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Ano 14 - Edição 160

Maio de 2019

Redes subterrâneas em foco


Descarbonização, descentralização e digitalização formam a tríade que
vem transformando a distribuição de energia em todo o mundo. As redes
subterrâneas já são aliadas desse desenvolvimento tecnológico em
outros países, mas o que falta para que avance também no Brasil?

PESQUISA SETORIAL
Mercado de equipamentos para transmissão e distribuição
de energia estima crescimento de 9% até o fim deste ano.
Projetos de infraestrutura devem alavancar o setor

COBERTURA ESPECIAL – CINASE SC


O encontro da engenharia elétrica aconteceu
em Florianópolis e superou todas as expectativas
em sua primeira edição de 2019
Sumário 3

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Maior evento técnico itinerante do setor elétrico acontece em Florianópolis e supera expectativas em sua primeira edição
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Consultor técnico
José Starosta
20 Painel de notícias
Colaborador técnico de normas Seções Mercado e Empresas
Jobson Modena

Colaboradores técnicos da publicação


Daniel Bento, João Barrico, Jobson Modena, José Starosta,
27 Fascículos
Juliana Iwashita, Roberval Bulgarelli e Sergio Roberto Santos BIM – Building Information Modeling / Modelagem das Informações da Construção

Colaboradores desta edição Equipamentos para ensaios em campo


Claudio Mardegan, Claudio Rancoleta, Daniel Bento, Elbia Gannoum,
Fabio Henrique Dér Carrião, Francisco Gonçalves Jr.,
Linhas elétricas para baixa tensão
Gilson Paulillo, Hans Rauschmayer, Jobson Modena, José Starosta,
Luciano Rosito, Paulo E. Q. M. Barreto, Ricardo Barros,
Rodrigo Sauaia, Ronaldo Koloszuk,
Roberval Bulgarelli e Sergio Roberto Santos 52 Pesquisa
Mercado de equipamentos para transmissão e distribuição de energia estima crescimento de 9% até o fim deste ano.
Revista O Setor Elétrico é uma publicação
mensal da Atitude Editorial Ltda. Projetos de infraestrutura devem alavancar o setor
A Revista O Setor Elétrico é uma publicação do mercado de
Instalações Elétricas, Energia, Telecomunicações e Iluminação,
com tiragem de 13.000 exemplares. Distribuída entre as
empresas de engenharia, projetos e instalação, manutenção, 60 Cinase TEC
industrias de diversos segmentos, concessionárias, prefeituras
e revendas de material elétrico, é enviada aos executivos e Três D’s e um S
especificadores destes segmentos.
Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores
e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não
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expressa autorização da Editora.
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Editorial 4 O Setor Elétrico / Maio de 2019

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Ano 14 - Edição 160

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Maio de 2019

Redes subterrâneas em foco


Descarbonização, descentralização e digitalização formam a tríade que
vem transformando a distribuição de energia em todo o mundo. As redes
subterrâneas já são aliadas desse desenvolvimento tecnológico em
outros países, mas o que falta para que avance também no Brasil?

O Setor Elétrico - Ano 14 - Edição 160 – Maio de 2019


PESQUISA SETORIAL
Mercado de equipamentos para transmissão e distribuição
de energia estima crescimento de 9% até o fim deste ano.
Projetos de infraestrutura devem alavancar o setor

COBERTURA ESPECIAL – CINASE SC


O encontro da engenharia elétrica aconteceu
em Florianópolis e superou todas as expectativas
em sua primeira edição de 2019

Edição 160

O mundo em plena transformação


Após uma jornada de 11 anos e meio atuando em uma outra Daniel Bento, para falar sobre os benefícios das redes subterrâneas
mídia do segmento, é com grande prazer que venho me apresentar dentro da onda dos três D’s; sobre a influência da digitalização na
como a nova editora da revista O Setor Elétrico. Com extrema rede de distribuição; sobre o desenvolvimento e aplicação, entre
satisfação e alegria, recebi o convite para fazer parte da família outros pontos relevantes. O trabalho foi publicado na seção Cinase
Atitude Editorial, e me sinto privilegiada por poder retornar a esse TEC, com o título: “Três D’s e um S”.
mercado com o qual sempre me identifiquei e continuar contribuindo Sempre atenta ao comportamento e às tendências do mercado,
para o seu desenvolvimento. a revista O Setor Elétrico, ao longo de seus mais de 13 anos de
O meu desejo é honrar a confiança em mim depositada, agregar trajetória, tem constantemente renovado suas ideias e aprimorado
todo o conhecimento e expertise que adquiri ao longo do tempo e processos e ações, e com isso, obtido êxito nos segmentos em que
cada dia mais aprender para informar nosso público leitor sobre o atua, sendo considerada o principal veículo do ramo. Prova disso foi
fantástico universo da eletricidade. Então, mãos à obra! o grande sucesso resultante da primeira edição de 2019 do Circuito
É inegável que o mundo vem se transformando a uma velocidade Nacional do Setor Elétrico (CINASE), realizada nos dias 8 e 9 de maio,
difícil de processarmos, e tal fato exige de nós a capacidade de pela primeira vez em Florianópolis (SC), a qual recebeu cerca de
adaptação à realidade em que estamos inseridos. Se antes sofríamos 1.000 participantes, contou com mais de 30 expositores e debateu
por falta de informação, hoje, um dos grandes problemas da vida temas atuais, como a Indústria 4.0, Smart Grid, entre outros diversos
cotidiana é o excesso dela, uma vez que a sociedade atual precisa conteúdos ligados à inovação em mais de 50 palestras ministradas
ser multitarefa e atender prontamente às inúmeras demandas que por um time de verdadeiras feras do setor.
surgem. O evento itinerante, que já chegou à sua 34ª edição, está
De modo geral, as transformações têm ocorrido, principalmente, comemorando seu décimo ano de existência, e a previsão é que
nas esferas econômica, tecnológica e social. No caso do segmento de as expectativas sejam superadas a cada Etapa realizada pelo País.
energia elétrica – que, para nós, é o cerne da questão –, as mudanças Confira, na cobertura especial presente nas páginas a seguir, tudo
mais recentes estão baseadas em três pilares importantes, conhecidos o que aconteceu nos dois dias de evento, incluindo o coquetel de
como os três D’s do momento. São eles: “Descarbonização, lançamento do “Prêmio OSE de Qualidade nas Instalações Elétricas”,
Descentralização e Digitalização”, sendo cada país o responsável promovido na noite de 7 de maio, o qual reconheceu e contemplou
por investir em seu desenvolvimento tecnológico no que tange à os melhores projetos elétricos da região.
distribuição de energia. O tema, inclusive, foi discutido em um dos Termino com uma frase de John Kennedy: “A mudança é a lei da
painéis apresentados no evento Brazil Windpower 2019, que ocorreu vida. E aqueles que apenas olham para o passado ou para o presente
de 28 a 30 de maio, em São Paulo (SP). irão, com certeza, perder o futuro”.
Sem dúvida, o Brasil possui pleno potencial para ingressar nesse Espero que apreciem a edição.
conceito, porém é necessário que disponha de uma infraestrutura
adequada para que tudo funcione corretamente; nesse aspecto, A todos, uma boa leitura!
redes subterrâneas são consideradas a bola da vez por permitirem
maior confiabilidade e robustez às instalações. Face à importante Abraços,
necessidade de reflexão do assunto, convidamos o especialista Luciana Freitas
Redes sociais

@osetoreletrico Revista O Setor Elétrico


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6 Coluna do consultor O Setor Elétrico / Maio de 2019

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e


Instalações e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp
e da SBQEE. É consultor da revista O Setor Elétrico
jstarosta@acaoenge.com.br

“Dá cá”, antes do “Toma lá”.


As moscas mudam!
O desencanto toma o moral da tropa, enquanto alguns
bravos tentam levar a coisa com dignidade, encontram pelo
caminho sorrateiros inimigos em franca negociação. Não há
como botar o nosso País nos trilhos sem uma dose de sacrifício
coletivo e ajuste de contas. Os ovos devem ser quebrados.
Os indicadores econômicos na contramão neste final de maio
indicam a estagnação dos projetos enquanto as reformas não
chegam.
Naturalmente, os cortes de verbas têm que ser feitos
como o seriam em qualquer empresa privada em que a conta
não pode ser menor que zero; agora, elegantemente tratado
por contingenciamento. O tema da verba da educação das
universidades federais expõe mais ainda algumas mazelas e
baixarias de todos os lados. Não bastasse isso, observa-se um
cenário internacional pouco promissor, com as constantes rugas
dos ianques com os chineses e iranianos que podem empelotar
ainda mais o nosso angu de cada dia – e que ele não falte!
Bom mesmo é acompanhar alguns bons nichos de economia
no Brasil que insistem em continuar produzindo e buscando
crescimento. Parabéns a eles; pena que a agricultura (já bem
mecanizada) emprega pouca mão de obra. A “pegada” de
tecnologia, indústria 4.0, IoT e outros sinaliza claramente para
a necessária especialização de nossa mão de obra. É hora de
reciclar nossas equipes.
A turma do CINASE voltou da lindíssima Floripa com gosto
de quero mais. O evento de maio foi espetacular e superou as
expectativas. Mais uma etapa de sucesso, que será certamente
repetido em Belo Horizonte. Sempre é hora de esperar por uma
virada, que ela venha rápida com a vitória, e que os custos tratados
e ajustados sejam só aqueles que precisam ser equilibrados. Que
desta vez, os bolsos dos negociadores não sejam contaminados
com desvios de cursos e recursos; será que dá?
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Evento O Setor Elétrico / Maio de 2019

Por Adriana Dorante


Edição: Cristiane Pinheiro
Fotos: Divulgação / FotoCongresso

A 34ª edição do CINASE – Circuito


Nacional do Setor Elétrico recebeu
cerca de 1.000 pessoas durante os dias
8 e 9 de maio, em Florianópolis, Santa
Catarina. Comemorando seu décimo
ano de existência e consolidado como o
melhor evento itinerante do segmento, o

CINASE SC recebe cerca CINASE contou com mais de 30 estandes


de empresas nacionais e locais e mais de

de 1.000 pessoas e é
50 palestras que abordaram Smart Grid
(Redes Inteligentes), Indústria 4.0, Internet
das Coisas, entre outras inovações do

considerado sucesso setor, debatidas por especialistas da


região e de todo o País. A resposta de

unânime por congressistas, todos os participantes foi unânime: o


evento superou todas as expectativas em

patrocinadores e apoiadores
sua primeira edição de 2019.
De acordo com Simone Vaiser, diretora
da revista O Setor Elétrico e responsável
pela coordenação da infraestrutura do
O evento itinerante contou com mais de 30 expositores e debateu evento, esta edição foi espetacular
temas como Indústria 4.0, Smart Grid, além de conteúdos ligados à também na opinião dos patrocinadores e
inovação em mais de 50 palestras apoiadores. “Já conseguimos, inclusive,
renovar as cotas de patrocínio para a
O Setor Elétrico / Maio de 2019 9

realização do CINASE em outras regiões


do País. A gerente de comunicação das
Centrais Elétricas de Santa Catarina
(Celesc), Lau Macarini, envolveu a
concessionária em todo o programa do
evento. Esteve presente na abertura
e teve participação com palestras e
debates em outras partes do congresso,
além do trabalho de divulgação exemplar,
abrangendo todas as divisões da Celesc”,
afirmou.
O CINASE já percorreu Santa Catarina,
em Joinville, em 2011 e 2015, mas é a
primeira vez na capital Florianópolis. O
evento contou com o importantíssimo
apoio de empresas e entidades ligadas
ao setor elétrico regional, como Celesc,
Eletrosul, Senge – SC – Sindicato
dos Engenheiros de Santa Catarina, a
Associação Catarinense de Engenheiros
(ACE), todas as grandes universidades,
entre elas a Udesc – Universidade do
Estado de Santa Catarina, entre outras,
Engerey Painéis Elétricos e Reymaster
Materiais Elétricos.

Programação

Este CINASE contou com uma


importante modificação em sua
programação: novos temas e palestras
inéditas dos especialistas do setor.
Anteriormente, a concessionária só
participava da abertura do evento, fazendo
um panorama do setor na região. Agora,
esteve presente em diversos painéis
ao longo dos dois dias do evento, se
aproximando ainda mais do público
e tornando os temas do Congresso
ainda mais dinâmicos. “O CINASE
chega ao seu décimo ano de existência,
percorrendo 15 cidades diferentes no
auge do reconhecimento da indústria,
que nos acompanha e que hoje enxerga
esse modelo como um sucesso, não só
por ser o maior, mas o melhor evento
técnico itinerante. O congresso tem um
propósito muito bem definido, misturando
profundidade dos temas técnicos,
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Evento O Setor Elétrico / Maio de 2019

visibilidade e trabalho de divulgação total e


diferenciado nas regiões por onde passa.
Desde o ano passado, também levamos
ao evento o “Prêmio O Setor Elétrico de
Qualidade das Instalações Elétricas”,
que agrega cada vez mais participantes.
Tudo isso é o CINASE”, destacou Adolfo
Vaiser, diretor da revista O Setor Elétrico e
organizador do evento.

Agradecimentos e homenagens

José Antônio Latrônico Filho, presidente


da ABEE – Associação Brasileira de
Engenheiros Elétricos de Santa Catarina,
agradeceu à equipe do CINASE por
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Evento O Setor Elétrico / Maio de 2019

trazer o evento ao Estado e enfatizou exaltou a participação da associação no


sobre a importância da qualificação dos CINASE.
profissionais na nova era tecnológica,
com a onda do ensino a distância (EAD). Feedback dos participantes
“Devemos reconhecer que é possível sim,
termos EAD, mas devemos ter qualificação Na opinião dos participantes, o CINASE
na parte técnica presencial. Formularemos Florianópolis foi mais uma vez um sucesso.
uma proposta em nível nacional na área Para Celso Ternes Leal, os patrocinadores
elétrica e definiremos o que deve ou não e os participantes com os quais conversou
ser presencial. A qualificação profissional foram unânimes em dizer que o evento esteve
é um trabalho que empresas e entidades sempre acima das expectativas, pois muitas
de classe devem se preocupar”, destacou. novidades e diversas apresentações trouxeram
O diretor do CREA Santa Catarina, valiosas informações. “Os profissionais
Evânio Ramos Nicoleit, também reforçou de Santa Catarina tiveram a oportunidade
a importância de o CINASE ocorrer de conversarem com os fabricantes e
no Estado. “É uma honra acompanhar representantes da região; isso também foi
e participar desse evento de grande muito proveitoso. Parabéns à equipe pelo
relevância para o setor. O CREA de grande sucesso do evento”, declarou.
Santa Catarina vem há mais de 60 Segundo Rubipiara Cavalcante
anos acompanhando os avanços do Fernandes, apoiador, o feedback dos
setor na região, que atrai cada vez mais participantes foi fantástico. “Parabéns pelo
investimentos, colocando o Estado em sucesso do evento! É muito gratificante
uma posição de excelência tecnológica”, ver o êxito pelo trabalho realizado. Os
disse. participantes chegaram a comentar que,
O engenheiro Carlos Nakazima, devido à quantidade e relevância dos temas
da ACE – Associação Catarinense de tratados, caberia mais um dia de congresso.
Engenheiros ressaltou a importância da Fica a sugestão. Muito obrigado pela
energia na vida das pessoas e também oportunidade de ter participado!”, agradece.
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Evento O Setor Elétrico / Maio de 2019

Inovação do setor elétrico e


mercado fotovoltaico em pauta
no CINASE SC

do âmbito do Programa, explicou Passos, foram


as criações do Selo Solar e do Fundo Solar.
O primeiro é uma certificação concedida para
empresas, instituições públicas e privadas e
proprietários de edificações que consomem um
valor mínimo anual de eletricidade vinda de fonte
solar, lançado em parceria com a Câmara de
Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Já
a segunda, é fruto de uma parceria com a alemã
GLS – Grüner Strom Label, que oferece apoio
financeiro para instalar microgeradores FV com
uma potência de até 5 kW. Também integra o
América do Sol o projeto 50 telhados, executado
em 25 cidades brasileiras por empresas do setor
FV que foram responsáveis pela instalação de
pelo menos 50 telhados FV (ou 100 kWp de
potência) em cada município, até o final de 2015.
A confiabilidade da geração fotovoltaica
A Celesc – Centrais Elétricas de Santa entre outros, uma média de R$ 390 milhões foi uma questão bastante trazida por Ricardo
Catarina foi convidada a abrir o evento com Pablo ao ano. Para 2019, o objetivo é injetar R$ Ruther, diretor do Instituto Ideal e do Laboratório
Cupani Carena, diretor de GTD – Geração, 530 milhões somente no sistema elétrico para Fotovoltaico da Universidade Federal de Santa
Transmissão e Distribuição de Energia e novos que consiga dar vasão e atender à demanda Catarina (UFSC). Segundo ele, a resolução 482
negócios da concessionária, falando sobre crescente e requisitos de qualidade”, contou. da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel),
inovação e investimentos da concessionária em Em Geração, Cupani afirmou que o foco é a que trata da compensação de energia para
GTD. Segundo ele, o carro chefe da Celesc é a ampliação de usinas mais antigas, como a Celso microgeração ou minigeração distribuída, sofreu
distribuição e 92% da área de concessão estão Ramos, na região Oeste, que operava com 5,6 revisão em 2015 e está em consulta pública
no Estado de Santa Catarina. MW e será ampliada para mais 8,3 MW, e a usina para definir se a compensação de energia para
Do ponto de vista de inovação, um dos em Blumenau que depende do licenciamento os consumidores de energia solar FV terá um
conceitos bastante válidos no setor é transformar ambiental para finalizar o projeto. Hoje, opera com retorno de 0,72% do total de 1kW investido.
novas ideias em resultados. De acordo com 6,3 MW e a ideia é ampliar para 23 MW. “Não podemos deixar esse mercado morrer
Cupani, a Celesc atua na melhoria da qualidade Outro convidado na abertura do CINASE foi antes de pegar o embalo que precisa”, declarou.
do serviço, na satisfação do consumidor, no Mauro Passos, presidente do Instituto Ideal, que Conheça alguns outros assuntos que foram
atendimento às exigências regulatórias, na falou sobre o mercado de energia fotovoltaica (FV) destaques no CINASE SC
redução de custo operacional e na melhoria da no Brasil. “Este mercado ganhou conhecimento,
segurança. A concessionária também investe legislação e investimento, crescendo a 50% ao Subestações digitais
em processos de sustentabilidade, tanto ano, e crescerá mais. Hoje, o País já conta com Com o avanço tecnológico, a digitalização
ambiental quanto corporativa. “Nos últimos oito quase quatro mil instaladores de painéis solares e a automatização de subestações de média e
anos, investimos R$ 3 bilhões na rede em novas fotovoltaicos”, afirmou. baixa tensão são uma realidade. O setor atinge
subestações, ampliações, novos alimentadores, Outras duas iniciativas importantes dentro uma transformação significativa da forma como
O Setor Elétrico / Maio de 2019 15

o usuário e o time de manutenção interagem,


monitoram e operam suas instalações elétricas.
Segundo Vinicius Rocha, Engenheiro de
Aplicação ABB, as subestações digitais trazem
uma série de benefícios, entre eles: aumento
da previsibilidade de falhas, fornecimento de
informações mais precisas e detalhadas para a
engenharia e manutenção, conseguindo assim
tomar decisões ou analisar históricos e eventos,
gerenciamento móvel das subestações elétrica,
entre outros. “Componentes elétricos, que
tinham sua estrutura puramente mecânica, como
disjuntores, se tornam autônomos e inteligentes
e são capazes de antecipar algumas falhas no
sistema elétrico, diagnosticar falhas, armazenar
informações a longo prazo, conseguem se
comunicar em redes de comunicação industriais
e auto gerenciando sua vida útil”, destacou
Rocha. Painéis Elétricos, o evento surpreendeu pela na indústria da construção civil como uma
qualidade do público visitante, tornando-se uma ferramenta de inovação para todo o ciclo de vida
Indústria 4.0 boa oportunidade de apresentar as soluções da da edificação. Iniciando pelo projeto, passando
A WEG apresentou suas principais soluções empresa, como quadros elétricos, certificados, pela construção, manutenção e até a demolição,
da WEG Automação dentro da indústria 4.0. bancos de capacitores, quadros de tomadas, essa consolidação tem alcance mundial e agora
Entre elas, a Soft-starter SSW900, ideal para entre outros. “Como demonstração, levamos também no Brasil. O tema foi abordado por
controle total da partida, parada e proteção de alguns painéis de nossa linha de modelos Francisco de Assis Araujo Gonçalves Junior, da
motores. A solução possui módulos plug-in portáteis e padrões e que chamaram a atenção ALTO QI.
para conectividade em redes Ethernet-based dos profissionais da área, como o QTCO Segundo o especialista, o BIM está
(Modbus-TCP, EtherNet/IP e PROFINET IO) e (Quadro de Tomadas para Canteiro de Obras baseado na construção virtual da edificação em
redes Fieldbus (CANopen, DeviceNet, Modbus- Compacto). Foi extremamente positiva a nossa 3D, proporcionando a antecipação e resolução
RTU e Profibus-DP), além de comunicação por participação no CINASE, ainda mais em Santa de problemas, trata-se de um modelo virtual
Bluetooth, permitindo programar, monitorar, fazer Catarina, que é para onde estamos expandindo rico em informações e que será utilizado em
backup de parâmetros, salvar log de eventos e ainda mais a nossa atuação”, comentou. todo o ciclo da edificação do projeto, execução
enviá-los por mensagem. Marco Stoppa, diretor da Reymaster e operação. “Com o BIM é possível entregar
Outra tecnologia é o WEG IoT Platform Materiais Elétricos, também celebra a ocasião e projetos de maior qualidade e mais detalhados e
voltado para indústria, geração de energias conta que, participar de um evento do segmento compatibilizados, com uma relação de materiais
e cidades inteligentes, permitindo gerenciar elétrico como o CINASE, em Florianópolis, veio para a geração de orçamentos mais assertivos”,
produtos, conectando serviços de análise ao encontro dos objetivos comerciais da empresa destacou.
de dados e armazenamento em nuvem. A na região de Santa Catarina. “Recentemente,
WEG ainda desenvolveu o Smart Machine, abrimos uma unidade em Joinville, onde Revisão da NBR 5410
especialmente para proporcionar controle total distribuímos materiais elétricos, de conectividade, A NBR 5410, que estipula as condições
do processo e dos parâmetros de desempenho mas, principalmente, de automação, como adequadas para o funcionamento usual e seguro
de máquinas, possibilitando o gerenciamento por sensoriamento, monitoramento e manutenção das instalações elétricas de baixa tensão, é
meio de coleta e visualização online de dados; preditiva. O Estado tem um setor industrial bastante complexa e passa por uma revisão
dashboards customizáveis para cada cliente; que vem evoluindo a cada dia, caracterizando detalhada. Segundo o especialista Paulo Barreto,
controle de performance e medição de OEE a região como promissora para os negócios”, o CINASE foi uma oportunidade de debater sobre
(Overall Equipment Effectiveness); determinação explicou. as principais novidades discutidas na Comissão,
de planos de manutenção e rastreamento e responsável pela redação da norma.
monitoramento de máquina: localização, controle Construção virtual em 3D Para Roberto Krieger, convidado especial da
de falhas, correções e ajustes de programação e O mercado está passando por uma quebra ABEE SC para falar sobre a norma, a revisão,
tempo de operação. de paradigma com a metodologia BIM, que assim como todas as normas publicadas pela
Para Fábio Amaral, diretor da Engerey vem ganhando espaço e se consolidando ABNT, deve levar em consideração aspectos
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Evento O Setor Elétrico / Maio de 2019

de segurança e funcionalidade de sua em palavras simples, se compra o mais barato concessionária, na região, a Celesc trabalha
aplicação, sempre atentando para as inovações e basicamente não se consideram os custos com o projeto Self Healing (Sistema para
tecnológicas e desenvolvimentos na área da operacionais. “Desta forma, se deixam de Reconfiguração Automática de Rede). Hoje, o
engenharia. aproveitar muitas oportunidades, ou o que é pior, Estado de Santa Catarina conta 174 religadores
se criam problemas. Em eficiência energética, a envolvidos nesses sistemas reiniciando mais de
Eficiência energética simples avaliação na especificação / compra dos 200 mil unidades consumidoras.
“A energia mais barata é aquela que não se equipamentos do custo de energia ao longo da
consome”, afirmou o especialista Jose Starosta, vida útil já permite evitar decisões desastrosas Sistema de Alerta de Tempestade
indicando que não adianta iniciar um projeto nas contas que serão pagas mensalmente por A discussão sobre aterramento e proteção de
de instalação elétrica sem pensar em eficiência muitos anos”, salientou. áreas abertas volta à tona com a nova NBR
energética. Outra questão importante na Para Thiago Jeremias, convidado da Celesc, 5419, que trata da proteção de estruturas
hora de iniciar um projeto, segundo Starosta, a eficiência energética vai além de sua viabilidade contra descargas atmosféricas. Segundo o
é a inclusão de todas as ações de eficiência econômica, existe um bem comum relacionado especialista Jobson Modena, um dos principais
energética no plano de medição e verificação a sustentabilidade que não é mensurada pontos da NBR 5419 é a normalização do
baseado no Protocolo Internacional de Medição nessas análises. Existe o retorno aliado a marca novo equipamento SAT – Sistema de Alerta
e Verificação de Performance - PIMVP para que de empresas sustentáveis, a satisfação de de Tempestade que detecta a tempestade
tragam confiabilidade nos resultados. profissionais envolvidos em processos eficientes. antecipadamente e dá condição de tomar
Dentro desse conceito, Starosta também medidas de precaução, minimizando risco em
citou alguns aspectos do ISO 50001, criado para Redes subterrâneas relação ao raio.
auxiliar as empresas a usar a energia de maneira As redes subterrâneas de energia deixam o Outro ponto enfatizado na nova norma é a
mais eficiente, através da implementação de um visual da cidade limpo, garantem maior segurança categorização da forma de utilização do SAT. “A
Sistema de Gestão de Energia. operacional, de risco de morte e contra eventos norma indica a forma correta de se proceder uma
climáticos, trazendo mais eficiência para a rede análise de risco, determinando quais são os tipos
Debate de distribuição de energia. Mas por que o Brasil e categorias que podem ser utilizadas”, orientou.
Em debate entre especialistas sobre não investe em rede subterrânea? A grande
eficiência energética no CINASE, Leandro questão, segundo Daniel Bento, diretor executivo Capacitação profissional
Silva, convidado da WEG Motores, reiterou que da Baur do Brasil, é que quando se fala nesses A falta de mão de obra qualificada é um
a eficiência energética deve ser considerada investimentos, a pergunta sempre é: quem vai desafio quando se fala em energia fotovoltaica.
desde a fase de projeto e aquisição dos pagar a conta de um sistema caro como esse? Na visão de Juarez Guerra, diretor da Comissão
equipamentos. Segundo ele, há uma diretriz Os benefícios de retorno são enormes, trazendo GT Fotovoltaico (FV) da Associação Brasileira da
dominante sobre o custo dos projetos, que maior de produtividade e confiabilidade da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), o governo
inclui os equipamentos e as instalações. Se rede. “Na Alemanha, por exemplo, para cada precisa dar um passo à frente, caso contrário
foca muito a implantação e pouco a operação, um alemão precisamos de cinco brasileiros. O não haverá mão de obra suficiente, devido à
DEC – Duração Equivalente de Interrupção por velocidade cada vez maior de crescimento de
Unidade Consumidora médio do Brasil é de 18 FV. “Em 2040, a previsão é de que 32% da
horas, enquanto na Alemanha é, 23 minutos. O nossa matriz energética seja solar. Na geração,
FEC – e Frequência Equivalente de Interrupção a parte de instalação é a que vai gerar mais
por Unidade Consumidora no Brasil é de 11, na emprego: entre 25 a 30 empregos direto para
França 0,3 e isso impacta muito na produtividade cada MW instalado. Não há dúvida de que tem
e eficiência, explicou Bento. muito emprego a vista, mas precisamos de
Dentro desse tema, Celso Ternes Leal, capacitação”, comentou.
especialista em redes subterrâneas, afirmou que Para Marco Aurélio Gianesini, chefe do
já deveria existir uma lei na Aneel de que todo Departamento de Planejamento do Sistema
novo empreendimento só poderia ser construído Elétrico, a Geração Distribuída focada na energia
com rede subterrânea. “Os custos estão solar fotovoltaica traz diversos benefícios às redes
reduzindo com cabo polietileno e utilização do de distribuição de energia, entre eles, baixo impacto
alumínio”, reforçou. ambiental, tempo reduzido de implantação, redução
Em Santa Catarina, a Celesc reforçou nas perdas dos sistemas de distribuição, redução
como tem investido em redes inteligentes. de gases de efeito estufa, geração de empregos,
Segundo Rogério Benedicto, chefe da diversificação da matriz energia e aumento da
divisão de automação do sistema elétrico da confiabilidade no atendimento.
18
Evento O Setor Elétrico / Maio de 2019

Celesc garante três premiações


No total, foram 18 projetos inscritos para concorrer em seis categorias

energia e uma plataforma de gerenciamento


de eletropostos para aplicações no conceito
de cidades inteligentes. Outra premiação
aconteceu na categoria Energia Renovável,
com o Projeto Bônus Fotovoltaico, com o
objetivo de incentivar a geração residencial de
energia solar, instalando sistemas completos de
produção de energia solar fotovoltaica em até
1.000 residências (casas). O projeto é parte do
Programa Eficiência Energética Celesc, sendo
operacionalizado pela ENGIE Geração de
Energia Fotovoltaica e pretende beneficiar os
participantes com bônus de 60% na aquisição
a aquisição de um sistema fotovoltaico e cinco
lâmpadas de LED.
A Franzmann Engenharia e Consultoria
também venceu duas categorias. Em
Na noite de realização da 4ª edição do usufrui de todos os dispositivos que criamos Instalações Elétricas Industriais e Comerciais,
Prêmio O Setor Elétrico de Qualidade das apenas nesse período. Mas a energia também a companhia garantiu o prêmio com o projeto
Instalações Elétricas 2019, realizado pela deixou a sociedade apavorada pelo seu rápido de Viabilidade Técnica para implementação
revista O Setor Elétrico durante a abertura desenvolvimento, principalmente nesta era de Barramentos Blindados em Edifícios
do CINASE SC, no dia 8 de maio, dois digital. Talvez tudo que exista nesse mundo é Residenciais, e em Inovação Tecnológica,
engenheiros de Santa Catarina, que tiveram uma forma de energia e se mostra em várias com o projeto de Garantia de abandono em
uma enorme contribuição no setor elétrico formas. Nós somos energia, mas o que é energia edificações de grandes alturas.
nacional, foram homenageados. O primeiro talvez nunca vamos descobrir. Agradeço a Na categoria Projeto Luminotécnico,
deles foi o engenheiro eletricista Hamilton homenagem”, destacou. os vencedores foram Rodrigo dos Passos,
Nazareno Ramos Schaefer. “Quando fazemos A Celesc foi premiada em três categorias engenheiro eletricista, e Luis Eduardo Palomino
um trabalho, já existe uma realização interior, no Prêmio OSE. No total, foram 18 projetos Bolivar, professor e engenheiro eletricista, com
que aumenta cada vez mais quando recebemos do Estado de Santa Catarina inscritos no a medição real do consumo energético da carga
de uma comunidade importante e organizada prêmio, dividido em seis categorias: Instalações atual da iluminação no bloco C da Universidade
uma homenagem desse tipo. Estou realmente Elétricas Industriais e Comerciais, Energia do Contestado – Campus Marcílio Dias, visando
sensibilizado e agradeço ao Adolfo por essa Renovável, Pesquisa & Desenvolvimento, à substituição por lâmpadas LED. “Acreditamos
oportunidade”, afirmou. Projeto Luminotécnico, Inovação Tecnológica e que essa iniciativa incentivará os profissionais a
O segundo homenageado foi o Engenheiro Projeto do Ano. respeitarem as normas técnicas e a proverem
Geraldo Kindermann, autor de 10 livros A Celesc venceu nas categorias Pesquisa soluções cada vez mais sustentáveis e
publicados, três deles em espanhol, e & Desenvolvimento e Prêmio OSE 2019 edição eficientes para as instalações brasileiras”,
atualmente professor da Unisul – Universidade SC, com o Eletroposto Celesc “Abrindo um afirmou Adolfo Vaiser, diretor da revista O Setor
do Sul de Santa Catarina. “A energia elétrica faz novo caminho”. A solução desenvolvida pela Elétrico e organizador do CINASE.
parte da natureza. A ciência da eletricidade tem Fundação CERTI integra estações de recarga A divulgação do prêmio teve início em
apenas 250 anos de vida e hoje a humanidade de veículos, sistemas de armazenamento de janeiro de 2019, com forte empenho das
O Setor Elétrico / Maio de 2019 19

associações e entidades da região de Santa


Catarina. Os critérios de avaliação foram OS PREMIADOS
atribuídos por notas de um time formado pelos
especialistas do CINASE, que avaliaram 12 Pesquisa & Desenvolvimento – Celesc
itens. O resultado foi obtido através de média Eletroposto Celesc “Abrindo um novo caminho”
ponderada devido à especificidade e aplicação
de cada trabalho. Prêmio OSE 2019 edição SC – Celesc
O que disseram alguns dos ganhadores Eletroposto Celesc “Abrindo um novo caminho”

Elton Pivato Energia Renovável – Celesc


"O fato de poder participar do evento Projeto Bônus Fotovoltaico
CINASE e ser premiado em duas categorias,
Inovação Tecnológica e Projetos Elétricos, nos Instalações Elétricas Industriais e Comerciais –
deixa muito feliz, afinal é o reconhecimento Franzmann Engenharia e Consultoria
de muito trabalho e comprometimento com a Viabilidade Técnica para implementação de barramentos
Engenharia. Também motiva outros profissionais blindados em edifícios residenciais
a promoverem soluções tecnológica cada
vez mais sustentáveis e eficientes para o Inovação Tecnológica – Franzmann Engenharia e Consultoria
desenvolvimento da sociedade como um todo." Garantia de abandono em edificações de grandes alturas

Rodrigo dos Passos Projeto Luminotécnico – Rodrigo dos Passos, engenheiro eletricista,
"É com imensa satisfação e alegria que recebo e Luis Eduardo Palomino Bolivar, professor e engenheiro eletricista
o prêmio OSE de Qualidade nas Instalações Medição real do consumo energético da carga atual da iluminação no
Elétricas. É uma honra ser reconhecido com bloco C da Universidade do Contestado – Campus Marcílio Dias,
um dos melhores projetos do Estado de visando a substituição por lâmpadas LED.
Santa Catarina. Esse reconhecimento é a
demonstração de que estamos no caminho ou melhorando a qualidade da iluminação. Sandro Levandoski
correto e de que o trabalho que estamos No caso da Revista "O Setor Elétrico" e o "Ter o nosso trabalho reconhecido pelo
desenvolvendo está sendo bem executado. Evento "CINASE" em específico, são dos mercado energético brasileiro demonstra que
Mais do que isso, o Prêmio OSE de Qualidade principais elos de comunicação do público estamos no caminho certo e alinhados às
nas Instalações Elétricas coroa um projeto e dos profissionais da área da Engenharia principais tendências e inovações do setor, além
que teve como objetivo demonstrar que com o mercado e as novidades apresentadas de ser, também, uma excelente oportunidade
com as tecnologias disponíveis no mercado por ele, o que engrandece ainda mais o meu para prestarmos conta à sociedade dos
é possível diminuir o consumo, mantendo orgulho em estar entre os premiados." trabalhos realizados pela empresa.”
Painel de mercado 20 O Setor Elétrico / Maio de 2019

Aneel atualiza metodologia de acionamento das bandeiras tarifárias


Resolução estabelece as faixas de acionamento e os adicionais das bandeiras

A Agência Nacional de Energia Elétrica das condições de geração. 0,99, independentemente do valor do PLD,
(Aneel) aprovou no dia 21 de maio, resolução A definição da cor da bandeira continua a bandeira verde é acionada. Abaixo de
que estabelece as faixas de acionamento a ser dada pela combinação entre risco 0,99, a definição da bandeira é dada pela
e os adicionais das bandeiras tarifárias hidrológico e preço de liquidação de combinação com os valores de PLD da
com vigência em 2019. Foi incorporado diferenças (PLD). Com GSF a partir de tabela abaixo:
um avanço metodológico para a regra de
acionamento que atualiza o perfil do risco
hidrológico (GSF*), o qual passa a refletir
exclusivamente a distribuição uniforme
da energia contratada nos meses do ano
("sazonalização flat"). O efeito do GSF a
ser percebido pelos consumidores retratará
com maior precisão a produção da energia
hidrelétrica e a conjuntura energética do
sistema.
A proposta aprovada altera o valor das
bandeiras tarifárias a partir de 1º de junho.
A bandeira amarela passa a R$ 1,50 a
cada 100 kWh; já a bandeira vermelha no
patamar 1 custará R$ 4,00 a cada 100
kWh, e no patamar 2, R$ 6,00 a cada 100
kWh. A alteração foi especialmente motivada
pelo déficit hídrico do ano passado, que
reposicionou a escala de valores das
bandeiras.
O tema passou por audiência pública
que recebeu 56 contribuições, das quais
36% foram acatadas integralmente e 2%
parcialmente.
Criado pela Aneel, o sistema de bandeiras
tarifárias sinaliza o custo real da energia
gerada, possibilitando aos consumidores
o bom uso da energia elétrica. Além disso,
esse custo é pago de imediato nas faturas
de energia, o que desonera o consumidor do
pagamento de juros da taxa Selic sobre o
custo da energia nos processos tarifários de
reajuste e revisão tarifária.
O funcionamento das bandeiras tarifárias
é simples: as cores verde, amarela ou
vermelha (nos patamares 1 e 2) indicam se *O GSF é o resultado da divisão entre a geração total das usinas integrantes do Mecanismo de Realocação de Energia (MRE) sobre a garantia física total
das usinas. Quando a geração total das usinas do MRE é inferior ao somatório de suas garantias físicas, o GSF é menor que 1, e aponta que as condições
a energia custará mais ou menos em função de geração hidrelétrica não estão boas.
Painel de mercado 22 O Setor Elétrico / Maio de 2019

Registros de mortes e incêndios por


sobrecarga crescem no Brasil

Em relação aos locais onde mais ocorreram os tiveram grande repercussão nacional estão o do
Divulgação
incêndios por sobrecarga, as residências registraram Museu Nacional e do Centro de Treinamentos
o maior número: foram 207, que geraram 44 mortes. do Flamengo, ambos no Rio de Janeiro. "O DPS
Os comércios foram os locais que apresentaram o faz toda a diferença na instalação elétrica para a
segundo maior número de incêndios elétricos fatais: segurança pessoal e patrimonial. Este dispositivo
foram 130, resultando em um óbito. detecta a presença de sobretensões em uma rede,
Os choques elétricos também ocorreram, como quando cai a luz e volta repentinamente.
em sua maioria, em ambientes residenciais: foram Esta volta pode elevar a tensão elétrica a níveis
registrados 209 choques fatais. Em segundo lugar, extremamente altos. O DPS detecta isso e drena
estão as redes aéreas de distribuição, com 172 a tensão excedente para o sistema de aterramento
choques que resultaram em mortes. antes que atinjam os equipamentos e possam
Fábio Amaral, engenheiro eletricista e diretor da ocasionar um curto e com isso um incêndio. Apesar
empresa Engerey Painéis Elétricos, comenta que a de serem importantes, infelizmente, são poucos os
relação dos acidentes elétricos com as residências que conhecem esta tecnologia”, explica Amaral.
Aumentaram os casos de acidentes e mortes se deve ao fato de que, no Brasil, há muitas O Nordeste foi a Região que apresentou o
relacionados à energia elétrica no País, segundo a instalações ruins e gambiarras, que podem levar a maior número de mortes originadas por choque
edição 2019 do Anuário Estatístico da Associação um grande número de acidentes fatais, conforme elétrico em 2018: foram 261, representando 42%
Brasileira de Conscientização para os Perigos da revela o levantamento feito pela Abracopel. “Desde de todos os incidentes dessa natureza ocasionados
Eletricidade (Abracopel). O levantamento mostra 2012, é obrigatório o uso do Dispositivo Residual no Brasil. É o terceiro ano consecutivo em que
que ocorreram 1.424 acidentes elétricos em 2018, (DR) no Brasil, pois ele pode impedir a maior essa Região registra o maior número de mortes por
sendo que 836 foram ocasionados por choque, o parte dos acidentes ocasionados por choques choque em relação ao restante do País.
equivalente a 59% do total. Deles, 622 foram fatais, elétricos. Mas 27% das residências não dispunham Segundo a Abracopel, os motivos principais para
resultando em mortes. Já os incêndios derivados de do equipamento em seus quadros elétricos no esse registro no Nordeste são desconhecimento
curto-circuito ficaram em 537, o que corresponde a ano passado. Isso explica o grande número de dos riscos gerados pela eletricidade e descaso com
38%, e ocasionaram 61 óbitos. acidentes elétricos que continuam acontecendo no os procedimentos necessários para evitá-los.
Os dados revelam um aumento de 18,84% no País”, afirma. A Região que apresentou o segundo maior
número de acidentes ocasionados por incêndios Já o aumento de incêndios decorrentes de número de acidentes fatais gerados por choque
de origem elétrica e de mais de 100% no número sobrecarga no Brasil, para o especialista, demonstra elétrico foi o Sudeste, com 20%: no total, foram
de mortes ocasionadas por esses acidentes em o descuido com a manutenção das redes elétricas. 123. Em terceiro lugar vem o Sul, com 15%, depois
comparação com o ano anterior: em 2017, houve De acordo com ele, elas devem acontecer de 10 Centro-Oeste, com 12%, e em último a Região
1.387 acidentes elétricos, sendo que 481 deles, em 10 anos e ser realizadas por profissionais Norte, com 11%.
incêndios decorrentes de curto-circuito, gerando devidamente capacitados. São Paulo foi o Estado que registrou o maior
30 mortes. número de mortes originadas por choque elétrico
O número de choques elétricos diminuiu um Sudeste foi campeão em número de no País e no Sudeste: foram 65. A Bahia, que detém
pouco em relação a 2017, mas ainda se manteve incêndios em 2018 apenas 1/3 da população de São Paulo, ficou em
alto: foram 851, sendo que 627 deles resultaram A Região que obteve mais casos de incêndios segundo lugar, registrando 60 mortes causadas por
em mortes. Os acidentes originados por raios decorrentes de sobrecarga em 2018 foi a Sudeste: essa natureza no País e sendo o Estado que mais
equivalem a 3% do total, sendo responsáveis por foram 155, gerando 26 mortes. Em segundo lugar, registrou mortes no Nordeste.
51 dos incidentes elétricos ocorridos no País, e por ficou a Região Sul, com 142 casos e nove mortes. Na Região Sul, o Estado com mais mortes por
38 mortes em 2018. Após, vem o Nordeste, com 124 e 18 mortes e choque foi o Rio Grande do Sul, com 37. No Centro-
A faixa etária mais atingida pelos acidentes Centro-Oeste, com 60 choques e cinco mortes. A Oeste, quem liderou as mortes foi o Mato Grosso,
elétricos é a que compreende adultos de 31 a 40 Região Norte, mais uma vez, foi a que apresentou o com 27. E no Norte, foi o Pará, com 21. O Estado
anos: foram 160 vítimas fatais, o equivalente a 26%. menor número de acidentes elétricos ocasionados que apresentou o menor número de acidentes fatais
Depois, vem a faixa de 21 a 30 anos, com 144 por choque: foram 56 e apenas três óbitos. ocasionados por choque elétrico foi Roraima, com
vítimas e 23% do total. Entre os incêndios ocorridos em 2018 e que apenas duas mortes.
Divulgação/Fluke
Painel de empresas 24 O Setor Elétrico / Maio de 2019

Fluke Corporation estimula


aprimoramento de formação e
especialização profissional
A Fluke Corporation, empresa especia­ tanto em sala de aula como in company,
lizada em ferramentas de teste e medição, contemplando profissionais e áreas, como
anunciou recentemente o lançamento manutenção industrial e predial, técnicos
da Fluke Academy, iniciativa educacional em telecomunicações, metrologistas, entre
criada com o objetivo de contribuir para o outras possibilidades. Os cursos oferecem um
aprimoramento da formação e especialização importante treinamento para que engenheiros,
dos profissionais da indústria. A estimativa técnicos e profissionais ligados à área de
é atingir cerca de dois mil profissionais manutenção incrementem suas habilidades,
apenas em 2019 e mais de 10 mil alunos nos bem como a eficiência e a produtividade em
próximos cinco anos. seus processos de trabalho. Após a conclusão
A Fluke Academy marca a entrada da e avaliação final do curso, os participantes
companhia no mercado educacional e tem recebem um certificado da Fluke Academy. é formada por colaboradores da empresa
como estímulo formar profissionais mais “Definimos uma grade de cursos totalmente e profissionais parceiros de referência no
preparados para os desafios da indústria. customizada para atender os alunos. As mercado e ambiente acadêmico, como
“Os cursos desenvolvidos para a Fluke temáticas surgiram após diversas pesquisas pesquisadores, docentes em cursos técnicos,
Academy não apenas contribuem para a de mercado que realizamos durante o ano de de graduação e pós-graduação em centros
especialização dos profissionais, como os 2018, estudando o perfil e necessidades dos de excelência no Brasil e ao redor do mundo.
ajudam a enxergar novas oportunidades, profissionais da indústria. O próprio surgimento Além do instrutor, existe um responsável
inclusive, de empreendedorismo em diferentes da Fluke Academy está relacionado à escolha técnico (engenheiro da Fluke) para cada um
nichos de mercado”, declara Carla Murakami, dessas temáticas, pois nossos clientes dos cursos. Hoje, são cerca de 40 funcionários
Sr. Marketing Manager da América Latina e solicitavam treinamentos especializados para envolvidos no projeto, de diferentes áreas
gestora do Projeto Fluke Academy no Brasil. suas equipes dentro das áreas de atuação. A da companhia, entre Engenharia de Produto,
Ela acrescenta que a qualificação da partir daí, fizemos esse estudo aprofundado Marketing, Financeiro, Vendas, Customer
mão de obra no Brasil é um dos principais para entender a real necessidade dos Service, TI e Logística.
desafios para o desenvolvimento da indústria, profissionais da indústria em geral”, explica o Os alunos terão acesso a laboratórios com
especialmente, quando se trata da indústria engenheiro eletricista Carlos Rubim, gerente equipamentos Fluke, materiais e conteúdos
4.0. “Hoje, a preocupação das empresas e do de Produtos da Fluke e responsável técnico exclusivos, como webinars, estudos de casos,
mercado vai além de melhorias relacionadas pelos conteúdos dos cursos. e-books, além de entrada em grupos e fóruns
à conectividade, velocidade da internet Nove cursos já estão disponíveis e, ainda fechados. Também serão disponibilizadas
e investimentos em equipamentos que no primeiro ano da Fluke Academy, a estimativa “coaching calls”, ligações individuais para os
incorporem novas tecnologias. Outro fator é que esse número cresça para 12. São eles: alunos após o curso, com o objetivo de tirar
imperativo para o sucesso é a qualificação Qualidade de Energia Elétrica; Termografia dúvidas práticas em relação ao conteúdo
profissional, que permeia competências Nível 1; Técnicas de Aterramento com base na ministrado. “Sabemos que o aprendizado
humanas e adaptações a processos. No ABNT NBR5410; Princípios da Manutenção vai além da sala de aula e, muitas vezes, as
geral, algumas lacunas no aprendizado Preditiva e suas Melhores Práticas; Fluke principais dúvidas surgem no campo de
técnico impactam na qualificação profissional Networks Certified Cabling Test Technician trabalho. Por isso, criamos diversas iniciativas
especializada, restringindo o número de – CCTT; Metrologia na Grandeza Pressão; e canais de comunicação entre alunos,
profissionais capazes de contribuir para a 4ª Cálculo de Incerteza de Calibração; Metrologia colegas de sala e instrutores, para que se
Revolução Industrial”, enfatiza a executiva. na Grandeza Temperatura; Metrologia na crie uma comunidade e rede Fluke Academy”,
Grandeza Elétrica. finaliza Rubim.
Cursos desenvolvidos A grade anual já está disponível e as
A Fluke Academy desenvolveu uma grade Equipe e alunos qualificados inscrições podem ser realizadas diretamente
completa de cursos que podem acontecer A equipe de instrutores da Fluke Academy pelo site: www.flukeacademy.com.br.
Clamper inaugura
loja virtual

Com o objetivo de apresentar seus
produtos e lançamentos, a Clamper criou sua
nova loja virtual: www.lojaclamper.com.br. A
plataforma, que entrou no ar em abril deste ano,
traz aos consumidores uma completa linha de
dispositivos de proteção contra surtos (DPS)
comumente utilizados por especialistas.
O site oferece produtos como os DPS VCL,
que servem para proteger quadros de distribuição
de energia, ou ainda o Multiproteção 8, que protege
os equipamentos contra raios e surtos elétricos
originados tanto da rede energia quanto do sinal
de rede de dados. “Com a loja virtual, oferecemos
uma alternativa para a aquisição dos produtos
pelos consumidores com hábitos de compra
online. Nosso principal diferencial está em atender
bem o cliente, pois conhecemos nossos produtos
e estamos aptos a orientar o consumidor, já que
muitos deles vêm até nós sem saber ao certo o
que querem comprar. Além disso, oferecemos um
suporte ao cliente, auxiliando-o sobre qual o melhor
produto a ser utilizado em seus equipamentos
eletrônicos; solucionamos também eventuais
dúvidas técnicas e ensinamos qual a forma correta
para a instalação dos produtos”, explica Marcelo
Lobo, CEO da Clamper.
A nova loja online é um importante marco na
trajetória da companhia, que tem uma visão muito
clara de crescimento para os próximos anos. O
projeto é peça-chave na estratégia da empresa para
ampliar sua participação de mercado através dos
Marketplaces Amazon, Americanas.com, Ponto Frio,
Casas Bahia, Google Shopping, Shoptime e outras
grandes do varejo. Além disso, visa proporcionar
uma experiência inovadora no processo de compra,
visto que todas as plataformas de vendas onde
a Clamper estiver, estarão interligadas com seu
ERP, facilitando todo o clico dos pedidos. “Outro
fator que fazemos questão de aperfeiçoar é o da
entrega. O comprometimento em entregar na casa
do cliente os produtos no tempo combinado é algo
que levamos muito a sério, e por isso, estamos
constantemente buscando parceiros sólidos para
garantir o melhor serviço para o cliente”, revela
Davi Assumpção, supervisor de E-commerce da
Clamper.
Além da loja virtual, a empresa também está
lançando no mercado de DPSs o aplicativo
MEU CLAMPER, que pode ser adquirido nas
lojas da Apple Store e Google Play.
Painel de empresas 26 O Setor Elétrico / Maio de 2019

Eaton oferece parametrização de baterias


com tecnologia exclusiva
A manutenção e parametrização de baterias tecnologia ABM® da Eaton (que é padrão nos

Divulgação/Eaton
permite a extensão da vida útil do sistema nobreak/ nobreaks da marca), a qual aumenta a vida útil e
baterias, levando a um melhor desempenho, proporciona testes e diagnósticos programados
segurança de operação e à preservação do banco de baterias, ou se em regime de
da garantia do fabricante. Neste contexto, a flutuação com tensão constante, alinhado com
empresa Eaton está divulgando a prestação as especificações de cada fabricante.
de manutenção e parametrização, utilizando Sobre a tensão/corrente, um setup acima do
sua tecnologia Advanced Battery Management especificado para cada modelo de bateria pode
(ABM). Um processo de carga adequado é fator acarretar sua “sobrecarga”, desencadeando
importante a ser considerado quando se utiliza aquecimento interno e consequente avalanche
baterias chumbo–ácidas reguladas por válvulas. térmica. Isto causará danos permanentes Segundo a Eaton, a empresa está autorizada
O desempenho, segurança de operação e vida às baterias e, em casos extremos, riscos de a prestar a manutenção e parametrização
útil estão diretamente ligados a este processo. explosão. utilizando a tecnologia Eaton ABM, que permite a
Toda vez que o banco de baterias é Tensão e corrente abaixo do especificado, extensão da vida útil do sistema nobreak/baterias,
substituído, principalmente quando há por outro lado, retardam o processo de recarga, levando a um melhor desempenho, segurança
diferença entre marcas, modelos e potências, e com isso a bateria não atinge a sua capacidade de operação e à preservação da garantia do
se faz necessário realizar procedimentos de total, não sendo capaz de dissolver o sulfato de fabricante. A parametrização utilizando softwares
parametrização do carregador de baterias do chumbo, naturalmente gerado nas descargas. não autorizados ou ilegais expõe a equipe a
nobreak. Em relação ao regime, o carregador Este efeito é chamado de sulfatação, e pode riscos durante a operação e pode danificar o
trabalhará, se em regime cíclico, utilizando a danificar permanentemente a bateria. equipamento.
Apoio

Fascículos
BIM – Building Information Modeling / Modelagem das Informações da Construção

28 Francisco Gonçalves Jr.

Capítulo V – Workflow de projetos de instalações BIM x CAD

- Fluxo de projeto em CAD

- Compatibilização 2D

- Fluxo de projeto em BIM

- Tipos de Modelos

- Compatibilização 3D

- Colaboração

- Workflow cenário atual

- Por onde começar meu projeto BIM?

Equipamentos para ensaios em campo

32 Fabio Henrique Dér Carrião, Claudio Mardegan e Claudio Rancoleta

Capítulo V – Testes em Chaves Seccionadoras

- Introdução

- Manutenção preventiva: inspeções e ensaios

Linhas elétricas para baixa tensão

36 Paulo E. Q. M. Barreto

Capítulo V – Condutores

- Requisitos gerais

- Identificação

- Influências externas
28
Apoio

Por Francisco Gonçalves Jr.*


BIM - Building Information Modeling /
Modelagem das Informações da Construção

Capítulo V

Workflow de projetos
de instalações BIM x CAD

O BIM está em processo constante de desenvolvimento e vem Nesse cenário, os projetistas das diversas especialidades estão
sendo aplicado em toda a cadeia da construção civil, devido aos acompanhando essa evolução tecnológica. Projetos arquitetônicos,
inúmeros benefícios que essa tecnologia inovadora traz. Por meio estruturais e hidrossanitários já estão bem adiantados no processo
do conjunto de práticas, é possível reunir em uma representação de aplicação dessa nova tecnologia, que utiliza ferramentas com
gráfica de todas as informações — desde as construtivas, até a desenhos tridimensionais que possuem diversas informações.
quantificação de trabalhos e tempos de mão de obra — e, ainda, Com a disseminação do BIM no mercado, os escritórios que
incluir dados do processo de desmontagem ao fim do ciclo de vida elaboram projetos de instalações elétricos estão sendo demandados
útil. para desenvolverem projetos baseados no conceito BIM para
Projetos elaborados com aplicação dos conceitos BIM permitem integração com as demais disciplinas na concepção do modelo
uma concepção mais assertiva, com qualidade, e que representa a virtual da edificação a ser projetada. Nesse momento, nasce a
realidade através de modelos virtuais em 3D, resultando em menos necessidade de um novo workflow com novas rotinas, softwares, e
refações, desperdícios e um projeto mais confiável. conhecimentos sistêmicos de todo o ciclo da edificação.
A adoção desse conceito por profissionais, como arquitetos
e engenheiros projetistas das mais diversas disciplinas, está se Fluxo de projeto em CAD
tornando, cada vez mais, uma realidade. Apesar disso, é importante O fluxo de projetos de instalações teve uma grande mudança
lembrar que a aplicação do BIM em projetos deve vir acompanhada com o advento do CAD (Computer Aided Design), programa para
de mudanças radicais nos processos, conceitos e perfil dos computador com o objetivo de criar desenhos técnicos e auxiliar os
profissionais de toda a cadeia. projetistas. Os desenhos passam a ser desenvolvidos nos softwares
Fascículo

Paradigmas precisam ser quebrados nos processos de projetos CAD, trazendo um grande diferencial tecnológico, se comparados
atuais, na qual, no modelo tradicional prevalece, a graficação aos desenhos elaborados manualmente.
dos projetos com desenhos 2D elaborados com ferramentas já A tecnologia CAD foi, por muito tempo, considerada uma grande
consagradas como AutoCAD, cálculo realizados manualmente com inovação tecnológica, pois proporcionou produtividade e qualidade
diversas planilhas e levantamento de materiais efetuados de forma com ferramentas que automatizam a produção dos desenhos,
manual, lenta e imprecisa com base nas informações dos desenhos junto com ferramentas para comunicação e compartilhamento dos
produzidos. Além de processo individual de trabalho. projetos.
A mudança do workflow é necessária, pois projetos no conceito O Desenvolvimento de projeto sobre a filosofia CAD, muito
BIM são mais completos, integrados, compatibilizados e precisos utilizado pelo método tradicional, se baseia em um fluxo sequencial
em suas especificações, documentações, orçamentos e quantitativos. das disciplinas envolvidas no projeto da edificação, iniciando pela
Tudo isso impacta também em novas ferramentas computacionais arquitetura, depois a estrutura, até a instalações prediais hidráulica,
e conhecimentos diversos, além de focar apenas em sua área de ar-condicionado e elétrica, baseando-se em representações de
domínio. desenhos CAD 2D com linhas, textos e vistas, sem informação.
29
Apoio

Fluxo de projeto em BIM


O fluxo de processos do projeto BIM, diferente do CAD, aplica
conceito de engenharia simultânea, ao invés do processo sequencial
tradicional. No BIM, a premissa da colaboração contínua de todas
as disciplinas é intensa em todas as fases de desenvolvimento do
projeto.
O fluxo básico de processos do projeto em BIM, na qual está
baseado em um modelo tridimensional com um banco de dados
de informações associado, possui uma necessidade maior de
Figura 1 – Fluxo de trabalho usual. coordenação, otimização e análise do modelo em todas as etapas
pelos agentes envolvidos, a fim de alcançar a melhor solução, e
Compatibilização 2D consequentemente, um modelo validado, na qual para cada etapa
Nesse workflow, a compatibilização de projetos é dada de forma de projeto será possível extrair os desenhos, quantitativos e demais
que os desenhos dos projetos da edificação fiquem sobrepostos, documentos.
com o objetivo de identificar as suas interferências.
Por não levar em conta a volumetria 3D dos elementos Tipos de Modelos
envolvidos, torna-se um processo manual, trabalhoso e Os modelos criados pelos projetistas de cada disciplina podem
factível a erros de interpretação das informações, podendo ser apresentados de diversas formas, tais como:
várias situações importantes de interferências passarem
despercebidas, sendo identificadas somente na fase de • Modelo centralizado: os projetistas de cada disciplina
execução da obra, o que gera atrasos nos cronogramas e até envolvidos no processo BIM trabalham em um único modelo
prejuízos financeiros, dependendo da solução a ser adotada depositado em um local virtual. Tal procedimento não é tão aplicado
de forma emergencial. devido às restrições de hardware e conexões com velocidade com
30
Apoio

desempenho satisfatório;
BIM - Building Information Modeling

• Modelo federado: cada disciplina desenvolve os próprios


modelos, vinculados a um único modelo central integrado, todos
depositados no mesmo local virtual. Esse cenário ainda depende
de conexões com banda suficientemente larga, que permita a
transmissão de grande volume de dados;
• Modelo federado independente: os modelos de todas as
disciplinas são desenvolvidos em cada escritório específico e
disponibilizados em servidores de hospedagem, a partir de seus
uploads, permitindo os downloads para visualização pelos demais
envolvidos. Esse cenário pressupõe uma frequência de uploads e Figura 3 – Curva de esforço MacLeamy – Fonte: Guia AsBEA – Boas
práticas em BIM – fascículo II.
downloads combinados entre as partes.
Compatibilização 3D
No fluxo do projeto em BIM, o processo de compatibilização
propõe um desenvolvimento coordenado e simultâneo, em
que a cada etapa os problemas são evidenciados e corrigidos
pelos respectivos projetistas, tornando essa tarefa muitos mais
produtiva e assertiva, comparada ao processo manual realizado
no fluxo CAD. Com advento da tecnologia BIM, a aplicação de
sistemas computacionais especialistas, a partir da integração dos
modelos, possibilita a verificação de forma automática gerando
dados, relatórios precisos com imagens das situações encontradas
facilitando ao projetista na tomada de decisão.
Na figura abaixo, é possível observar a representação de um
fluxo básico de projetos, no qual ocorre uma validação do modelo
(após ciclos de otimização das disciplinas), para desenvolvimento e
extração da documentação do projeto.

Figura 2 – Modelo Federado – Fonte (ABDI) - GUIA 1 – Processo de


projeto BIM.
Fascículo

O grande diferencial entre os fluxos é que o fluxo BIM leva em Figura 4 – Fluxo básico de projeto – Fonte: ABDI – guia 1 – Processo de
Projeto BIM.
conta o percurso da informação, na qual a decisões são antecipadas,
desde as fases iniciais com uma tomada de decisão mais assertiva e Colaboração
gerando um volume bem maior de informação nas fases do estudo O Fluxo de projetos em BIM necessita de colaboração de
de viabilidade, preliminar, anteprojeto, projeto básico e executivo. todos os projetistas de forma ativa e interativa em todas as
Com isso, projetos em BIM acabam tendo cronogramas, prazos, fases de projeto, informando incompatibilidades que estão
tarefas, entregáveis e até contratos alterados, pois agora o objetivo acontecendo nas análises de interferências, visualizando os
não é somente a entrega de desenhos, mas sim de modelos ricos em outros sistemas e colocando as informações que são necessárias
informações e desenvolvidos de forma colaborativa. para as demais disciplinas.
A Figura 3 representa bem a diferença entre o fluxo CAD e o Para a otimização do fluxo, pode-se se utilizar a troca de
fluxo BIM, e os impactos das alterações no ciclo de desenvolvimento arquivos IFC dos modelos em conjunto com arquivos BCF
do projeto. denominados BIM Collaboration Format, que são responsáveis
31
Apoio

por codificar e transmitir os problemas encontrados no modelo Por onde começar meu projeto BIM?
BIM de um software para outro, informando apenas as situações Como vimos, projetar em BIM exige mudança nos fluxos
inconsistentes encontradas no modelo. de trabalho e investimentos em softwares e capacitação. Logo,
No fluxo de projeto em BIM, com aplicação do BCF, é estabelecer um plano de migração (BIM Mandate) eficiente
possível efetuar a comunicação de forma eficaz, ordenada, é fundamental para que os recursos financeiros empregados
documentada e com total rastreabilidade, visando a validação gerem resultados. Pensando nisso, uma recomendação é
do modelo. Essa aplicação permite que as equipes trabalhem começar com um projeto-piloto bem dominado e com uma
em uma plataforma na nuvem, com gerenciamento de arquivos, equipe com perfil multidisciplinar e propensa as mudanças e
revisões, diferentes níveis de permissões e integração plena. desafios.
Como toda mudança de processo, a inserção do BIM
precisa de planejamento, tanto financeiro como organizacional.
Não pense que a modelagem salvará um projeto em um estalar
de dedos. A tecnologia de modelagem – sozinha – não garante
uma obra de excelência.
É preciso educar toda a cadeia produtiva, desde projetista
até especificadores, instaladores e os próprios gestores de
empresas, para que o método seja aplicado corretamente. O
perfil dos profissionais envolvidos com projetos em BIM é
diferente daquele de quem projeta com CAD e técnicas mais
antigas.
Figura 5 – Exemplo nota BCF - Fonte: QiSuporte – AltoQi.

Referências bibliográficas:
Workflow cenário atual AGÊNCIA BRASILEIRA DE DESENVOLVIMENTO
Com a disseminação do BIM no Brasil, podemos identificar INDUSTRIAL (ABDI) - GUIA 1 – Processo de projeto BIM.
uma mescla de padrões e processos de elaboração de projetos, Disponível em: <http://old.abdi.com.br/Documents/GUIA%20
sendo possível encontrar alguns padrões como os destacados BIM01_20171101_web.pdf>
a seguir: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS ESCRITÓRIOS DE
ARQUITETURA. (AsBEA). Guia AsBEA - Boas Práticas em BIM.
Processo 1 – Ferramenta de modelagem, CAD e planilha de Fascículo II. 2015. São Paulo. Disponível em:
cálculo <http://www.asbea.org.br/userfiles/manuais/
Nesse workflow, a concepção do projeto de instalações é d6005212432f590eb72e0c44f25352be.pdf
inteiramente realizada em um fluxo tradicional com ferramentas CÂMARA BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO
de CAD 2D e planilhas de cálculo, sendo que após definido, se (CBIC). Fluxo de trabalho BIM- Parte 4: Implementação do BIM
tem uma etapa de modelagem da solução proposta inicialmente para Construtora e Incorporadora. Brasília. Disponível em: <http://
em uma ferramenta BIM, como o Revit e o ArchiCAD. cbic.org.br/bim/>.
LEUSIN, Sérgio. Gerenciamento e coordenação de projetos BIM.
Processo 2 – Ferramenta de modelagem e planilha de cálculo 1. ed. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2018.
Nesse workflow, a concepção do projeto de instalações é toda
realizada em ferramentas BIM de modelagem e com o auxílio *Francisco de Assis Araújo Gonçalves Jr. é especialista em produtos
de planilhas de cálculos e plugins para o dimensionamento do e serviços na AltoQi, graduado em Engenharia de Produção Elétrica
projeto. pela Universidade Federal de Santa Catarina, pós-graduado em
Instalações Elétricas e Engenharia de Segurança do Trabalho pela
Processo 3 – Ferramenta de autoria de projetos de instalações Universidade do Sul de Santa Catarina, MBA em plataforma BIM –
com interoperabilidade IFC/BCF (OpenBIM) Modelagem, Planejamento e Orçamento pelo INBEC.
Nesse workflow, a concepção do projeto é toda realizada
em ferramentas de autoria de projetos de instalações em BIM Continua na próxima edição
que integram a modelagem, detalhamento, dimensionamento Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br
normativo, como é o caso da ferramenta QiBuilder. A Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para
integração, por sua vez, é realizada por meio da importação e redacao@atitudeeditorial.com.br
exportação de arquivos IFC e comunicação BCF.
32
Apoio

Por Fabio Henrique Dér Carrião, Claudio Mardegan e Claudio Rancoleta*


Equipamentos para ensaios em campo

Capítulo V

Testes em Chaves Seccionadoras

1- Introdução Em termos de ensaios realizados, o tipo de chave acaba


não influenciando muito no que normalmente se aplica em
As chaves seccionadoras são equipamentos utilizados para isolar procedimentos de manutenção preventiva; apenas deverão ser
da rede elétrica, equipamentos do sistema, tais como disjuntores avaliadas com cuidado as particularidades de cada mecanismo no
e transformadores. As chaves também podem ser utilizadas, em que tange à lubrificação, posição de contatos auxiliares, mecanismos
alguns casos, para energização desses equipamentos. Existem vários de manobra em geral e demais detalhes.
tipos construtivos de chaves seccionadoras, dentre elas:
2 - Manutenção preventiva: inspeções e ensaios
• Chave seccionadora com abertura central;
• Chave seccionadora com dupla abertura; 2.1 – Inspeções periódicas
• Chave seccionadora pantográfica; Basicamente, o que se aplica às chaves seccionadoras
• Chave seccionadora semi pantográfica; periodicamente, enquanto elas estão em operação, são apenas inspeções
• Chave seccionadora horizontal. visuais de isoladores, contatos, mecanismos de operação, fiação de
controle, contatos auxiliares, ferragens, conectores de energia, de
As chaves também podem contar com chave para controle e de aterramento, fixações, alinhamento, nivelamento, pintura
aterramento em seus mecanismos de acordo com a utilização da e galvanização e suporte. Os demais procedimentos necessitam que elas
mesma na subestação em que está instalada, e normalmente é permaneçam desenergizadas, pois envolverão manobras de abertura e
fornecida como um acessório extra pela maior parte dos fabricantes fechamento, ou ao menos, sem carga, se o objetivo for apenas verificar o
do mercado. funcionamento de seus mecanismos de abertura e fechamento.
Fascículo

Chaves Seccionadoras de Abertura Central e Horizontal.


33
Apoio

2.2 – Ensaios
Alguns ensaios podem entrar no programa de manutenção
da chave seccionadora, sendo que os seguintes testes são os mais
aplicados, de forma geral:

• Medição da resistência ôhmica dos contatos;


• Medição da resistência ôhmica de isolamento.

A seguir, são descritos os procedimentos adotados em cada ensaio:

a) Medição da Resistencia Ôhmica dos Contatos


As chaves seccionadoras podem possuir, dependendo de seus
Retirado do Curso Manutenção e Operação de Subestações –
aspectos construtivos descritos no item anterior, de dois a vários
Engepower.
pontos de contato que influenciarão no valor total de resistência
ôhmica do equipamento, onde pode-se optar por medir cada ponto de O melhor critério para aceitação do valor medido é compará-lo
contato separadamente, e depois, em conjunto, ou apenas a medição com a faixa de resistência aceitável informada pelo próprio
do valor total, caso o valor encontrado, nesse caso, seja satisfatório. fabricante do equipamento. Em caso de ausência desse, pode-se
Para se medir a resistência dos contatos da chave em ohms, considerar um valor entre 100 a 200 µΩ como bastante razoável.
tradicionalmente se utiliza um Microhmímetro (Ducter) com Em caso de se verificar um valor elevado nas medições,
escala adequada. deve-se averiguar qual dos pontos de contato da seccionadora
Na figura a seguir, é mostrada a realização da medição da está ocasionando este valor de resistência total elevado e executar
resistência ôhmica total de chave tipo horizontal, onde podem ser as correções e ajustes mecânicos necessários para que o problema
considerados os pontos A e B de contato, e optou-se por fazer uma possa ser regularizado, e assim, se evitar problemas no sistema, tais
medição única do valor total. como o aparecimento de pontos quentes.
34
Apoio

b) Medição da Resistência Ôhmica do Isolamento c) Outros Testes e Verificações


Equipamentos para ensaios em campo

A medição da Resistência Ôhmica do Isolamento das chaves No plano de manutenção da seccionadora, também podem constar
é realizada por meio do uso de um Megôhmetro e tem como outros testes e verificações:
finalidade avaliar o estado do isolamento do equipamento.
A desconexão dos cabos ou barramentos da chave seccionadora e • Verificação das posições e possíveis ajustes dos contatos auxiliares:
a limpeza completa dos isoladores da mesma deve ser realizada antes as chaves seccionadoras normalmente possuem contatos auxiliares
da realização deste teste para se ter uma medição do isolamento do que podem ser utilizados para sinalização, intertravamentos e fim de
equipamento em si; caso não seja possível a desconexão, deve-se levar curso de motores. O correto funcionamento desses contatos pode ser
em conta outros equipamentos conectados à chave na avaliação dos verificado durante a execução da manutenção nas chaves através de
resultados do ensaio. A tensão de ensaio pode ser verificada a seguir: procedimentos simples e da utilização de um multímetro comum para
avaliar se as indicações dos contatos estão de acordo com a posição
Tensão de Ensaio para Chaves Seccionadoras
efetiva da chave seccionadora (aberta, fechada, em curso de abertura ou
Tensão do Disjuntor Tensão de Teste (Vcc) em curso de fechamento). Podem ser necessários ajustes de acordo com
Até 220 V 500 os resultados encontrados, sendo que a correção deve ser realizada por
220 a 4160 V 1000 técnico especializado no equipamento em análise, já que os mecanismos
4.16 a 69 kV 2500 podem variar bastante de acordo com o fabricante da chave;
Acima de 69 kV 5000 • Medição do tempo de abertura e fechamento: nesse caso, não é necessário
se utilizar um equipamento específico para o registro dos tempos como
As conexões podem ser realizadas conforme tabela e figura a seguir.
no disjuntor, já que os tempos de curso de abertura e fechamento das
chaves são elevados (alguns segundos) e pode-se avaliar visualmente,
com o intuito de se garantir que não ocorra diferença significativa de
tempo de abertura ou fechamento entre os polos da chave;
• Medição da corrente de partida e carga do motor de acionamento: para
chaves que também possuem acionamento elétrico, pode-se verificar
com um amperímetro a corrente de partida e de carga do seu motor
de acionamento para averiguar se o mesmo não opera em sobrecarga.
Deve-se analisar também o ajuste da proteção desse motor;
• Verificação da lubrificação dos mecanismos e possíveis correções:
deve-se sempre observar as recomendações dos fabricantes dos
equipamentos para realizar a lubrificação de seus componentes.
Conexões Ensaio de Resistência de Isolamento em Chave Seccionadora.
As partes medidas representam: Fontes
Electrical Power Equipment Maintenance and Testing Second Edition – Paul Gill
• BA: Resistência entre polos A e B; Curso de Manutenção e Operação de Subestações – Engepower Eng. e Com. LTDA.
• ABT: Resistência dos polos A e B para terra.
*Fabio Henrique Dér Carrião é engenheiro eletricista, especialista em

A medição BA entre os polos pode ser desprezada na grande energia e automação (USP), gestor de equipes de campo (engenharia,
Fascículo

maioria dos casos. Para se avaliar os resultados, pode ser feita a comissionamentos, montagens) em subestações de alta, média e baixa tensão,

correção dos valores obtidos para a temperatura de referência de em usinas, distribuidoras e indústrias. Gerente de Engenheira na ENGEPOWER

75oC pela fórmula: *Claudio Mardegan é engenheiro eletricista, especialista em proteção de

R75 = Rmed / 2
a sistemas de potência, membro sênior do IEEE, professor, palestrante e CEO da

Onde: ENGEPOWER.

R75 = resistência ôhmica de isolamento corrigida para 75ºC; *Claudio Rancoleta é empresário, pesquisador eletrotécnico, especialista

Rmed = resistência ôhmica de isolamento medida no ensaio; em produtos químicos para área elétrica, membro do COBEI (NBR

a = 75 – t/10; transformadores elétricos) e CEO da URKRAFT Sistemas.

t = temperatura ambiente no momento do ensaio.


Continua na próxima edição

Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br


Os resultados devem ser comparados com histórico do
Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para
equipamento. De forma geral, valores acima de 2000 MΩ podem
redacao@atitudeeditorial.com.br
ser considerados aceitáveis.
35
Apoio
36
Apoio

Por Paulo E. Q. M. Barreto*


Linhas elétricas para baixa tensão

Capítulo V

Condutores

Requisitos gerais condutores devem ser de cobre ou de alumínio, sendo que, para este
último, seu uso só é admitido nas seguintes condições:
Como regra geral, todos os condutores devem possuir isolação,
salvo os casos nos quais forem permitidos condutores nus ou 6.2.3.8.1 Em instalações de estabelecimentos industriais podem ser
providos apenas de cobertura. utilizados condutores de alumínio, desde que, simultaneamente,
A NBR 5410 faz uma correlação entre os tipos de cabos a) a seção nominal dos condutores seja igual ou superior a 16 mm2,
(particularmente, os tipos de isolações) e as correspondentes b) a instalação seja alimentada diretamente por subestação de
normas, ou seja: transformação ou transformador, a partir de uma rede de alta
tensão, ou possua fonte própria, e
• cabos que possuem isolação de PVC devem atender a norma NBR c) a instalação e a manutenção sejam realizadas por pessoas
NM 247-3 ou NBR 7288 ou NBR 8661; qualificadas (BA5).
• cabos que possuem isolação de EPR (borracha etileno-propileno) 6.2.3.8.2 Em instalações de estabelecimentos comerciais podem ser
devem atender a norma NBR 7286; utilizados condutores de alumínio, desde que, simultaneamente,
• cabos que possuem isolação de XLPE (polietileno reticulado) a) a seção nominal dos condutores seja igual ou superior a 50 mm2,
devem atender a norma NBR 7285 ou NBR 7287; b) os locais sejam exclusivamente BD1, e
• cabos livres de halogênio e com baixa emissão de fumaça e gases c) a instalação e a manutenção sejam realizadas por pessoas
tóxicos devem atender a norma NBR 13248; qualificadas (BA5).
• os cabos resistentes ao fogo devem atender a NBR 13418 (apesar 6.2.3.8.3 Em locais BD4 não é permitido, em nenhuma circunstância,
de não ser mencionado nessa seção da NBR 5410). o emprego de condutores de alumínio.
Fascículo

Salienta ainda esta norma, na Nota do item 6.2.3.2 – os cabos Ou seja, por esses requisitos, conclui-se que condutores de
em conformidade com a ABNT NBR 13249 não são admitidos nas alumínio não são admitidos em instalações elétricas residenciais.
maneiras de instalar previstas na tabela 33, tendo em vista que tais
cabos se destinam tão somente à ligação de equipamentos. Identificação
A NBR 13249 foi cancelada pela Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT) e os correspondentes cabos (para Todos os componentes da instalação devem ser adequadamente
ligação de equipamento) passaram a atender a um conjunto de identificados, de forma legível, durável e sem possibilidade de
normas, sendo a mais relevante a NBR NM 247-5. Esses cabos são equívocos. A NBR 5410 apresenta os requisitos em 6.1.5, tais como:
conhecidos no mercado como do tipo PP que, em outras palavras,
não devem ser utilizados nas instalações fixas em geral – apesar de 6.1.5.2 Linhas elétricas
ser prática corriqueira. Para tal finalidade existem, por exemplo, os As linhas elétricas devem ser dispostas ou marcadas de modo
cabos conforme NBR 7286 ou NBR 7288. a permitir sua identificação quando da realização de verificações,
Também como regra geral, a NBR 5410 estabelece que os ensaios, reparos ou modificações na instalação.
37
Apoio

6.1.5.3.1 Qualquer condutor isolado, cabo unipolar, ou veia de cabo exclusivamente amarela onde existir o risco de confusão com a dupla
multipolar utilizado como condutor neutro deve ser identificado coloração verde-amarela, cores exclusivas do condutor de proteção.
conforme essa função. Em caso de identificação por cor, deve ser
usada a cor azul-clara na isolação do condutor isolado ou da veia do
cabo multipolar, ou na cobertura do cabo unipolar.
6.1.5.3.2 Qualquer condutor isolado, cabo unipolar ou veia de
cabo multipolar utilizado como condutor de proteção (PE) deve ser
identificado de acordo com essa função. Em caso de identificação por
cor, deve ser usada a dupla coloração verde-amarela ou a cor verde
(cores exclusivas da função de proteção), na isolação do condutor
isolado ou da veia do cabo multipolar, ou na cobertura do cabo
unipolar.
6.1.5.3.3 Qualquer condutor isolado, cabo unipolar, ou veia de cabo
multipolar utilizado como condutor PEN deve ser identificado de
acordo com essa função. Em caso de identificação por cor, deve ser
usada a cor azul-claro, com anilhas verde-amarelo nos pontos visíveis
ou acessíveis, na isolação do condutor isolado ou da veia do cabo
multipolar, ou na cobertura do cabo unipolar.
6.1.5.3.4 Qualquer condutor isolado, cabo unipolar, ou veia de cabo
multipolar utilizado como condutor de fase deve ser identificado
de acordo com essa função. Em caso de identificação por cor, poder
ser usada qualquer cor, observadas as restrições estabelecidas em
6.1.5.3.1, 6.1.5.3.2 e 6.1.5.3.3.
NOTA – Por razões de segurança, não deve ser usada a cor de isolação Exemplo de identificação de condutores por cor.
38
Apoio

6.1.5.4 Dispositivos de proteção Da classificação existente em 4.2.6 da NBR 5410, para o caso
Linhas elétricas para baixa tensão

Os dispositivos de proteção devem ser dispostos e identificados de específico de linhas elétricas, consideram-se relevantes as seguintes
forma que seja fácil reconhecer os respectivos circuitos protegidos. condições de influências externas, estabelecidas pela tabela 34 da
norma:
Como se pode observar, a norma enfatiza a necessidade
de identificar os condutores, pela sua função, sendo que o - Temperatura ambiente (AA)
método mais utilizado é a identificação por cores da isolação, - Presença de água (AD)
devido à sua facilidade. No entanto, admite-se outro método de - Presença de corpos sólidos (AE)
identificação, desde que ele seja facilmente reconhecível (deve - Presença de substâncias corrosivas ou poluentes (AF)
possuir uma legenda identificando o método e a função de - Solicitações mecânicas – impactos (AG)
cada condutor) e existente nos pontos visíveis e acessíveis dos - Solicitações mecânicas – vibrações (AH)
condutores. Recomenda-se que seja sempre utilizado o método de - Presença de flora e mofo (AK)
identificação por cor. Porém, nos casos de instalações existentes, - Presença de fauna (AL)
que não possuam identificação, em vez de substituir os cabos por - Radiação solar (AN)
outros com cores adequadas, pode-se utilizar outro método, como - Resistência elétrica do corpo humano (BB)
por exemplo, anilhas ou fitas coloridas. Nesse último caso, embora - Contato das pessoas com o potencial da terra (BC)
a norma não indique quais cores devem ter as fitas, recomenda-se - Condições de fuga das pessoas em emergências (BD)
que sejam adotadas as mesmas cores prescritas para a isolação, - Natureza dos materiais processados ou armazenados (BE)
anteriormente citadas. - Materiais de construção (CA)
- Estrutura das edificações (CB)
Influências externas
Dessas classificações, este artigo destaca os seguintes aspectos:
É importante destacar que, antes do dimensionamento dos
condutores de um circuito, deve ser feita uma avaliação das a) As instalações elétricas em condições de temperatura ambiente
condições de sua instalação, levando em conta a classificação das extrema (muito baixa ou muito alta) devem ter alguns cuidados. Por
influências externas constantes das tabelas 1 a 24 da subseção 4.2.6 exemplo, para instalações em câmaras frigoríficas, a norma alerta
da NBR 5410. Isso poderá definir o tipo de condutor a ser utilizado, para o fato de que, sob temperatura inferior a –10°C, os condutores
ou até mesmo a escolha de outro percurso para o circuito em com isolação e/ou cobertura de PVC, bem como os condutos de
questão. PVC, não devem ser manipulados nem submetidos a esforços
Por vezes, pode passar despercebido pelo projetista que, por mecânicos, visto que o PVC pode tornar-se quebradiço.
exemplo, uma luminária poderá ser alimentada por um tipo de
condutor para uma determinada condição de instalação e, para b) Por outro lado, em ambientes com temperatura elevada, como
outra condição, este mesmo tipo de condutor, para a mesma é o caso de casa de caldeiras, fornos, fundição, entre outras, a
luminária, não terá o seu uso permitido. A mesma situação poderá norma faz um alerta e apresenta fatores de correção quando a
ocorrer para o conduto a ser utilizado (eletroduto, eletrocalha, temperatura ambiente (ou do solo) for superior aos valores de
bandeja etc.). referência (20°C para linhas subterrâneas e 30°C para as demais), já
Algumas dessas condições de instalação são tão corriqueiras que as capacidades de condução de corrente dos condutores ficam
Fascículo

que acabam não recebendo os devidos cuidados na fase de projeto e reduzidas.


podem causar significativos prejuízos futuros se não forem notadas
em tempo (antes da execução da instalação), como por exemplo: c) Em ambientes industriais, é comum a instalação de linhas elétricas
em “pipe racks”, expostas às intempéries e também compartilhando
• tipo de condutor e de conduto adequados para instalação ao essa mesma estrutura com outras linhas de utilidades (água, vapor,
tempo; óleo, fluídos industriais etc.). Para tanto, a norma estabelece que nas
• tipo de condutor a ser instalado em bandejas; condições de influências externas AD3 a AD6 (presença de água)
• tipo de condutor instalado em forro de gesso em apartamentos; só devem ser usadas linhas com proteção adicional à penetração de
• tipo de condutor para ligação de luminárias de embutir (tipo água, com os graus IP adequados e, em princípio, sem revestimento
“caneca”) em lojas de shopping centers; metálico externo. E se os cabos estiverem expostos à radiação
• tipo de conduto para conexão direta em caixa de ligação de solar, devem ser resistentes às intempéries (principalmente, raio
motores; ultravioleta) e considerada a elevação da temperatura na sua
• instalação de eletrodutos em juntas de dilatação de lajes. superfície para o cálculo da capacidade de condução de corrente (IZ).
39
Apoio
40
Apoio

devem resistir a tais esforços. Por exemplo, mediante o uso de cabos


Linhas elétricas para baixa tensão

flexíveis e eletrodutos flexíveis.

h) Não são incomuns relatos de curtos-circuitos provocados por


roedores. Principalmente, em subestações. Assim, cita a norma:
“Se existir risco devido à presença de roedores e cupins, deve ser
usada uma das soluções: cabos providos de armação; ou condutores
isolados em condutos com grau de proteção adequado; ou materiais
especialmente aditivados ou revestimento adequado em cabos ou
eletrodutos”.

i) Em locais nos quais a fuga das pessoas em situação de emergência


pode ser comprometida, a norma estabelece em 5.2.2.2.3: “em
Exemplo de instalação de cabos ao tempo em pipe rack. áreas comuns, áreas de circulação e em áreas de concentração de
público, em locais BD2, BD3 e BD4, as linhas elétricas embutidas
devem ser totalmente imersas em material incombustível, enquanto
d) As poeiras, em geral, quando não corrosivas, não costumam as linhas aparentes e as linhas no interior de paredes ocas ou de
danificar a isolação ou cobertura de um cabo ou conduto. No outros espaços de construção devem atender a uma das seguintes
entanto, o acúmulo de poeira sobre um feixe de cabos, pode reduzir condições:
a sua dissipação térmica, alterando a sua capacidade de condução a) no caso de linhas constituídas por cabos fixados em paredes ou
de corrente. Situação facilmente encontrada em certos ambientes em tetos, os cabos devem ser não propagantes de chama, livres de
industriais, mineradoras, usinas de concreto etc. halogênio e com baixa emissão de fumaça e gases tóxicos;
b) no caso de linhas constituídas por condutos abertos, os cabos
devem ser não propagantes de chama, livres de halogênio e com
baixa emissão de fumaça e gases tóxicos. Já os condutos, caso
não sejam metálicos ou de outro material incombustível, devem
ser não propagantes de chama, livres de halogênio e com baixa
emissão de fumaça e gases tóxicos;
c) no caso de linhas em condutos fechados, os condutos que não
sejam metálicos ou de outro material incombustível, devem ser não
propagantes de chama, livres de halogênio e com baixa emissão de
fumaça e gases tóxicos. Na primeira hipótese (condutos metálicos
ou de outro material incombustível), podem ser usados condutores
Exemplo de cabo imerso – isolação inadequada.
e cabos apenas não propagantes de chama; na segunda, devem ser
e) No mesmo caso anterior, também deve ser feita análise sob a ótica usados cabos não propagantes de chama, livres de halogênio e com
da classificação do local como atmosfera potencialmente explosiva, baixa emissão de fumaça e gases tóxicos.”
condição na qual esse acúmulo de pó pode alterar a classificação
Fascículo

originalmente realizada e resultar no uso de equipamentos que *Paulo E. Q. M. Barreto é engenheiro eletricista, pós-graduado em Eletrotécnica.

atendam requisitos específicos e mais rigorosos. No caso de existir Tem experiência nas áreas de ensino, projeto, execução, manutenção, inspeção

no local, substância capaz de causar explosão, devem ser observados e perícia de instalações elétricas. É membro da Comissão que revisa a Norma

os requisitos da norma NBR IEC 60079-14. ABNT NBR 5410 desde 1982. Professor em cursos de pós-graduação.
Coordenador da Divisão de Instalações Elétricas do Instituto de Engenharia.

f) Em atmosferas corrosivas (usinas de álcool, indústrias químicas, Ex-Conselheiro do CREA-SP e da ABEE-SP. Inspetor da 1ª certificação de uma

galvanizadoras etc.), cita a norma: “As linhas devem ser protegidas instalação elétrica no Brasil, no âmbito do INMETRO, em 2001. Consultor e

contra corrosão ou contra agentes químicos; os cabos uni e diretor da Barreto Engenharia. www.barreto.eng.br

multipolares com cobertura extrudada são considerados adequados; Continua na próxima edição
os condutores isolados só podem ser usados em eletrodutos que Acompanhe todos os artigos deste fascículo em www.osetoreletrico.com.br
apresentem resistência adequada aos agentes presentes.” Dúvidas, sugestões e outros comentários podem ser encaminhados para

redacao@atitudeeditorial.com.br
g) Linhas elétricas que alimentem equipamentos sujeitos a vibrações
Renováveis
41
Apoio

ENERGIAS COMPLEMENTARES Ano 3 - Edição 35 / Maio de 2019

FASCÍCULO
Configuração do arranjo fotovoltaico com o inversor
NOTÍCIAS DE MERCADO

COLUNA SOLAR: Perspectivas para a Geração Centralizada Solar Fotovoltaica no Brasil


COLUNA EÓLICA: 10 anos do Brazil Windpower

APOIO
Apoio
42 Fascículo Renováveis
Por Hans Rauschmayer*

Configuração do arranjo
fotovoltaico com o inversor
43

1 - Introdução O casamento funcionará se os parâmetros elétricos de tensão,


corrente e potência dos módulos e do inversor forem compatíveis, na
Nos fascículos anteriores, abordamos características de sistemas conexão série-paralelo escolhida.
fotovoltaicos conectados à rede (SFCR) e o passo a passo na elaboração Como a tensão do módulo depende da temperatura das células,
de um projeto solar. Depois, conhecemos os módulos fotovoltaicos e o devemos levar ainda em consideração o local da instalação com suas
inversor, componentes principais do nosso sistema. condições climáticas, e a ventilação dos módulos na condição em que
Chegou a hora de compreender como se configura um arranjo serão instalados (paralelo ao telhado ou em fileiras elevadas).
fotovoltaico com determinados módulos e o inversor escolhido e definir,
chegando à conexão série-paralelo dos módulos. 3 - Temperaturas no Local da Instalação
Uma planilha que efetua os cálculos apresentados neste fascículo pode
ser baixada no site www.solarize.com.br.

2 - Visão Geral

Figura 2: Curva característica V-P em diferentes temperaturas, gerada no


software PV*SOL.

Figura 1: O arranjo fotovoltaico é uma conexão série-paralela de módulos


que precisa combinar com as características do inversor. Aprendemos no fascículo 3 que a tensão produzida pelo módulo
é fortemente afetada pela temperatura, com comportamento
Costumo chamar a configuração entre módulos e inversor de
inverso: quanto maior o calor do módulo, menor é a tensão de saída.
“casamento”, já que ela deve funcionar por muitos anos, em dias de sol e
• A faixa de temperatura do módulo em operação determina a faixa
de chuva, e em horas de calor e de frio.
de tensão na saída do módulo V PMP. A temperatura máxima do
Apoio
44 Fascículo Renováveis

módulo Tcélula,máx determina a menor tensão de saída do módulo em • Tensão mínima e máxima em operação Vmód,PMP,mín e Vmód,MP,máx (obs.:
operação V PMP,mín. A literatura recomenda usar um valor 30°C a 40°C usando a fórmula, chegamos a um valor aproximado para Vmód,PMP, já
acima da máxima ambiental do local, dependendo da ventilação que o valor exato pode ser determinado somente com um software de
dos módulos e da ocorrência de vento no local. simulação).
• A temperatura mínima da célula em operação Tcélula,mín determina
a tensão V PMP,máx. É a temperatura que o módulo alcança com um 5 - Dados Características do Inversor
pouco de irradiação.
• A terceira condição climática a ser considerada é a temperatura Na ficha técnica do inversor escolhido, buscamos os seguintes dados:
mínima do local da instalação Tambiente,mín. Ela causa a tensão
máxima que o módulo produz, V OC,máx. • Potência nominal Pinv,nom;
• Potência máxima Pinv,máx;
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) oferece • Corrente máxima Iinv,máx;
a busca por dados climáticos, mas geralmente, prevalece o bom • Tensão máxima Vinv,máx;
senso e a experiência na definição do trio das temperaturas. A • Faixa de tensão de operação Vinv,PMP,mín e Vinv,PMP,máx.
tabela 1 lista valores que podem servir como referência.
O objetivo é calcular a combinação entre os módulos e o inversor,
portanto, devemos buscar os valores da entrada do inversor, em c.c.. No
entanto, a potência nominal pode ser informada na seção c.c. ou c.a.,
Tabela 1: Valores referenciais para a escolha dependendo do fabricante.
das temperaturas características

Fonte Tcélula,máx Tcélula,mín Tambiente,mín 6 - O Cálculo do Arranjo Fotovoltaico


Alemanha 70°C 15°C -10°C
Sistema Solarize 75°C 25°C +10°C
(Rio de Janeiro – RJ)

A variação da corrente com a temperatura é tão pequena que não


costuma ser levada em consideração.

4 - Dados Características do Módulo

Para efetuar o cálculo, buscamos os seguintes dados na ficha Figura 3: O layout do arranjo fotovoltaico é determinado respeitando os
técnica do módulo: limites do inversor.

• Potência nominal Pmód,nom; Depois de colher as informações básicas, podemos agora mapear as
• Corrente de curto-circuito Imód,SC; características elétricas dos módulos com as do inversor escolhido. O
• Tensão PMP nominal Vmód,PMP; objetivo é definir o arranjo fotovoltaico, que é a associação de n séries
• Tensão em circuito aberto Vmód,OC; fotovoltaicas (usamos a seguir o nome inglês, string) em paralelo,
• Coeficiente da variação da tensão com a temperatura Coef V, cada com m módulos conectados em série (figura 3).
comumente informado em % / °C ou % / K (observação: 1 K = 1 °C).
Importante: O arranjo precisa ser homogêneo, usando somente
Em seguida, calculamos as tensões derivadas das temperaturas um modelo de módulo e o mesmo número de módulos em todos
no local da instalação. As tensões informadas na ficha técnica foram os strings. Casos onde isto não é possível, serão analisados
medidas nas condições STC, sob 25°C (veja fascículo 3). A seguinte no próximo fascículo, que tratará também de sombreamento
fórmula aplica o coeficiente da variação da tensão e a diferença da parcial.
temperatura:
Pelas leis ôhmicas, a tensão resultante de cada string é o produto
do número de módulos m com a tensão de cada módulo. A corrente
resultante do arranjo é o produto do número de strings n com a corrente
Os valores derivados são: de cada string.
O mapeamento é feito por condições independentes que, depois,
• Tensão máxima e circuito aberto Vmód,OC,máx são reunidas.
Apoio
45

(A) Número máximo de módulos por string pela tensão máxima do (C) Número mínimo de módulos por string pela tensão de operação
inversor O inversor exige um número mínimo de módulos para trabalhar, que
A primeira condição calcula o número máximo de módulos m por é calculado dividindo a tensão mínima do inversor pela tensão mínima
string que podemos conectar em série, respeitando a limitação do do módulo, ambos em condição de operação:
inversor.
O número máximo de módulos por string mmáx é igual à tensão
máxima da entrada do inversor Vinv,máx, dividida pela tensão máxima do
módulo em circuito aberto Vmod,OC,máx. O número resultante deve ser arredondado para cima.

(D) Número máximo de strings


O número máximo de strings conectados em paralelo é calculada
dividindo a corrente máxima de entrada do inversor pela corrente gerada
pelos módulos em condições padrão:
(B) Número máximo de módulos por string pela tensão de operação
A segunda condição calcula quantos módulos podemos conectar em
série, considerando agora o limite de tensão de operação do inversor:

(E) Potência máxima


O fabricante indica a potência máxima do arranjo fotovoltaico na
ficha técnica, que determina número máximo total de módulos que
devem ser conectados:
Esta condição é calculada independentemente de (A), mas como
resultado, deve valer o menor número dos dois, ainda arredondado para
baixo.
Apoio
46 Fascículo Renováveis

A potência máxima é correlacionada ao fator de dimensionamento, Outra desvantagem de um alto FDI é o aquecimento da
que discutiremos em seguida, e não representa uma restrição crítica. eletrônica de potência que pode reduzir a longevidade do inversor.
Recomenda-se consultar o fabricante para assegurar as condições
(F) Fator de dimensionamento de garantia.
O fator de dimensionamento expressa a relação da potência entre o Um FDI abaixo de 100% é aceitável quando não se encontra um
arranjo fotovoltaico e o inversor e costuma ser informado em porcento. inversor menor com potência adequada, algo frequente em sistemas
muito pequenos.

7 - Verificação de Alternativas

É normal superdimensionar o arranjo, já que a potência nominal dos Depois de calcular as condições, podemos verificar alternativas
módulos raramente é alcançada em clima tropical. Um FDI entre 100% do layout elétrico. Vamos usar um exemplo resumido para
e 120% é considerado conservador. Um FDI mais alto traz a vantagem compreender este procedimento:
de reduzir o investimento, mas acarreta um corte de produção em
horas de alta irradiância. A figura 4 mostra este efeito: o sistema com • Pretendemos montar um sistema de 12 kWp, usando 40 módulos
FDI de 158% (linha azul) perde energia quando a potência máxima do de 300 Wp de um determinado modelo;
inversor é alcançada. Já o sistema com FDI de 119% raramente alcança • Um inversor de 10 kW seria adequado, levando em consideração
a potência máxima. um FDI de 120%;
• Usamos as fichas técnicas do módulo e do inversor para levantar os
dados listados acima e calcular das condições listadas acima;
• Com 40 módulos, temos as seguintes alternativas de layout:
cinco strings de oito módulos, quatro strings de 10 módulos ou dois
strings de 20 módulos;
• Testamos as alternativas contra as condições apresentadas no
capítulo anterior para determinar quais delas são permitidas.
• Em termos elétricos, é favorável aumentar o número de módulos
por string para manter a corrente baixa. No entanto, pode haver
outros critérios da execução que nos levam a priorizar uma
alternativa diferente.

Figura 4: Comparação entre um sistema com FDI de 119% (linha amarela)


com um de 158% (linha azul), simulado no software PV*SOL. Se nenhuma das alternativas for viável, então é necessário

Figura 5: A planilha de configuração.


Apoio
47

mudar a escolha do equipamento e refazer o cálculo. Isso ocorre com 9 - Outros tipos de inversores
certa frequência com inversores que apresentam uma faixa estreita
de tensão. Apresentamos o cálculo para a tipologia chamada de “inversor
Se um determinado inversor, por exemplo, permitir somente 19 string”, com apenas uma entrada. Há outras opções, cuja discussão
ou 20 módulos por string, então o número total de módulos deve ser detalhada extrapola o espaço do fascículo:
divisível por 19 ou 20, e a área de montagem deve permitir a fixação
deste número de módulos. • Inversores multi-MPPT oferecem mais do que uma entrada, cada
uma com seu seguidor de ponto de máxima potência SPMP (inglês
8 - Uso da Planilha MPPT). Neste caso, o cálculo deve ser repetido para cada entrada
separadamente, cujas características podem ser diferentes. O fator de
Disponibilizamos no site www.solarize.com.br uma planilha dimensionamento deve ser avaliado para cada entrada, e também para
(figura 5) que efetua os cálculos apresentados neste fascículo e inversor como um todo;
que contém um exemplo completo. A planilha serve para configurar • A configuração de Microinversores, que atendem de um a quatro
projetos reais, ela não é meramente didática. Ela deve ser preenchida módulos, usa os mesmos cálculos apresentados acima;
na seguinte sequência: • Para sistemas com otimizadores de potência é necessário efetuar o
cálculo para cada otimizador separadamente. Além disso, há regras para
1 - Local da instalação; o número de otimizadores que podem ser conectados a cada entrada do
2 - Dados do módulo: preencha os campos em azul. Os campos inversor. Consulte a documentação do fabricante.
em cinza apresentam resultados intermediários, e os em verde,
resultados finais; 10 - Previsão
3 - Dados do inversor: procure os dados na ficha técnica;
4 - Após preencher os dados acima, o quadro “Cálculo” já apresenta No presente fascículo, tratamos de arranjos fotovoltaicos
as condições de mapeamento, com números mínimos e máximos de homogêneos. A realidade, no entanto, nos desafia com telhados
módulos e strings; complexos de várias águas e com objetos que causam sombreamento,
5 - Fator de dimensionamento: informe aqui o limite inferior e atrapalhando a geração de energia. Estes desafios serão o tema do
superior da faixa tolerada e da faixa ideal; próximo fascículo.
6 - Verificação de alternativas: preenche os campos “Nº de
strings” e “Nº módulos por string” e observe o campo “Verificação” *Hans Rauschmayer é sócio-gerente da empresa Solarize Treinamentos

à direita, que testa a alternativa contra as condições no quadro Profissionais Ltda., onde montou a abrangente grade de capacitação

“Cálculo”. [visite www.solarize.com.br]. Reconhecido especialista em energia solar,

A planilha está com os campos todos abertos para que você possa já foi convidado para ensinar e palestrar em universidades, instituições,
verificar e, se for necessário, modificar as fórmulas. congressos nacionais e internacionais e vários programas de TV.
48 renováveis Notícias
ABB vence concorrência para projeto de transmissão de
energia eólica no Mar do Norte

Divulgação
O negócio Power Grids da Saxônia, na Alemanha. A TenneT, de transmissão. As soluções de dos desafios de integração de
ABB recebeu um pedido de três um dos principais operadores conexão eólica offshore HVDC da renováveis, a abordagem de
dígitos de milhões de Euros do europeus de sistemas de ABB são compactas e modulares parceria e estreita colaboração
consórcio Aibel/Keppel FELS, transmissão de eletricidade, para atender especificamente com a TenneT foram os
que projetará e construirá o com atividades na Holanda e na aos desafios do setor de energia principais diferenciais na
sistema de transmissão de Alemanha, será responsável por eólica offshore, e suportam uma conquista deste projeto”, afirma
corrente contínua em alta fornecer as conexões de energia melhoria substancial no LCOE Claudio Facchin, presidente da
tensão (da sigla, em inglês, para os parques eólicos offshore (custo nivelado da eletricidade), divisão Power Grids da ABB.
HVDC) para o projeto de conexão neste projeto. bem como a pegada de carbono. Como parte de sua transição
eólica offshore DolWin5. A ABB A solução HVDC da ABB é Com o uso da tecnologia de energética (“Energiewende”),
será a provedora da tecnologia usada para transportar a energia conversão de fonte de tensão a Alemanha planeja gerar
HVDC. Este projeto fornecerá gerada pelos parques eólicos da ABB, comercializada sob a 65% de sua energia a partir de
900 megawatts de eletricidade offshore, convertendo a corrente marca HVDC Light®, é possível fontes renováveis até 2030.
zero carbono – suficiente para alternada (AC) em corrente manter as perdas de conversão Uma proporção crescente
abastecer cerca de um milhão contínua (DC) na plataforma do muito baixas. Além disso, dessa energia limpa é gerada
de residências – de três parques conversor. Isso torna possível o pedido também incluirá o em enormes parques eólicos
eólicos, a cerca de 100 km da transmitir a energia através Controle Avançado Modular ABB offshore no Mar do Norte. Em
costa alemã. A conclusão está de um sistema de cabos DC de Ability™ para HVDC (MACH™), apenas 10 anos, a produção
prevista para 2024. 130 quilômetros de extensão, que é fundamental no controle eólica offshore da Alemanha
O pedido inclui uma com perdas muito baixas da conexão complexa entre cresceu de zero para 6,382
plataforma conversora no Mar do para o continente. Na estação parques eólicos e a rede AC megawatts, tornando-se o
Norte, bem como uma estação conversora onshore, a energia onshore. “Nossa inovadora segundo maior produtor de
conversora onshore, localizada é convertida de volta para AC tecnologia HVDC, expertise energia eólica offshore do
em Emden, na região da Baixa e, em seguida, integrada à rede mundial, profunda compreensão mundo, depois do Reino Unido.
renováveis Notícias 49

Energia solar cresce 135% no 1º trimestre de 2019


Nos últimos anos, a oferta de incentivos e a crescente procura dos brasileiros pelos sistemas de energia solar impulsionou o mercado nacional a
níveis similares ao de países estrangeiros.
Segundo os dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), somente no primeiro trimestre deste ano, houve 13.941 novas instalações.
Isso representa um crescimento de aproximadamente 135% em relação ao mesmo período de 2018, quando haviam sido conectados 5.933
sistemas à rede das distribuidoras do País.
Em termos de potência, o volume de sistemas instalados até o final de março deste ano já acumulava 157,3 megawatts (MW), 132,69% a mais
que os 67,6 MW de 2018. De acordo com os representantes da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o aumento na procura
pela tecnologia se deve, principalmente, a dois fatores: à queda dos seus custos nos últimos 10 anos e ao inverso aumento no valor da conta de luz.
Somam-se a isso os vários incentivos oferecidos para quem deseja instalar as placas solares, incluindo isenções tributárias sobre a energia
produzida e consumida. É nessas placas que começa o funcionamento dos geradores solares, mais conhecidos como sistemas fotovoltaicos, que
captam e convertem a luz do sol em energia elétrica limpa.
Toda energia gerada durante o dia e que não é consumida no momento é enviada à rede elétrica pública, sendo emprestada para a distribuidora local,
que compensa posteriormente o consumidor com créditos energéticos. O consumidor, então, usa esses créditos para abater da energia que consumiu da
rede nos momentos em que o sistema não está produzindo, ou seja, à noite e, dessa forma, consegue reduzir em até 95% a sua conta de luz.
Esse sistema de créditos é o grande marco do segmento distribuído criado pela Aneel em 2012, que projeta um público total de 886.700
brasileiros com energia solar até 2024.
50 Energia solar fotovoltaica

Ronaldo Koloszuk Ricardo Barros é


Rodrigo Sauaia é presidente vice-presidente
é presidente do Conselho de de Geração
executivo da Administração da Centralizada da
ABSOLAR. ABSOLAR. Absolar

Perspectivas para a Geração Centralizada Solar


Fotovoltaica no Brasil

A geração centralizada solar ampliando a diversificação do


fotovoltaica, composta por suprimento elétrico de nosso País,
projetos de usinas de grande hoje, demasiadamente dependente
porte, assim como tantas outras de hidrelétricas e termelétricas
aplicações da tecnologia solar fósseis. Isso contribui para o
fotovoltaica no Brasil, tem se alívio de nossos reservatórios
consolidado cada vez mais como hídricos e reduz a pressão para
uma fonte renovável de geração outros usos estratégicos, como
de energia elétrica com alto valor suprimento humano, agricultura,
agregado à sociedade brasileira. irrigação e processos industriais.
De acordo com levantamento Adicionalmente, garante a redução
da Associação Brasileira de Energia do acionamento de termelétricas
Solar Fotovoltaica (Absolar) a partir fósseis, mais caras e poluentes,
de dados oficiais, hoje, já são mais ajudando na diminuição de custos
de 2.000 megawatts (MW) em aos consumidores e na mitigação
usinas de geração centralizada solar dos impactos do aquecimento Pela primeira vez, a fonte solar O LEN A-6 tem previsão de ser
fotovoltaica em operação no Brasil. global. fotovoltaica participará do Leilão realizado no dia 26/09/2019, com
O número representa mais de R$ 10 O mito de que a energia solar de Energia Nova A-6 (LEN A-6). início do suprimento de energia
bilhões em investimentos privados fotovoltaica era cara já caiu por terra. Essa conquista foi fruto do intenso elétrica em 01/01/2025.
atraídos ao País desde 2014, que Atualmente, a fonte já apresenta um trabalho desenvolvido pela Absolar A geração centralizada solar
viabilizaram a geração de mais dos preços mais competitivos para a junto aos seus associados em fotovoltaica é, e continuará sendo,
de 50 mil novos empregos locais geração de energia limpa e renovável reuniões com o Ministério de Minas e um dos principais pilares para o
qualificados pelo setor nas regiões no mercado elétrico brasileiro, além Energia (MME) e inserções na mídia crescimento da fonte no País, com
onde os projetos foram implantados. de promover o alívio financeiro defendendo a visão do setor. a participação do setor em leilões
As usinas em operação geram das famílias e o aumento da A Portaria Nº 222, de de energia elétrica organizados pelo
energia elétrica limpa e renovável competitividade do setor produtivo 06/05/2019, publicada pelo Governo Federal, por meio dos quais
suficiente para suprir um consumo no País. Diário Oficial da União, estabeleceu já foram contratados os 2.000 MW
equivalente à necessidade de mais Os números já impressionam, as Diretrizes para a realização que estão em operação no Brasil.
de três milhões de brasileiros. mas ainda estão muito aquém do Leilão de Compra de Energia O setor solar fotovoltaico está
Adicionalmente, há mais de 1.700 do potencial da tecnologia e Elétrica Proveniente de Novos preparado e a postos para participar
MW em novos projetos em fase de das necessidades do Brasil. Empreendimentos de Geração, de todos os leilões A-4 e A-6, deste
desenvolvimento e construção, Entretanto, o Governo Federal denominado "A-6", de 2019, com a e dos próximos anos, contribuindo
com início de operação prevista acaba de dar um sinal claro de inclusão da fonte solar fotovoltaica para a expansão renovável da
para até 2022. isonomia e transparência, que na modalidade por quantidade matriz elétrica brasileira a preços
Trata-se de energia elétrica contribuirá para a ampliação de energia elétrica, com prazo de competitivos. Queremos ajudar o
não apenas limpa e renovável, mas dos investimentos em geração suprimento de 20 anos, em linha País a crescer com competitividade
também cada vez mais competitiva, centralizada solar fotovoltaica. com a recomendação da associação. e sustentabilidade.
Energia Eólica 51

Elbia Gannoum é presidente


executiva da Associação Brasileira
de Energia Eólica (ABEEólica).

10 anos do Brazil Windpower


Estamos em um mês de respeito e protegê-la. Estas também encontrou no stand da apresentou os principais dados
muitas comemorações! Além foram algumas das discussões Associação Brasileira de Energia do setor e que ficará disponível
dos 15 GWs e de sermos hoje a programadas para o BWP 2019. Eólica (ABEEólica) os principais no YouTube 360, onde poderá
segunda fonte da matriz elétrica, Preparamos a grade de e mais recentes dados do setor. ser assistido com interação do
estamos agora comemorando discussões deste ano com a O Brasil tem hoje mais de 15 usuário que poderão passear
os 10 anos do Brazil Windpower. preocupação de olhar de frente GW de capacidade instalada, pelas imagens em todas as
Neste ano, pela primeira vez, o para um futuro que chega cada 7.500 aerogeradores, em direções, explorando diversas
evento foi realizado em São Paulo, vez mais rápido e que significará 602 parques eólicos, em 12 visões de fábricas de pás,
de 28 a 30 de maio. E foram três profundas mudanças no setor Estados. Considerando leilões já aerogeradores, parques eólicos
dias fundamentais para o setor. elétrico brasileiro e enormes realizados e contratos firmados e até na parte de cima de um
Bons ventos para um desafios para todos nós, no mercado livre, o Brasil terá aerogerador.
planeta mais sustentável; o exigindo diversidade de saberes cerca de 19,4 GW de capacidade Termino reforçando que
futuro e suas inovações para e de opiniões e muito diálogo. eólica instalada até 2023. acreditamos na importância
energia; as experiências das Entendemos que o setor de Novos leilões e novos contratos da diversidade de saberes e de
empresas do setor que estão energia eólica, que já abastece no mercado devem aumentar opiniões como algo fundamental
expandindo as fronteiras do mensalmente, em média, cerca de os números projetados para este futuro inovador, motivo
conhecimento da energia eólica 80 milhões de pessoas, tem um consideravelmente. E sempre é pelo qual este momento de
e do próprio setor elétrico; a papel fundamental na construção bom lembrar que teremos dois realização do Brazil Windpower
importância de se investir em do futuro do setor elétrico e no leilões em 2019. é sempre muito especial para o
pesquisa e desenvolvimento e enfrentamento dos desafios Outra novidade apresentada setor por todas as discussões
a imprescindível necessidade tecnológicos que virão. pela ABEEólica foi um vídeo que serão realizadas e que devem
de tratar a natureza com mais Quem foi ao evento, feito como realidade virtual, que impactar o setor.
52 Pesquisa - Equipamentos para transmissão e distribuição de energia O Setor Elétrico / Maio de 2019

À espera de investimentos
A falta de confiança de investidores e do empresariado em relação ao desempenho do
mercado eletroeletrônico em geral tem gerado projeções cautelosas para 2019, resultando
em um cenário de estagnação e baixa estimativa de crescimento. Contudo, projetos
de infraestrutura devem influenciar o segmento de equipamentos para distribuição e
transmissão de energia
O Setor Elétrico / Maio de 2019 53

2019 está chegando ao segundo semestre e o clima de Fatores que devem influenciar os mercados de
distribuição e de transmissão de energia
instabilidade econômica e financeira continua a pairar pelo ar. Por
conta da insegurança em relação ao comportamento do mercado ao 4% 9%
Outros Programas de
longo do ano, grande parte das empresas tem adiado investimentos 7% incentivo do governo
e permanece em um estado de retração ou estagnação, à espera de Falta de confiança 9%
momentos mais oportunos para apostas. de investidores Bom momento
econômico do
Segundo sondagem realizada recentemente pela Associação 6% país
Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), cerca de 65% das Desvalorização da
moeda nacional 6%
empresas do setor eletroeletrônico estão adiando ou não têm intenção Desaceleração da
economia brasileira
de investir para esse ano. Desse total, 38% não investirão em 2019,
enquanto 28% das entrevistadas estão postergando os investimentos,
a maioria porque aguarda a aprovação da Reforma da Previdência.
Os empresários também estão cautelosos em razão de outros 14% 6%
fatores, como a alta carga tributária, a demora na aprovação das demais Cenário político Setor da construção
civil aquecido
reformas do governo, as incertezas quanto ao mercado internacional, a
4% 6%
indecisão quanto à Lei de Informática, entre outros.
Falta de Setor da construção
A revista O Setor Elétrico realizou, em maio deste ano, uma normalização civil desaquecido
pesquisa com aproximadamente 70 empresas que comercializam e/ou legislação

equipamentos para transmissão e distribuição de energia (T&D), a 6%


19%
qual indicou que este mercado espera crescer 9% em 2019, ao passo Incentivos por força
de legislação ou Projetos de
que o levantamento feito em 2018 mostrou que o crescimento das normalização infraestrutura
empresas foi de 12%. Já a previsão de crescimento percentual para as
4%
companhias é de 11%. Crise internacional

Previsões de crescimento

São inúmeros os problemas que assolam a integridade de uma


rede de transmissão/distribuição, mas dentro de todo o montante, os
mais destacados pelas empresas consultadas foram: sobretensões
Crescimento do tamanho anual total devido a descargas atmosféricas (31%); sobretensões devido a
do mercado para o ano de 2019
9% manobras (15%); ventania, furacões, geada e outras condições
Crescimento percentual para sua climáticas extremas (14%), entre outros entraves.
empresa em 2019
11%
Crescimento da sua empresa em
2018 comparando ao ano anterior Problemas que assolam a integridade de uma rede de
12% transmissão/distribuição

14%
Outros
31%
9% Sobretensões
Ainda de acordo com a pesquisa, 19% das empresas consultadas devido a
Eletrocorrosão descargas
acreditam que projetos de infraestrutura devam contribuir para que o atmosféricas
setor recupere o fôlego – interessante ressaltar que esse também foi
o principal fator apontado no levantamento realizado no ano passado. 12%
Na sequência, o aspecto que deve influenciar o mercado é o cenário Vandalismo

político, indicado por 14% das entrevistadas, seguido pelo bom


5%
momento econômico do País (9%), e por programas de incentivo do 15%
Poluição
governo (9%). A falta de confiança de investidores, correspondente a Sobretensões devido
14% a manobras
7% das respostas; a desvalorização da moeda nacional, equivalente a
Ventania, furacões,
6%; e a desaceleração da economia brasileira (6%) também entraram geada e outras condições
climáticas extremas
na lista dos fatores que devem impactar na decolagem do mercado de
T&D no Brasil em 2019.
54 Pesquisa - Equipamentos para transmissão e distribuição de energia O Setor Elétrico / Maio de 2019

O perfil das empresas participantes da pesquisa está dividido da Equipamentos para distribuição de energia
mais comercializados
seguinte maneira: 77% são fabricantes de produtos para distribuição
de energia; 47% correspondem a fabricantes de produtos para
transmissão de energia; 30% se referem a distribuidoras de produtos
para distribuição de energia; e apenas 13% resultam de distribuidoras Interruptores
de produtos para transmissão de energia. 16%
Transformadores de potência
Perfil das empresas 27%
Fusíveis
27%
Painéis
28%
Subestações de média
tensão
Distribuidora de produtos para transmissão de energia 33%
13%
Distribuidora de produtos para
distribuição de energia
30%
Fabricante de produtos para
transmissão de energia
47%
Fabricante de No que se refere a produtos para automação de sistemas
produtos para
77% distribuição de mais comercializados (para distribuição), o segmento está
energia dividido em: automação de subestações (25%); instrumentos para
monitoramento de qualidade de energia (23%); proteção contra
arco (16%); automação de estações (13%); relés de estado
sólido (13%); relés eletromecânicos (13%); transdutores (11%); e

Os principais canais de vendas para a grande maioria das empresas anunciador de alarme (6%).

(92%) é a venda direta ao cliente final, enquanto que, para 64% delas,
Produtos para automação de sistemas mais
a melhor forma de negociação acontece em distribuidores de materiais comercializados (para distribuição)
elétricos. 58% responderam que revendas de materiais elétricos são
os ambientes mais propícios.

Principais canais de vendas

Anunciador de alarme
6%
Internet Transdutores
19% 11%
Outros Relés eletromecânicos

23% 13%
Revendas de Relés de estado sólido
materiais elétricos
58% 13%
Distribuidores de Automação de estações
materiais elétricos
64% 13%
Venda direta ao Proteção contra arco
cliente final
92% 16%
Instrumentos para monitora­
mento de qualidade de energia
23%
Automação de
subestações
25%
O levantamento feito pela revista apurou também quais são os tipos
de equipamentos para distribuição de energia mais comercializados:
subestações de média tensão (33%); painéis (28%); fusíveis (27%);
transformadores de potência (27%) e interruptores (16%).
O Setor Elétrico / Maio de 2019 55

Em relação a cabos elétricos para distribuição, o resultado obtido Os sistemas de automação para transmissão estão divididos
foi: cabos subterrâneos (22%); cabos aéreos (20%); cabos especiais em: instrumentos para monitoramento de qualidade de energia
(19%); cabos submarinos (5%). (20%); automação de subestações (19%); relés eletromecânicos
(14%); proteção contra arco (11%); relés de estado sólido (11%);
Cabos elétricos mais comercializados sistemas de Automação [Transdutores] (6%); anunciador de alarme
(para distribuição) (5%); e automação de estações (5%).

Sistemas de Automação para transmissão

Cabos submarinos
Automação de estações
5%
Cabos especiais 5%
19% Anunciador de alarme
Cabos aéreos
5%
20% Sistemas de Automação [Transdutores]
Cabos subterrâneos
6%
22% Relés de estado sólido

11%
Proteção contra arco

11%
Relés eletromecânicos

14%
Sobre os equipamentos para transmissão de energia mais Automação de subestações
comercializados, a pesquisa constatou o seguinte agrupamento: 19%
subestações de alta tensão (22%); transformadores de potência Instrumentos para
monitoramento de
(16%); chaves de alta tensão (8%); disjuntores de alta tensão (5%); 20% qualidade de energia
e interruptores (5%).

Equipamentos para transmissão de energia mais


comercializados

Dentre os tipos de cabos elétricos para transmissão, o percentual


está fatiado em: cabos aéreos (16%); cabos subterrâneos (16%);
especiais (14%); e cabos submarinos (3%).

Interruptores Cabos elétricos mais comercializados


(para transmissão)
5%
Disjuntores de alta tensão
5%
Cabos submarinos
Chaves de alta tensão
3%
8% Especiais
Transformadores
de potência 14%
16% Cabos subterrâneos
Subestações
22%
de alta tensão 16%
Cabos aéreos

16%
56 Pesquisa - Equipamentos para transmissão e distribuição de energia O Setor Elétrico / Maio de 2019

A empresa é Principal canal de vendas Principais clientes

Possui certificado ISO 14.001 (ambiental)


Possui certificado ISO 9001(qualidade)
Montagem de redes de transmissão
Montagem de redes de distribuição
Distribuidores de materiais elétricos

Oferece treinamento técnico para


Possui serviço de atendimento ao
cliente por telefone e/ou internet
Tem corpo técnico especializado
para oferecer suporte ao cliente
Revendas de materiais elétricos

Transmissão de energia elétrica


Distribuição de energia elétrica

Montagem de equipamentos
Fabricante de produtos para

Fabricante de produtos para

para transmissão de energia


para distribuição de energia

Importa produtos acabados


Venda direta ao cliente final

Exporta produtos acabados


de responsabilidade social
Possui programas na área
Distribuidora de produtos

Distribuidora de produtos
transmissão de energia
distribuição de energia

Manutenção de redes
Engenharia

os clientes
Internet
Outros

Outros
EMPRESA Telefone Site Cidade UF
3M 0800 013 2333 www.3m.com.br Sumaré SP X X X X X X X z X X X X X X X
A.Cabine Materiais Elétricos (11) 2842-5252 www.acabine.com.br Guarulhos SP X X X X X X X X X X X X X X X
ABB 0800 0149111 www.abb.com.br Osasco SP X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Adelco (11) 4199-7500 www.adelco.com.br Barueri SP X X X X X X X X X X X X X
Alubar (91) 3754-7155 www.alubar.net.br Barcarena PA X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Bohnen+Messtek (11) 2711-0050 www.bohnen.com.br São Paulo SP X X X X X X X X X X
Brasformer Braspel (11) 2969-2244 www.brasformer.com.br São Paulo SP X X X X X X X XX X X X X X X X X X
CABELAUTO CABOS ELETRICOS (35) 3629-2500 www.cabelauto.com.br Itajubá MG X X X X X X X X
X X X X X X X X X X
Chardon Group (21) 99459-9136 www.chardongroup.com Rio de Janeiro RJ X X X X X X X
X X X X X X X X
Condumax Fios e Cabos Elé. 0800 701 3701 www.condumax.com.br Olímpia SP X X X X X X
X X X X X X X X X
Crimper (19) 3246-1722 www.crimper.com.br Campinas SP X X X X X X X X X X X X
D´LIGHT (11) 2937-4650 www.dlight.com.br Guarulhos SP X X X X X X X X X X X X X X X X
Delta P (11) 2154-0666 www.deltapltda.com.br São Paulo SP X X X X X X X X X
EATON (15) 3481-9201 www.eaton.com Porto Feliz SP X X X X X X X X X X X X X X X X
ELETRIC PRODUTOS (11) 4168-4302 www.eletric-produtos .com.br Barueri SP X X X X X X X X X X
ELOS (41) 3383-9290 www.elos.com.br Curitiba PR X X X X X X X X X X X
EMBRASTEC (16) 3103-2021 www.embrastec.com.br Ribeirão Preto SP X X X X X X X X X X X
EPOXIFORMAS (11) 4137-5495 www.epoxiformas.com.ar Taboão da Serra SP X X X X X X X X X X X X
FASTWELD (11) 2421-7150 www.fastweld.com.br Guarulhos SP X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Finder (11) 4223-1550 www.finder.com.br Sao Caetano do Sul SP X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
GIMI SOLUÇÕES EM ENERGIA (11) 4752-9900 www.gimi.com.br Suzano SP X X X X X X X X X X X X X X
GRUPO INTELLI (16) 3820-1500 www.grupointelli.com.br Orlândia SP X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
HAWSER (11) 4056-7047 www.hawser.com.br Diadema SP X X X X X X X X X X
I.G. Trans. e Dist. de Energia (44) 3304-2550 www.ig-td.com.br Maringá PR X X X X X X X X X X X
INCESA (17) 3279-2600 www.incesa.com.br Olimpia SP X X X X X X X X X X X X X X X
ISOLET (11) 2118-3000 www.isolet.com.br Itu SP X X X X X X
Itaipu Transformadores (16) 3263-9400 www.itaiputransformadores.com.br Itápolis SP X X X X X X X X X X X X X X X X
ITB Equipamentos Elétricos (18) 3643-8000 www.itb.ind.br Birigui SP X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
DBTEC (12) 3642-9006 www.dbtec.com.br Pindamonhangaba SP X X X X X X X X X X X X X X X X
KIT ACESSÓRIOS (21) 2290-1588 www.kitacessorios.com.br Rio de Janeiro RJ X X X X X X X X X X X X X
KRJ (11) 2971-2300 www.krj.com.br São Paulo SP X X X X X X X X X X X X X X X
Kron Medidores (11) 5525-2000 www.kron.com.br São Paulo SP X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
LPEng Engenharia (11) 2901-7033 www.lpeng.com.br São Paulo SP X X X X X X X X X X X X X X
MAGNET (11) 4176-7878 www.mmmagnet.com.br São Bernardo do Campo SP X X X X X X X X X
MBA Construtora (34) 3271-7700 www.mbaconstrutora.com.br Ituiutaba MG X X X X X X X X X X
Media Tensao (11) 2384-0155 www.mediatensao.com.br Guarulhos SP X X X X X X X X X X X
Metaltex (11) 5683-5700 www.metaltex.com.br São Paulo SP X X X X X X X X X X X X X X
Nexans Brasil (11) 3084-1600 www.nexans.com.br São Paulo SP X X X X X X X X X X X X X
NOJA Power (19) 3283 0041 www.nojapower.com.br Campinas SP X X X X X X X X X X X X X X
nVent (11) 3623-4338 www.nvent.com Boituva SP X X X X X X X X X X X X X X X X
Onix Dist. de Prod. Elétricos (44) 3233-8500 www.onixcd.com.br Mandaguari PR X X X X X X X X X X X
Pextron (11) 5094-3200 www.pextron.com.br São Paulo SP X X X X X X X X X X X
Phoenix Contact (11) 38716400 www.phoenixcontact.com.br São Paulo SP X X X X X X X X X X X X X X X X
PLP (11) 4448-8000 www.plp.com.br Cajamar SP X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Power Solutions (11) 3181-5160 www.psolutionsbrasil.com.br São Paulo SP X X X X X X X X X X X X
PPC SANTANA (19) 3893-9205 www.ppcinsulators.com Pedreira SP X X X X X X X X X X X X X X X X X
PROAUTO (15) 3031-7400 www.proautomacao.com.br Sorocaba SP X X X X X X X X X X X X X
Provolt (47) 3036-9666 www.provolt.com.br Blumenau SC X X X X X X X X X X X X X X
Prysmian Group (15) 3235-6400 br.prysmiangroup.com Sorocaba SP X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Renz (11) 4034-3655 www.renzbr.com Bragança Paulista SP X X X X X X X X X X X X X
RMS (51) 3337-9500 www.rms.ind.br Porto Alegre RS X X X X X X X X X
SAREL (11) 4072-1580 www.sarel.com.br Diadema SP X X X X X X X X X X X X X X
SEL (19) 3515-2010 www.selinc.com/pt Campinas SP X X X X X X X X X X X
Siemens (11) 4585-8040 www.siemens.com.br São Paulo SP X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
SIKLOWATT (48) 3028-0809 www.siklowatt.com.br Florianópolis SC X X X X X X X X X X X X X X X X X
TE CONNECTIVITY (11) 2103-6000 www.te.com/energy Bragança Paulista SP X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Tecsys do Brasil Ind. (12) 3797-8800 www.tecsysbrasil.com.br São Jose dos Campos SP X X X X X X X X X
Toshiba (31) 3329-6650 www.toshiba.com.br Contagem MG X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Trael (65) 3611-6500 www.trael.com.br Cuiabá MT X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Transformadores União (11) 2023-9000 transformadoresuniao.com.br São Paulo SP X X X X X X X X X X X X X
URKRAFT (11) 3662-0115 www.urkraft.com.br Embu das Artes SP X X X X X X X X X X X
VELP TECNOLOGIA (31) 3595-6730 www.velp.com.br Betim MG X X X X X X X X X X X
Weidmuller Conexel (11) 4366-9600 www.weidmueller.com.br Diadema SP X X X X X X X X X X X X X X X X X X
WEG - Trans. & Dist. (47) 3276-4000 www.weg.net Blumenau SC X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
X
X
X
X
X
X
X
X
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X
Subestações de média tensão

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X
Painéis

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Fusíveis

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X
Interruptores

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X
Transformadores de potência

X
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X
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X
X
Uso interno
Chaves
O Setor Elétrico / Maio de 2019

X
X
X
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X
X
Uso externo
seccionadoras

X
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Sem abertura em carga

X
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Com abertura sob carga
Chaves
fusíveis

Religadora

X X
X X
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X X
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X X
X X
X X
X
X X
X X
X X
Uso interno

X
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X
X
X
Disjuntores

Uso externo

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Anunciador de alarme

X
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X
X
Automação de estações

X
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X
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X
X
X
X
X
X

Proteção contra arco

X
X
X
X
X
X
X

Transdutores

X
X
X
X
X
X
X
X

Relés de estado sólido


Distribuição de energia
Automação de sistemas

X
X
X
X
X
X
X
X

Relés eletromecânicos

Instrumentos para monitoramento

X
X
X
X
X
X
X
X
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X
X

de qualidade de energia

X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X

Automação de subestações

X
X
X
X
X
X
X
X

Isoladores de porcelana

X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X

Isolador polimérico
Para-raios

X
X
X
X
X
X
X
X

Encapsulados

X
X
X
X
X
X
X
X
X
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X
X

De corrente

X
X
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X

De potencial

Componentes, materiais

X
X
X
X
X
X

e acessórios

X
X
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X
X
X

Reguladores de tensão
57

Transformadores de instrumentação

X
X
X
X
X
X
X
X
X
X

Indicadores de tensão
58 Pesquisa - Equipamentos para transmissão e distribuição de energia O Setor Elétrico / Maio de 2019

Distribuição de energia Transmissão de energia


Cabos elétricos Acessórios para cabos elétricos Isoladores Compensação de reativos

Compensação em tempo real

Transformadores de potência
Subestações de alta tensão

Disjuntores de alta tensão


Compensação paralela

Chaves de alta tensão


Cabos subterrâneos

Filtro de harmônicas
Compensação serial
Cabos submarinos

Cabos especiais
Cabos aéreos

Interruptores
Espaçadores
Terminações
Conectores

Poliméricos
Cerâmica
Emendas

Vidro
EMPRESA Telefone Site Cidade UF
3M 0800 013 2333 www.3m.com.br Sumaré SP X X X X X X
A.Cabine Materiais Elétricos (11) 2842-5252 www.acabine.com.br Guarulhos SP X X X X X X X X X X X X X X X X X
ABB 0800 0149111 www.abb.com.br Osasco SP X X X X X X X
Adelco (11) 4199-7500 www.adelco.com.br Barueri SP X
Alubar (91) 3754-7155 www.alubar.net.br Barcarena PA X X X
Bohnen+Messtek (11) 2711-0050 www.bohnen.com.br São Paulo SP
Brasformer Braspel (11) 2969-2244 www.brasformer.com.br São Paulo SP
CABELAUTO CABOS ELETRICOS (35) 3629-2500 www.cabelauto.com.br Itajubá MG X X X
Chardon Group (21) 99459-9136 www.chardongroup.com Rio de Janeiro RJ X X X
Condumax Fios e Cabos Elé. 0800 701 3701 www.condumax.com.br Olímpia SP X X X
Crimper (19) 3246-1722 www.crimper.com.br Campinas SP X X X
D´LIGHT (11) 2937-4650 www.dlight.com.br Guarulhos SP X X X X X X X X X X
Delta P (11) 2154-0666 www.deltapltda.com.br São Paulo SP X X X X X X X X X X X X
EATON (15) 3481-9201 www.eaton.com Porto Feliz SP X X X X
ELETRIC PRODUTOS (11) 4168-4302 www.eletric-produtos .com.br Barueri SP X X
ELOS (41) 3383-9290 www.elos.com.br Curitiba PR X X X X
EMBRASTEC (16) 3103-2021 www.embrastec.com.br Ribeirão Preto SP
EPOXIFORMAS (11) 4137-5495 www.epoxiformas.com.ar Taboão da Serra SP X
FASTWELD (11) 2421-7150 www.fastweld.com.br Guarulhos SP X X X X X X
Finder (11) 4223-1550 www.finder.com.br Sao Caetano do Sul SP
GIMI SOLUÇÕES EM ENERGIA (11) 4752-9900 www.gimi.com.br Suzano SP X
GRUPO INTELLI (16) 3820-1500 www.grupointelli.com.br Orlândia SP X X X X X
HAWSER (11) 4056-7047 www.hawser.com.br Diadema SP X X
I.G. Trans. e Dist. de Energia (44) 3304-2550 www.ig-td.com.br Maringá PR X
INCESA (17) 3279-2600 www.incesa.com.br Olimpia SP X X X X X X
ISOLET (11) 2118-3000 www.isolet.com.br Itu SP
Itaipu Transformadores (16) 3263-9400 www.itaiputransformadores.com.br Itápolis SP X
ITB Equipamentos Elétricos (18) 3643-8000 www.itb.ind.br Birigui SP X X
DBTEC (12) 3642-9006 www.dbtec.com.br Pindamonhangaba SP X X X X X X X X X X X X
KIT ACESSÓRIOS (21) 2290-1588 www.kitacessorios.com.br Rio de Janeiro RJ X X X
KRJ (11) 2971-2300 www.krj.com.br São Paulo SP X
Kron Medidores (11) 5525-2000 www.kron.com.br São Paulo SP
LPEng Engenharia (11) 2901-7033 www.lpeng.com.br São Paulo SP
MAGNET (11) 4176-7878 www.mmmagnet.com.br São Bernardo do Campo SP X X X
MBA Construtora (34) 3271-7700 www.mbaconstrutora.com.br Ituiutaba MG X
Media Tensao (11) 2384-0155 www.mediatensao.com.br Guarulhos SP X X X X X X X X
Metaltex (11) 5683-5700 www.metaltex.com.br São Paulo SP X X X
Nexans Brasil (11) 3084-1600 www.nexans.com.br São Paulo SP X X X X X X X X
NOJA Power (19) 3283 0041 www.nojapower.com.br Campinas SP
nVent (11) 3623-4338 www.nvent.com Boituva SP
Onix Dist. de Prod. Elétricos (44) 3233-8500 www.onixcd.com.br Mandaguari PR X X X X X X X X X
Pextron (11) 5094-3200 www.pextron.com.br São Paulo SP
Phoenix Contact (11) 38716400 www.phoenixcontact.com.br São Paulo SP X X X X X X
PLP (11) 4448-8000 www.plp.com.br Cajamar SP X X X X X
Power Solutions (11) 3181-5160 www.psolutionsbrasil.com.br São Paulo SP X X X
PPC SANTANA (19) 3893-9205 www.ppcinsulators.com Pedreira SP X X X
PROAUTO (15) 3031-7400 www.proautomacao.com.br Sorocaba SP X X X X X X
Provolt (47) 3036-9666 www.provolt.com.br Blumenau SC X
Prysmian Group (15) 3235-6400 br.prysmiangroup.com Sorocaba SP X X X X X X X X X
Renz (11) 4034-3655 www.renzbr.com Bragança Paulista SP
RMS (51) 3337-9500 www.rms.ind.br Porto Alegre RS
SAREL (11) 4072-1580 www.sarel.com.br Diadema SP X
SEL (19) 3515-2010 www.selinc.com/pt Campinas SP X
Siemens (11) 4585-8040 www.siemens.com.br São Paulo SP X X X X X
SIKLOWATT (48) 3028-0809 www.siklowatt.com.br Florianópolis SC X X X
TE CONNECTIVITY (11) 2103-6000 www.te.com/energy Bragança Paulista SP X X X X X X X X
Tecsys do Brasil Ind. (12) 3797-8800 www.tecsysbrasil.com.br São Jose dos Campos SP
Toshiba (31) 3329-6650 www.toshiba.com.br Contagem MG X X
Trael (65) 3611-6500 www.trael.com.br Cuiabá MT X
Transformadores União (11) 2023-9000 transformadoresuniao.com.br São Paulo SP X
URKRAFT (11) 3662-0115 www.urkraft.com.br Embu das Artes SP
VELP TECNOLOGIA (31) 3595-6730 www.velp.com.br Betim MG
Weidmuller Conexel (11) 4366-9600 www.weidmueller.com.br Diadema SP X X
WEG - Trans. & Dist. (47) 3276-4000 www.weg.net Blumenau SC X X X
X
X
X
Anunciador de alarme

X
X
X
Automação de estações

X
X
X
X
X
X
X
Proteção contra arco

X
X
X
X
Transdutores

X
X
X
X
X
X
X
Relés de estado sólido

X
X
X
X
X
X
X
X
X
Relés eletromecânicos
Sistemas de automação
O Setor Elétrico / Maio de 2019

Instrumentos para monitoramento

X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
de qualidade de energia

X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Automação de subestações

X
X
X
X
X
X
Com isoladores de porcelana

X
X
X
X
X
X
X
X
X
Com isolador polimérico
Para-raios

X
X
X
X
Encapsulados

X
X
X
X
X
X
X
X
X
X

Cabos aéreos

X
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X
X
X
X
X
X

Cabos subterrâneos

X
X
Cabos submarinos
Cabos elétricos

X
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X
X
X
X
X
X
X

Especiais
Transmissão de energia

X
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X
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X
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X
X
X

Conectores

X
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X
X

Emendas

X
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X
X
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X

Terminações

X
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X
X
X

Espaçadores
Acessórios para cabos elétricos

X
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X

Cerâmica

X
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X
X
X
X
X

Poliméricos
Isoladores

X
X
X
X
X

Vidro
X
X

Compensação serial
X
X

Compensação paralela

X
X
X

Compensação em tempo real


59

X
X
X
Compensação de reativos

Filtro de harmônicas
Tec
O Setor Elétrico / Maio de 2019

60
Por Daniel Bento*

Três D’s e um S
Descarbonização, descentralização e digitalização formam a tríade que
vem transformando a distribuição de energia em todo o mundo. As
redes subterrâneas já são aliadas desse desenvolvimento tecnológico
em outros países. O que falta para que avance também no Brasil?

Estamos vivendo uma era de da tecnologia no sistema elétrico. Essa comprometida. Nos países mais avançados
transformações em diversos aspectos de tecnologia está presente na geração ao com os três pilares fundamentais de
nossas vidas, transformação na forma como consumo. A sua aplicação próxima do desenvolvimento do setor elétrico, a maior
as pessoas de deslocam, se comunicam, se consumo, onde é mais visível por toda parte da rede de distribuição nos centros
relacionam e também na maneira como a a população, reside nas redes elétricas urbanos está instalada de forma subterrânea.
energia elétrica é produzida e consumida. inteligentes que podem ter diversos recursos A rede de distribuição subterrânea
Tal situação não é uma particularidade e serviços oferecidos aos consumidores. apresenta vantagens significativas, sendo,
do Brasil. Todo o mundo tem passado por Esses pilares estão presentes em todo inclusive, essas vantagens que motivam há
essas transformações que, no segmento o mundo, sendo que cada país avança com muitos anos o emprego deste tipo de rede nas
de energia elétrica, estão baseadas em três velocidade distinta, de acordo com o incentivo cidades mais modernas do mundo.
pilares fundamentais: descarbonização, e diretriz que cada nação dedica ao tema. Algumas das vantagens sequer estão
descentralização e digitalização. O Brasil também apresenta condições ligadas aos pilares aqui apontados de
A descarbonização é uma evolução e para seguir esses pilares mundiais; contudo, evolução do setor elétrico, como o maior
adaptação do conceito de sustentabilidade que no nosso caso, há uma particularidade atrativo ao turismo e a maior segurança para
foi muito debatida em anos passados e que já que se refere à infraestrutura para que a população. Locais com redes subterrâneas
está bem consolidada no mercado. No setor tudo funcione. Dentre os aspectos de apresentam uma paisagem urbana muito
de energia elétrica, a descarbonização consiste infraestrutura relevantes e fundamentais, mais bonita, sendo, consequentemente,
na troca de fontes de geração de elevado nível destacam-se a rede de telecomunicações e a muito mais agradável ao turista. Ademais,
de emissões dos gases causadores do efeito robustez da rede de distribuição de energia. a rede exposta oferece riscos gravíssimos
estufa por outras consideradas limpas e, Tendo em vista a ênfase desta revista no setor de acidentes com a população, o que
preferencialmente, renováveis. elétrico, será destacado neste artigo apenas a efetivamente ocorre, inclusive, com muitos
A descentralização parte do princípio rede de distribuição de energia. acidentes fatais. Contudo, apesar de estes
de que o consumidor, que está na ponta do argumentos por si só já serem suficientes
sistema elétrico, passa a ter a possibilidade de Os benefícios da rede para justificar o emprego de redes de forma
gerar e armazenar a energia elétrica, fazendo subterrânea subterrânea, vamos nos ater aos três pilares
com que a produção não fique mais apenas Como no Brasil quase a totalidade citados no início deste artigo.
localizada nas grandes usinas. da rede de distribuição está construída Analisando a descarbonização, vamos
A digitalização passa pelo emprego de forma aérea, a robustez desejada fica avaliar uma situação muito interessante e
Tec
O Setor Elétrico / Maio de 2019

A partir do índice de envelhecimento obtido

com apenas uma medida de Tangente

Delta, o software determina a velocidade de

envelhecimento do cabo. Quanto mais medidas

são realizadas, melhor a assertividade, no

entanto, o software usa também o banco

de dados de mais de 45 mil medidas para

determinar o tempo remanescente de operação

com apenas uma medida de Tangente Delta.

que não está ligada diretamente à operação a topologia da rede, como a capacidade de
da rede, que seria a sua manutenção, seja ela condução dos condutores, permite a conexão
corretiva ou preventiva. Vale destacar que a de maiores potências do que as redes de
rede aérea apresenta muito mais necessidade distribuição que, pela sua característica
de realização de manutenções corretivas do predominantemente radial, apresentam
que a rede subterrânea. limitações.
Para realizar as ações de manutenção Topologias subterrâneas, em geral,
das redes aéreas, geralmente, as equipes possuem uma alta confiabilidade. Mesmo
precisam de um caminhão provido de cesta não considerando o sistema reticulado
aérea. Durante a realização das atividades, (Network) pelo seu alto custo, é possível ter
o caminhão precisa permanecer ligado para confiabilidade dezenas de vezes superior
o funcionamento do sistema hidráulico à das redes aéreas, utilizando topologias
da cesta aérea. Imagine as centenas de elétricas, tais como: radial com recurso,
caminhões movidos a óleo diesel utilizados primários seletivos e outros. Isso permite a
pelas distribuidoras de todo o País que inclusão de outras maneiras de escoamento
permanecem ligados o dia todo, não apenas da energia elétrica produzida de forma
para o deslocamento, mas também durante descentralizada que, sem essa alternativa,
as horas que permanecem parados para seria uma barreira para a instalação deste
realização das atividades. tipo de geração.
Nas redes subterrâneas, não há essa
necessidade, pois os veículos podem A influência da digitalização na
permanecer desligados durante a realização rede de distribuição
dos trabalhos. Adicionalmente, deve-se Em relação à digitalização, podemos
considerar também a menor quantidade projetar o que ocorrerá no futuro usando
de deslocamento de veículos devido à a nossa experiência presente da televisão
quantidade reduzida de ações de manutenção e vídeos assistidos pela internet. No
corretiva, além do fato de que, em média, os passado, quando a TV chegava apenas
veículos possuem menor porte. pelo sinal transmitido por meio de ondas
Tratando da descentralização, também há no ar ou através de um cabo dedicado
um benefício da rede subterrânea, pois tanto para essa finalidade, a internet em casa
Tec
O Setor Elétrico / Maio de 2019

62

era apenas utilizada para computador e maioria possui alta confiabilidade, é comum auxiliar o entendimento da evolução da
celular, geralmente, com uma exigência de não ser considerado para a manutenção Tangente Delta em um cabo de média tensão.
desempenho reduzida. preventiva e preditiva. Entretanto, sabemos A partir da evolução da Tangente Delta
A partir do momento em que surgiram que, em se tratando de um elemento elétrico, (TD), isto é, o comportamento no tempo, foi
as tecnologias de streaming, diversas a pergunta correta não é se o cabo irá falhar, possível quantificar com uma boa margem
empresas de TV passaram a oferecer seus mas sim quando irá falhar? de confiança o tempo útil (ou de vida)
serviços de vídeo junto com a internet, além remanescente do cabo isolado.
do que novas empresas surgiram apenas Desenvolvimento e aplicação Para a determinação do tempo útil, a
com o propósito de prestação deste serviço Manutenções para cabos isolados de ICEPCO e a BAUR definiram duas novas
pela internet. A partir desse momento, a média tensão estão previstas já há alguns grandezas para a análise de Tangente Delta:
nossa exigência com o serviço de internet anos em referências internacionais (IEC,
aumentou muito, afinal, é muito desagradável IEEE, CENELEC). Está em andamento no • O TD-Skirt define o grau de variação de
quando estamos assistindo nosso filme ou Cigré um grupo de trabalho (WG B1.58) uma medida de Tangente Delta no mesmo
série favorita e a imagem congela por conta envolvendo diversos países, inclusive, com passo de tensão. Ou seja, é uma medida da
de problemas no sinal. a participação do Brasil, para confeccionar flutuação que a Tangente Delta exibe em
Com a energia elétrica não deve ser uma brochura técnica sobre as melhores determinada tensão aplicada no cabo. Este
diferente. A partir do momento em que práticas internacionais nas manutenções parâmetro é importante para determinar
tivermos uma grande diversidade de preditivas e preventivas para os cabos e diferenciar as perdas dielétricas em si
serviços digitalizados associados à energia isolados de média tensão. daquelas perdas que são originadas em
elétrica, nos tornaremos mais exigentes em As técnicas referenciadas nas normas acessórios (emendas e terminações). A
relação a sua confiabilidade e neste aspecto existentes, principalmente no guia do IEEE TD-Skirt é a inclinação da reta traçada entre
a rede subterrânea apresenta índices muito 400.2, estabelecem os ensaios de Tangente o valor máximo e mínimo das TDs medidas.
superiores de confiabilidade. Delta em tensão alternada na frequência de
Vale, inclusive, o destaque para o aspecto da 0,1 Hz. Com este ensaio é possível avaliar o
confiabilidade, que é um segmento com grandes grau de degradação do isolante do cabo.
avanços nas redes subterrâneas. Nos últimos Essas medições são realizadas há algumas
anos, surgiram alguns produtos que oferecem décadas e a análise de toda essa massa
uma inteligência embarcada que, associada ao de dados, utilizando técnicas de big data,
poder computacional, permite realizar avaliações permite elaborar uma série de projeções
e análises preventivas, proporcionando por meio de apenas uma única medição ou
intervenções mais assertivas na rede. algumas poucas medidas.
Na prática, as manutenções nas Um exemplo desta aplicação é o
redes subterrâneas concentram-se nos estudo e o desenvolvimento de um
cabos, transformadores e chaves, além software especializado em calcular a vida
das infraestruturas civis. A ABNT NBR remanescente dos cabos isolados em
ISO 55000, que trata da gestão de ativos, operação, elaborado em parceria pela
já comentada nesta revista (Coluna: empresa austríaca Baur, líder mundial
Redes Subterrâneas em Foco – Edição na fabricação de equipamentos para
de abril 19), pode e deve servir de manutenção em cabos, e a empresa Kepco,
referência para estabelecer o programa de concessionária sul-coreana.
manutenção; contudo, as manutenções O estudo se baseou em mais de 45 mil
em transformadores e chaves (elementos medidas de Tangente Delta em 15 mil circuitos
elétricos) estão relativamente consolidadas, de cabos subterrâneos de média tensão. • A outra grandeza estabelecida foi o ageing
tendo em vista que não diferem muito da O resultado foi o desenvolvimento de index (índice de envelhecimento), que define
maneira utilizada em outras aplicações, tais um eficiente software de análise estatística o atual estado de envelhecimento do cabo. Ou
como, subestações e outros. (STATEX), no qual as medidas de Tangente seja, é uma medida proporcional à idade do
Porém, quando o assunto é o cabo Delta são analisadas através de uma série de cabo. Este parâmetro é uma soma vetorial de
isolado de média tensão, que em sua grande parâmetros que foram desenvolvidos para três grandezas normalizadas com o auxílio
Tec 63
O Setor Elétrico / Maio de 2019

O estudo se baseou

em mais de 45 mil

medidas de Tangente

Delta em 15 mil

circuitos de cabos

subterrâneos de

média tensão.

das mais de 45 mil medidas de TD realizadas de envelhecimento do cabo. Quanto mais inclusive, do Brasil (Baur do Brasil),
no projeto de pesquisa. Estas grandezas são a medidas são realizadas, melhor a assertividade, colaborando com sugestões na melhoria dos
média da TD em 1 U0, a diferença da TD entre no entanto, o software usa também o banco produtos que são oferecidos e utilizados da
1,5 e 0,5 U0 e a TD skirt em 1 U0. O índice de dados de mais de 45 mil medidas para mesma forma em todo o mundo.
de envelhecimento é o parâmetro essencial determinar o tempo remanescente de operação Neste contexto, podemos afirmar que as
para a determinação do tempo remanescente com apenas uma medida de Tangente Delta. redes subterrâneas se apresentam de forma
de operação do cabo. Ele é maior que zero é Com este exemplo, podemos perceber o muito alinhada com os pilares, ou seja, os
menor que dez (varia de 0 a 10). quanto a digitalização estará cada vez mais três D's: Descarbonizar, Descentralizar e
presente no setor elétrico. Outro fenômeno Digitalizar de forma ordenada e estruturada,
A partir do índice de envelhecimento que podemos verificar é a cooperação entre permitindo que os resultados efetivos desse
obtido com apenas uma medida de Tangente empresas de países e culturas diferentes, avanço metodológico proporcionem os
Delta, o software determina a velocidade empresa austríaca, sul-coreana e outras, frutos necessários e esperados.
Com este objetivo em mente, passa a ser
urgente a necessidade de o Brasil, por meio
da Agência Nacional de Energia Elétrica
(Aneel), estabelecer uma agenda sobre redes
subterrâneas de energia.
*Daniel Bento é engenheiro eletricista com MBA
em Finanças e certificação internacional em
gerenciamento de projetos (PMP®). É membro
do Cigré, onde representa o Brasil em dois
grupos de trabalho sobre cabos isolados. Atua
há mais de 25 anos com redes isoladas, tendo
sido o responsável técnico por toda a rede
de distribuição subterrânea da cidade de São
Paulo. É diretor executivo da Baur do Brasil |
www.baurdobrasil.com.br.
Espaço 5419 O Setor Elétrico / Maio de 2019

Espaço 5419
Por Sergio Roberto Santos*

Quem equipotencializa
é a natureza

A proteção contra descargas Apenas este fato deveria ser suficiente


atmosféricas envolve fenômenos para alertar-nos de que a partir de
eletromagnéticos cuja nossa capacidade determinados valores a natureza irá agir
de controlá-los é mais limitada do que para reduzir as diferenças de potencial
supomos. existentes, o que justamente chamamos
A filosofia da proteção contra de equipotencialização. Como é muito
descargas atmosféricas consiste em difícil impedi-la, devemos concentrar
conduzir uma corrente elétrica de nossos esforços em determinar onde esta
grande intensidade e curtíssima duração equipotencialização deverá ocorrer, de
através de caminhos pré-determinados, modo a evitar que as suas consequências
evitando, ao máximo, elevações de nos causem prejuízos.
temperatura, esforços mecânicos e A norma ABNT NBR 5419:2015 define
aumentos de tensão. equipotencialização para a proteção
Este desafio é maior porque não contra descargas atmosféricas, como a
basta disponibilizar para a corrente “ligação ao SPDA de partes condutoras
da descarga atmosférica condutores separadas, por conexões diretas ou
elétricos, mas garantir que o caminho via dispositivos de proteção contra
oferecido por eles seja o de menor surto (DPS), para reduzir diferenças de
impedância entre vários outros caminhos potencial causadas pela corrente da
existentes na estrutura que devemos descarga atmosférica”.
proteger, muitas vezes, não evidentes Por se tratar de fenômenos sobre os
para nós. quais não temos total controle, a norma é
Uma descarga atmosférica acontece extremamente cautelosa ao afirmar que
devido à enorme diferença de potencial “equipotencialização” e “equalização de
existente no interior de uma nuvem, potenciais”, mais do que expressões de
onde, devido a mecanismos complexos, sentido genérico, são recomendações
acontece a separação de cargas elétricas. de práticas para reduzir ou limitar as
Tendo a natureza criado esta diferença tensões entre pontos da instalação
de potencial, ela própria se encarregará e, principalmente: “desde que os
de desfazê-la, através de descargas condutores, agentes dessa equalização,
atmosféricas intra-nuvens, entre nuvens sejam instalados o mais próximo possível
ou nuvens solo. dos elementos a serem protegidos”.
65

Apoio
O Setor Elétrico / Maio de 2019

caminho para seguir, mas, felizmente,


ela seguirá, a natureza não faz escolhas,
de forma inversamente proporcional
os caminhos de menor impedância,
cabendo aos responsáveis pela Proteção
Contra Descargas Atmosféricas (PDA)
disponibilizá-los na estrutura protegida,
para que a corrente da descarga
atmosférica por ali seja conduzida de
forma segura até um ponto onde ela
não mais será perigosa, normalmente,
as barras de equipotencialização ou o
subsistema de aterramento (imagem 2).
Apesar de ser comum a utilização
Imagem 1 – Interligação de tubulações para evitar centelhamentos entre elas.
da expressão “ligação equipotencial de
As observações da norma ABNT NBR equipotencialização. baixa impedância”, temos, neste caso,
5419:2015 vão muito além do conceito Desta forma, é fundamental compre­ uma grande redundância, já que se for
simplista de que para equipotencializar endermos que ao instalarmos um de baixa impedância, será uma ligação
é necessário apenas interligar duas “condutor de equipotencialização”, equipotencial, intencional ou não, e se
partes da estrutura ou componentes o que realmente estamos fazendo é não for, não obteremos a tão desejada
da instalação eletroeletrônica através determinarmos onde esta equipoten­ equipotencialização.
de condutores elétricos, já que cialização, passagem de uma corrente Desta forma, deve ficar claro para
dependendo do diâmetro, formato elétrica, acontecerá, já que caso não todo profissional envolvido na proteção
e comprimento destes condutores, a exista este condutor, colocado por nós, contra descargas atmosféricas que a partir
interligação poderá ter impedância esta corrente poderá passar por lugares de certo valor de tensão e determinada
significativamente próxima ou superior a indesejados e perigosos, como o interior distância, uma corrente elétrica será
outras interligações também existentes de equipamentos eletroeletrônicos ou o criada, sendo ela a responsável pela
no local, o que será suficiente para que ar, originando centelhamentos perigosos equipotencialização entre duas partes
toda ou parte da corrente da descarga (imagem 1). da estrutura. Cabe a nós apenas, o que
atmosférica não circule pelos condutores Infelizmente, sempre a corrente da em si já é muito importante e desafiador,
instalados por nós para a desejada descarga atmosférica terá mais de um oferecer caminhos para que esta corrente
seja conduzida de forma a mais segura
possível.
Como em outros textos da seção
Espaço 5419, este também deve ser
complementado pela leitura da norma
ABNT NBR 5419:2015 e, neste caso,
também pelo estudo do artigo publicado
em quatro partes, a partir da edição 158,
na coluna Proteção contra raios desta
revista.

*Sergio Roberto Santos é engenheiro


eletricista e membro da comissão de
estudos CE 03:64.10 do CB-3 da Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)
Imagem 2 – As ligações equipotenciais devem merecer a máxima atenção.
66 Espaço SBQEE O Setor Elétrico / Maio de 2019

Por Gilson Paulillo*

Desafios da Transformação Digital


e a Qualidade da Energia Elétrica
Vivemos uma era de constantes residenciais, comerciais e industriais.
transformações em muitos segmentos da Em um momento em que a Inovação é
sociedade. Diversos setores, impulsionados considerada o principal motor de crescimento e
pelos avanços tecnológicos, associados de geração de valor para as empresas de todo
às demandas da população e à força das o mundo, os principais motivados para esse
mídias sociais, vêm passando por grandes processo de transformação são:
transformações que, em geral, rompem com
modelos de negócio tradicionais e impactam • Indústria 4.0 – incorporação das principais
diretamente a vida de setores, segmentos, inovações em automação, controle e
empresas e consumidores em seus diversos informação, impulsionando a convergência
níveis. Exemplos não faltam em termos de entre os sistemas de operação e de informação;
novos modelos de negócios, novos produtos • Automação e Sensoriamento da rede –
e serviços: serviços bancários digitais, novos forte expansão e incorporação de sistemas
meios e sistemas de pagamentos, serviços de monitoramento, automação, controle e
de streaming e de conteúdo, serviços de sensoriamento na rede elétrica, associado
hospedagem e hotelaria, dentre outros. às novas tecnologias de comunicação de
Em uma sociedade cada vez mais larga escala, de baixo custo e em tempo real,
conectada, engajada e ativa, que tem à sua proporcionando o aumento da observabilidade
disposição o acesso a qualquer conteúdo a da rede;
um clique, a pressão sobre todos os demais • Geração Distribuída e Energias Renováveis
setores convencionais acaba acontecendo de – expansão das fontes renováveis de energia,
forma involuntária e natural. E, dentre os setores seja na Transmissão e na Distribuição, com
impactados, encontra-se o setor elétrico e, de desafios importantes na conexão e operação
forma mais específica, a Qualidade da Energia de tais sistemas, em especial a sazonalidade e
Elétrica em seu espectro mais amplo, ou seja, a variabilidade de tais fontes;
pelos aspectos relacionados à Qualidade • Sustentabilidade e Meio Ambiente – as
do Produto, do Serviço e do Atendimento mudanças climáticas e seu impacto na
Comercial. sociedade em geral, com ampla discussão e
Impulsionado pelos mais diversos fatores, o engajamento de diversos setores, gerando
processo de transformação digital encontra-se mudanças importantes na matriz energética,
em grande expansão no setor, motivado pela na comercialização de energia e na opinião
busca por maiores índices de produtividade pública;
e aumento da eficiência operacional e, • Geração de grandes volumes de dados – a
consequentemente, por maiores resultados concretização da incorporação das tecnologias
técnicos e financeiros concomitantemente ao anteriores, associado à expansão do conceito
atendimento dos indicadores regulatórios; por de Internet das Coisas (IoT), proporciona
outro lado, pela necessidade de explorar novos a aplicação de técnicas de Inteligência
serviços, muitos dos quais em um ambiente Computacional – Analtics, Machine Learning,
não regulado, ao mesmo tempo em que Inteligência Artificial, Big Data, etc. – para fins
buscar formas de engajar e fidelizar sua base de geração de conhecimento e valor ao negócio
de consumidores em seus diversos níveis – da cadeia de GTDC;
O Setor Elétrico / Maio de 2019
Espaço SBQEE 67

• Mobilidade elétrica – motivado pelas


discussões acerca da matriz energética pari
passu ao desenvolvimento de tecnologias e
inovação em termos de armazenamento de
energia, trata-se de uma tendência irreversível,
posto que diversos países já adotam posições
definitivas em relação à incorporação desta
tecnologia no dia-a-dia da sociedade;
• Armazenamento de energia – próxima onda de
disseminação na rede elétrica para os próximos
cinco anos, trata-se de uma tecnologia que estará
incorporada ao setor, seja para atendimento
das necessidades da própria empresa (suporte
a tensão e reativos), seja para atendimento das
necessidades do próprio consumidor.

Considerando apenas os aspectos acima,
aos quais poderiam ser associados outros tópicos
tecnológicos tais como microrredes, virtual power
Figura 1 – Sinais, Tecnologias e Interações da SGrids e a Qualidade de Energia Elétrica.
plant, portabilidade elétrica, comércio varejista
de energia (já uma realidade na Europa e nos
EUA), redes elétricas inteligentes (smart grids) geradores eólicos, painéis solares fotovoltaicos, nos negócios associados à energia elétrica, em
e cidades inteligentes (smart cities), pode-se microturbinas, conversores tipo fonte de tensão particular nos aspectos relacionados à Qualidade
correlacionar com vários desafios técnicos e outros dispositivos DFACTS. O crescimento da Energia nos próximos anos. Devido ao impacto
importantes relacionados à QEE, a saber: deste tipo de equipamento na rede demanda técnico, econômico e regulatório associado, a
conhecer detalhadamente a emissão e a área de QEE continuará sendo foco de grande
• Análise das variações de magnitude de propagação da forma de onda de distorção em interesse por parte de todos os agentes do
tensão, de emissão harmônica e ressonância frequências superiores a 2 kHz; setor elétrico – concessionárias, consumidores,
harmônica em função da introdução em larga • Análise de desempenho da rede elétrica no fabricantes de equipamentos e órgãos reguladores
escala de novas fontes de geração distribuída, tocante aos aspectos relacionados à QEE por –, caracterizando um ambiente complexo para as
principalmente solar, eólica, térmica a biogás, meio de métodos e técnicas de processamento redes de transmissão e distribuição, bem como
microturbinas e células a combustível etc.; de sinais, especialmente o processamento para comercialização e serviços, proporcionando
• Desenvolvimento de indicadores de de grande quantidade de dados (Big Data), novos desafios para estudos, pesquisas e inovações
desempenho estatísticos e limites associados à conforme mostra a figura 1 aplicada ao conceito no contexto da Qualidade da Energia Elétrica.
capacidade de hospedagem do sistema elétrico de Smart Grids [1]:
para fontes renováveis e que inclui todas as • Sistemas de monitoramento de QEE, Referências bibliográficas
fontes de energia; em tempo real e com acesso total liberador [1] Paulillo, G., Ribeiro, P. et. all. “Aspectos
• Desenvolvimento de métodos de análise a todos os consumidores. Com a atual da Qualidade da Energia no Contexto das
automática para tratar e gerar informação a desenvolvimento tecnológico é imprescindível Redes Eletricas Inteligentes (Smart Grids),
partir do grande volume de dados gerados pela a implantação de tal sistema para atender SNPTEE, 2015.
incorporação das Inovações na rede elétrica; todos os agentes – regulador, empresas e
• Adoção de técnicas para identificar a emissão, consumidores –, possibilitando-se demonstrar *Gilson Paulillo é engenheiro, mestre e Doutor em

propagação e mitigação de sinais de tensão e com confiabilidade e transparência a qualidade Engenharia Elétrica pela Universidade Federal

corrente em alta frequência, geradas a partir de do serviço e do produto ofertado em todas as de Itajubá (MG), tendo atuado diretamente com
equipamentos com interface eletrônica. Outros regiões do País. Inovação e Tecnologia aplicada ao setor elétrico,
equipamentos que contribuem com emissões Nesse contexto, verifica-se que a nas áreas de Qualidade, GD, Automação e
nessa faixa de potência incluem certos tipos de Transformação Digital tem impacto significativo Equipamentos. Atualmente, é diretor da GP Consult.
68 Proteção contra raios O Setor Elétrico / Maio de 2019

Jobson Modena é engenheiro eletricista, membro do Comitê


Brasileiro de Eletricidade (Cobei), CB-3 da ABNT, onde participa
atualmente como coordenador da comissão revisora da norma
de proteção contra descargas atmosféricas (ABNT NBR 5419).
É diretor da Guismo Engenharia | www.guismo.com.br

A efetividade (limitada!) dos eletrodos de aterramento para as


correntes dos raios. Ou você ainda acredita em equalização
de potencial? – Parte 03/04
Continuamos trazendo nesta edição o artigo do professor Antônio Roberto Panicali, da Proelco, sobre aterramento e
equipotencialização, trabalho originalmente apresentado no CINASE-SP em 2018

O gráfico da figura 7, elaborado com base no método dos


momentos [3], mostra a variação do comprimento efetivo, Lef, com
a frequência, para um eletrodo horizontal de 200 m, enterrado 50
cm abaixo da superfície, em solos com resistividades baixa, média e
alta, ou seja, respectivamente 100, 500 e 2.000 Ohm.m; com base
no que foi exposto anteriormente, para o impulso de um raio injetado
nesse eletrodo, a frequência a ser considerada estará relacionada
ao tempo de subida ou de decaimento do impulso:

f=1/(2*T)

sendo
Figura 7: Comprimento efetivo de um eletrodo com Lf=200m, imerso em
T=tempo subida ou de meia cauda da descarga.
três diferentes de solo.

Por exemplo, a figura 7 indica as frequências típicas A figura 7 chama também a atenção para o possível erro
correspondentes aos tempos de subida para uma descarga decorrente de medições da resistência de aterramento usando
positiva, uma primeira descarga negativa e uma descarga negativa frequências mais altas, no caso, 25 kHz, como em alguns
subsequente, ou seja, 100 kHz, 1 MHz e 4 MHz respectivamente, equipamentos disponíveis no mercado; por exemplo, suponhamos
vide figura 6. Como pode ser observado para qualquer dos três que se queira avaliar a resistência, em 60 Hz, de um contrapeso de
tipos de solo considerados Lef<<Lf. 200 m de uma torre de transmissão, em um solo de 100 Ohm.m.
Vemos que um eletrodo de 200 m, enterrado em um solo com Como mostrado na figura 8, esse eletrodo, se medido em corrente
resistividade de 100 Ohm.m, quando submetido a trecho de subida contínua, apresentará uma resistência de aproximadamente 1,0
de um impulso negativo subsequente típico, se comportará como Ohm; se medido em 10 Hz, apresentará uma impedância de 1,2
um eletrodo com apenas 1 m de comprimento! Consequentemente, Ohm, portanto, cerca de 20% de erro com relação a seu valor em
o potencial no ponto de injeção de corrente no eletrodo será, corrente contínua. Porém, se medido em 25 kHz, resultará em uma
aproximadamente, 200 vezes aquele que resultaria se as cargas impedância de 7,1 Ohm, ou seja, uma diferença de aproximadamente
elétricas tivessem se distribuído uniformemente no eletrodo! 700% com relação ao valor em frequência nula. Tais diferenças têm
69

Apoio
O Setor Elétrico / Maio de 2019

sido verificadas na prática! Convém salientar que, como indicado na


figura 7, mesmo para um solo bem mais resistivo, por exemplo, com
2.000 Ohm.m, o comprimento efetivo de um eletrodo com Lf=200m
será significativamente reduzido: da ordem de 100m.

Figura 8: Variação da impedância de um eletrodo de terra, em função da


frequência de medição.

Distribuição de potencial em malhas de aterramento


Consideremos agora, como os efeitos descritos acima afetam a
distribuição de potencial nos condutores de uma malha de aterramento
de 60 m x 60 m, típicas de uma SE, quando atingida no seu ponto
central por uma descarga atmosférica com 1 kA de pico 1/50 μs, ou
seja, tempo de subida de 1μs e tempo de meia cauda de 50μs.
A figura 9 [4] mostra a variação temporal da distribuição de potencial
nos cabos de uma malha de aterramento típica de uma subestação;
chama a atenção que, somente no instante t=1μs, portanto, próximo
ao instante de corrente máxima da descarga, a distribuição de potencial
pelos condutores atinge a borda do eletrodo de aterramento, ou seja,
a propagação de potenciais nos condutores da malha em questão se
deu a uma velocidade:

V=30m/1μs=3x107 m/s
ou seja, cerca de 10 vezes mais lenta do que a velocidade da
propagação dos sinais no ar!

Figura 9: Distribuição do potencial dos condutores de uma malha de terra,


60 m x 60 m, em quatro instantes diferentes, quando atingida, no centro,
por uma descarga com 1,2/50 μs.
Continua na próxima edição.
70 Energia com qualidade O Setor Elétrico / Maio de 2019

José Starosta é diretor da Ação Engenharia e Instalações


e membro da diretoria do Deinfra-Fiesp e da SBQEE.
jstarosta@acaoenge.com.br

Sistemas de compensação de energia reativa.


A importância da manutenção e os cuidados
com a ressonância harmônica

Capacitores quando instalados e A redução da capacitância equivalente de cada um dos grupos (degraus) dos bancos
operados em condições ideais podem possuir do grupo ligado a um indutor aumenta o valor de capacitores e a imediata intervenção em
tempo de vida útil superior a 100.000 horas. da frequência de ressonância, modificando o caso de perda de capacidade.
Contudo, este valor é exponencialmente valor inicial e incrementando a circulação das Também deve-se pesquisar as causas
reduzido quando as condições de correntes harmônicas tanto nos capacitores que teriam ocasionado a queima parcial.
operação diferem das ideais, como as altas como na rede, dando origem a uma nova Um compensador de energia reativa/banco
temperaturas, ou quando os capacitores são e indesejada ressonância harmônica, de capacitores em situação de ressonância
submetidos a transientes de manobra, às incorrendo em queima de outras células elevará a tensão do barramento onde
correntes harmônicas, sobretensões e outras capacitivas. A figura 1 ilustra a mudança de está conectado, produzindo danos nos
situações que contribuem para as suas falhas. frequência de ressonância de um sistema capacitores por perda de isolação e até
Capacitores para compensação reativa de compensação inicialmente operando de em outros componentes internos, como
como os conhecemos (em latas, ou canecas) forma antirressonante e que, devido, à perda chaves estáticas e outros elementos de
são associação adequadas de capacitores da capacitância, passa a sintonizar uma manobras. Os equipamentos são sempre
menores, que possuem característica de outra frequência harmônica, que provocará a dimensionados através de medições ou
construção que considera a operação parcial queima dos capacitores existentes em curto estimativas prévias ao projeto que definem
mesmo que parte da capacitância tenha sido prazo, causando transtornos às instalações. suas especificações, incluindo o valor da
perdida devido a falhas no dielétrico (sistemas Portanto, a operação confiável de sistemas de frequência de ressonância nominal que deve
regenerativos ou self-healing). compensação reativa deve prever a contínua ser mantida. Sua modificação compromete a
Sistemas de compensação de energia observação dos valores de potência reativa integridade do sistema.
reativa instalados na presença de cargas não
lineares devem prever a existência de reatores
que são associados aos seus capacitores,
formando grupos sintonizados em alguma(s)
frequência(s) que sejam adequadas ao projeto.
Nesta situação, a operação confiável destes
sistemas deve prever a contínua observação
Figura 1 –
dos valores de potência reativa de cada um dos Comportamento
grupos (degraus) dos bancos de capacitores da impedância
em sistema
e a imediata intervenção em caso de perda de
antirressonante
capacidade, evitando que o problema se alastre original e com
para as outras células vivas, principalmente por redução da
potência reativa
conta da mudança de frequência de ressonância. dos capacitores.
O Setor Elétrico / Maio de 2019 Iluminação pública 71

Luciano Haas Rosito é engenheiro eletricista, diretor comercial da Tecnowatt e coordenador da


Comissão de Estudos CE 03:034:03 – Luminárias e acessórios da ABNT/COBEI. É professor das
disciplinas de Iluminação de exteriores e Projeto de iluminação de exteriores, do IPOG, e palestrante
em seminários e eventos na área de iluminação e eficiência energética.

A Certificação Compulsória de Luminárias Públicas no Brasil


Dando sequência nesta série de artigos poucos dias. Do ponto de vista dos fabricantes, a interpretação poderá gerar mais dúvidas, pois
sobre o tema iluminação, iremos tratar do diversas demandas quanto a revisões técnicas os prazos originais já venceram. Também está
tema da certificação compulsória de luminárias nesta Portaria ainda não foram ajustadas e há revogado o Apêndice A-1 que trata da malha
públicas no Brasil, que foi instituída através de necessidade de que um processo de certificação de medições e item B.3.3 do Anexo 1-A, que
Portaria n° 20 do Instituto Nacional de Metrologia, ao mesmo tempo garanta a segurança e estabelecia as uniformidades mínimas. O ponto
Qualidade e Tecnologia (Inmetro), com data de desempenho dos produtos, e não impeça mais questionado em relação a esta portaria
publicação de 15 de fevereiro de 2017. ou atrase o contínuo avanço tecnológico e a n°239 diz respeito ao art. 3º, onde ficam
Esta portaria tem por escopo a certificação de evolução da tecnologia que vem sendo bastante incluídos no art. 10 da Portaria Inmetro nº 20,
luminárias públicas para lâmpadas de descarga de rápida e constante ao longo dos últimos anos. de 2017, os seguintes parágrafos:
até 600 W e luminárias públicas com tecnologia Os critérios atuais de família de produtos,
LED. Já portaria n° 404, de 23 de agosto de 2018, bem como os avanços com a evolução dos §1º Ficam dispensadas de cumprir as
postergou os dois primeiros prazos estabelecidos LEDs, devem ser rapidamente assimilados e determinações desta Portaria, as luminárias
na Portaria 20, para 17 de fevereiro de 2019, postos à disposição do mercado através de uma para iluminação pública viária objeto de
data limite em que os fabricantes nacionais e avaliação ágil de conformidade destas fontes licitações ocorridas em data anterior ao prazo
importadores poderão fabricar ou importar, para de luz aplicadas às luminárias já certificadas. A fixado no caput do art. 15.
o mercado nacional, luminárias para iluminação qualidade do produto deveria ser avaliada como §2º Durante as ações de fiscalização, previstas
pública viária sem a conformidade com as um todo por meio da vida completa da luminária, no caput, a comprovação da condição
disposições contidas na Portaria, e 17 de agosto e não somente a vida do componente LED estabelecida no §1º deverá se dar por meio
de 2019, data limite em que os fabricantes e aplicado ao produto por extrapolação da vida útil. da apresentação, por parte do fiscalizado, de
importadores poderão comercializar, no mercado De maneira geral, há também é percebido documentação que sustente tal condição.
nacional, luminárias sem a conformidade com as o desconhecimento quase unânime nos
disposições contidas na Portaria. consumidores públicos e privados que a Após mais de dois anos da Portaria 20
Ainda há a data de 15 de fevereiro de obtenção do Registro é condicionante para a publicada, o Inmetro anuncia sua intenção de
2020, sendo este o prazo limite em que os autorização do uso do Selo de Identificação da mudar os processos de certificação, revogar
estabelecimentos que exercerem atividade de Conformidade nos produtos certificados e para portarias, gradativamente desregulamentar o
distribuição ou de comércio deverão vender, sua disponibilização no mercado nacional. Os que atualmente está regulamentado e realiza
no mercado nacional, somente luminárias para Editais de licitação de registro de preços, válidos a avaliação através de entes delegados como
iluminação pública viária em conformidade com por pelo menos 12 meses, exigem certificação as OCPS, laboratórios e demais parceiros, não
a Portaria 20. Ou seja, estamos atualmente do produto, quando também deveriam estar mais aprovando novas certificações específicas
chegando no prazo de venda de estoque de cientes da necessidade do Registro. de produtos e, muitas vezes, e deixando o
fabricantes sem certificação e a poucos meses Por fim, no dia 17 de maio de 2019, é mercado se autorregular.
do prazo final de comercialização de produtos publicada a Portaria n°239, aprovando ajustes As certificações tendem a ser baseadas em
não certificados, em fevereiro de 2020. de na Portaria 20, entre eles, postergando por regulamentos gerais e requisitos essências, e
Neste cenário, a cada semana vemos novos três meses, exclusivamente para as luminárias não mais de forma prescritiva detalhada como
fornecedores com produtos certificados, tendo para iluminação pública viária com lâmpadas estava sendo feita. Para este modelo ser efetivo
um prazo relativamente alto para a obtenção de descarga, os prazos estabelecidos é necessário o monitoramento e fiscalização
do registro que é necessário para a venda anteriormente. Entretanto, estes prazos já dos envolvidos e a responsabilização de todos
da luminária certificada, que deveria ser de haviam sido postergados pela Portaria 404, e caso as regras não estejam sendo cumpridas.
72 Instalações Ex O Setor Elétrico / Maio de 2019

Roberval Bulgarelli é consultor técnico e engenheiro


sênior da Petrobras. É representante do Brasil no
TC-31 da IEC e no IECEx e coordenador do Subcomitê
SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei).

Novas Normas ABNT NBR ISO 80079 – Partes 36


e 37: avaliação de riscos e tipos de proteção para
equipamentos mecânicos “Ex” – Parte 02/02
Avaliação dos riscos de ignição de
equipamentos mecânicos “Ex”: Segundo a
ABNT NBR ISO 80079-36, o fabricante do
equipamento mecânicos “Ex” deve efetuar
uma avaliação de risco de ignição de forma a
demonstrar que o equipamento não possua
fontes efetivas de ignição durante falhas raras
de ocorrer ou durante falhas que possam ser
esperadas ou durante operação normal do
equipamento, dependendo do nível de proteção
de equipamento (EPL – Equipment Protection
Level) pretendido. De acordo com os resultados
de avaliações e ensaios realizados por
organismos de certificação e por laboratórios de
ensaios, é atribuído ao equipamento mecânico
“Ex” sob avaliação o EPL Ga/Da, Gb/Db ou Gc/
Dc.
Os equipamentos mecânicos “Ex” com 1. Superfícies quentes; A nova Norma ABNT NBR ISO 80079-
EPL Ga/Da podem ser instalados em áreas 2. Chamas ou gases aquecidos, incluindo 37 especifica os requisitos para o projeto e
classificadas do tipo Zona 0 / Zona 20. Os partículas quentes; a fabricação de equipamentos mecânicos
equipamentos mecânicos “Ex” com EPL Gb/ 3. Faíscas geradas mecanicamente; destinados para instalação em atmosferas
Db podem ser instalados em áreas classificadas 4. Dispositivos elétricos; explosivas contendo gases inflamáveis ou
do tipo Zona 1 / Zona 21. Os equipamentos 5. Correntes parasitas ou proteção catódica poeiras combustíveis, protegidos pelos tipos
mecânicos “Ex” com EPL Gc/Dc podem ser de corrosão; de proteção por segurança construtiva - Ex “c”,
instalados em áreas classificadas do tipo Zona 6. Eletricidade estática; controle de fontes de ignição – Ex “b” e por
2 / Zona 22. 7. Descargas eletrostáticas; imersão em líquido - Ex “k”.
Esta avaliação de risco deve ser feita com 8. Radiofrequência ou ondas Os tipos de proteção Ex “c”, Ex “b” e Ex
uma abordagem escalonada, a ser seguida eletromagnéticas; “k” especificados na Norma ABNT NBR ISO
pelo fabricante do equipamento mecânico “Ex”. 9. Radiação óptica; 80079-37 podem ser utilizados de forma
No início da avaliação de risco, o fabricante 10. Radiação ionizante; individual ou em combinação entre si, de forma
deve decidir qual das seguintes 13 possíveis 11. Ultrassom; a atingir os requisitos pretendidos de EPL
fontes possíveis de ignição são aplicáveis, isto 12. Compressão adiabática e ondas de (Equipment Protection Level) para equipamentos
é, estão relacionadas com o equipamento e choque; do Grupo I (Minas subterrâneas de carvão),
presentes, para o equipamento mecânico “Ex” 13. Reações exotérmicas, incluindo a Grupo II (Gases inflamáveis) e Grupo III (Poeiras
sob avaliação: autoignição de poeiras combustíveis. combustíveis), dependendo dos resultados da
O Setor Elétrico / Maio de 2019
73

avaliação de risco de ignição, de acordo com


o indicado na ABNT NBR ISO 80079 36 –
Equipamentos não elétricos para atmosferas
explosivas – Métodos e requisitos básicos.
De acordo com a Norma ABNT NBR ISO
80079-37, os tipos de proteção Ex “c”, Ex “b”
e Ex “k” para equipamentos mecânicos “Ex”
possuem as seguintes características básicas:

• Segurança construtiva
Ex “c”: Tipo de proteção
contra ignição onde
medidas construtivas
são aplicadas de forma a
prover proteção contra a
possibilidade de ignição
a partir de fontes quentes, faíscas de origem
mecânicas ou compressão adiabática gerada
por partes móveis.
• Controle de fonte de ignição Ex “b”:
Tipo de proteção contra
ignição onde dispositivos
elétricos, eletrônicos
ou mecânicos são
utilizados em conjunto
com equipamentos
mecânicos, de forma reduzir, automaticamente
ou manualmente a possibilidade de uma fonte
potencial de ignição de se tornar uma fonte
efetiva de ignição. Podem ser citados como
exemplos destes dispositivos, um sensor de
nível para alarmar a perda de nível de óleo de
lubrificação ou um sensor de temperatura para
alarmar a existência de um mancal aquecido ou
um sensor de rotação para alarmar uma rotação
acima do normal.
• Imersão em líquido Ex “k”: Tipo de
proteção onde as fontes
potenciais de ignição são
tornadas não efetivas ou
separadas de atmosferas
explosivas por meio de
submersão total destas
fontes de ignição em um líquido de proteção, ou
por submersão parcial e recobrimento contínuo
das superfícies ativas desta fontes de ignição
com um líquido de proteção, de forma que uma
atmosfera explosiva que possa estar presente
acima do líquido de proteção, ou no lado
externo do involucro do equipamento “Ex”, não
possa entrar em ignição.
74 Índice de anunciantes O Setor Elétrico / Maio de 2019

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