. introduzir processos produtivos e métodos de controle de qualidade
inovadores, afim de modernizar as empresas estatais;
• Além desses pontos outros foram considerados para ajudar no aumento da
produtividade e se fez necessário ocorrer uma reforma na estrutura política
do país, a glasnost.
• A glasnost foi a abertura política do país e permitiu o surgimento de novos
partidos políticos e sua democratização, mas essa desmontagem do aparelho
repressor liberou forças Nacionalistas de várias repúblicas da União, que
começaram a reivindicar autonomia em relação a Moscou.
• As repúblicas bálticas (Estônia, Letônia e Lituânia), anexadas à União Soviética
após a Segunda Guerra, foram pioneiras, declarando sua independência. Em
seguida, o separatismo ganhou força nas demais regiões do país, levando à
completa fragmentação política da antiga superpotência.
O FIM DA UNIÃO SOVIÉTICA E ORESSURGIMENTO DA RÚSSIA
• Mikhail Gorbatchev sofre um golpe de Estado de comunistas mais ortodoxos
descontentes com o insucesso da Perestroika, e o Tratado da União, acordo
com as repúblicas e concedendo-lhes maior autonomia no âmbito de uma
federação renovada.
• Um dia antes de entrar em vigor o acordo Gorbatchev sofre o golpe, sendo
mantido em prisão domiciliar em sua casa de veraneio, de 18 a 20 de agosto
de 1991, fracassando por falta de apoio popular, por divisões no PCUS e nas
forças armadas e por causa da resistência liderada pelo reformista Boris Ieltsin,
eleito presidente da Rússia um mês antes.
• Gorbatchev foi reconduzido a seu cargo, mas o poder soviético enfraquecera,
porque as repúblicas, uma a uma, proclamaram a independência política e
Ieltsin sai fortalecido iniciando o gradativo desmonte das instituições da URSS.
• Boris Ieltsin proibiu o funcionamento do PCUS na Rússia e confiscou seus bens,
esvaziando o poder de Gorbatchev e em dezembro de 1991, a Rússia, principal
república da URSS, proclamou sua independência política, num golpe velado
contra Gorbatchev.
• Um encontro dos presidentes da Rússia, Ucrânia e de Belarus, realizado em 8
de dezembro de 1991, selou o fim da União Soviética e formou o Acordo de
Minsk que criou a Comunidade de Estados Independentes (CEI). Em 21 de
dezembro, essa comunidade foi instituída pelo Tratado de Alma-Ata
(Casaquistão), pelo qual 11 das antigas repúblicas soviéticas aderiram à CEI
(em 1993, a Geórgia ingressa).
• Em 25 de dezembro, Gorbatchev renunciou ao cargo de presidente da URSS e
no dia seguinte, no Kremlin foi hasteada a bandeira branca, azul e vermelha,
da Federação Russa simbolizando o fim da URSS e a passagem do poder para a
Rússia.
• A CEI foi criada para gerir a interdependência econômica que existia entre as
repúblicas da União Soviética e continuou existindo após se tornarem países
politicamente independentes, praticamente todas as ex-repúblicas soviéticas
dependiam, e em grande medida ainda dependem, da importação de produtos
da indústria russa.
• Embora os países almejem diversificar seu comércio, o peso da história
comum e da proximidade geográfica faz com que ainda haja considerável
dependência em relação à Rússia, o país mais industrializado e a maior
economia da região.
• A Rússia herdou o assento de membro permanente do Conselho de Segurança
da ONU, mas perdeu poder no mundo e no Leste europeu, como a entrada de
antigos países satélites na Otan e União Européia.
• O fracasso da perestroika e a conturbada transição para a economia de
mercado lançaram o país em profunda recessão. Segundo o Banco Mundial e o
FMI, no período 1990-2000, o PIB russo encolheu 4,7% na média anual, com a
economia encolhendo constantemente até 1996; em 1997 esboçou uma
reação, mas veio a crise russa de 1998.
• A partir de 1999, a economia da Rússia entrou num período de crescimento
elevado (entre 2000 e 2010 cresceu em média 5,4% ao ano), só interrompido
pela crise financeira de 2008/2009.
crise russa de 1998
• Resultado de fugas de capitais que haviam sido investidos no país, causando
uma série de dificuldades à economia da Federação Russa.
• Dentre elas, podem-se destacar a desvalorização do rublo, a impossibilidade
de pagamento da dívida interna e externa, a dificuldade de arcar com salários
do funcionalismo público e dos militares, dificuldade na manutenção de
serviços públicos estatais e quebra de bancos em decorrência da queda de
ações na bolsa de valores.
• Intensificaram a crise:o Estado manteve o rublo em paridade com o dólar,
queda do preço do petróleo e crise dos Tigres Asiáticos.
• Em 1999 com o aumento do preço do petróleo e das exportações (rublo
desvalorizado) a economia russa apresentou sinais de recuperação e
contribuiu para uma melhora nos indicadores de distribuição de renda.
INDÚSTRIA RUSSA
Recursos naturais
• Há em seu território extensas áreas de bacias sedimentares, ricas em
combustíveis fósseis, e de escudos cristalinos, ricos em minerais metálicos,
além do enorme potencial hidráulico de seus extensos rios, que possibilitou a
construção de grandes usinas hidrelétricas nos trechos planálticos.
• Segundo produtor e exportador mundial de petróleo do mundo, com a maior
parte da produção na bacia do Volga-Ural e na Sibéria ocidental e oriental.
Possui as maiores reservas e é o maior produtor e exportador de gás natural
do planeta.
• Importante produtor de carvão mineral e a extração se concentra nas bacias
de Pechora e Donets (fronteira com a Ucrânia), na porção europeia, e nas
bacias da Sibéria ocidental (região de Kuzbass), a parte asiática concentra mais
de 80% das reservas, portanto, as maiores possibilidades de ampliação da
produção.
• Quarto maior produtor de eletricidade do mundo, principalmente pelas
termelétricas movidas a petróleo, gás e carvão e em grandes usinas
hidrelétricas. As principais se encontram nos rios da bacia do Volga (porção
europeia de seu território) e nos rios que cortam os planaltos do sul da Sibéria
ocidental, principalmente no Ienissei e no Angara.
• Dispõe de grandes reservas de minérios metálicos e não metálicos extraídos
nos escudos cristalinos dos Montes Urais, onde se encontram as principais
províncias minerais do país e outras no planalto central siberiano.
• Destaca-se como grande produtor de diamante industrial, níquel, platina e
também importante produtor de urânio, extraído de jazidas da Sibéria
ocidental.
• Toda essa riqueza do seu subsolo foi e é fundamental para a recuperação
econômica, e fez surgir uma significativa classe média ávida por novos
produtos, provocando o crescimento das indústrias de bens de consumo.
Parque industrial
• As duas principais concentrações industriais na Rússia são a região dos Montes Urais
e a de Moscou, mas há concentrações menores na Sibéria ocidental.
• Nos Montes Urais há predominância de indústrias de bens intermediários, como as
siderúrgicas, devido à disponibilidade do minério de ferro e de carvão mineral. As
duas maiores empresas mineradoras e siderúrgicas do país – Severstal e a Evraz.
• Há também indústrias de bens de capital, como a de máquinas e equipamentos. As
principais refinarias e petroquímicas do país estão próximas aos grandes lençóis
petrolíferos, principalmente na bacia do Volga-Ural, que fica entre Moscou e os
Urais.
• Predominam indústrias de bens de consumo e de bens de capital por causa da
existência de um amplo mercado consumidor e da boa infraestrutura de transportes
e telecomunicações. Na Sibéria ocidental, em razão da grande disponibilidade de
recursos minerais, há importante concentração de indústrias pesadas, como
siderúrgicas e metalúrgicas, principalmente na região do Kuzbass.
• Governo de Boris Ieltsin (1991-1999): parte das antigas empresas estatais foi
privatizada, algumas foram compradas por corporações estrangeiras ou por
fundos de investimento, outras tiveram suas ações distribuídas entre os
empregados, mas muitas delas acabaram caindo nas mãos de políticos
influentes ou mesmo de grupos criminosos que corromperam agentes do
Estado para conseguir o controle de antigas estatais pagando valores muito
baixos.
• Esses grupos foram um dos setores da sociedade russa que mais enriqueceu.
Desde a época da União Soviética controlavam uma economia paralela que
floresceu nos interstícios da economia planificada em decorrência da escassez
dos mais variados produtos.
• Surgiram grandes corporações russas de capital aberto, isto é, com ações
cotadas na Bolsa de Valores de Moscou. É o caso da Gazprom (principal
produtora de gás natural do planeta, maior empresa russa e 15º na lista da
Fortune Global 500 2012), da Lukoil e da Rosneft Oil.
• Mesmo com o avanço das privatizações algumas empresas continuavam tendo
controle por parte do Estado, principalmente nos setores estratégicos, em
2012, a Gazprom ainda tinha 50% de suas ações nas mãos do governo, da
Rosneft Oil, 75% das ações pertenciam ao Estado russo. A Lukoil começou a ser
privatizada em 1993 e em 2004 o governo vendeu o restante que possuía do
capital da empresa.
• Vladimir Putin, primeiro mandato (2000-2004): planejava vender as empresas
estatais que restaram, e que não fossem competitivas ou estratégicas, para
sanear as contas públicas e garantir um crescimento de 7% ao ano em seu
segundo mandato (2004-2008).
• A crise mundial de 2008/2009 provoca uma recessão em 2009, porém, o
crescimento foi retomado e, apesar desse percalço, o valor do PIB do país
duplicou desde 2004 e mais que quadruplicou ao longo daquela década,
fazendo Putin alcançar seu objetivo.
• Em 2008, foi substituído por Dmitri Medvedev (ex-membro do Conselho de
Administração da Gazprom), presidente eleito com seu apoio (em retribuição
foi por ele indicado ao cargo de primeiro-ministro). Em 2012, Putin foi eleito
presidente para um novo mandato de quatro anos e, mantendo o rodízio de
poder com Medvedev, indicou-o ao cargo de primeiro-ministro.
• Desde os anos 2000 empresas russas têm ganho importância no mundo,
cresce o fluxo de investimentos estrangeiros no país, que têm sido atraídos
pelo crescimento do mercado interno e pela possibilidade de exploração dos
recursos naturais, especialmente no setor energético.
China
A FORMAÇÃO DA CHINA COMUNISTA
• Sun Yat-sen (1866-1925 )No sob a lider político do início do século XX, que
organizou um movimento nacionalista hostil à dinastia Manchu e à dominação
estrangeira, o movimento culminou em uma revolução que atingiu as
principais cidades do país, pôs fim ao império e instaurou a república em 1912,
dando origem à República da China e a organização do Partido Nacionalista, o
Kuomintang.
• Mesmo com a república, o país continuava envolto no caos político, econômico
e social, e mantinham-se os laços de dependência com as potências
estrangeiras.
• O desenvolvimento industrial ocorreu com a chegada de investidores
estrangeiros interessados em aproveitar a mão de obra muito numerosa e
barata, e a grande disponibilidade de matérias-primas.
• Instalaram algumas fábricas nas principais cidades do país, sobretudo em
Xangai. No conjunto, porém, a China continuava a ser um país camponês
dominado por estrangeiros, essa tímida industrialização foi interrompida pela
ocupação japonesa, na década de 1930, e pela guerra civil de 1927 até 1949.
• ideias revolucionárias ganharam força entre muitos intelectuais chineses, sob
influência da Revolução Russa aliado ao sentimento nacionalista e anticolonial,
dando origem ao Partido Comunista Chinês (PCC), em 1921 e Mao Tsé-tung
(1893-1976), foi um dos fundadores e futuro líder.
• Morte de Sun Yat-sen, Chiang Kai-shek (1887-1975) passa a controlar o
Kuomintang em 1928 e lidera o Governo Nacional da China, com controle de
parte do território do país. Após o início pacífico com os comunistas, o
governo nacionalista colocou o PCC na ilegalidade, iniciando uma guerra civil
entre comunistas e nacionalistas até a década de 1940.
• Manchukuo (‘Estado da Manchúria’, em japonês): governo fantoche implementado
pelos japoneses com apoio das potências ocidentais, o último imperador Pu Yi,
seguia as ordens do Japão e exploravam uma das regiões mais ricas em minérios e
combustíveis fósseis de toda a China.
• Entre 1937 e o fim da Segunda Guerra Mundial, os japoneses controlaram 2/3 de
todo o território e provocou um apaziguamento entre comunistas e nacionalistas,
quando o Japão assinou sua rendição o conflito interno na China foi reaceso.
• Após 22 anos de guerra civil do Exército de Libertação Popular formado por
voluntários, na maioria camponeses, liderados por Mao Tsé-tung saíram vitoriosos.
Em outubro de 1949 foi proclamada a República Popular da China, e o território
continental do país foi unificado, comandados por Mao, secretário-geral do PCC.
• Os membros do Kuomintang, comandados por Chiang Kai-shek, se refugiaram na ilha
de Formosa, onde fundaram a República da China ou China nacionalista, mais
conhecida como Taiwan, que o governo de Pequim sempre considerou uma
província rebelde.
• Com a Revolução de 1949, a China seguiu o modelo político-econômico
soviético, país que enviou muitos técnicos e assessores para ajudar no
desenvolvimento da economia chinesa, implantando um regime político
centralizado com base na ideologia marxista-leninista sob o controle do
Partido Comunista Chinês,
• Com a coletivização das terras, foram implantadas de modo gradativo as
comunas populares( fazendas coletivas), com o Estado controlando também
todas as fábricas e a exploração dos recursos naturais, e iniciando seu processo
de industrialização.
• Vale lembrar que a Revolução foi essencialmente camponesa, nessa época
havia no país em torno de 3,2 milhões de operários, o que equivalia a apenas
0,6% da população de cerca de 540 milhões de habitantes.
RELAÇÃO CHINA-TAIWAN
• Devido a Guerra Fria, é marcada pelo conflito com Pequim e pela duplicidade da política
norte-americana em relação aos dois países. Com a Revolução Comunista, a cadeira
reservada à China na ONU foi oferecida a Taiwan, que a ocupou até o início da década de
1970.
• O rompimento sino-soviético, fez os Estados Unidos a ter grandes interesses na
aproximação com a China comunista. Em 1971, o país foi reconhecido pela ONU e admitido
como membro permanente do Conselho de Segurança, e exigiu a expulsão de Taiwan da
organização, em1979, os Estados Unidos romperam relações com Taiwan e reconheceram
oficialmente a China.
• Apesar dos EUA não reconhecerem Taiwan, vendem armas para eles causando
descontentamento aos chineses, que ameaçam com uma invasão o reconhecimento de uma
possível independência da Ilha. Taiwan reivindicam até hoje a readmissão na ONU e o
restabelecimento de relações diplomáticas com os Estados Unidos.
• Os governos dos dois países vêm adotando uma posição moderada e firmando acordos que
visam a uma aproximação na área econômica, que pode levar no futuro a uma “reunificação
pacífica”, garantindo certa autonomia a Taiwan, como aconteceu com a reincorporação de
Hong Kong, em 1997(Região administrativa especial são responsáveis por todas as questões
locais, exceto por atos de Estado como política externa e defesa nacional).
Processo de industrialização
• Grande Salto à Frente (1957- 1961): Mao Tsé-tung lançou um ambicioso plano
econômico, que pretendia acelerar a consolidação do socialismo por meio da
implantação de um parque industrial amplo e diversificado, priorizando
investimentos na indústria de base, na bélica e em obras de infraestrutura que
sustentassem o processo de industrialização.
• o Grande Salto não resultou no crescimento econômico previamente
calculado. As colheitas agrícolas foram prejudicadas pelas secas e inundações
de algumas regiões, bem como a produção de matérias-primas para as
indústrias; máquinas se desgastaram devido ao uso intensivo ou mesmo pela
falta de conhecimento técnico capaz de operá-las.
• Além disso, a industrialização chinesa inicialmente padeceu dos mesmos males
do modelo em que se inspirou: baixa produtividade, produção insuficiente, má
qualidade dos produtos, concentração de capitais no setor armamentista e
burocratização.
• Em 1964, a China fez seu primeiro teste subterrâneo com uma bomba atômica
e, três anos depois, com a de hidrogênio e a URSS não admitia perder a
hegemonia nuclear no bloco socialista. Esse fato decisivo, somado às
divergências quanto ao modelo de socialismo, acabou provocando, em 1965, o
rompimento entre a URSS e a China.
• Como consequência, Moscou retirou os assessores e os técnicos que mantinha
em território chinês, agravando ainda mais seus problemas econômicos e o
rompimento sino-soviético abriu caminho para a aproximação sino-americana.
A “economia socialista de mercado”
• Deng Xiaoping, iniciou-se, a partir de 1978, um processo de reforma
econômica no campo e na cidade, paralelamente à abertura da economia
chinesa ao exterior, o que provocou uma análise de seu sucessor Jiam Zemin.
• Xiaoping propôs em 1982 no XII Congresso Nacional do Partido, seguir nosso
próprio caminho e construir um socialismo com peculiaridades chinesas”, e
estabeleceu-se a meta de quadruplicar, em duas etapas, o Produto Nacional
Bruto até o final deste século. Mais tarde, traçou-se a estratégia da terceira
etapa, que consiste em materializar, fundamentalmente, a modernização
socialista do país em meados do próximo século.
• Conciliar o processo de abertura econômica e a adoção de mecanismos
característicos da economia de mercado (aceitação da propriedade privada e
do trabalho assalariado, estímulo à iniciativa privada e ao capital estrangeiro)
com a manutenção, no plano político, de uma ditadura de partido único, que o
regime, numa contradição, chama de “ditadura democrática popular”.
• Em 2012, Xi Jinping foi indicado pelo Comitê Central do PCCh, eleito durante seu 18o
Congresso Nacional, para o cargo de secretário-geral (sucedeu a Hu Jintao, que ficara
no poder de 2002 a 2012) e em 2013 assumiu o cargo de presidente da República
(também em substituição a Hu). Xi demonstrou intenção de continuar com a
reforma/abertura na economia e, embora tenha criticado a corrupção reinante no
partido e seu divórcio do povo, a reforma/abertura política ainda é um tabu.
• A partir de 1982, após o 12o Congresso Nacional do PCCh, iniciou-se o processo de
abertura no setor industrial. Empresas estatais tiveram de se enquadrar à realidade e
foram incentivadas a se adequar aos novos tempos, melhorando a qualidade de seus
produtos, baixando seus preços e ficando atentas às demandas do mercado. Além
disso, o governo permitiu o surgimento de pequenas empresas e autorizou a
constituição de empresas mistas (joint ventures), visando atrair o capital estrangeiro.
• A grande virada, porém, veio com a abertura das chamadas zonas econômicas
especiais, já no início dos anos 1980 – as primeiras foram as de Zhuhai, Shenzhen,
Shantou, Xiamen e Hainan. Com o tempo foram implantadas cidades abertas, portos
abertos, entre outras modalidades de abertura ao exterior.
• Desde os anos 1990 o país tem ocupado quase sempre a posição de segundo
maior receptor de investimentos produtivos do mundo, atrás apenas dos
Estados Unidos. Quase todas as transnacionais com atuação global têm filiais
na China, mas para se instalar em seu território precisam criar joint ventures
com empresas nacionais, o que implica transferência tecnológica.
• fatores que tornam o território chinês altamente favorável:
Baixos salários e mão de obra razoavelmente qualificada: a população é
numerosa e os sindicatos são proibidos;
Política tributária que favorece as exportações: redução ou isenção de
impostos sobre produtos industrializados;
Controle da taxa de câmbio: a cotação do yuan é mantida artificialmente baixa
pelo governo, o que torna os produtos exportados baratos no mercado
internacional.
Disponibilidade de moderna infraestrutura nas zonas econômicas especiais: o
governo tem investido maciçamente em portos, ferrovias, rodovias,
telecomunicações, etc.;
Disponibilidade de recursos naturais usados como matéria-prima e fontes de
energia, mas apesar de seus imensos recursos naturais a China é grande
importador;
Permivissidade com relação à poluição e à degradação ambiental: essa política
está mudando;
Nos últimos anos, grande crescimento e fortalecimento do mercado interno:
está havendo uma elevação da renda da população.
A ECONOMIA QUE MAIS CRESCE NO MUNDO E SUAS CONTRADIÇÕES
• Desde o início da década de 1980 até 2010, a China tem sido a economia que
mais cresce no mundo, a uma taxa média de 10% ao ano. Como consequência
desse impressionante crescimento, entre 1980 e 2010 o PIB chinês aumentou
2 810% e se tornou o segundo maior do planeta.
• Além da liberalização econômica, dos impostos baixos e do yuan
desvalorizado, outro fator fundamental que vem atraindo vultosos capitais
para a China é o baixíssimo custo de uma mão de obra muito disciplinada e
relativamente qualificada.
• Quer de volta empresários, engenheiros e cientistas com experiência em
empresas ocidentais. Vale lembrar também que as populações de Taiwan,
Hong-kong e Cingapura são compostas predominantemente de chineses, o que
favorece o fluxo de capitais, informações e pessoas, além da presença de uma
“cultura capitalista” na região.
• Possui enormes reservas de minérios e de combustíveis fósseis em seu
subsolo. Entretanto, o rápido crescimento econômico e a constante elevação
do consumo interno têm levado a China a importar cada vez mais recursos
minerais.Segundo o Banco Mundial, em 2010, do valor de 1,4 trilhão de
dólares que o país importou, 38% eram matérias-primas agrícolas, minérios e
combustíveis fósseis.
• O governo chinês e empresas do país têm feito maciços investimentos em
países em desenvolvimento, especialmente da África subsaariana, seus líderes
não se cansam de dizer que a expansão da China atual é marcada pelo que
chamam de “ascensão pacífica” (depois o termo foi trocado por
“desenvolvimento pacífico”, para não gerar atrito com os Estados Unidos).
• Busca fazer negócios e garantir a disponibilidade de recursos naturais,
assegurando seu crescimento econômico sustentado e contribuindo para o
crescimento dos outros países. De fato, a China tem contribuído para a
valorização dos produtos primários, predominantes na pauta de exportação de
diversos países em desenvolvimento. Muitas nações africanas, como Angola,
vêm apresentando rápido crescimento econômico, em grande parte, graças
aos investimentos chineses.
• De acordo com dados da OMC, em 1980, no início das reformas econômicas,
as exportações chinesas somavam 18 bilhões de dólares (25º lugar na lista dos
maiores exportadores do mundo). Trinta anos depois, o país exportou
mercadorias no valor de US$1,6 trilhão, tornando-se o maior exportador do
mundo.
• O governo chinês aumentou gradativamente a quantidade de produtos
industrializados na pauta de exportação do país. Em 1980, 48% de suas exportações
eram compostas de produtos industrializados; em 2010, esse índice subiu para 94%,
de acordo com o relatório Indicadores de desenvolvimento mundial 2012.
• Desde meados da década de 1980 vem implantando tecnopolos, as chamadas zonas
de desenvolvimento econômico e tecnológico, que buscam atrair indústrias de alta
tecnologia. Em 2010, de acordo com o relatório do Banco Mundial, 27,5% dos
produtos industrializados exportados pelo país já eram bens de alta tecnologia, que
são intensivos em capital. Grande parte desses produtos é fabricada nas mais de
cinquenta zonas de desenvolvimento econômico e tecnológico situadas na costa
leste.
• O rápido crescimento econômico concentrado principalmente nas cidades costeiras
provocou o aumento das migrações internas, apesar das restrições do governo
central. Por exemplo, a população da cidade de Shenzen, localizada na província de
Guangdong, próxima a Hong-kong, saltou de 300 mil habitantes, em 1975, para 9
milhões, em 2010. De acordo com a ONU, a cidade saltou da 401a posição entre as
maiores do mundo para a 26a colocação. Foi a cidade que mais cresceu no mundo
nas últimas três décadas.
Políticas ambientais na China
• A proteção ambiental surgiu na agenda política na China a partir dos anos 1990,
quando seis leis e regulamentos ambientais foram revisados e/ou aprovados, o mais
significativos na política foi a revisão do Código de Painel da República Popular da
China, em 1997, adicionando novos artigos referentes à responsabilidade de danos e
proteção de recursos naturais e do meio ambiente, e responsabilidade sobre a falta
de gestão ambiental.
• Fatores como à redução de emissões de poluentes atmosféricos e à melhoria da
qualidade do ar são considerados extremamente importantes para o governo,com
uma série de leis, regulamentos e padrões, como a Lei na Prevenção e Controle da
Poluição Atmosférica, os Padrões Ambientais Nacionais da Qualidade do Ar e os
Padrões, de Emissão de Poluentes Atmosféricos para as Centrais de Energia Térmica.
• As emissões de SO2 foram controladas com sucesso em Beijin e a luta mais recente
busca por redução de emissões veiculares, mesmo com o número de veículos
aumentndo cerca de 10% ao ano em Beijin, Xangai e nas cidades do delta do rio
Pérola, as concentrações de NO2 e de CO2 não aumentaram devido às medidas de
controle eficazes.
• Em 2008, a Sepa(Administração de Proteção Ambiental do Estado) foi rebatizada
como Ministério da Proteção Ambiental (MEP), essa mudança foi considerada um
sinal do desejo do governo chinês em realizar sérios esforços para melhorar o meio
ambiente.
• O MEP é o principal órgão de formulação e execução de políticas ambientais. Ele
abrange diversas diretorias de prevenção de poluição em níveis estaduais, municipais
e distritais que pareceriam cumprir exigências normais para a execução de leis e o
incentivo do bom comportamento ambiental. Essas diretorias podem realizar
inspeções surpresa e os governos centrais e locais podem impor penalidades para as
quebras dos regulamentos.
• Além disso, existem leis que tratam questões específicas e setores específicos tais
como o ambiente marinho, o ar, a água, e assim por diante. Além das leis nacionais
há muitas leis regionais e locais que abordam o meio ambiente. De acordo com os
resultados publicados por Huang (2010), a política ambiental chinesa deu mais
atenção às questões da água e da poluição atmosférica; a poluição radioativa
também tem recebido grande interesse. Os instrumentos da política mudaram da
ênfase em regulamentos de comando e controle para incentivos econômicos.
Parque industrial
• A China dispõe atualmente de um parque fabril muito diversificado, e grandes
corporações estão se constituindo no país. Em 2012, havia 73 empresas
chinesas, a maioria delas estatal, na lista das quinhentas maiores do mundo.
• Entre elas estão: Sinopec Group (setor petrolífero e petroquímico; em 2012 era
a maior empresa do país e a quinta na lista da revista Fortune), China Nacional
Petroleum (setor petrolífero), State Grid (energia elétrica), Baosteel (setor
siderúrgico), China Railway Group (setor ferroviário), Dongfeng Motor e China
FAW Group (setor automobilístico) e Aviation Industry Corporation of China
(setor aeronáutico).
• Nem só de grandes empresas vive a economia chinesa. A maioria dos
empregados e grande parte da produção para a exportação, principalmente
das mercadorias de baixo valor agregado, concentram-se em milhões de
pequenas empresas espalhadas pelo país, incluindo a zona rural.
• Em muitos setores industriais, principalmente nos estratégicos, as empresas
chinesas são controladas predominantemente pelo Estado. Entretanto, o setor
privado está em crescimento constante e, se considerarmos a economia como
um todo, em número de empresas, em empregos oferecidos e em patrimônio,
já superou o setor estatal
• A maioria das grandes empresas transnacionais do mundo e mesmo algumas
de menor porte têm instalado filiais na China para aproveitar o gigantesco
mercado interno, que não para de crescer, e as vantagens competitivas que o
país oferece para exportação (quase todas as quinhentas da lista da revista
Fortune possuem filiais lá). Há inclusive algumas multinacionais brasileiras
instaladas no país: WEG (motores elétricos), Embraco (compressores), entre
outras.

Você também pode gostar