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ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO

1.1. A existência de Deus

1.2. Aspectos da natureza de Deus

1.3. A revelação de Deus

1.4. O objetivo da Doutrina de Deus

2. ARGUMENTOS EM FAVOR DA DOUTRINA DE DEUS

2.1. Argumento cosmológico

2.2. Argumento teleológico

2.3. Argumento antropológico ou moral

2.4. Argumento ontológico

3. A NATUREZA DE DEUS

3.1. O relato de São Mateus

3.2. O relato de São Marcos

3.3. O relato de São Lucas

4. AS CARACTERÍSTICAS DA PERSONALIDADE DIVINA

4.1. O Deus da Bíblia

4.2. A inteligência de Deus

4.3. A determinação ou volição de Deus

4.4. A consciência moral de Deus

4.5. A soberania e imutabilidade de Deus

4.6. A infinitude de Deus


4.6.1. No espaço

4.6.2. No tempo

4.6.3. No conhecimento

4.7. A unidade de Deus

4.8. A imanência de Deus

4.9. A transcendência de Deus

5. OS NOMES DE DEUS

6. AS FIGURAS TEOLÓGICAS DE LINGUAGEM ACERCA DE DEUS

6.1. Antropomorfia

6.2. Antropoiese

6.3. Antropopatismo

6.4. Teofania

6.5. O arrependimento divino

7. OS ATRIBUTOS DE DEUS

7.1. Os atributos de Deus

7.1.1. A eternidade de Deus

7.1.2. Imutabilidade de Deus

7.2. Os atributos ativos de Deus

7.2.1. Onipotência de Deus

7.2.2. Onisciência de Deus

7.2.3. Onipresença de Deus

7.2.4. A soberania de Deus


7.3. Os atributos morais de Deus

7.3.1. A santidade de Deus

7.3.2. A veracidade de Deus

7.3.3. A fidelidade de Deus

7.3.4. A justiça de Deus

7.3.5. O amor de Deus

7.3.6. A graça de Deus

7.3.7. A misericórdia de Deus

7.3.8. A longanimidade de Deus

8. A TRINDADE DIVINA

8.1. A biblicidade da doutrina da Trindade

8.2. A trindade no Antigo Testamento

8.3. A trindade no Novo Testamento


INTRODUÇÃO

“No princípio criou Deus o céu e a terra.


E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo;
e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.”

(Gênesis 1:1,2)

A existência de Deus

A existência de Deus é algo fundamental ao pensamento humano. De fato,


abandonar esse conceito tão crucial é abandonar o apreço pela realidade para
embarcar no mar da irracionalidade onde nada possui significado ou propósito.

Precisamos compreender e alimentar as verdades espirituais do homem


interior defendendo o que as Sagradas Escrituras apresentam, isto é, a inegável
existência de Deus desde a eternidade passada até a eternidade futura. Deus é a
origem de tudo, Aquele que governa tudo e, também, Aquele sustenta todas as coisas
na sua potência.

Aspectos da natureza de Deus

Os aspectos da natureza de Deus foram-nos apresentados através da


progressiva auto revelação de Deus para a humanidade que culmina na visibilidade
da pessoa de Cristo em Sua encarnação.

Porque um menino nos nasceu, um filho se nos


deu, e o principado está sobre os seus ombros, e
se chamará o seu nome: Maravilhoso,
Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade,
Príncipe da Paz.

(Isaías 9:6)

A natureza de Deus possui singularidades inerentes à Sua condição divina.


Deus é, necessariamente, absolutamente independente de todas as coisas existentes
fora de Si mesmo, isto é, Ele independe de qualquer coisa para o garantimento da
continuidade e perpetuidade de seu Ser. Além disso, a vida de Deus Nele mesmo é
totalmente inerente à Sua natureza, de forma que apenas Ele pode conhecer a Si
mesmo em sua completude.

A revelação de Deus

No campo da compreensão humana, falamos de Deus e Sua existência


baseados nas verdades reveladas por meio da Bíblia Sagrada. Fora das Escrituras,
todo raciocínio encaixa-se apenas no campo das ideias e especulações, uma vez que
apenas Deus compreende Sua própria natureza eterna.

O objetivo da Doutrina de Deus

O objetivo da doutrina de Deus é demonstrar a existência de Deus. Ao longo


da Bíblia Sagrada, podemos encontrar diversos testemunhos acerca de Deus:

Todavia para nós há um só Deus, o Pai, de quem


é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor,
Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós
por ele.

(1 Coríntios 8:6)

Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é


necessário que aquele que se aproxima de Deus
creia que ele existe, e que é galardoador dos que
o buscam.

(Hebreus 11:6)

E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU.


Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU
SOU me enviou a vós.

(Êxodo 3:14)

Portanto, assim diz o Senhor DEUS: Vivo eu, que


o meu juramento, que desprezou, e a minha
aliança, que quebrou, isto farei recair sobre a sua
cabeça.

(Ezequiel 17:19)

É importante notar que a Bíblia não tem por objetivo provar a existência de
Deus, mas sim expô-la, uma vez que sua validade já é auto evidente. Podemos
perceber no relato de Gênesis tanto a existência quanto a autonomia de Deus perante
sua criação.

Isso significa dizer que Deus é um ser vivo totalmente auto existente, tendo em
Si mesmo a base de Sua própria existência. É interessante perceber que, em Êxodo
3:13, Deus não diz “EU FUI” ou “EU SEREI”, mas sim “EU SOU”, sua declaração
divina que comprova sua natureza imutável e independente.

Deus é auto existente mas, longe de ser apenas uma criatura independente,
Faz com que toda a criação dependa dEle. Ele é a causa de tudo. Ele tem uma vida
em si mesmo; uma vida que, no Eterno Passado, não existia em nenhum lugar além
dEle
ARGUMENTOS EM FAVOR
DA DOUTRINA DE DEUS

“Antes, santificai ao Senhor Deus em vossos corações;


e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor
a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós,”

(1 Pedro 3:15)

Argumento cosmológico:

Antes que os montes nascessem, ou que tu


formasses a terra e o mundo, mesmo de
eternidade a eternidade, tu és Deus.

(Salmos 90:2)

1. Tudo que começa a existir tem uma causa para sua existência.
2. O universo começou a existir.
3. Portanto, o universo tem uma causa da sua existência.

Explicação:

Argumentos de “primeira causa” foram estabelecidos desde a antiga Grécia por Platão
e Aristóteles. Tais argumentos baseiam-se no conceito de que tudo que passa a existir
necessita de uma causa.

O Argumento Cosmológico apresenta dois raciocínios filosóficos acerca do infinito


para provar a validade de sua segunda premissa:

Primeiro: um infinito real não pode existir. Um fragmento de um conjunto infinito é igual
ao todo desse mesmo conjunto infinito, já que tanto a parte como o todo são,
necessariamente, infinitos. Isso também é válido para um conjunto de acontecimentos
históricos: conclui-se, portanto, que a ocorrência de um conjunto verdadeiramente infinito de
eventos que antecedem determinado momento no tempo é impossível.

Segundo: um infinito real não pode ser formado. História, ou a coleção de todos os
eventos no tempo, é formada pela adição de uma sequência de eventos, um após o outro e,
portanto, jamais pode ser um infinito real.

Argumento teleológico:
Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação
do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua
divindade, se entendem, e claramente se vêem
pelas coisas que estão criadas, para que eles
fiquem inescusáveis;

(Romanos 1:20)
1. O ajuste fino do universo se deve a necessidade física, acaso ou design.
2. Não se deve a necessidade física ou acaso.
3. Logo, o ajuste se deve a design.

Explicação:

“O ajuste fino é de dois tipos:

Primeiro, quando as leis da natureza são expressas como equações matemáticas você
encontrará nelas certas constantes, como a constante que representa a força da gravidade.
Estas constantes não são determinadas pelas leis da natureza. As leis da natureza são
consistentes com uma ampla gama de valores para estas constantes.

Segundo, em adição a estas constantes, existem certas quantidades arbitrárias


colocadas como condições iniciais sobre as quais as leis da natureza operam, por exemplo,
a quantidade de entropia ou o equilíbrio entre matéria e antimatéria no universo.

Agora, todas estas constantes e quantidades arbitrárias se encaixam em uma


extraordinária faixa estreita de valores que permitem a existência de vida. Se estas
constantes ou quantidades fossem alteradas em menos do que a largura de um fio de cabelo,
o equilíbrio que permite a existência de vida seria destruído e nenhum organismo de qualquer
espécie poderia existir.

Assim, quando os cientistas dizem que o universo é “finamente ajustado” para a


existência de vida, eles não querem dizer que ele foi “projetado”; eles querem dizer que
pequenos desvios dos valores reais das constantes e quantidades arbitrárias da natureza
proibiriam o universo de abrigar vida ou, alternativamente, que a série de valores que
permitem vida ao universo é incompreensivelmente estreita em comparação com a
quantidade de valores que poderiam ser assumidos.

Premissa 1: A premissa 1 simplesmente lista as três possibilidades para explicar a


presença deste incrível ajuste fino no universo: necessidade física, acaso ou design.

Premissa 2: A premissa 2 do argumento responde a esta questão. Considere as três


alternativas. A primeira, necessidade física, é extremamente implausível porque, como
vimos, as constantes e as quantidades são independentes das leis da natureza.

Sendo assim o que podemos dizer da segunda alternativa, de que o ajuste fino do
universo se deve ao acaso? O problema com esta alternativa é que os pontos contra a
possibilidade do universo permitir vida são tão incompreensivelmente grandes que não
podem ser encarados racionalmente.

Mesmo que existisse um grande número de universos dentro da paisagem cósmica,


mesmo assim o número de mundos que permitiriam a existência de vida seria
incomensuravelmente pequeno se comparado à paisagem completa, assim, a existência de
um universo que permite a existência de vida é fantasticamente improvável.

Estudantes ou leigos que alegremente declaram “Isto poderia ter ocorrido pelo acaso!”
simplesmente não tem idéia da precisão fantástica dos requisitos de ajuste fino para a
existência de vida. Eles nunca abraçariam tal hipótese em qualquer outra área de suas vidas
– por exemplo, como um carro apareceu em sua garagem da noite para o dia.
O ajuste fino do universo não ocorre, portanto, por necessidade física nem acaso.
Segue-se, portanto, que o ajuste fino é devido ao design, a não ser que a hipótese do design
possa ser demonstrada como ainda mais implausível do que seus adversários.”

(William Lane Craig)

Argumento antropológico ou moral

Sendo nós, pois, geração de Deus, não havemos


de cuidar que a divindade seja semelhante ao
ouro, ou à prata, ou à pedra esculpida por artifício
e imaginação dos homens.

(Atos 17:29)

1. Se Deus não existe, valores e deveres morais objetivos não existem;


2. Valores e deveres morais objetivos existem;
3. Portanto, Deus existe.

Explicação:

“Primeiro, nós devemos distinguir valores morais de deveres morais. Valores têm a ver
com algo ser bom ou mau. Deveres têm a ver com algo ser certo ou errado. Você pode estar
pensando agora que esta distinção não faz diferença alguma: “bom” e “certo” significam a
mesma coisa, e o mesmo ocorre com “mau” e “errado”. Mas se você pensar um pouco verá
que este não é o caso.

Um dever tem a ver com obrigação moral, o que você deve ou não deve fazer. Mas
obviamente você não é moralmente obrigado a fazer alguma coisa apenas porque ela será
boa para você. Por exemplo, seria bom para você se tornar um doutor, mas você não está
moralmente obrigado a se tornar um doutor. Além do mais, também seria bom a você se
tornar um bombeiro ou uma dona de casa ou um diplomata, mas você não pode ser todas
estas coisas. Desta forma, existe uma diferença entre bem/mal e certo/errado. Bem/mal tem
a ver com valer a pena, enquanto certo/errado tem a ver com obrigação.

Segundo, existe a diferença entre ser objetivo e subjetivo. Por “objetivo” eu quero dizer
“independente da opinião das pessoas”. Por “subjetivo” eu quero dizer “dependente da
opinião das pessoas”. Desta forma, dizer que existem valores morais objetivos significa dizer
que alguma coisa é boa ou má independentemente do que qualquer pessoa pense sobre
isto.

De forma similar, dizer que temos deveres morais objetivos significa dizer que certas
ações são corretas ou erradas a nós a despeito do que as pessoas pensam sobre isto. Assim,
por exemplo, dizer que o Holocausto foi objetivamente errado é dizer que ele foi errado
mesmo que os nazistas que o levaram a cabo pensassem que aquilo era correto, e que isto
continuaria sendo errado mesmo se os nazistas tivessem vencido a II Guerra Mundial e
tivessem tido sucesso em exterminar ou fazer lavagem cerebral em todos que discordassem
deles para que todos, desta forma, acreditassem que o Holocausto era correto.
[...]

Desta forma valores morais não são independentes de Deus porque o caráter próprio
de Deus define o que é bom. Deus é essencialmente compassivo, justo, bom, imparcial, etc.
Sua natureza é o padrão moral que determina o que é certo ou errado. Suas ordens
necessariamente refletem sua natureza moral. Portanto, não existe arbitrariedade. O
bem/mal moral é determinado pela natureza de Deus, e o certo/errado moral é determinado
por sua vontade. Deus quer alguma coisa porque Ele é bom, e algo é correto porque Deus
assim o quer.”

(William Lane Craig)

Argumento ontológico

Ainda antes que houvesse dia, eu sou; e ninguém


há que possa fazer escapar das minhas mãos;
agindo eu, quem o impedirá?

(Isaías 43:13)

1. É possível que um Ser maximamente grande (que chamamos Deus)


exista;
2. Se é possível que um Ser maximamente grande exista, então um Ser
maximamente grande existe em algum mundo possível;
3. Se um Ser maximamente grande existe em algum mundo possível, então
Ele existe em todos os mundos possíveis;
4. Se um Ser maximamente grande existe em todos os mundos possíveis,
então Ele existe no mundo atual;
5. Portanto, um Ser maximamente grande existe no mundo atual.
6. Portanto, um Ser maximamente grande existe.
7. Portanto, Deus existe.

Explicação:

“Para aqueles que não são familiarizados com a semântica dos mundos possíveis,
permitam-me explicar que por “mundo possível” eu não quero quiser um planeta ou até
mesmo um universo, mas sim uma completa descrição da realidade, ou uma forma como a
realidade poderia ser.

Talvez a melhor maneira de pensar sobre um mundo possível seja pela conjunção p
& q & r & s…, cujas conjunções individuais são as proposições p, q, r, s…Um mundo possível
é uma conjunção que compreende cada proposição ou sua contradição, de forma que ela
produza uma descrição completa da realidade – nada é deixado para trás em tal descrição.
Ao negar diferentes conjunções em uma descrição completa nós chegamos a diferentes
mundos possíveis.

W1: p & q & r & s…

W2: p & não-q & r & não-s…

W3: not-p & não-q & r & s…


W4: p & q & não-r & s…

Apenas uma destas descrições será composta inteiramente por proposições


verdadeiras e será, então, a maneira como a realidade verdadeira se apresenta, isto é, o
mundo real.

Uma vez que nós estamos falando sobre mundos possíveis, as várias conjunções que
compreendem um mundo possível devem ser capazes de ser verdade tanto individualmente
como juntas. Por exemplo, a proposição “O Primeiro Ministro é um número primo” não é nem
possivelmente verdadeira, porque números são objetos abstratos que não podem ser
concebidos em identidade com um objeto concreto como o Primeiro Ministro. Portanto,
qualquer mundo possível não pode ter esta proposição como uma de suas conjunções; sua
negação, entretanto, será uma conjunção de qualquer mundo possível. Esta proposição é
necessariamente falsa, isto é, ela é falsa em qualquer mundo possível.

Em contraste, a proposição “George McGovern é o presidente dos Estados Unidos” é


falsa no mundo real, mas poderia ser verdadeira, então ela é uma conjunção presente em
alguns mundos possíveis. Dizer que George McGovern é o presidente dos Estados Unidos
em algum mundo possível é dizer que existe uma completa descrição da realidade tendo esta
proposição em questão como uma de suas conjunções. De forma similar, dizer que Deus
existe em algum mundo possível é dizer que a proposição “Deus existe” é verdadeira em
alguma descrição completa da realidade.

[...]

A ideia de um ser maximamente grande é intuitivamente uma ideia coerente, e


portanto parece ser plausível que este ser possa existir. A fim de que o argumento ontológico
falhe, o conceito de grandeza máxima precisa ser incoerente, como o conceito de “solteiro
casado”. O conceito “solteiro casado” não é um conceito estritamente autocontraditório (como
o conceito de um homem “casado não-casado”), mas ainda é óbvio que, uma vez entendido
o significado das palavras “solteiro” e “casado”, então nada correspondente a este conceito
pode existir.

Em contraste, o conceito de um ser maximamente grande não parece ser, nem mesmo
de forma remota, incoerente. Isto fornece uma garantia prima facie para pensarmos que é
possível que um ser maximamente grande exista.

A NATUREZA DE DEUS
“Ora, ao Rei dos séculos, imortal, invisível,
ao único Deus sábio, seja honra e glória para todo o sempre.
Amém.”

(1 Timóteo 1:17)

Por natureza pode-se entender a indicação das características que diferenciam


um ser dos demais. Aquele que fez a vida e revelou Sua natureza na criação é
revelado pela bíblia como Deus. Deus não é uma força, um pensamento ou um poder,
mas sim um ser pessoal com natureza inacessível: esse é o Deus bíblico.

Acerca do Ser de Deus, Ele não é constituído de matéria física, pois ela surge
por meio de Seu poder, isto é, é resultante e originada. O termo “Ser de Deus” refere-
se a existência real e substancial de Deus. É em essência e substância.

A identidade pessoal de Deus está intrínseca e inerente em sua natureza


existente, plena e absoluta.Sua essência e substância é indivisível. Deus tem sua
natureza como substância e essência. Essa essência é constituída totalmente e
divinamente pelas propriedades imutáveis que caracterizam a pessoa inata,
transcendental, e gloriosa de Deus. O que compõe Deus é a Glória, sua essência
primária. Essa Glória é inerente e peculiar a Deus.

Por substância compreende-se sua natureza imaterial e incorpórea. Em Deus


não há elemento físico material, mas isso não significa que ele não é uma pessoa
com estrutura corporal e existencial. Essa estrutura corporal está intrinsecamente e
inerentemente fundamentada em sua substância, isto é, seus atributos. Deus Se
apresenta com sua identidade pessoal e estrutura corporal constituída na plenitude
de Sua própria Glória. Deus não tem luz, ele é a própria luz, o próprio amor, a própria
glória, a própria vida.

O relato de São Mateus

“Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, e a Tiago, e a João, seu irmão, e os conduziu em particular a um
alto monte, E transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes se tornaram
brancas como a luz. E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele. E Pedro, tomando a palavra,
disse a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, façamos aqui três tabernáculos, um para ti, um para
Moisés, e um para Elias. E, estando ele ainda a falar, eis que uma nuvem luminosa os cobriu. E da nuvem saiu
uma voz que dizia: Este é o meu amado Filho, em quem me comprazo; escutai-o. E os discípulos, ouvindo isto,
caíram sobre os seus rostos, e tiveram grande medo. E, aproximando-se Jesus, tocou-lhes, e disse: Levantai-vos,
e não tenhais medo. E, erguendo eles os olhos, ninguém viram senão unicamente a Jesus.”

(Mateus 17:1-8)

O relato de São Marcos

“Dizia-lhes também: Em verdade vos digo que, dos que aqui estão, alguns há que não provarão a morte sem que
vejam chegado o reino de Deus com poder. E seis dias depois Jesus tomou consigo a Pedro, a Tiago, e a João,
e os levou sós, em particular, a um alto monte; e transfigurou-se diante deles; E as suas vestes tornaram- se
resplandecentes, extremamente brancas como a neve, tais como nenhum lavadeiro sobre a terra as poderia
branquear. E apareceu-lhes Elias, com Moisés, e falavam com Jesus. E Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus:
Mestre, é bom que estejamos aqui; e façamos três cabanas, uma para ti, outra para Moisés, e outra para Elias.
Pois não sabia o que dizia, porque estavam assombrados. E desceu uma nuvem que os cobriu com a sua sombra,
e saiu da nuvem uma voz que dizia: Este é o meu filho amado; a ele ouvi. E, tendo olhado em redor, ninguém
mais viram, senão só Jesus com eles. E, descendo eles do monte, ordenou-lhes que a ninguém contassem o que
tinham visto, até que o Filho do homem ressuscitasse dentre os mortos. E eles retiveram o caso entre si,
perguntando uns aos outros que seria aquilo, ressuscitar dentre os mortos.”

(Marcos 9:1-10)

O relato de São Lucas

“E aconteceu que, quase oito dias depois destas palavras, tomou consigo a Pedro, a João e a Tiago, e subiu ao
monte a orar. E, estando ele orando, transfigurou-se a aparência do seu rosto, e a sua roupa ficou branca e mui
resplandecente. E eis que estavam falando com ele dois homens, que eram Moisés e Elias, Os quais apareceram
com glória, e falavam da sua morte, a qual havia de cumprir-se em Jerusalém. E Pedro e os que estavam com ele
estavam carregados de sono; e, quando despertaram, viram a sua glória e aqueles dois homens que estavam
com ele. E aconteceu que, quando aqueles se apartaram dele, disse Pedro a Jesus: Mestre, bom é que nós
estejamos aqui, e façamos três tendas: uma para ti, uma para Moisés, e uma para Elias, não sabendo o que dizia.
E, dizendo ele isto, veio uma nuvem que os cobriu com a sua sombra; e, entrando eles na nuvem, temeram. E
saiu da nuvem uma voz que dizia: Este é o meu amado Filho; a ele ouvi. E, tendo soado aquela voz, Jesus foi
achado só; e eles calaram-se, e por aqueles dias não contaram a ninguém nada do que tinham visto.

(Lucas 9:28-36)

O Deus onipotente, revelou-se mesmo não podendo ser compreendido pelo


ser humano. A veracidade da doutrina de Deus baseia-se nas Sagradas Escrituras,
uma vez que Deus é inexplicável, estando muito além de qualquer capacidade
intelectual humana.

Ora, ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus sábio, seja honra e glória para todo o
sempre. Amém.
(1 Timóteo 1:17)

Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.


(João 4:24)

AS CARACTERÍSTICAS DA
PERSONALIDADE DIVINA

“Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim,


diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso.”
(Apocalipse 1:8)

O Deus da Bíblia

Deus é um Ser individual e pessoal. Ele é uma pessoa infinita, eterna, pessoal
e imensurável, completamente diferente dos seres humanos, criaturas dEle, e possui
atributos gloriosos de natureza divina. As Sagradas Escrituras apresentam diversas
características acerca da personalidade divina:

A inteligência de Deus

Vinde então, e argüi-me, diz o Senhor: ainda que


os vossos pecados sejam como a escarlata, eles
se tornarão brancos como a neve; ainda que
sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão
como a branca lã.

(Isaías 1:18)

Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a


vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de
paz, e não de mal, para vos dar o fim que
esperais.

(Jeremias 29:11)

Contudo as minhas palavras e os meus estatutos,


que eu ordenei aos profetas, meus servos, não
alcançaram a vossos pais? E eles voltaram, e
disseram: Assim como o Senhor dos Exércitos fez
tenção de nos tratar, segundo os nossos
caminhos, e segundo as nossas obras, assim ele
nos tratou.

(Zacarias 1:6)

A determinação ou volição de Deus

O Senhor empobrece e enriquece; abaixa e


também exalta. Levanta o pobre do pó, e desde o
monturo exalta o necessitado, para o fazer
assentar entre os príncipes, para o fazer herdar o
trono de glória; porque do Senhor são os
alicerces da terra, e assentou sobre eles o
mundo. Os pés dos seus santos guardará, porém
os ímpios ficarão mudos nas trevas; porque o
homem não prevalecerá pela força.

(1 Samuel 2:7-9)

A consciência moral de Deus


Ele ama a justiça e o juízo; a terra está cheia da
bondade do Senhor.

(Salmos 33:5)

A soberania e imutabilidade de Deus

E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU.


Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU
SOU me enviou a vós.

(Êxodo 3:14)

A infinitude de Deus

Por definição, Deus é um Ser sem limites: Ele não possui começo nem fim.
Não há parâmetros para medi-lo, e é apenas através da luz da Bíblia Sagrada que
podemos ter uma dimensão de sua infinitude. A natureza infinita de Deus apresenta-
se em diversos aspectos:

O Deus que fez o mundo e tudo que nele há,


sendo Senhor do céu e da terra, não habita em
templos feitos por mãos de homens; Nem
tampouco é servido por mãos de homens, como
que necessitando de alguma coisa; pois ele
mesmo é quem dá a todos a vida, e a respiração,
e todas as coisas;

(Atos 17:24,25)
No espaço:

Deus está além de qualquer barreira espacial, existindo antes mesmo


de o espaço ser criado. De fato, isso se dá porque Ele mesmo é o criador do
espaço.

Não há um lugar sequer em que Ele não possa ser encontrado, apesar
de que nenhum lugar pode contê-lo: eis aí o princípio da onipresença de Deus.
Para onde me irei do teu espírito, ou para onde
fugirei da tua face? Se subir ao céu, lá tu estás;
se fizer no inferno a minha cama, eis que tu ali
estás também. Se tomar as asas da alva, se
habitar nas extremidades do mar, Até ali a tua
mão me guiará e a tua destra me susterá. Se
disser: Decerto que as trevas me encobrirão;
então a noite será luz à roda de mim. Nem ainda
as trevas me encobrem de ti; mas a noite
resplandece como o dia; as trevas e a luz são
para ti a mesma coisa;
(Salmos 139:7-12)

No tempo:

A relação de Deus com o tempo vem mostrar-nos o quanto Ele é infinito.


Deus não é limitado pelo tempo, não sendo, dessa forma, afetado por ele. Deus
É antes do tempo, uma vez que Ele é Senhor sobre o tempo.

Ele é eterno, e, como tal, conhece todos os pontos do tempo a todos os


momentos. Deus simplesmente É, sendo completamente independente do
tempo. Na condição de Criador, Deus está acima do tempo.

SENHOR, tu tens sido o nosso refúgio, de


geração em geração.
Antes que os montes nascessem, ou que tu
formasses a terra e o mundo, mesmo de
eternidade a eternidade, tu és Deus.

(Salmos 90:1,2)

Ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória


e majestade, domínio e poder, agora, e para todo
o sempre. Amém.

(Judas 1:25)

E o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo


para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da
morte e do inferno.

(Apocalipse 1:18)

No conhecimento:

Na condição de Deus, Ele conhece a todas as coisas, quer sejam


expostas, quer sejam encobertas. Das estrelas aos grãos do mar, ele tem
acesso a todas as informações da criação.

Conta o número das estrelas, chama-as a todas


pelos seus nomes. Grande é o nosso Senhor, e
de grande poder; o seu entendimento é infinito.

(Salmos 147:4,5)

Não se vendem dois passarinhos por um ceitil? e


nenhum deles cairá em terra sem a vontade de
vosso Pai. E até mesmo os cabelos da vossa
cabeça estão todos contados.

(Mateus 10:29,30)
E não há criatura alguma encoberta diante dele;
antes todas as coisas estão nuas e patentes aos
olhos daquele com quem temos de tratar.

(Hebreus 4:13)

A unidade de Deus

O nome de Deus é pluralizado no conselho do Deus Trino, mas ainda assim


Ele é Uno. Dizer que Deus é Uno não exclui a pessoa do Filho e do Espírito Santo,
uma vez que Sua unidade está em Sua essência absoluta.

“Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único


Senhor.”

(Deuteronômio 6:4)

A imanência de Deus

Deus está presente e ativo em Sua criação dentro da raça humana, mesmo
em meio aos incrédulos. A presença e a ação de Deus no universo não pode ser
confundida com a crença do Panteísmo.

Nada sabem, nem entendem; porque tapou os


olhos para que não vejam, e os seus corações
para que não entendam.

(Isaías 44:18)

Assim diz o SENHOR ao seu ungido, a Ciro, a


quem tomo pela mão direita, para abater as
nações diante de sua face, e descingir os lombos
dos reis, para abrir diante dele as portas, e as
portas não se fecharão.

(Isaías 45:1)

A transcendência de Deus

O princípio da transcendência de Deus mostra-nos que Ele não é


simplesmente um homem elevado, mas sim um Ser cuja Santidade vai infinitamente
além de nossas compreensões. Sendo Ele Deus Transcendente, independe de
qualquer coisa e é absoluto em si mesmo.

Porventura sou eu Deus de perto, diz o Senhor, e


não também Deus de longe? Esconder-se-ia
alguém em esconderijos, de modo que eu não o
veja? diz o Senhor. Porventura não encho eu os
céus e a terra? diz o Senhor.
(Jeremias 23:23,24)

OS NOMES DE DEUS

“Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão;


porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão.”

(Êxodo 20:7)
Nas Sagradas Escrituras, Deus se apresenta com seu próprio nome. No
contexto antigo, os nomes descreviam o caráter ou a função de algo, o nome de
Deus é, portanto, mais que uma combinação de sons, mas uma revelação de Seu
caráter.

De Gênesis a Apocalipse, há diversos nomes utilizados para Deus. Esses


títulos servem para revelar as multifaces de Deus. Alguns nomes tratam-no como
sujeito: Jeová, Senhor e Deus, e outros como predicado: Santo, Justo, Bom, Fiel,
Misericordioso

Alguns nomes são comuns aos três que formam o conselho do Deus Trino:
Jeová, Deus, Pai, Espírito. Alguns nomes são devotados a demonstrar Suas obras e
Seu caráter, mas nome algum jamais será adequado para abarcar a totalidade de
Sua natureza.

Deus define Seu nome para tornar-se conhecido de todos entre as nações.
Possibilitando que quem conheça Seu nome tenha compreensão acerca das
verdades do universo.

Para declarar o seu perfeito caráter imaculado, incontestável , puro, inefável,


absoluto, Seu nome apresenta a essência de seu verdadeiro caráter:

EL, ELOAH: Deus "poderoso, forte, proeminente" (Gênesis 7:1, Isaías 9:6) - etimologicamente, El
parece significar "poder", como em "Tenho o poder para prejudicá-los" (Gênesis 31:29). El é associado
com outras qualidades, tais como integridade (Números 23:19), zelo (Deuteronômio 5:9) e compaixão
(Neemias 9:31), mas a raiz original de ‘poder’ continua.

ELOHIM: Deus "Criador, Poderoso e Forte" (Gênesis 17:7; Jeremias 31:33) - a forma plural de Eloah,
a qual acomoda a doutrina da Trindade. Da primeira frase da Bíblia, a natureza superlativa do poder
de Deus é evidente quando Deus (Elohim) fala para que o mundo exista (Gênesis 1:1).

EL SHADDAI: "Deus Todo-Poderoso", "O Poderoso de Jacó" (Gênesis 49:24; Salmo 132:2,5) - fala do
poder supremo de Deus sobre todos.

ADONAI: "Senhor" (Gênesis 15:2; Juízes 6:15) - usado no lugar de YHWH, o qual os judeus achavam
ser sagrado demais para ser pronunciado por homens pecadores. No Antigo Testamento, YHWH é
mais utilizado em tratamentos de Deus com o Seu povo, enquanto que Adonai é mais utilizado quando
Ele lida com os gentios.

YHWH / YAHWEH / JEOVÁ: "SENHOR" (Deuteronômio 6:4, Daniel 9:14) - a rigor, o único nome
próprio para Deus. Traduzido nas bíblias em português como "SENHOR" (com letras maiúsculas) para
distingui-lo de Adonai, "Senhor". A revelação do nome é primeiramente dada a Moisés "Eu sou quem
eu sou" (Êxodo 3:14). Este nome especifica um imediatismo, uma presença. Yahweh está presente,
acessível, perto dos que o invocam por livramento (Salmo 107:13), perdão (Salmo 25:11) e orientação
(Salmo 31:3).

JEOVÁ-JIRÉ: "O Senhor proverá" (Gênesis 22:14) - o nome utilizado por Abraão quando Deus proveu
o carneiro para ser sacrificado no lugar de Isaque.
JEOVÁ-RAFA: "O Senhor que sara" (Êxodo 15:26) - "Eu sou o Senhor que te sara", tanto em corpo e
alma. No corpo, através da preservação e da cura de doenças, e na alma, pelo perdão de iniquidades.

JEOVÁ-NISSI: "O Senhor é minha bandeira" (Êxodo 17:15), onde por bandeira entende-se um lugar
de reunião antes de uma batalha. Esse nome comemora a vitória sobre os amalequitas no deserto em
Êxodo 17.

JEOVÁ-MAKADESH: "O Senhor que santifica, torna santo" (Levítico 20:8, Ezequiel 37:28) - Deus
deixa claro que apenas Ele, e não a lei, pode purificar o Seu povo e fazê-los santos.

JEOVÁ-SHALOM: "O Senhor nossa paz" (Juízes 6:24) - o nome dado por Gideão ao altar que ele
construiu após o Anjo do Senhor ter-lhe assegurado de que não morreria como achava que morreria
depois de vê-lO.

JEOVÁ-ELOIM: "Senhor Deus" (Gênesis 2:4, Salmo 59:5) - uma combinação do singular nome YHWH
e o nome genérico "Senhor", significando que Ele é o Senhor dos senhores.

JEOVÁ-TSIDIKENU: "O Senhor nossa justiça" (Jeremias 33:16) - Tal como acontece com Jeová-
Makadesh, só Deus proporciona a justiça para o homem, em última instância, na pessoa de Seu Filho,
Jesus Cristo, o qual tornou-se pecado por nós "para que nele fôssemos feitos justiça de Deus" (2
Coríntios 5:21).

JEOVÁ-ROHI: "O Senhor nosso Pastor" (Salmo 23:1) - Depois de Davi ponderar sobre seu
relacionamento como um pastor de ovelhas, ele percebeu que era exatamente a mesma relação de
Deus com ele, e assim declara: "Yahweh-Rohi é o meu Pastor. Nada me faltará" (Salmo 23:1).

JEOVÁ-SHAMMAH: "O Senhor está ali" (Ezequiel 48:35) - o nome atribuído a Jerusalém e ao templo
lá, indicando que o outrora partida glória do Senhor (Ezequiel 8-11) havia retornado (Ezequiel 44:1-4).

JEOVÁ-SABAOTH: "O Senhor dos Exércitos" (Isaías 1:24, Salmos 46:7) - Exércitos significa "hordas",
tanto dos anjos quanto dos homens. Ele é o Senhor dos exércitos dos céus e dos habitantes da terra,
dos judeus e gentios, dos ricos e pobres, mestres e escravos. O nome expressa a majestade, poder e
autoridade de Deus e mostra que Ele é capaz de realizar o que determina a fazer.

EL ELIOM: "Altíssimo" (Deuteronômio 26:19) - derivado da raiz hebraica para "subir" ou "ascender",
então a implicação refere-se a algo que é muito alto. El Elyon denota a exaltação e fala de um direito
absoluto ao senhorio.

EL ROI: "Deus que vê" (Gênesis 16:13) - o nome atribuído a Deus por Agar, sozinha e desesperada
no deserto depois de ter sido expulsa por Sara (Gênesis 16:1-14). Quando Agar encontrou o Anjo do
Senhor, ela percebeu que tinha visto o próprio Deus numa teofania. Ela também percebeu que El Roi
a viu em sua angústia e testemunhou ser um Deus que vive e vê tudo.

EL-OLAM: "Deus eterno" (Salmo 90:1-3) - A natureza de Deus não tem princípio, fim e nem quaisquer
limitações de tempo. Deus contém dentro de Si mesmo a causa do próprio tempo. "De eternidade a
eternidade, tu és Deus."

EL-GIBOR: "Deus Poderoso" (Isaías 9:6) - o nome que descreve o Messias, Jesus Cristo, nesta porção
profética de Isaías. Como um guerreiro forte e poderoso, o Messias, o Deus Forte, vai realizar a
destruição dos inimigos de Deus e governar com cetro de ferro (Apocalipse 19:15).
AS FIGURAS TEOLÓGICAS DE LINGUAGEM
ACERCA DE DEUS
“Eis que a mão do SENHOR não está encolhida,
para que não possa salvar; nem agravado o seu ouvido, para não poder ouvir.”

(Isaías 59:1)

O verbo criar em Gênesis 1:1 apresenta uma ação reveladora de Deus,


retratando-o como um criador. A Bíblia nos dá a possibilidade de compreender
aspectos da revelação. Para compreender as ações reveladores de Deus, os autores
dos textos bíblicos fazem uso de figuras de linguagem que ilustram as ações divinas.
São elas: Antropomorfismo, Antropopatismo, Antropoiese.

Antropomorfia: forma de homem, formatação de homem, semelhança de


homem. Refere-se à representação divina por meio da fala ou escrita sob forma
humana. É uma forma de pensamento que atribui a Deus características de homem.

Eu continuei olhando, até que foram postos


uns tronos, e um ancião de dias se
assentou; a sua veste era branca como a
neve, e o cabelo da sua cabeça como a
pura lã; e seu trono era de chamas de fogo,
e as suas rodas de fogo ardente.

(Daniel 7:9)

Quando tu disseste: Buscai o meu rosto; o


meu coração disse a ti: O teu rosto, Senhor,
buscarei.

(Salmos 27:8)

Boca a boca falo com ele, claramente e não


por enigmas; pois ele vê a semelhança do
Senhor; por que, pois, não tivestes temor
de falar contra o meu servo, contra Moisés?

(Números 12:8)

Antropoiese: Apresenta uma ação de Deus em forma de homem.

Todos os caminhos do homem são puros


aos seus olhos, mas o Senhor pesa o
espírito.

(Provérbios 16:2)

E disse Deus: Haja luz; e houve luz.

(Gênesis 1:3)

E formou o Senhor Deus o homem do pó da


terra, e soprou em suas narinas o fôlego da
vida; e o homem foi feito alma vivente.

(Gênesis 2:7)

Antropopatismo: descrições bíblicas da natureza emotiva de Deus com


termos e características humanas. São, em termo simplório, as emoções de Deus.
Quando Deus, impassível, responde com elementos da paixão humana, essa figura
chama-se de antropopatismo.
O Senhor irou-se contra mim por causa de
vocês e jurou que eu não atravessaria o
Jordão e não entraria na boa terra que o
Senhor, o seu Deus, está lhes dando por
herança.

(Deuteronômio 4:21)

Não te encurvarás a elas nem as servirás;


porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus
zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos
filhos, até a terceira e quarta geração
daqueles que me odeiam.

(Êxodo 20:5)

Teofania

Significa a aparição ou manifestação de Deus na forma que Ele quiser, a


exemplo dos eventos da transfiguração, da sarça ardente e da condução de Israel no
deserto. A teofania leva-nos a uma dimensão de compreensão maior acerca de Deus,
colocando-nos num estado de maior intimidade para com Ele.

É importante ressaltar que ela é diferente da encarnação, a manifestação


corpórea e plena. A teofania é temporária e tem um caráter específico. Na teofania,
Deus se apresenta sempre na Segunda Pessoa do conselho do Deus Trino,
principalmente como o Anjo do Senhor. Por isto, pode-se chamar esses eventos de
Cristofania.

O arrependimento divino
Então arrependeu-se o Senhor de haver
feito o homem sobre a terra e pesou-lhe em
seu coração.

(Gênesis 6:6)

A má interpretação desse versículo tem causado muitos debates e levantado


muitas dúvidas. Ora, o arrependimento de Deus é diferente do arrependimento
humano. O arrependimento divino é uma figura de linguagem que representa uma
mudança de atitude proporcional ao comportamento humano, significando que Deus
está mudando de projeto baseado numa atitude humana. É como no caso de Jonas:
E Deus viu as obras deles, como se
converteram do seu mau caminho; e Deus
se arrependeu do mal que tinha anunciado
lhes faria, e não o fez.

(Jonas 3:10)
OS ATRIBUTOS DE DEUS

“Lembrai-vos dos vossos pastores, que vos falaram a palavra de Deus, a fé dos quais imitai,
atentando para a sua maneira de viver.
Jesus Cristo é o mesmo, ontem, e hoje, e eternamente.”

(Hebreus 13:7,8)

Os atributos de Deus são as qualidades que indicam os vários aspectos de


Seu caráter.

Os atributos naturais de Deus:


São os atributos relativos ao ser mesmo de Deus, sem comportar nenhuma
relação com o ser humano ou a criação.

A eternidade de Deus

Deus é eterno (Sl 90:2). Isso não significa apenas uma duração
prolongada de existência, mas sim uma natureza transcendente que está
acima do próprio tempo (Is 57:15). Essa eternidade é inerente à Sua própria
pessoa, uma vez que Ele é totalmente eterno.

Imutabilidade de Deus
Porque eu, o Senhor, não mudo; por isso
vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos.

(Malaquias 3:6)

Deus nunca muda em sua natureza, dimensão, atributos, glória e


infinitude. Ele não pode melhorar, pois é a própria essência da magnitude. Ele
é imutável em Seu Ser, sabedoria, justiça, amor, retidão e verdade.

Os atributos ativos de Deus

São os atributos de Deus que relacionam-se com o universo.

Onipotência de Deus
No princípio criou Deus o céu e a terra.
E a terra era sem forma e vazia; e havia
trevas sobre a face do abismo; e o Espírito
de Deus se movia sobre a face das águas.
E disse Deus: Haja luz; e houve luz.

(Gênesis 1:1-3)
Sendo, pois, Abrão da idade de noventa e
nove anos, apareceu o SENHOR a Abrão, e
disse-lhe: Eu sou o Deus Todo-Poderoso,
anda em minha presença e sê perfeito.

(Gênesis 17:1)

Onisciência de Deus
SENHOR, tu me sondaste, e me conheces.
Tu sabes o meu assentar e o meu levantar;
de longe entendes o meu pensamento.
Cercas o meu andar, e o meu deitar; e
conheces todos os meus caminhos. Não
havendo ainda palavra alguma na minha
língua, eis que logo, ó Senhor, tudo
conheces.

(Salmos 139:1-4)

Onipresença de Deus
Para onde me irei do teu espírito, ou para
onde fugirei da tua face?
Se subir ao céu, lá tu estás; se fizer no
inferno a minha cama, eis que tu ali estás
também.

(Salmos 139:7,8)

A soberania de Deus

Deus é o governante soberano de toda a criação, sendo poderoso para


controlar a natureza e a história. Ele possui o direito absoluto de governar todas
as criaturas, sendo Ele Deus, está acima de todas as coisas. Tudo depende
dele para sua existência.

Os atributos morais de Deus

Esses são os atributos inerentes à pessoa de Deus mas que também se relacionam
com suas criaturas morais.

A santidade de Deus

Porque eu sou o Senhor vosso Deus;


portanto vós vos santificareis, e sereis
santos, porque eu sou santo; e não vos
contaminareis com nenhum réptil que se
arrasta sobre a terra; Porque eu sou o
Senhor, que vos fiz subir da terra do Egito,
para que eu seja vosso Deus, e para que
sejais santos; porque eu sou santo.

(Levítico 11:44,45)

E clamavam uns aos outros, dizendo: Santo,


Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos; toda
a terra está cheia da sua glória.

(Isaías 6:3)

A veracidade de Deus
Em esperança da vida eterna, a qual Deus,
que não pode mentir, prometeu antes dos
tempos dos séculos;

(Tito 1:2)

A fidelidade de Deus
E disse-me o Senhor: Viste bem; porque eu
velo sobre a minha palavra para cumpri-la.

(Jeremias 1:12)

A justiça de Deus

Para anunciar que o Senhor é reto. Ele é a


minha rocha e nele não há injustiça.

(Salmos 92:15)

O amor de Deus
Porque Deus amou o mundo de tal maneira
que deu o seu Filho unigênito, para que todo
aquele que nele crê não pereça, mas tenha
a vida eterna.

(João 3:16)

A graça de Deus
Para mostrar nos séculos vindouros as
abundantes riquezas da sua graça pela sua
benignidade para conosco em Cristo Jesus.
Porque pela graça sois salvos, por meio da
fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus.
Não vem das obras, para que ninguém se
glorie;

(Efésios 2:7-9)

A misericórdia de Deus
Não pelas obras de justiça que
houvéssemos feito, mas segundo a sua
misericórdia, nos salvou pela lavagem da
regeneração e da renovação do Espírito
Santo,

(Tito 3:5)

A misericórdia do Senhor é a causa de não sermos consumidos. É a


bondade e o amor de Deus para os que se encontram num estado de miséria
espiritual.
A longanimidade de Deus

Entende-se por longanimidade a bondade de Deus manifestada em sua


virtude de suportar o perverso pecador, adiando o juízo até o dia propício. Deus
utiliza-se dessa característica para permitir ao homem que se arrependa de
seus pecados e alcance a Vida.

A TRINDADE DIVINA
“Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo.
E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo.
E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos.”

(1 Coríntios 12:4-6)

A biblicidade da doutrina da Trindade

O termo em si não está presente na escrita tanto do Antigo Testamento quanto


do Novo. Acontece, entretanto, que essa doutrina pode ser compreendida a partir do
todo da revelação escriturística. Deus se apresenta como trino, tanto através de
exposições diretas quanto por meio de ilustrações e tipologias.

Vale afirmar que Deus é trino, mas permanece como Um em essência. Deus é
um uma unidade composta de três pessoas distintas: Deus Pai, Deus Fiho e Deus
Espírito Santo. Os três cooperam, unidos, para um único propósito: o Pai cria, o Filho
redime e o Espírito santifica, ao mesmo tempo que os Três estão fazendo todas essas
coisas. A doutrina afirma três distinções eternas na essência divina: as Três Pessoas
da Trindade.

DEUS PAI DEUS FILHO DEUS ESPÍRITO SANTO

Pai Onipresente, Jr.23:24 Filho Onipresente, Mt.28:20 E. S. Onipresente, Sl.139:7

Pai Onipotente, Gn.17:1 Filho Onipotente, Mt.28:18 E. S. Onipotente, Lc.1:35

Pai Onisciente, IPd.1:2 Filho Onisciente, Jo.21:17 E. S. Onisciente, I Cor.2:10

Pai o Criador, Gn.1:1 Filho o Criador, Jo.1:3 E. S. o Criador, Jó 33:4

Pai o Eterno, Rm.16:26 Filho o Eterno, Ap.22:13 E. S. o Eterno, Hb.9:14

Pai o Santo, Ap.4:8 Filho o Santo, At.3:14 E. S. o Santo, I Jo.2:20

Pai o Santificador, Jo.10:36 Filho o Santificador, Hb.2:11 E. S. o Santificador, I Pe1:2

Pai o Salvador, Is.43:11 Filho o Salvador, IITm.1:10 E. S. o Salvador, Tt.3:5

A trindade no Antigo Testamento

"Também lhes digo que se dois de vocês concordarem na terra em qualquer assunto sobre o qual
pedirem, isso lhes será feito por meu Pai que está nos céus.
(Mateus 18:19)

Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.
(1 Coríntios 13:13)

Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa


vocação; Um só Senhor, uma só fé, um só batismo; Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos,
e por todos e em todos vós.
(Efésios 4:4-6)

Porque três são os que testificam no céu: o Pai, a Palavra, e o Espírito Santo; e estes três são um.
(1 João 5:7)
E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os
peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil
que se move sobre a terra.
(Gênesis 1:26)

E o Senhor disse: Eis que o povo é um, e todos têm uma mesma língua; e isto é o que começam a
fazer; e agora, não haverá restrição para tudo o que eles intentarem fazer. Eia, desçamos e
confundamos ali a sua língua, para que não entenda um a língua do outro.
(Gênesis 11:6,7)

O Senhor te abençoe e te guarde; O Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti, e tenha misericórdia
de ti; O Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz.
(Números 6:24-26)

Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas; com duas cobriam os seus rostos, e com
duas cobriam os seus pés, e com duas voavam. E clamavam uns aos outros, dizendo: Santo, Santo,
Santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória.
(Isaías 6:2,3)

Assim diz o Senhor, o teu Redentor, o Santo de Israel: Eu sou o Senhor teu Deus, que te ensina o que
é útil, e te guia pelo caminho em que deves andar.
(Isaías 48:17)

O espírito do Senhor DEUS está sobre mim; porque o SENHOR me ungiu, para pregar boas novas
aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a
abertura de prisão aos presos;
(Isaías 61:1)

A trindade no Novo Testamento

E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus
descendo como pomba e vindo sobre ele. E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado,
em quem me comprazo.

(Mateus 3:16,17)

"Também lhes digo que se dois de vocês concordarem na terra em qualquer assunto sobre o qual
pedirem, isso lhes será feito por meu Pai que está nos céus.

(Mateus 18:19)

A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo seja com todos
vós. Amém.

(2 Coríntios 13:14)

E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; O Espírito
de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis,
porque habita convosco, e estará em vós.

(João 14:16,17)

Eu e o Pai somos um.


(João 10:30)

No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com
Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.

(João 1:1-3)

E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai,
cheio de graça e de verdade.

(João 1:14)

Amados, amemo-nos uns aos outros; porque o amor é de Deus; e qualquer que ama é nascido de
Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor. Nisto se
manifestou o amor de Deus para conosco: que Deus enviou seu Filho unigênito ao mundo, para que
por ele vivamos.

(1 João 4:7-9)

Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa


vocação; Um só Senhor, uma só fé, um só batismo; Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos,
e por todos e em todos vós.

(Efésios 4:4-6)

Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido
desde o princípio para a salvação, em santificação do Espírito, e fé da verdade; Para o que pelo nosso
evangelho vos chamou, para alcançardes a glória de nosso Senhor Jesus Cristo.

(2 Tessalonicenses 2:13,14)

Eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão
do sangue de Jesus Cristo: Graça e paz vos sejam multiplicadas.

(1 Pedro 1:2)

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