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MATERIAL DO CURSO

MÉTODO FÔNICO DE ALFABETIZAÇÃO

APOSTILA

ALFABETIZAÇÃO, CULTURA E LINGUAGENS


ALFABETIZAÇÃO, CULTURA E LINGUAGENS
O que é alfabetização?

O que é cultura?

O que é linguagem?

Como estas palavras (conceitos) se entrecruzam nas práticas pedagógicas?

Fazer o que? Tem Todo ser Por que


gente que nasceu humano meu aluno
para pegar no pesado não
aprende. Todo
consegue
mesmo, não para o ser humano é ???
estudo! capaz de
aprender!
…MAS O QUE É ALFABETIZAÇÃO?
• Um conceito histórico, portanto, criado e resignificado por sujeitos
localizados em espaços tempos diferentes.
• Antiguidade Clássica – Grécia/Roma – prevalecia a oralidade;
muitos liam; pouca importância da escrita;
• Idade Média – cultura letrada cai em desuso; escrita profana e
sagrada; rígida censura e controle pelo clero;
• Reforma protestante – contato direto homem/Deus via leitura; ler e
realizar operações matemáticas básicas; escrita reduzida a saber
assinar o nome;
• Revolução Francesa – alfabetização universal – ler, escrever, fazer
operações básicas – conquista de cidadania;
• Alfabetização Jesuíta – catequese – ratio studiorium; reação a
reforma;
• Proclamação da República – ideiais iluministas, positivistas; educar o
cidadão (ordem) para industrialização (progresso); utopias da
modernidade;
- Métodos sintéticos: soletração; fônico; silabação;
- Métodos analíticos: 1876 - método João de Deus (Silva Jardim);
palavração – base moderna linguística; didática subordinada à
linguística;
• 1890 – Escola-Modelo anexa a escola Normal de São Paulo;
institucionalização do método analítico (debate: parte da palavra, da
frase ou do texto?) O que é o todo?
• 1910 – o termo “alfabetização” começa a ser usado como referência ao ensino inicial da
leitura e escrita;

• 1920 – métodos mistos ou ecléticos; relativização da importância do método:

fundamentação na psicologia;

• 1934 – Lourenço Filho – testes ABC para verificação da maturidade necessária ao

aprendizado da leitura e escrita; difusão da ideia de prontidão, período preparatório;

• Questões de didática subordinadas às de ordem psicológica;

• Construtivismo – o sujeito constroi o conhecimento em relação com o objeto;

• Interacionismo – o sujeito constroi o conhecimento na relação com o outro em relação

ao objeto;
O “outro” em nossa sociedade ocidental
é entendido como o louco, a criança, o
selvagem, o estrangeiro, o delinquente, o
marginalizado, o deficiente, entre os
outros que não correspondem à norma
desta sociedade... e temos a
necessidade destes “outros”, pois “o
louco confirma e reforça nossa razão; a
criança, a nossa maturidade; o
selvagem, a nossa civilização; o
marginalizado, a nossa integração; o
estrangeiro, o nosso país; e o deficiente,
a nossa normalidade” (Larrosa, 2003, p.
68).
• Quem é nosso aluno?
• O que temos que ensinar? Como podemos ensinar?
• Para que ensinamos?
SABERES E NÃO SABERES
“O aluno é muito faltoso. Apesar de todo material fornecido: cadernos encapados e
etiquetados, lápis, apontador, borracha, quase nunca comparece com os mesmos.
O caderno já foi diversas vezes “arrumado”, mas retorna sempre rasgado,
sujo, sem capa. Os trabalhos não seguem uma ordem, denunciando a dificuldade da
própria organização e percepção espacial do aluno. Demonstra pouco interesse pelas
atividades desenvolvidas e encontra- se muito aquém do desenvolvimento do grupo,
o que veio ao longo do período se agravando pela sua ausência constante.
Apresentou poucos avanços percebidos no período: continua reconhecendo poucas
letras e não atribui sentido a sílabas, não lê – nem mesmo de memória – as
palavras exaustivamente expostas e trabalhadas como vocabulário de referência.
Tenho tido dificuldade de atender suas necessidades particulares pela falta
oportunidade de dar continuidade ao trabalho de recuperação paralela. Quando
consigo iniciar alguma estratégia, retomar individualmente trabalhos desenvolvidos,
o aluno some dois, três
dias e retorna completamente desvinculado de tudo que foi vivido e desenvolvido
pelo grupo. Não obtive até o momento avanços significativos no campo da leitura e
escrita. É uma criança que inspira preocupação.”
ALFABETIZAÇÃO: CONTRA QUEM, A FAVOR DE QUEM? CONTRA O QUE E A
FAVOR DE QUE?

PACTOS DE MEDIOCRIDADE

PACTOS DE SOLIDARIEDADE
“O enfoque da cultura começa
quando o homem ordinário se torna o
narrador, quando define o lugar
(comum) do discurso e o espaço
(anônimo) de seu desenvolvimento”.
(Certeau:2004, p.63)
A palavra é uma construção histórica e social… as linguagens são construções históricas
e sociais…
A palavra existe na interação com as linguagens do mundo…o complexo e fluido
conteúdo das palavras é imprimido pelo complexo e fluido mundo das linguagens que
são criadas e resiguinificadas nas relações.
Aprender a palavra mundo é aprendê-la na relação com as linguagens do mundo, é
aprendê-la no plural: nos mundos das culturas, com os sujeitos de culturas e linguagens
diversas: as imagens, as músicas, as poesias, as receitas, as cartas de amor, o orkut, o
email, o panfleto, a cartilha sindical e a listinha do mercado, a novela e o teatro, as
histórias da vovó e os “causos” de compadre…
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