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MATERIAL EXTRA

ALGUMAS COISAS QUE QUASE NÃO SÃO FALADAS

HINO DA UMBANDA
Você sabe a origem do nosso hino?
Quem foi o autor?
Entende o que ele quer transmitir?

Então vamos lá....

Em 1907 nascia em Portugal José Manuel Alves, que desde sempre teve uma ligação muito forte com a música. Em
1929 Ele chega ao Brasil, onde se tornou Militar ao ingressar na Banda da Força Pública, mas, o amor pela música
era muito intenso e mesmo com todo o seu trabalho Militar, Ele seguia paralelamente com a carreira de
compositor, onde, no decorrer dos anos compôs inúmeras músicas que foram gravadas por muitos interpretes da
época.

Em toda sua jornada de compositor compôs valsas, xotes, dobrados, baiões, maxixes e outros gêneros musicais,
teve como uma de suas obras mais famosas a marchinha “Pombinha Branca”, gravada pela cantora Juanita
Cavalcanti em 1955.

Em sua trajetória, o Português abrasileirado, compôs muitos pontos para muitos Terreiros de Umbanda da sua
época, entre eles: “Saravá Banda” gravado em 1961 por Otávio de Barros, “Prece a Mamãe Oxum” gravado em
1962 pela cantora Maria do Carmo, “Ponto de Abertura” (com Terezinha de Souza e Vera Dias), “Ponto dos
Caboclos”, “Prata da Casa”, “Xangô Rolou a Pedra”, “Xangô, Rei da Pedreira”, “São Jorge Guerreiro”, “Saravá
Oxóssi”, “Homenagem à Mãe Menininha” (c/ Ariovaldo Pires), Saudação aos Orixás.

A sua ‘ligação” com a Umbanda, teve início quando na década de 60, aos seus 53 anos aproximadamente, José
Manuel Alves, que era cego de nascença, resolveu buscar a cura para sua condição visual e decidiu ir até o patrono
da Umbanda Zélio Fernandino de Moraes para se consultar com o Caboclo das 7 Encruzilhadas a fim de obter sua
tão sonhada cura. Mas, como era algo acreditado ser cármico, não havia como “cura-lo”. Mas, a partir daí José
ficou apaixonado pela religião e ainda no ano de 1960 compôs o HINO DA UMBANDA.

Sua intenção era mostrar que está Luz Divina, que vem do Reino de Oxalá, não é para ser vista com os olhos físicos,
que voltarão ao pó, mas sim com olhos do espírito, no encontro da mente com o coração.

Ao ser apresentado ao Caboclo das 7 Encruzilhadas, o mesmo definiu que a canção seria o hino da Umbanda,
oficializado na 1ª Convenção do CONDU - Conselho Nacional Deliberativo de Umbanda em março de 1976.

José Manuel Alves, abriu mão dos direitos autorais da composição, mas, teve três exigências quanto ao hino: Que
seu nome sempre estivesse como autor, que sua letra obra fosse mudada em sequer uma vírgula e que toda vez
que forem cantar o Hino da Umbanda, a mão direita deverá ser colocada sobre o coração.

O cantar do HINO DA UMBANDA se trata de um ato CÍVICO dentro da religião onde demonstra FÉ e AMOR.

O hino é fruto de um amor muito grande pela Umbanda, amor este nascido de uma fé profunda, daquelas obtidas
com a Humildade e a Resignação diante as Leis do Pai Maior.

José Manuel Alves mostrou com este Hino que a Luz da Umbanda, esta Luz Divina, atravessa todos os obstáculos e
é capaz de iluminar a existência de cada um de nós! Sarava Umbanda!
A BANDEIRA DA UMBANDA
Todo mundo já viu a bandeira que representa a nossa Umbanda, ela está posta em todos os eventos, em
alguns terreiros e em inúmeros sites, grupos, que tem como tema principal a nossa religião, mas, será que todo
mundo sabe o por que temos uma bandeira, como ela surgiu e o que ela representa efetivamente?

A Umbanda, no ano de 2008 no auge dos seus 110 anos, já possuía muitos símbolos que faz com que uma
religião marque sua existência, mas, ainda faltava algo, faltava um símbolo que pudesse identificar seus templos,
seus adeptos, assim como existe em todo lugar onde existem uma representatividade, e esse símbolo é
exatamente a BANDEIRA.

A idéia de uma bandeira para a Umbanda surgiu através do Pai de Santo e também presidente da
Associação de Umbanda de Caxias, Saul de Medeiros (Saul de Ogum), Ele idealizou a bandeira e que de imediato foi
bem recebida pelo povo umbandista do Rio Grande do Sul, mas a ideia era que a bandeira se tornasse nacional.
Em abril de 2008 ocorreu a união entre Saul de Medeiros e a Federação de Umbanda do ABC Paulista que
resultou em 01 de Junho de 2008 no lançamento oficial da Bandeira da Umbanda no Teatro Municipal Dr. Paulo
Machado de Carvalho, na presença de 1.200 irmãos de fé.

A Bandeira pelo olhar de seu criador: "A imagem de um lindo sol radiante e, de seu núcleo, saí uma figura
que no primeiro instante parece a de um enorme pombo branco, mas olhando com mais atenção, a forma se
modifica deixando transparecer um espectro humano angelical e com enormes asas, como se dirigisse a um destino
determinado a realizar uma missão".

O sol representa a LUZ DA VIDA;


A pomba que representa OXALÁ.

E então essa se tornou a Bandeira da nossa religião, que por coincidência ou não, já havia sido anunciada
indiretamente por José Manuel Alves, no refrão de sua composição: Hino da Umbanda: "Levando ao mundo inteiro
a bandeira de Oxalá".

BRASÃO/BANDEIRA DA CURIMBA DO LUZ DOS ORIXÁS


Atualmente no nosso terreiro, a bandeira que nos representa é a da nossa curimba. Nela temos o brasão
que traz todos elementos e símbolos que representam não só a curimba e os Ogãs, mas que trazem em si toda a
representividade do nosso chão.
A SINETA/SINO
A sineta/sino é de metal e muito usada nas cerimônias e sessões do terreiro.
Seu uso é restrito, somente Pai/mãe de Santo, Pai/Mãe Pequenos e o chefe dos Ogãs tem a permissão para
o seu uso, ou, alguém que seja de confiança do dirigente da casa, independente de QUEM esteja “tocando” o sino,
a atenção deve ser a mesma, TODOS que forem encarregados de exercer essa função, possuem o mesmo grau de
hierarquia e deve ser respeitado como tal.

Na Umbanda o sino é utilizado em vários momentos:

 Chamando a atenção dos médiuns para que se atentem e se posicionem no início dos trabalhos e/ou
para a retomada do mesmo (quando há um intervalo por exemplo).

 Durante o desenvolvimento mediúnico, auxiliando na “chamada” do Orixá/entidade;

 Na preparação de um amaci, oferenda para os Orixás;

 Na cruzada de um médium em algum campo santo como praia, matas.

 Durante um batizado, seja ele de médiuns ou de alguém da assistência;

 E durante os trabalhos, diante a alguma necessidade daquele momento.

Por isso, toda vez que ouvir o soar do sino, atente-se para o que está acontecendo e se conecte com atenção com
aquele momento, seja um momento de retomada aos trabalhos ou de auxílio na de decantar uma energia que
naquele momento não se faz necessária.

O ADJÁ

O Adjá é um instrumento sagrado e sem substituição, na nossa casa usamos o Adjá, mas, muitos terreiros de
Umbanda não fazem o seu uso, isso dependerá de qual seguimento/vertente cada casa segue.
Seu uso geralmente é por pessoas mais velhas dentro daquela hierarquia ou dentro de alguma “regra”
espiritual, mas, isso também é algo que pode variar com a necessidade de cada terreiro e até mesmo de cada
trabalho.
Em algumas casas (geralmente no candomblé ou casas de umbanda com candomblé) o número de sinos do
Adjá depende para qual finalidade ele será usado, como segue o exemplo: o de um sino e para invocar Exú, o de
duas para invocar os Orixás masculinos, os de três para todos os Orixás, porém usados por Pais de Santo e os de
quatro sinos usados pelas Mães de Santo e Ekedis.

Seu uso no geral não é “permitido” pelos iniciantes, uma vez que para seu manuseio é importante já
conseguir distinguir a energia que se apresenta naquele chão.
Sua função é auxiliar na chamada/chegada dos Orixás e fazer com que essa energia se mantenha durante
todo o tempo que seja necessário. Ou seja, durante toda a dança do Orixá.
De Exu a Ibeji, TODOS respondem ao chamado do adjá.
Seu som chama a atenção dos Orixás, anunciando que alguma coisa está sendo feita.
O adjá provoca o transe das pessoas quando tocado acima de suas cabeças, pois no processo de imantação
ele recebe as energias “do alimento ao Orí” que foi oferecido a determinado Santo
O adjá ajuda a “guiar” o Orixá no momento da sua dança, geralmente, quando aquele que está com o
instrumento na mão dança e acompanha o Orixá.
No momento da “subida” dos Orixás, não se deve tocar mais o adjá, pois, enquanto houver o soar das
sinetas o Orixá “entende” que ainda há o que ser feito, que ainda está em seu momento.

Já em determinadas situações como rezas e outras obrigações, o adjá tem a função de invocar a energia dos
Orixás para aquele momento de prece, de oferenda.
O adjá passa pelo processo de imantação assim como tudo dentro de um terreiro, e somente pessoas
autorizadas podem tocá-lo, apenas aquele que o retirou do seu local sagrado, poderá devolve-lo, no geral, quem
pega o adja primeiro são as mães (no nosso terreiro) e são elas que transferem para outra pessoa durante o ritual e
essa pessoa só pode repassar se for para uma delas.

SEJA USADO EM FESTAS OU NÃO, O DJÁ É UM INSTRUMETO LITURGICO DE GRANDE IMPORTÂNCIA E COM
FUNDAMENTO DENTRO DO NOSSO TERREIRO.

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