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Teresina - 2013
Mykael de Araújo Cardoso
Dissertação de Mestrado:
Orientador:
Prof. Dr. Roger Peres de Moura
Teresina - 2013
Cardoso, M. A.
Sobre a boa colocação da equação de Schrödinger não linear não local.
1. Área de Concentração
CDD 516.36
Aos meus pais Domingos e Salete.
Aos meus irmãos Izael e Nathanel.
A minha amada esposa, Fátima.
Aos meus avós paternos José e Sebatiana e
avós maternos Francisco (In memoriam) e Paulina.
Agradecimentos
Agradeço à Deus, pela sabedoria, pelo dom da vida, pelas bençãos derramadas e por
sempre me acompanhar durante todos os momentos em que passei e vou passar.
Agradeço à meus pais, Domingos Alves Cardoso e Maria da Salete de Araújo Cardoso, pelo
incentivo na construção de mais um objetivo, pelo apoio nos momentos de dificuldades
e por compartilharem os momentos de alegria. À minha esposa, Maria de Fátima Costa
Cardoso, por sempre estar ao meu lado e me proporcionar tantos momentos de alegria
e pelo amor. Aos meus irmãos Izael Cardoso e Nathanael Cardoso, avós José Cardoso e
Sebastiana de Jesus, Francisco Galeno(In memoriam) e Paulina de Araújo e a todos os
meus familiares por me dirigirem orações e força mesmo com a distância.
Agradeço aos Frades Capuchinhos do Convento São Benedito em Teresina, pelo acolhi-
mento e amizade, imprescindíveis. Especialmente a Frei Manoel Pereira.
ii
(UFBA) por terem aceito compor a banca de avaliação deste trabalho, pelo apoio e valiosas
sugestões.
Agradeço aos amigos pelo companheirismo e parcerias de estudo esses que me acompan-
ham desde a graduação: Bernardo, Diego Prudêncio e Israel e aos que adquiri no decorrer
da jornada entre eles: Ailton, Gilson, Felipe, Jefferson, Leonardo, Renata, Samara, Valdir,
Vitaliano, Valdinês, Yuri.
Neste trabalho mostramos que o problema de Cauchy para a equação de Schrödinger não
linear não local com dado inicial suficientemente pequeno nos espaços de Sobolev de ordem
maior que 1/2, é bem posto localmente. Aqui, a noção de boa colocação (boa postura)
inclui a existência e persistência, a unicidade e a dependência contínua da solução com
relação ao dado inicial. As principais ferramentas para a obtenção desse resultado foram
o teorema do ponto fixo para contrações e algumas propriedades de efeito regularizante do
fluxo da equação de Schrödinger linear. Usando o teorema da função implícita, provamos
adicionalmente que, se o problema é bem posto no sentido acima, então a aplicação dado
inicial-fluxo é não só Lipschitz-contínua, é de fato suave. Usamos as leis de conservação
de massa e energia do sistema para provar que a solução local para o problema com dado
inicial no espaço de Sobolev de ordem 1 se estende globalmente em relação ao tempo.
Por fim, mostramos que, se o dado inicial for tomado em espaços de Sobolev de ordem
negativa, então o problema não é bem posto, no sentido de que a aplicação dado-fluxo
não é suave; consequentemente, nesses casos, não é possível usar o teorema de ponto fixo
para contrações para investigar a boa colocação do problema.
v
Abstract
In this work we show that the Cauchy problem for the nonlocal nonlinear Schrödinger
equation with sufficiently small initial data in Sobolev spaces of order greater than 1/2,
is locally well posed. Here, the notion of well-posedness includes the existence and per-
sistence, uniqueness and continuous dependence of the solution with respect to the initial
data. The main tools for reaching this result were the fixed point theorem for contractions
and some properties of smoothing effect from the flow of the linear Schrödinger equation.
Using the implicit function theorem, we prove further that if the problem is well-posed
in the above sense, then the data-flow map is not only Lipschitz-continuous, it is in fact
smooth. We use the conservation laws of mass and energy of the system to prove that
the local solution to the problem with initial data in Sobolev space of order 1 extends
globally with respect to the time. Finally, we show that if the initial data is taken in
Sobolev spaces of negative index, then the problem is not well-posed, in the sense that
the data-flow map is not smooth, hence in these cases, you can not use the fixed point
theorem for contractions to investigate the well-posedness problem.
vi
Sumário
Resumo v
Abstract vi
1 Resultados Preliminares 4
1.1 Principais Notações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.2 Os Espaços de Banach Lp (Rn ) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.3 A transformada de Fourier . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.3.1 A transformada de Fourier no espaço L1 (Rn ) . . . . . . . . . . . . . 7
1.3.2 A transformada de Fourier no espaço das funções de decrescimento
rápido. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.3.3 A transformada de Fourier no espaço das distribuições temperadas. 10
1.3.4 A transformada de Fourier em Lp (Rn ), 1 < p 6 2 . . . . . . . . . . 13
1.3.5 A transformada de Hilbert . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.4 Os Espaços de Sobolev de tipo L2 (Rn ). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
5 Má colocação. 44
5.1 Demonstração do Teorema 5.1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
5.2 Demonstração do Proposição 5.1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
Referências Bibliográficas 53
vii
Introdução
onde u = u(x, t) é uma função complexa e x, t, γ ∈ R, tem sido utilizada como um modelo
universal para a descrição da evolução no tempo de pacotes de ondas. Um caso importante,
quando temos pacotes de ondas entre dois fluidos de densidades e profundidades diferentes,
conhecido como limite raso-fundo (Shallow-deep) (isto é, a camada superior é de pouca
profundidade e a inferior é profunda, se comparado com o comprimento), não pode ser
descrito adequadamente pela equação NLS cúbica (1). Assim, surge o problema de obter
um tipo de equação NLS mais universal que modele pacotes de ondas quasi-harmônicas.
D. Pelinovsky [19] deu o primeiro passo para o resolver, propondo a seguinte equação:
onde u = u(x, t) é uma função complexa, que representa o envólucro do pacote de ondas,
Th é um operador integral singular (que é uma generalização da transformada de Hilbert)
definido por Z +∞
1 π(y − x)
Th u(x) = v.p. coth u(y)dy, (3)
2h −∞ 2h
com p.v. a denotar o valor principal da integral e h denota um parâmetro proporcional à
profundidade do fluido.
A Equação (2) governa a evolução de ondas de primeira ordem no limite raso-fundo.
Esta, por sua vez, é não-local e é denominada equação intermediária NLS não-local (INL-
SNL). Intermediária porque quando a profundidade é pequena, i.e h → 0, a equação (2)
reduz-se à seguinte equação NLS defocusing
1
2
√
após redefinir x, t e u pelas relações x = he
x, t = het e u(x, t) = u
e (e
x, et), respectivamente.
Aqui, foi usada a expansão Th ∂x f = −h−1 f + O(h) junto com a condição de fronteira
lim|x|→∞ |u| = ρ; enquanto em grandes profundidades (h → ∞) a equação (2) transforma-
se na equação NLS não-local
Também em [19] foi mostrado que a equação INLSNL é integrável. Seu espalhamento
inverso foi construído em [20]. Notamos que os efeitos de segunda ordem na expansão
de ondas longas não são descritas pela equação INLSNL, embora possam influenciar o
comportamento de ondas internas quase-harmônicas. Levando em conta esses efeitos de
segunda ordem, D. Pelinovsky e R.H.J Grimshaw (ver [21]) propuseram uma equação de
evolução universal do tipo de NLS no limite superficial de profundidade de um fluido
contínuo estratificado. A equação estabelecida por eles é
Teorema 1 Seja s > 21 . Então existe um δ > 0, tal que para todo u0 ∈ Hs (R), com
ku0 kHs < δ, existe um T = T (ku0 kHs ) > 0 com T (ku0 kHs ) → ∞ quando ku0 kHs → 0,
existe um espaço XsT tal que XsT ,→ C([−T , T ]; Hs (R)) e uma única solução u para o
problema de Cauchy (8) em XsT . Além disso, existe uma vizinhança V
e de u0 ∈ Hs (R),
que a solução do PVI (8) com o dado inicial em u0 ∈ H1 (R) pode ser estendida globalmente
no tempo. Por fim provamos a má colocação para o mesmo problema de valor inicial com
dado inicial em Hs (R), s < 0 no sentido de que a aplicação dado-fluxo não é C3 na origem.
Observação 0.1 Se u é solução do PVI associado a equação (5), com γ = 0, com dado
inicial u0 , então
1 1
uλ (x, t) = λ 2 u(λx, λ 2 t), ∀ λ ∈ R − {0}, (10)
com dado
1
uλ (0) = uλ (x, 0) = λ 2 u0 (λx)
Resultados Preliminares
Neste Capítulo apresentaremos definições e resultados a serem usados nos capítulos seguintes,
como os Espaços Lp de Lebesgue, a Transformada de Fourier e os Espaços de Sobolev.
Esta parte possui a finalidade de exibir as ferramentas básicas para o desenvolvimento do
trabalho, bem como auxiliar sua leitura.
onde
Z +∞ Z T qp ! p1
kfkLpx LqT = |f(x, t)|q dt dx .
−∞ 0
Quando a notação for Lpx Lqt (observe que agora t é minúsculo) significa que a integral em
relação a t é de −∞ a +∞. kfkLqT Lpx é definido de maneira similar, e quando p = ∞ ou
q = ∞, kfkLpx LqT é definido da forma natural, ou seja, é a norma do supremo essencial.
Dados X, Y espaços de Banach, Ck (X, Y) denotará o espaço das aplicações de X em Y
com k derivadas contínuas.
4
Capítulo 1. Resultados Preliminares 5
C∞ ∞
c (R) := {f ∈ C (R) : f tem suporte compacto}.
∼ Y) se
Dados X, Y dois espaços vetoriais diremos que X é isomorfo a Y (notação X =
existir uma aplicação bijetiva contínua de X em Y.
O comutador de um operador K será denotado por
e
kfk∞ = ess sup{|f(x)|; x ∈ Rn }
Capítulo 1. Resultados Preliminares 6
Em particular, se p = q = 2, então
Munido deste produto interno, o espaço de Banach L2 (Rn ) torna-se um espaço de Hilbert.
É claro que hf, fi = kfk22 , f ∈ L2 (Rn ).
Enunciaremos abaixo dois resultados básicos e essenciais dos espaços Lp (Rn ). Quando
não especificado os p’s que aparecem são tais que 1 6 p < ∞.
kT fkq0 6 M0 kfkp0 , para f ∈ Lp0 (µ) e kT fkq1 6 M1 kfkp1 , para f ∈ Lp1 (µ),
então
t pt
kT fkqt 6 M1−t
0 M1 kfkpt , ∀ f ∈ L (µ) e 0 < t < 1;
Observação 1.1 Algumas vezes para simplificação de cáculos vamos usar a definição
n2 Z
1
f(ξ)
b = e−ix·ξ f(x)dx.
2π Rn
Definição 1.1 O operador linear contínuo F : L1 (Rn ) → L∞ (Rn ) definido pela fórmula
(1.5) é chamado de Transformada de Fourier.
Capítulo 1. Resultados Preliminares 8
Definição 1.2 Chamamos de espaço das funções C∞ (Rn ) de decrescimento rápido, tam-
bém conhecido como espaço de Schwartz, ao espaço
Definição 1.3 Dizemos que uma sequência (ϕj )j∈N de funções de S converge para uma
função ϕ ∈ S, quando lim kϕj − ϕkα,β = 0, para quaisquer multi-índices α, β.
j→∞
Proposição 1.4 S com a topologia gerada pelas semi-normas kϕkα,β = supx∈Rn |xα ∂β ϕ|,
x ∈ Rn e α, β multi-índices, é completo.
é uma operação em S,
Corolário 1.1 Todas as propriedades dadas pelo Teorema 1.2 para a transformada de
Fourier em L1 são válidas para o espaço de Schwartz S(Rn ).
Demonstração: Temos pelo item 2 do Teorema 1.3 que S ,→ L1 . Daí segue o resultado.
1. (∂α α
x ϕ)b(ξ) = (2πiξ) ϕ(ξ).
b
2. ((−2πix)α ϕ(x))b(ξ) = ∂α
ξ ϕ(ξ).
b
(ii) se (ϕj )j∈N é uma sequência de S(Rn ) tal que ϕj → 0 em S(Rn ), então F(ϕj ) → 0
em C.
Observação 1.2 (i) Em particular, toda função limitada e toda função f ∈ Lp (Rn ), 1 6
p 6 ∞, define uma distribuição temperada por meio da definição da
Z
Ff (g) = f(x)g(x)dx, ∀ g ∈ S(Rn ).
Rn
hb F(ϕ) = hF, ϕi
F, ϕi = b b = F(ϕ),
b ∀ϕ ∈ S(Rn ). (1.7)
Teorema 1.8 F : S 0 (Rn ) → S 0 (Rn ) é um isomorfismo e tanto F como F−1 são contínuas.
1. (∂α α
x ϕ)b(ξ) = (2πiξ) ϕ(ξ).
b
2. ((−2πix)α ϕ(x))b(ξ) = ∂α
ξ ϕ(ξ).
b
= −iπsgn(y). (1.9)
onde ψ(x)
e = ψ(−x) é a reflexão de ψ.
Demonstração: Consulte a referência [5].
Com essas ferramentas podemos provar o resultado seguinte:
∗ψ=b
F[ Fψ,
b ∀ψ ∈ S(Rn ),
Fψ
onde b b ∈ S 0 (Rn ) é definido como
hb
Fψ,
b φi = b
Fψ(φ)
b =b b = hb
F(ψφ) F, ψφi,
b ∀φ ∈ S(Rn ).
[b
hF[
∗ ψ, φi = hF ∗ ψ, φi
b = hF, φ
b ∗ ψi
b = hF, φ · ψi = hb b = hb
F, φψi Fψ,
b φi,
b
e Z
−2iπx·ξ
f = lim f(ξ)e
b dξ,
M→∞ |x|<M
Demonstração: Como F é de tipo forte (1, ∞) e (2, 2), segue do Teorema de Riez-Thorin
que F é de tipo forte (p, q), com
1 (1 − t) t t 1 1−t t 1
= + =1− e = + =1− .
p 1 2 2 q ∞ 2 p
Portanto, kfk
b Lq 6 kfkLp .
Definição 1.9 Dada f ∈ S(R), definimos sua transformada de Hilbert pela seguinte ex-
pressão (H : S(R) → R):
Z
1 1 1 1 1 f(x)
Hf(y) = (v.p. ∗ f)(y) = v.p. (f(y − ·)) = v.p. dx. (1.11)
π x π x π R y−x
Observe que Hf : R → R(ou C), ou seja, Hf está definida em toda a reta.
Capítulo 1. Resultados Preliminares 14
1 \ 1
Demonstração: Como v.p. ∈ S 0 (R) e v.p. (ξ) = −iπsgn(ξ)f(ξ),
b segue que
x x
1 \ 1 1 \ 1 b
Hf(ξ)
c = v.p. ∗ f(ξ) = v.p. (ξ)f(ξ) = −isgn(ξ)f(ξ).
b
π x π x
1. kHfkL2 = kfkL2 .
(c) (M. Riez) H é do tipo forte (p, p), se 1 < p < ∞, isto é,
Teorema 1.15 Seja H a transformada de Hilbert e sejam 1 < p, q < ∞. Então para
f ∈ Lpx LqT , temos
kHfkLpx Lq 6 C(p, q) kfkLpx Lq , (1.12)
T T
Demonstração: A prova é baseada no Lema 3.1 de [16]. A Proposição 3.1 de [4], nos dá
a seguinte definição equivalente para a transformada de Hilbert
Z
1 f(y, t)
Hf(x, t) = lim dy.
π ε→0 |y−x|>ε y − x
ZT q1
f(y, t)q dt
Para simplificar a notação definamos g(y) = . Utilizando-se a de-
0
sigualdade de Minkowiski para integrais em LqT e como
Z
F(y, t)χ[x−ε,x+ε] dy = 0
|y−x|>ε
Z +∞ Z p ! p1
1 1
6 lim g(y)dy dx
−∞ π ε→0 |y−x|>ε y − x
Z +∞ Z p ! p1
1 1
6 lim χ(x+ε,+∞) g(y)dy dx
−∞ π ε→0 |y−x|>ε y−x
Z +∞ Z p ! p1
1 1
+ lim χ(−∞,x−ε) g(y)dy dx
−∞ π ε→0 |y−x|>ε y−x
H(χ(x+ε,+∞) g)(y)
Lp
x
6 C(p)
χ(x+ε,+∞) g(y)
Lpx 6 C(p) kg(y)kLpx = C(p) kfkLpx LqT .
munido da norma
Z 21
2 2s b
kfkHs = kJs fkL2 = (1 + |ξ| ) |f(ξ)| dξ
2 s b 2
=
(1 + |ξ| ) f
,
Rn L2
Observemos que Hs (Rn ) está bem definido, pois a função ξ 7→ (1+|ξ|2 ) 2 é C∞ e de cresci-
s
mento polinomial, pois |∂α | 6 Cα (1 + |ξ|2 )s−α . Vamos nos referir a Hs (Rn ) simplesmente
por Hs ficando subentendido o espaço.
kfkHs . kfkL2 + kDsx fkL2 e kfkHs & kfkL2 + kDsx fkL2 . (1.13)
s
1. f ∈ Hs ⇐⇒ (1 + |ξ|2 ) 2 |f|
b ∈ L2 ,ou seja, fb ∈ L2 (Rn , dµs ), onde dµs = (1 + |ξ|2 )s dξ
∼ L2 e k · kH0 = k · kL2 .
5. H0 =
Observação 1.4 No item (i) do teorema acima a condição g ∈ L2 (Rn , dµs ) onde dµs =
(1 + |ξ|2 )s dξ, interpretaremos por
Z Z
g(ξ)dµs = (1 + |ξ|2 )s g(ξ)dξ < ∞.
Rn Rn
isto é, Z
p
f(x + εej ) − f(x)
lim − g(x) dx = 0.
ε→0 Rn ε
Capítulo 1. Resultados Preliminares 18
b ∈ L2 (Rn ).
2. ξj f(ξ)
∧
1. Se f ∈ Hs , então (∂α 1
x f) ∈ L e
∧
k(∂α
x f) kL1 6 CkfkHs , ∀|α| 6 k,
onde estamos olhando ϕ como uma distribuição temperada e ψ como uma função teste.
Da desigualdade de Cauchy-Schwarz, segue que
Z
−s s
|hϕ, ψi| = (1 + |ξ| ) 2 ϕ(ξ)(1 + |ξ| ) 2 ψ)(−ξ)dξ
2 2
b b
Rn
Z 12 Z
6 (1 + |ξ| )
2 −s
|ϕ(ξ)|
b 2
dξ (1 + |ξ| ) |ψ(ξ)| dξ
2 s b 2
Rn Rn
=kϕkH−s kψkHs .
hf, ·i :S −→ R
ϕ 7−→ hf, ϕi
kfkL∞ 6 Cs kfkHs .
(i) 1-admissível, se
1 2 1 1 1 2 1
(α, p, q) = ( , ∞, 2) ou p ∈ [4, ∞), q ∈ [2, ∞], + 6 , α = + − ;
2 p q 2 p q 2
(ii) 2-admissível, se 2 < p, q < ∞, 1
p
+ q1 6 12 , α = 1
p
+ q3 − 1. Se, além disso, 4 6 p < ∞,
dizemos que (α, p, q) é 2*-admissível.
20
Capítulo 2. A equação de Schrödinger linear e lemas auxiliares. 21
1 1
kDα
x U(t)u0 kLp
xL
q . T 4
− 2q
ku0 kL2 , ∀ u0 ∈ S(R) (2.4)
T
A seguir temos uma estimativa para função maximal essencial em nosso trabalho.
1
Lema 2.2 Para cada s > 2
e 0 < T 6 1, temos
Fazendo-se o uso do chamado lema de Christ e Kiselev [3], Molinet e Ribaud [12]
provaram o seguinte resultado:
kDα
x U(t)u0 kLx 2 L 2 . T
2 p q
r2
ku0 kL2 . (2.7)
T
Z
α +α t
D
x
1 2
U(t − τ)F(·, τ)dτ
. T r1 +r2 kFkLp̃x 2 Lq̃2 , (2.9)
p q T
0 LT 1 L x 1
desde que
min(p1 , q1 ) > max(p̃2 , q̃2 ) ou (q1 = ∞ e p̃2 , q̃2 < ∞), (2.10)
1 1 1 1
onde p̃2 , q̃2 estão relacionados por =1− e =1− .
p̃2 p2 q̃2 q2
Iremos definir agora o espaço de resolução para (8).
1
Definição 2.2 Seja s > 2
e 0 < T 6 1. Definimos o espaço de resolução XsT para (8) por
onde
9
kukXs := max kukL∞T Hs , kukL2x L∞T ,
Dx10 u
20 209 , kDsx ukL6 ,
T Lx L T x,T
s+ 101
1
s+ 1
Dx u
5 103 ,
Dx2 u
6 ,
Dx 2 u
∞ 2 . (2.12)
L x LT Lx,T Lx LT
Uma das consequências dos Lemas 2.2 e 2.3 é a garantia que U(t)u0 ∈ XsT , para todo
u0 ∈ Hs , s > 21 . Consequentemente, XsT 6= ∅. Isso pode ser obtido através do seguinte
resultado:
1
Lema 2.4 Sejam s > 2
e T ∈ (0, 1). Então para todo u0 ∈ Hs ,
kU(t)u0 kHs = kU(t)u0 kL2 + kDsx U(t)u0 kL2 = ku0 kL2 + kDsx u0 kL2 = ku0 kHs .
Logo,
O Lema 2.2 nos diz que kU(t)ukL2x L∞ 6 ku0 kHs . Para tratar o restante das normas,
T
9 4 5
usaremos o Lema 2.1: já que 10
= 10
+ 10
e ( 25 , 20, 20
9
1
) é 2*-admissível, ( 10 , 5, 10
3
) é 2*-
admissível, (0, 6, 6) é 1-admissível e ( 12 , ∞, 2) é 1-admissível, temos que
9
2 1
1
1
1 1
Dx U(t)x u0
20 209 =
Dx U(t)Dx u0
20 209 . T
Dx2 u0
2 . T 40 ku0 kH 12 . T 40 ku0 kHs ,
10
5 2
40
L x LT Lx L T L
1
s+ 101 1 1
Dx U(t)u0
=
Dx10 U(t)Dsx u0
. T 10 kDsx u0 kL2 . T 10 ku0 kHs ,
10 10
L5x LT3 L5x LT3
1
1
1
. ku0 kHs
2
Dx U(t)u0
2
=
U(t)Dx u0
.
Dx2 u0
L6x,T L6x,T L2
e
1
s+ 12 s
Dx U(t)u0
=
Dx U(t)Dx u0
. kDsx u0 kL2 . ku0 kHs ,
2
L∞ 2
x LT L∞ 2
x LT
respectivamente.
Portanto, kU(t)u0 kXs . ku0 kHs , o que demonstra o Lema.
T
Capítulo 2. A equação de Schrödinger linear e lemas auxiliares. 23
Lema 2.5 Seja α ∈ (0, 1), α1 , α2 ∈ [0, α] tal que α = α1 +α2 . Então, se p, p1 , p2 , q, q1 , q2 ∈
(1, ∞) com 1
p
= 1
p1
+ 1
p2
e 1
q
= 1
q1
+ 1
q2
, temos
(i) kDα α α
x (fg) − fDx g − gDx fkLp
xL
α
x Lx L
α
q 6 c kD 1 fk p1 q1 kD 2 gk p2 q2 .
x Lx L
T T T
(iii) kDα α α α1 α2
x (fg) − fDx g − gDx fkL1x L2 6 c kDx fkLx 1 L 1 kDx gkLx 2 L 2 ,
p q p q
T T T
onde 1 = 1
p1
+ 1
p2
=, 21 + e p1 , p2 , q1 q2 ∈ (1, ∞).
1
q1
1
q2
(iv)
Dα β
x P± (fP∓ Dx g) Lp
xL
γ1 γ2
q 6 c kDx fkLp1 Lq1 kDx gkLp2 Lq2 ,
x x
T T T
com γ1 > α e γ1 + γ2 = α + β.
(v) kDα α α
x (fg) − fDx g − gDx fkLp
x
. kfkL∞x kDα
x gkLp
2
x
.
e α = HDα .
e α no lugar de Dα , onde D
O Lema é válido com D x x x x
Demonstração: Os itens (i), (iii), (v) foram provados por Kening, Ponce e Vega
em [8] (teoremas A.8, A.13 e A.12, respectivamente). Os itens (ii) e (iv)(este último
para o caso P+ (fP− g)) foram estabelecidos por Molinet e Ribaud [12] (Lemas 3.4 e 3.5,
respectivamente).
O nosso principal objetivo aqui, é estabelecer a boa colocação local para o problema
de Cauchy (8). A nossa demonstração segue em parte idéias das referências [12], [17] e
[18]. Para isso, como em [17], vamos reescrever a equação (5) numa forma mais adequada.
Sabendo-se que:
1 = P+ + P− e P+ − P− = iH
temos
u(1 + iH)∂x (|u|2 ) = 2uP+ ∂x (|u|2 ) = 2P− (uP+ ∂x (|u|2 )) + 2P+ (uP+ ∂x (|u|2 ))
onde [·, ·] e D
e foram definidos em (1.2) e no item (v) do Lema 2.5.
24
Capítulo 3. Boa colocação local 25
X
7
onde Fj está definido em (3.2). A ferramenta principal para provar a existência e
j=1
unicidade de solução para o PVI (3.3) é o Teorema do ponto fixo para contrações. Mais
precisamente, provaremos o seguinte.
Teorema 3.1 Seja s > 21 . Então existe um δ > 0 tal que para todo u0 ∈ Hs (R), com
ku0 kHs < δ, existe um T = T (ku0 kHs ) > 0 com T (ku0 kHs ) → ∞ quando ku0 kHs → 0,
existe um espaço XsT tal que XsT ,→ C([−T , T ]; Hs (R)) e uma única solução u para o
problema de Cauchy (3.3) em XsT .
1 9 1
Demonstração: Iremos fazer o caso mais difícil, quando 2
< s 6 10
. Seja s > 2
e u0 ∈ Hs (R) tal que ku0 kHs < δ, onde δ será escolhido posteriormente. Estamos
interessados em encontrar uma solução (única!) da equação integral correspondente a
(3.3), isto é, uma função u ∈ XsT ,→ C([−T , T ]; Hs (R)) tal que
7 Zt
X
u(t) = U(t)u0 + U(t − τ)Fj (τ)dτ. (3.4)
j=1 0
Nossa principal ferramenta será o Teorema do Ponto Fixo para contrações. Considere
a aplicação
7 Zt
X
Φu0 (u)(t) = U(t)u0 + U(t − τ)Fj (τ)dτ. (3.5)
j=1 0
Provaremos que existe a = a(ku0 kL2 ) > 0 e T (0 < T 6 1) tal que, se u ∈ XsT (a) :=
{u ∈ XsT ; kukXsT 6 a}, então Φ(u) ∈ XsT (a) e Φ : XsT (a) → XsT (a) é uma contração.
Primeiramente, notemos que pelos Lema 2.4, temos para 0 < T 6 1 que
Vemos daí que é suficiente estimarmos kΦu0 (u)kL∞T Hs . Para fazer a abordagem da
forma mais fácil possível, vamos considerar cada termo de (3.5) separadamente. Dessa
forma, definamos por
Z t
Ej :=
U(t − τ)Fj dτ
= Ej,1 + Ej,2 ,
0 Hs
Capítulo 3. Boa colocação local 26
sendo
Z t
Zt
s
Ej,1 =
U(t − τ)Fj dτ
e Ej,2 =
Dx U(t − τ)Fj dτ
,
0 L2x 0 L2x
Z t
onde j ∈ {1, 2, 3, 4, 5, 6} e E7 :=
U(t − τ)F7 dτ
s.
0 H
Observemos que sendo, H · H = −1 e [A, B]f = ABf − BAf, temos que
1 1
uP∓ ∂x (|u|2 ) = −uP∓ H · H∂x (|u|2 ) = −uP∓ D e x2 (|u|2 )
e x (|u|2 ) = −uDx2 P∓ D
1 1 1 1
e x2 (|u|2 )) − Dx2 (uP∓ D
= [Dx2 , u](P∓ D e x2 (|u|2 )). (3.7)
1 T
1
1 1 1
2
2
. T
P− [Dx , u](P+ Dx (|u| ))
2 2 e 2
+
Dx2 U(t − τ)(uP+
e x2 (|u| ))dτ
D
L2x,T
0
2
Lx
1
1 1
1
2
e x2 (|u|2 )
. T
[Dx , u](P+ Dx (|u| ))
2 2
+
uP+ D
2 e
L2x,T 1 2 Lx LT
1
1
Z +∞ ZT 21
1 1
. T
Dx2 u
6 2
kukL∞ |P+ Dx (|u| )| dt dx
2 2
2
Dx (|u| )
3 + 2
2
e
Lx,T Lx,T T
−∞ 0
1
1
1
1
2
2
. T 2
Dx2 u
6
Dx (|u| )
3 + kukL2x L∞T
Dx (|u| )
2 .
2
2
(3.8)
Lx,T Lx,T Lx,T
Agora, pelo Lema 2.3 com (p1 , q1 ) = (p2 , q2 ) = (6, 6) e (p1 , q1 ) = (p2 , q2 ) = (3, 6),
respectivamente e pela desigualdade de Hölder com (p, q) = (2, 2) e (p, q) = ( 32 , 3), temos
nesta ordem que
1 1 1 1 1
k Dx2 (|u|2 ) kL3x,T 6k Dx2 (|u|2 ) − uDx2 (ū) − ūDx2 u kL3x,T +2 k uDx2 (ū) kL3x,T
1 1
1
. ||u||L6x,T ||Dx u||L6x,T . T ||u||LT L6x
Dx2 u
6
2 6 ∞
Lx,T
1
1
. T 6 ||u||L∞ H 21
Dx2 u
6 , (3.9)
T Lx,T
Capítulo 3. Boa colocação local 27
1 1 1 1 1
k Dx2 (|u|2 ) kL2x,T 6k Dx2 (|u|2 ) − uDx2 (ū) − ūDx2 u kL2x,T +2 k uDx2 (ū) kL2x,T
1 1
1
. ||u||L3x,T ||Dx2 u||L6x,T . T 3 ||u||L∞T L3x
Dx2 u
6
Lx,T
1
1
. T 3 ||u||L∞ H 21
Dx2 u
6 , (3.10)
T Lx,T
1
onde no último passo usamos a imersão de Sobolev, Teorema 1.19, de H 2 em L6x e L3x ,
respectivamente. Pela simetria entre os termos, P+ (uP− ∂x (|u|2 )) e P− (uP+ ∂x (|u|2 )), das
estimativas (3.8)-(3.10) segue
Zt Zt
E1,1 + E2,1 = || U(t − τ)P+ (uP− ∂x (|u| ))dτ||L2x + || U(t − τ)P− (uP+ ∂x (|u|2 ))dτ||L2x
2
0 0
2 1 1 1
. T ||Dx u||2L6 ||u||L∞T Hs + T ||u||L2x L∞T ||u||L∞T Hs ||Dx2 u||L6x,T .
3 2 3 (3.11)
x,T
1 10 1
Então usando-se o Lema 2.3, com α2 = 10
, p2 = 5, q2 = 3
, r2 = 10
e o Lema 2.5 item
9
(iv), com γ1 = 10
, γ2 = s, p1 = 20, q1 = 20
9
, p2 = 43 , q2 = 4 temos
Zt
Dx U(t − τ)P− (uP+ Dx (Dx |u| ))dτ
s 1−s s 2
E1,2 .
e
0 L∞ 2
T Lx
1
1
s− 10 2
. T
Dx P− (uP+ ∂x (|u| ))
54 107
10
Lx LT
1
1
s− 10 e s |u|2 ))
= T 10
Dx P− (uP+ D1−s x ( D x
54 107
L x LT
1
9
. T 10
Dx10 u
20 209
Dsx (|u|2 )
43 4 . (3.12)
L x LT Lx LT
Usando-se a desigualdade de Hölder com (p, q) = ( 23 , 3) e (p, q) = (2, 2), podemos estimar
4
a norma de uDsx ū em Lx3 L4T e de Dsx u em L4x,T , respectivamente por
Z +∞ Z T 13 ! 43
4
kuDsx ūk 4 6 ||u||L∞T
3
|Dsx ū|4 dt dx
Lx3 L4T −∞ 0
"Z 32 Z +∞ Z T 31 # 43
∞
6 kuk2L∞T dx |Dsx ū|4 dt dx
−∞ −∞ 0
Portanto,
kuDsx ūk 4 6 kukL2x L∞T kDsx ukL4 . (3.14)
Lx3 L4T x,T
9 9 1 3
E1,2 . T 40 ||Dx10 u|| 20
9
||u||L2x L∞T ||u||L4 ∞T Hs ||Dsx u||L4 6 . (3.16)
L20
x LT x,T
Para estimarmos
Zt
s 2
E2,2 =
Dx U(t − τ)2P+ (uP− ∂x (|u| ))(τ)dτ
,
0 L2x
basta operarmos de modo análogo a E1,2 , pois no Lema 2.5 item (iii), em ambos os casos,
obtemos as mesmas desigualdades. Logo,
9 9 1 3
E2,2 . T 40 ||Dx10 u|| 20
9
||u||L2x L∞T ||u||L4 ∞T Hs ||Dsx u||L4 6 . (3.17)
L20
x LT x,T
2 1
E3,1 + E4,1 . T 3 ||u||L∞T Hs ||Dx2 u||2L6 . (3.19)
x,T
1 2
Usando-se o fato de P+ ser limitado em L2x , o Lema 2.3 com r2 = 10
, α2 = 5
, p̃2 =
20 20 10 10
19
, q̃2 = 11
, o Lema 2.5 item (ii) sendo p1 = q1 = 4, p2 = 7
, q2 = 3
, respectivamente
segue que
Zt Zt
1 1
E3,2 . ||Dsx U(t − τ)F3 dτ||L∞ 2 =
T Lx
||Dsx U(t − τ)P+ ([Dx2 , |u|2 ]D
e x2 ū)dτ||L∞ L2
T x
0
Z0t
2
s− 25 1 1
6 ||Dx 5
U(t − τ)Dx ([Dx2 , |u|2 ]D
e x2 ū)dτ||L∞ L2
T x
0
1 s− 25 1 1
. T ||Dx 10 [Dx2 , |u|2 ]D
e x2 ū|| 20 20
Lx19 LT11
1 1
1 s+ 10
. T 10 ||Dx2 u||L4x,T ||Dx (|u|2 )|| 10 10 . (3.20)
Lx7 LT3
1
s+ 10
Agora, estimemos ||Dx (|u|2 )|| 10 10 . Pela desigualdade de Minkowiski e o Lema 2.5
LT7 Lx3
item (i) com α1 = 0, p1 = 2, q1 = ∞, p2 = 5, q2 = 10
3
, respectivamente, temos
1 1 1
s+ 10 s+ 10 s+ 10
||Dx (|u|2 )|| 10 10 . ||u||L2x L∞T ||Dx u|| 10 + ||uDx ū|| 10 10 . (3.21)
Lx7 LT3 L5x LT3 Lx7 LT3
Assim, por (3.15), pela desigualdade de Hölder e (3.21) podemos estabelecer a seguinte
estimativa:
1
43
1
1
9 s+ 10
E3,2 . T kukL∞T Hs
Dx u
6 kukL2x L∞T
Dx u
4
2
. (3.22)
40
10
Lx,T L5x LT3
L∞
0 2
T Lx
1
1
34
9
s+ 1
. T 40 kukL4 ∞T Hs
Dx2 u
6 kukL2x L∞T
Dx 10 u
. (3.23)
10
Lx,T L5x LT3
Portanto,
1 1
E5,1 + E6,1 . T 3 ||u||L2x L∞T ||u||L∞T Hs ||Dx2 u||L6x,T . (3.25)
Com o uso do Lema 2.1 com (α, p, q) = ( 21 , ∞, 2) 2*-admissível, Lema 2.3, Lema 2.5
item (ii) com p1 = 43 , q1 = 4, p2 = q2 = 4, temos que
Zt
1 1
E5,2 . ||Dx U(t − τ)P+ Dx2 (|u|2 D
s e x2 u)dτ||L∞ L2
T x
Z0t
1 1 1
e x2 u)dτ||L∞ L2 6 ||D
6 ||Dx2 U(t − τ)Dsx (|u|2 D T x
e s (|u|2 D
x
e x2 u)||L1 L2
x T
0
1 1 1 1
6 ||D e x2 u) − |u|2 Ds+
e s (|u|2 D x
2 e x2 u||L1 L2 + |||u|2 Dxs+ 2 u||L1 L2
e s (|u|2 )D
u−D
x x x T x T
1
+ ||D
e s (|u|2 )D
x
e x2 u||L1 L2
x T
1
s+ 21 1
6 ||Dsx (|u|2 )|| 4 ||Dx2 u||L4x,T + |||u|2 Dx u||L1x L2T + ||D
e s (|u|2 )D
x
e x2 u||L1 L2 .
x T
(3.26)
Lx3 L4T
Z +∞ Z T 12
1 1
||Dsx (|u|2 )Dx2 u||L1x L2T = |Dsx (|u|2 )|2 |Dx2 u|2 dt dx
−∞ 0
Z +∞ Z T 41 Z T 14
1
6 |Dsx (|u|2 )|4 dt |Dx u|4 dt
2
dx
−∞ 0 0
Z +∞ Z T 14 · 43 ! 34 Z +∞ Z T 14 ·4 ! 41
1
6 |Dsx (|u|2 )|4 dt dx |Dx u|4 dt
2
dx
−∞ 0 −∞ 0
1
= ||Dsx (|u|2 )|| 4 ||Dx2 u||L4x,T .
Lx3 L4T
Logo,
1 1
||Dsx (|u|2 )Dx2 u||L1x L2T 6 ||Dsx (|u|2 )|| 4 ||Dx2 u||L4x,T . (3.28)
Lx3 L4T
Zt
s
Note que devido a semelhança de E5,2 com o termo E6,2 =
Dx U(t − τ)F6 dτ
pode-
0 L2x
mos seguir os mesmos passos utilizados para estimar que
1 1 3 3
1 s+ 21
E6,2 . T 4 ||u||L2x L∞T ||u||L2 ∞T Hs ||Dx2 u||L4 6 ||Dsx u||L4 6 + ||Dx u||L∞x L2T ||u||2L2x L∞T . (3.30)
x,T x,T
Capítulo 3. Boa colocação local 31
Pela a desigualdade de Minkowski para integrais e pelo Teorema 3.14 de [10], temos
que Hs (R) é uma álgebra de Banach com respeito ao produto de Banach, logo
Zt
E7 . || U(t − τ)(|u|2 u)(τ)dτ||L∞T Hs . T |||u|2 u||L∞T Hs 6 T ||u||3L∞T Hs . (3.31)
0
Assim, por (3.6), (3.16), (3.17), (3.11), (3.22), (3.23), (3.19), (3.29), (3.30), (3.25) e (3.31)
X
7
kΦu0 (u)kXs . ku0 kL∞ Hs + Ej
T T
j=1
9
9
1 3
s
. ku0 kL∞T Hs + T 20 kukL2 L∞ kukL∞ Hs kDx uk 6
10
4 4
40
9
Dx u
x T Lx,T
L20
x LT
T
1
2
2
1
1
+ T
Dx u
6 kukL∞T Hs + T kukL2x L∞T kukL∞T Hs
Dx2 u
6
2
3
3
Lx,T Lx,T
1
1
43
1
2
9
s+ 1
2
+ T 40 kukL∞ Hs
Dx2 u
6 kukL2x L∞
Dx 10 u
4
+ T 3 kukL∞T Hs
Dx2 u
6
10
T T
Lx,T L5x LT3 Lx,T
1
1
34 3
1
s+ 1
+ T 4 kukL2x L∞T kukL2 ∞T Hs
Dx2 u
6 kDsx ukL4 6 +
Dx 2 u
∞ 2 kuk2L2x L∞
Lx,T x,T Lx LT T
1
1
+ T 3 kukL2x L∞T kukL∞T Hs
Dx2 u
6 + T kuk3L∞T Hs
Lx,T
9
9
1 3
. ku0 kL∞T Hs + T 40
Dx10 u
20 209 kukL2x L∞T kukL4 ∞T Hs kDsx ukL4 6
Lx LT x,T
2 2
1
2 1 1
1
+ (T + T )
Dx u
6 kukL∞ Hs + (T + T ) kukL2x L∞ kukL∞ Hs
Dx2 u
2
3 3
3 3
Lx,T T T T L6x,T
1
3
1
9 4
s+ 1
+ T 40 kukL4 ∞T Hs
Dx2 u
kukL2x L∞
Dx 10 u
10
L6x,T T L5x LT3
1
1
34 3
1
s+ 1
+ T 4 kukL2x L∞T kukL2 ∞T Hs
Dx2 u
6 kDsx ukL4 6 +
Dx 2 u
kuk2L2x L∞
Lx,T x,T L∞ 2
x LT
T
+ T kuk3L∞T Hs
1 1 2 9
6 c ku0 kL∞T Hs + c(1 + T + T 4 + T 3 + T 3 + T 40 ) kuk3XsT .
Queremos kΦu0 (u)kXs 6 a, então isto nos motiva a escolher a = a(ku0 kHs ) > 0 tal
T
que
a ∈ (2c ku0 kHs , 4c ku0 kHs ), (3.32)
a
visto que temos de escolher c ku0 kHs 6 . Daí, como temos que ter
2
1 1 2 9 1 1 2 9
c(1 + T + T 4 + T 3 + T 3 + T 40 ) kuk3XsT 6 c(1 + T + T 4 + T 3 + T 3 + T 40 ) kuk2XsT kukXsT
1 1 2 9
6 c(1 + T + T 4 + T 3 + T 3 + T 40 )(4c ku0 kHs )2 a
a
6 . (3.33)
2
Capítulo 3. Boa colocação local 32
este (mais a estimativa de contração), nos sugere escolher um T arbitrário de tal forma
que
1 1 2 9 1
4c(1 + T + T 4 + T 3 + T 3 + T 40 )(4c ku0 kHs )2 6 . (3.34)
2
√ 3
Então, fixe um δ tal que 2(4c) 2 δ = 1. Portanto, escolhidos a e T como em (3.32) e
(3.34), respectivamente, segue que u = Φ(v) ∈ XsT (a) para v ∈ XsT (a). Para mostrarmos
que Φu0 é uma contração, consideremos
= 2
U(t − τ) (u − v)P+ ū∂x (u) + (u − v)P+ u∂x (ū) + vP+ (ū − v̄)∂x (v)
0
+ vP+ (u − v)∂x (v̄) + vP+ v̄∂x (u − v) + vP+ v∂x (ū − v̄) + iγ(u − v)(|u| + |v| ) dτ
2 2
s,
XT
(3.35)
(3.36)
Capítulo 3. Boa colocação local 33
Temos que aplicar em (3.36) argumentos semelhantes aos feitos em (3.6)-(3.31) para a
equação integral. Para exemplificarmos, majoremos o termo
Zt
2
U(−τ)(u − v)2P+ ∂x (|u| )dτ
s .
0 H
(u − v)2P+ ∂x (|u|2 ) = 2P− ((u − v)P+ ∂x (|u|2 )) − 2P+ ((u − v)P− ∂x (|u|2 ))
1 1 1 1
+ 2P+ ([Dx2 , (u − v)ū]D
e x2 u) − 2P+ Dx2 ((u − v)ūD
e x2 u)
1 1 1 1
+ 2P+ ([Dx2 , (u − v)u]D
e x2 ū) − 2P+ Dx2 ((u − v)uD
e x2 ū)
X
6
= Fj .
j=1
Logo,
Zt
U(−τ)(u − v)2P+ ∂x (|u|2 )dτ
s
0 H
Z t
Z t
2
2
6
U(−τ)2P− ((u − v)P+ ∂x (|u| ))dτ
s +
U(−τ)2P+ ((u − v)P− ∂x (|u| ))dτ
s
0 H 0 H
Z t
Z t
1 1
1 1
2 e 2
2 e 2
+
U(−τ)2P+ ([Dx , (u − v)ū]Dx u)dτ
+
U(−τ)2P+ ([Dx , (u − v)u]Dx ū)dτ
s
Z0t
H
Z t 0
s H
1 1
1 1
+
2 e2
U(−τ)2P+ Dx ((u − v)ūDx u)dτ
s +
U(−τ)2P+ Dx ((u − v)uDx ū)dτ
s
2 e2
0 H 0 H
X
6
= E∗j ,
j=1
Z t
Zt
E∗j E∗j,1 E∗j,2
s
onde = + =
U(−τ)Fj dτ
+
Dx U(−τ)Fj dτ
2.
0 L2x 0 Lx
Segue de (3.8)-(3.10) que
1
2
1
1
1
∗ ∗
E1,1 + E2,1 . T
Dx v
6
Dx2 u
2
||u||L∞T Hs + T ||(u − v)||L2x L∞T ||u||L∞T Hs
Dx2 u
3
3
Lx,T L6x,T L6x,T
2 1
. (T 3 + T 3 ) k(u − v)kXs kuk2XsT . (3.37)
T
9
.T 40 k(u − v)kXs kuk2Xs . (3.38)
T T
s+ 1
+ kDx 2 ukL∞x L2T kukL2x L∞T k(u − v)kL2x L∞T
1
. T 4 k(u − v)kXs a2 + k(u − v)kXs kuk2XsT . (3.42)
T T
Chegamos à estimativa
1 1 2 9
6 4c(1 + T + T 4 + T 3 + T 3 + T 40 )(4c)2 ku0 k2Hs ku − vkXsT . (3.43)
De maneira similar, conseguimos mostrar que existe T3 ∈ (0, T2 ) de modo que para as
demais normas que compõem a norma de XsT , a solução, u
e , pertence a bola XsT3 (a). Ou
seja,
ke
ukXsT 6 a.
3
Capítulo 3. Boa colocação local 35
Se fizermos t → 0 é imediato que kU(t)u0 − u0 kL∞ Hs → 0, mas não fica claro que
T
1
2
s+ 2
a
Dx
∞ 2 tende a zero.
Lx LT
0
Portanto,
s+ 12
s+ 12
Dx u
.
Dx U(t)u0
L∞ 2
x LT L∞ 2
x LT
0 0
1 1
2
9
s+ 12
3 2
3 4 3
+ (T0 + T0 + T0 + T0 + T0 )a + a
Dx u
40
. (3.45)
L∞ 2
x LT 0
Para ε > 0, seja φε ∈ H∞ (R) tal que, ku0 − φε k 6 ε. Então, temos pelo Lema 2.1, com
(α, p, q) = ( 21 , ∞, 2), que
s+ 12
s+ 12
s+ 12
Dx U(t)u0
6
Dx U(t)(u0 − φε )
+
Dx U(t)φε
L∞ 2
x LT L∞ 2
x LT L∞ 2
x LT
0 0 0
Assim,
s+ 12
1 1 1 2 9
D
x
. ε + T02 kφε k + (T0 + T03 + T04 + T03 + T040 )a3 . (3.46)
L∞ 2
x LT
Corolário 3.1 O Teorema 3.1 também é válido se γ = 0. Neste caso, é suficiente consid-
erar ku0 kL2x < δ no lugar de ku0 kHs < δ, isto é, o resultado de boa colocação local detém
também se supormos apenas que ku0 kL2x é pequena.
solução uλ para o PVI associado a equação (5), com uλ (x, 0) = u0λ (x) e, portanto, existe
uma u solução do PVI (8) em [0, T] com ku0 kL2 < δ e γ = 0
Corolário 3.2 Nas hipóteses do Teorema 3.1, temos que existe uma vizinhança V
e de
Então, G está bem definida. Pelo Teorema 3.1 G(u0 , u) = 0 e G é suave. Derivando
G(u0 , u) com respeito a u temos
Zt
Du G(u0 , u)v(t) =v(t) − U(t − τ)(2iγ|u|2 v + iγu2 v̄ + v∂x (|u|2 ) + 2uRe∂x (uv̄)
0
Agora, Du G(u0 , u) : XsT → XsT é inversível. De fato, seja I : XsT → XsT o operador
identidade e escrevamos
Zt
(I − Du G(u0 , u))v(t) = U(t − τ)(2iγ|u|2 v + iγu2 v̄ + v∂x (|u|2 ) + 2iuRe∂x (uv̄)
0
. T kvkXsT a2 . (3.51)
Logo,
Zt
2
U(−τ)v(1 + iH)∂x (|u| )dτ
s
0 H
Z t
Z t
2
2
6
U(−τ)2P− (vP+ ∂x (|u| ))dτ
+
U(−τ)2P+ (vP− ∂x (|u| ))dτ
s
Z t0
Z0 t
s
H H
1 1
1 1
2 2 2 2
+
U(−τ)2P+ ([D x , vū] D
e x u)dτ
+
U(−τ)2P+ ([Dx , vu]D
s
e x ū)dτ
s
Z0t
H
Z t 0
H
1 1
1 1
+
2 e2
U(−τ)2P+ Dx (vūDx u)dτ
+
U(−τ)2P+ Dx (vuDx ū)dτ
2 e2
0 Hs 0 Hs
X
6
= E∗j ,
j=1
Z t
Zt
E∗j E∗j,1 E∗j,2
s
onde = + =
U(−τ)Fj dτ
+
Dx U(−τ)Fj dτ
2.
0 L2x 0 Lx
Segue de (3.8)-(3.10) que
1
2
1
1
1
E∗1,1 E∗2,1 . T
Dx2 v
||u|| + T ||v|| ||u||
2
2
+
Dx u
Dx u
3
L∞
T H
s 3
L2x L∞
T L∞
T H
s
L6x,T L6x,T L6x,T
2 1
. (T 3 + T 3 ) kvkXsT a2 . (3.52)
9 9 1 3 9
E∗1,2 + E∗2,2 . T 40 ||Dx10 v|| 20
9
||u||L2x L∞T ||u||L4 ∞T Hs ||Dsx u||L4 6 . T 40 kvkXsT a2 . (3.53)
L20
x LT x,T
2 1 2
E∗3,1 + E∗4,1 . T 3 kvkL∞T Hs ||Dx2 u||2L6 . T 3 kvkXsT a2 . (3.54)
x,T
1 1 1
E∗5,1 + E∗6,1 . T 3 kvkL2x L∞T kukL∞T Hs kDx2 ukL6x,T . T 3 kvkXsT a2 . (3.56)
1
. T 4 kvkXsT a2 + kvkXsT a2 . (3.57)
Capítulo 3. Boa colocação local 39
2uRe ∂x (uv) + 2iuHRe ∂x (uv) = u(1 + iH)∂x (uv) + u(1 + iH)∂x (uv).
Procedendo, de forma análoga à estimativa feita para obter (3.58), segue que
1 1
u(1 + iH)∂x (uv) = 2P− (uP+ ∂x (uv)) − 2P+ (uP− ∂x (uv)) + 2P+ ([Dx2 , uv̄]D
e x2 u)
1 1 1 1 1 1
e x2 u) + 2P+ ([Dx2 , u2 ]D
− 2P+ Dx2 (uv̄D e x2 v̄) − 2P+ Dx2 (u2 D
e x2 v̄)
X
6
= Fj .
j=1
Assim,
Zt
U(−τ)u(1 + iH)∂ (uv̄)dτ
x
s
0 H
Z t
Z t
6
U(−τ)2P − (uP + ∂x (uv̄))dτ
+
U(−τ)2P+ (uP− ∂x (uv̄))dτ
s
s
Z t0 H
0Z t H
1 1
1 1
2 e2
2 e 2
2
+
U(−τ)2P+ ([Dx , uv̄]Dx u)dτ
+
U(−τ)2P+ ([Dx , u ]Dx v̄)dτ
s
Z0t
H
Z t 0
s H
1 1
1 1
2e 2
+
2 e2
U(−τ)2P+ Dx (uv̄Dx u)dτ
+
U(−τ)2P+ Dx (u Dx v̄)dτ
2
0 Hs 0 Hs
X
6
= E∗j ,
j=1
Z t
Zt
E∗j E∗j,1 E∗j,2
s
onde = + =
U(−τ)Fj dτ
+
Dx U(−τ)Fj dτ
.
2
0 L2x 0 Lx
Utilizando as mesmas técnicas aplicadas de (3.8)-(3.10) segue que
1
1
2
1
∗ ∗
E1,1 + E2,1 . T 3
Dx u
6
2
Dx u
6 ||v||L∞T Hs +
Dx v
6 ||u||L∞T Hs
2 2
Lx,T Lx,T Lx,T
1
1 1
+ T 3 ||u||L2x L∞T ||v||L∞T Hs
Dx2 u
6 + ||u||L∞T Hs
Dx2 v
6
Lx,T Lx,T
2 1
. (T + T ) kvkXsT a2 .
3 3 (3.59)
9
. T 40 kvkXsT a2 . (3.60)
Capítulo 3. Boa colocação local 40
1 1 3 1 1 3
1 s+ 21
+ T 4 ||u||L2x L∞T ||u||L4 ∞T Hs ||Dx2 u||L4 6 ||v||L4 ∞T Hs ||Dx2 v||L4 6 + ||Dx v||L∞x L2T ||u||2L2x L∞
T
x,T x,T
1
. T 4 kvkXsT a2 + kvkXsT a2 . (3.64)
Neste capítulo estenderemos globalmente a solução do PVI (8) em L2 (R) e H1 (R) por
meio de leis de conservação, ou seja, dado T ∈ R, então existe única solução para (8) no
intervalo [0, T ].
e Z +∞
1 2
E(u(t)) := |∂x u| + |u| H∂x (|u| ) + γ|u| dx = E(u0 )
2 2 4
(4.2)
−∞ 2
no intervalo de tempo de existência local.
41
Capítulo 4. Boa Colocação global 42
Sendo
Z +∞ Z +∞
1 d
Re u∂t udx = |u|2 dx,
−∞ 2 dt −∞
Z +∞ Z +∞
1 1 4 +∞
|u| ∂x (|u| )dx =
2 2
∂x (|u| )dx = |u|
4
=0
−∞ 2 −∞ 2 −∞
(4.4)
Teorema 4.1 Seja u0 ∈ H1 (R). Então a solução u do Teorema 3.1 pode ser estendida
para todo intervalo [0, T ].
Demonstração: Com efeito, sendo γ > 0 e [0, T 0 ] o intervalo onde se tem a solução do
PVI no Teorema 3.1, de (4.2) e do Lema 4.1 segue-se
Com isso, dado qualquer T ∗ ∈ [0, T 0 ], temos que o PVI (8) com dado inicial u(x, T ∗ ), pelo
Teorema 3.1, possui única solução no intervalo de tempo [T ∗ , 2T ∗ ]. Da mesma forma, agora
Capítulo 4. Boa Colocação global 43
com dado inicial u(x, 2T ∗ ) o PVI possui única solução no intervalo de tempo [2T ∗ , 3T ∗ ].
Com uma quantidade finita de etapas, existe n ∈ N tal que [0, T ] ⊂ ∪[(n − 1)T ∗ , nT ∗ ].
Devido a unicidade da solução em cada intervalo e como os mesmos são compactos, a
função definida pela justa posição das funções em cada intervalo considerado será a única
solução em [0, T ].
Capítulo 5
Má colocação.
Este capítulo tem como base parte do artigo [2] e as referências [14] e [15]. Considere
o PVI (8). A equação integral associada é dada por
Zt
u(t) = U(t)u0 + 2 U(t − τ)(uP+ ∂x (|u|2 ) + iγ|u|2 u)(τ)dτ. (5.1)
0
Estabeleceremos que a aplicação dado solução para a equação (8) não é C3 -diferenciável
de Hs (R) em C([0, T ], Hs (R)), se s < 0. Basta provarmos esta propriedade na origem,
mais precisamente, temos o seguinte teorema:
Teorema 5.1 Se s ∈ R, tal que s < 0, então não existe T > 0 tal que o PVI (8) admite
uma única solução local definida em um intervalo [0, T ] e tal que aplicação
Uma condição a priori para que a aplicação dado solução seja C3 -diferenciável em zero de
Hs (R) em C([0, T ], Hs (R)), é que exista um espaço métrico XT continuamente imerso em
C([0, T ], Hs (R)) tal que, para
se u ∈ XT temos,
Z t
. kuk3XT .
2 2 2
U(t − τ) iγ|u| u + u∂x (|u| ) + iuH∂x (|u| ) (τ)dτ
(5.3)
0 XT
44
Capítulo 5. Má colocação. 45
Iremos mostrar que existe uma u0 ∈ Hs (R), s < 0, tal que (5.4) falha. Em resumo
demonstraremos a seguinte proposição:
Proposição 5.1 Se s < 0, então existe u0 ∈ Hs (R) tal que (5.4) falha.
e suponha que u = u(µ, x, t) é uma solução local de (5.5) e que a aplicação dado solução
é C3 -diferenciável em zero de Hs (R) em C([0, T ], Hs (R)). A equação integral associada a
(5.5) é Zt
u(t) = U(t)µu0 + 2 U(t − τ)(uP+ ∂x (|u|2 ) + iγ|u|2 u)(τ)dτ.
0
Diferenciando u, temos
Zt
∂u
= U(t)u0 + U(t − τ)(∂µ u∂x (|u|2 ) + u∂x ∂µ (|u|2 ) + i∂µ uH∂x (|u|2 )
∂µ µ=0
0
+ iu∂µ H∂x (|u|2 ) + iγ∂µ (|u|2 )u + iγ|u|2 ∂µ u)dτ
µ=0
= U(t)u0 . (5.6)
= 0, (5.7)
Capítulo 5. Má colocação. 46
pois ∂x u(0, x, t) = 0. Agora se diferenciarmos mais uma vez e usando (5.6), temos:
Zt
∂3 u
= U(t − τ)(∂3µ u∂x (|u|2 ) + 3∂2µ u∂x ∂µ (|u|2 ) + 3∂µ u∂x ∂2µ (|u|2 )
∂µ3 µ=0
0
1
c0 (ξ) = η− 2 N−s χI (ξ),
u N 1, e 0 < η 1, (5.9)
onde I = [N, N+η]. Note que ku0 k ∼ 1. O lema a seguir traz uma importante identidade.
e então
Z t
F U(t − τ)Fγ (U(τ)u0 )dτ
0
2 Z
−eitξ e−2it(ξ−ξ1 )(ξ1 −ξ2 ) − 1
= 3/2 3s (γ + ξ − ξ1 + |ξ − ξ1 |) dξ1 dξ2 , (5.11)
η N Ω(ξ) 2(ξ − ξ1 )(ξ + ξ2 )
Capítulo 5. Má colocação. 47
e portanto,
Z t
F U(t − τ) U(τ)u0 ∂x (|U(τ)u0 | ) − iU(τ)u0 H∂x (|U(τ)u0 | ) (τ)dτ
2 2
0
2 Z
−2eitξ e−2it(ξ−ξ1 )(ξ−ξ2 ) − 1
= 3/2 3s dξ1 dξ2 , (5.13)
η N A(ξ) ξ1 + ξ2
onde
Zt Z
2
G1 = eixξ+i(t−τ)ξ F iγ|U(τ)u0 |2 U(τ)u0 (ξ)dξdτ
0 R
Zt Z
2 \ (ξ )U(τ)u
= iγ eixξ+i(t−τ)ξ U(τ)u
\0 (ξ − ξ1 − ξ2 )U(τ)u 0 2
\0 (ξ1 )dξdξ1 dξ2 dτ
3
Z t0Z R
2
=γ eixξ+itξ ie−2τ(ξ−ξ1 )(ξ1 +ξ2 ) u
c0 (ξ − ξ1 − ξ2 )cu0 (ξ1 )c
u0 (−ξ2 )dξ2 dξ1 dξdτ
0 R3
Z Zt
γ ixξ+itξ2
= 3/2 3s e ie−2τ(ξ−ξ1 )(ξ1 +ξ2 ) dτdξ1 dξ2 dξ
η N Ω 0
Z −2it(ξ−ξ1 )(ξ1 +ξ2 )
γ e − 1 ixξ+itξ2
= − 3/2 3s e dξ1 dξ2 dξ,
η N Ω 2(ξ − ξ1 )(ξ1 + ξ2 )
Zt Z
2
G2 = eixξ+i(t−τ)ξ F U(τ)u0 ∂x (|U(τ)u0 |2 ) (ξ)dξdτ
Z t Z0 R
2
eixξ+itξ i(ξ − ξ1 )e−2iτ(ξ−ξ1 )(ξ1 +ξ2 ) u
c0 (ξ − ξ1 − ξ2 )c
u0 (ξ1 )c
u0 (−ξ2 )dξ2 dξ1 dξdτ
0 R3
Z −2it(ξ−ξ1 )(ξ1 +ξ2 )
1 e −1 2
= − 3/2 3s (ξ − ξ1 )eixξ+itξ dξ1 dξ2 dξ,
η N Ω 2(ξ − ξ1 )(ξ1 + ξ2 )
Capítulo 5. Má colocação. 48
e
Zt Z
2
G3 = − eixξ+i(t−τ)ξ F iU(τ)u0 H∂x (|U(τ)u0 |2 ) (ξ)dξ
Z t Z0 R
2
= ieixξ+itξ |ξ − ξ1 |e−2it(ξ−ξ1 )(ξ1 +ξ2 ) u
c0 (ξ − ξ1 − ξ2 )c
u0 (ξ1 )c
u0 (−ξ2 )dξ2 dξ1 dξdτ
0 R3
Z −2it(ξ−ξ1 )(ξ1 +ξ2 )
1 e −1 2
= − 3/2 3s |ξ − ξ1 |eixξ+itξ dξ1 dξ2 dξ.
η N Ω 2(ξ − ξ1 )(ξ1 + ξ2 )
e
|γ + ξ − ξ1 + |ξ − ξ1 || & 1. (5.16)
Defina
η
B(ξ) = (ξ1 , ξ2 ) ∈ A(ξ) : ξ − ξ1 > . (5.18)
10
Se ξ ∈ (N + η2 , N + η), então
−η = N − N − η 6 ξ1 + ξ2 6 N + η − N = η
−η 6 ξ − ξ1 = ξ − ξ1 − ξ2 + ξ2 6 N + η − N = η
Capítulo 5. Má colocação. 49
(ξ − N − η)2 + (ξ − N)2
|Ω(ξ)| = η2 − & η2 .
2
η η
Para provar (5.19), observemos que B(ξ) é o quadrilátero de vértices V1 (ξ + 10 ; −N − 10 ),
η
V2 (ξ + 10
; −N − η), V3 (N + η; −N − η), V4 (N + η; −2N − η + ξ) (veja a Figura 5.2) e
portanto,
9η (N + 9η − ξ)2
|B(ξ)| = (ξ − N)(N + − ξ) + 10
& η2 .
10 2
ξ2
ξ−N N N+η ξ1
ξ−N−η
f2 (ξ1 )
f1 (ξ1 )
−N
Ω(ξ)
−N − η
ξ2
N ξ N+η ξ1
f2 (ξ1 )
f1 (ξ1 )
A(ξ)
−N
−2N + ξ − η
−N − η
N − η = 2N − N − η 6 N + ξ1 + ξ2 6 ξ − ξ1 − ξ2 + ξ1 + ξ2 6 2N + 2η + ξ2 6 N + 2η,
Observação 5.2 Se N + η < ξ < N + 2η, então Ω(ξ) é um triângulo retângulo isósceles
sobre a diagonal do quadrado I × −I; e Ω(ξ) é um triângulo isósceles sob a diagonal do
quadrado I × −I se N − η < ξ < N. Se N + η < ξ < N + 2η, então A(ξ) é um triângulo
retângulo isósceles sobre a diagonal do quadrado I × −I; se N − η < ξ < N, nesse caso
A(ξ) é o conjunto vazio.
Então, usando as notações acima, o Lema 5.1 (i) dá-nos a seguinte identidade:
Z t
− 23 Z N+2η Z −itM
2 ! 12
U(t − τ)Fγ (U(τ)u0 )dτ
= η e −1
Ndξ1 dξ2 dξ
2 s
(1 + ξ ) .
0
s N3s N−η Ω(ξ) M
(5.23)
Observemos que,
Z e−itM − 1 2
Ndξ1 dξ2
M
Ω(ξ)
Z Z 2
cos(iM) − 1 sen(tM)
Ndξ1 dξ2 − i Ndξ1 dξ2
=
Ω(ξ) M Ω(ξ) M
Z 2 Z 2
cos(iM) − 1 sen(tM)
= Ndξ1 dξ2 + Ndξ1 dξ2
Ω(ξ) M Ω(ξ) M
Z 2
sen(tM)
> Ndξ1 dξ2 . (5.24)
Ω(ξ) M
Logo, pelo Lema 5.2 junto com (5.21) e (5.24) segue que
Z t Z N+(2−k)η Z 2 ! 12
η− 23
sen(tM)
Ndξ1 dξ2 dξ
2 s
U(t − τ)Fγ (U(τ)u0 )dτ
& (1 + ξ )
0
N3s
N+(k−1)η Ω(ξ) M
Z N+(2−k)η ! 21
γ
& 3 (1 + ξ2 )s |Ω(ξ)|2 |t|2 dξ
η 2 N3s N+(k−1)η
Z N+(2−k)η ! 21
γη2 |t|
& 3 ξ2s dξ
η 2 N3s N+(k−1)η
Z N+(2−k)η ! 21
γη2 |t|
& 3 N2s dξ
η 2 N3s N+(k−1)η
1
γη |t|
2 1 γη|t|
& 2s
(N + (2 − k)η − N − (k − 1)η) 2 & 2s (5.25)
N N
que é uma contradição para N 1. Portanto, a proposição está provada para o caso
γ > 0.
Capítulo 5. Má colocação. 52
Agora passemos ao caso γ = 0. Utilizando o Lema 5.1 (ii), o Lema 5.2 juntamente
com as desigualdades (5.24) e (5.21), respectivamente, obtemos:
Z t
U(t − τ)(U(τ)u0 ∂x (|U(τ)u0 |2 ) − iU(τ)u0 H∂x (|U(τ)u0 |2 ))(τ)dτ
(5.26)
0 s
Z N+2η Z 2 ! 12
4|t|
2 s e−2it(ξ−ξ1 )(ξ1 +ξ2 ) − 1
=− 3 (1 + ξ ) (ξ − ξ1 )dξ1 dξ2 dξ
η 2 N3s N−η A(ξ) 2it(ξ − ξ1 )(ξ1 + ξ2 )
Z N+(2−k)η Z 2 ! 12
|t|
2 s sen2t(ξ − ξ1 )(ξ1 + ξ2 )
& 3 (1 + ξ ) (ξ − ξ1 )dξ1 dξ2 dξ
η 2 N3s N+(k−1)η A(ξ) 2t(ξ − ξ1 )(ξ1 + ξ2 )
Z N+(2−k)η Z 2 ! 12
|t| sen2t(ξ − ξ1 )(ξ1 + ξ2 )
& 3 (1 + ξ2 )s (ξ − ξ1 )dξ1 dξ2 dξ
η N3s
2 N+(k−1)η B(ξ) 2t(ξ − ξ1 )(ξ1 + ξ2 )
Z N+(2−k)η ! 21
|t| |t|η2
& 1 (1 + ξ2 )s |B(ξ)|2 dξ & 2s . (5.27)
η N3s
2 N+(k−1)η N
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