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INCLUSÕES

Constatou-se a inexistência de um padrão para definição do defeito Inclusões.

O defeito de Inclusões é responsável pela maior parte do refugo interno nas


fundições. Porém não existe definição apurada das causas deste defeito, nem
tampouco se sabe definir se as Inclusões são geradas e/ou formadas por Escória
ou Areia.

O presente trabalho tem por objetivo criar subsídios e amostras dos defeitos para
que com base nas informações geradas seja possível a criação de padrões os
quais possibilitarão a criação de planos de ação com enfoque nas verdadeiras
causas.

Considerações:

 Verificou-se praticamente, que o conceito de Inclusões em toda a fundição,


não é coerente. Pois na 1º Experiência o defeito de inclusões foi provocado
por adição de areia no molde. No entanto quando os conjuntos com os
respectivos defeitos foram mostrados à vários técnicos, a resposta obtida foi a
seguinte:

“Pô, tá entrando tudo! Isso aí é escória”;


“De onde vem tanta escória”;
“Parece ser escória”;
“Bom, se fosse areia iria ficar no fundo do canal, isso aí é escória”;
“Areia não é, porque areia é mais pesada que o metal, acho que é uma grande
barberagem no vazamento”;
“Essa aqui parece que tem um pouco de areia dentro, mas o resto é escória”;

Talvez estas conclusões não estejam totalmente erradas. É o que pretendemos


desvendar com este trabalho.

1º - Experiência: No dia 10/06/99 foi realizado a primeira experiência


induzindo a formação de inclusão de areia no Suporte de Freio 159.
Teste 01: Foi retirado do rejeito da Disa, aproximadamente 20g de areia solta e
fina, conforme figura:
Esta areia foi adicionada ao fluxo de metal durante o vazamento do
Suporte de Freio. Para isso foi utilizado um dispositivo em forma de canaleta
conforme figura abaixo:

Dispositivo para introdução


da areia no fluxo de metal

O conjunto foi extraído, jateado e analisado.


Constatou-se que as peças não apresentaram inclusões. As inclusões
ficaram concentradas no canal primário (Fig.3).

Inclusões de areia no
canal primário. As quais
foram consideradas
categoricamente como
inclusões de escória.
Teste 02: Foi retirado do rejeito da Disa, aproximadamente 20g de areia solta e
fina, semelhante ao teste 1.
Esta areia foi colocada dentro do molde ainda vazio do Suporte de Freio.
Neste caso também constatou-se presença de inclusões somente no canal
primário, sendo que as peças apresentaram-se isentas de inclusões, conforme
foto abaixo:

Principais Inclusões

Análise do resultado: Os canais foram analisados no laboratório metalográfico


e na análise com o estereoscópio constatou-se presença de “areia e escória”. Na
análise com o microscópio não foi possível chegar-se a alguma conclusão pois
os resíduos foram arrancados durante o preparo do corpo de prova.

Considerações sobre os testes:

 Verificamos que o metal não transportou a areia para muito longe;


 Verificamos que a areia não necessariamente “afunda”. Ao contrário do que a
maioria dos fundidores afirma, de que a areia é mais “pesada” do que o metal e
“sempre deve ficar no fundo”;
2º - Experiência: No dia 23/06/99 foi realizado a segunda experiência
induzindo a formação de inclusão de escória no Suporte de Freio 349.

Teste 01: Durante a produção do Suporte de Freio 349 houve uma parada
por problemas no processo. Houve a necessidade de se baixar o banho. Em cima
do banho havia uma camada razoável de escória, a qual se sedimentou no fundo
do canal. Quando a produção retornou a maior parte da escória ficou no fundo, e
uma parte foi lavada pelo primeiro metal do banho em direção ao Stopper.
Avaliando o vazamento pude perceber que o primeiro metal estava
contaminado com “flocos” grandes de escória, os quais foram para dentro dos
dois primeiros moldes.
Retiramos estes dois primeiros conjuntos e após um leve jateamento,
analisamos. Para grande surpresa, todas as peças estavam perfeitas, sem
qualquer inclusão. Apenas apresentou inclusões (escória), no canal primário
conforme foto abaixo:

Inclusão de Escória.
Como se pode ver, as
inclusões ficaram
concentradas
exclusivamente na
parte superior do canal
e apresentaram um
aspecto muito diferente
da “Inclusão de Areia”.

Considerações sobre o teste:

 Verificamos que o metal não transportou a escória para muito longe, e como
já se esperava, a escória ficou na parte superior do molde;
 As inclusões neste teste apresentaram aspecto totalmente diferente do defeito
gerado pela areia.

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