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do clássico ao moderno
J u l i a n o C a r n e i r o
Análise Técnica
do clássico ao moderno
J u l i a n o C a r n e i r o
Dedico este livro aos meus lindos e queridos filhos, Juliano e Carolina,
que dividiram o pai com o trabalho e tiveram paciência
para esperar a conclusão de todo o projeto.
Se tento buscar o impossível é pela motivação de meus filhos e meus familiares.
Tipos de Ações............................................................................................................................................................................21
Classes de Ações.......................................................................................................................................................................21
Mercado Fracionário..............................................................................................................................................................27
Tipos de Investidores.............................................................................................................................................................33
Envelope de Notícias...............................................................................................................................................................37
Teorias de Dow.........................................................................................................................................................................40
10 Análise Técnica
Tipos de Gráficos.....................................................................................................................................................................45
Martelo.........................................................................................................................................................................................49
Shooting Star............................................................................................................................................................................54
Backtesting do Shooting Star (Método Automatizado)......................................................................................55
Martelo Invertido......................................................................................................................................................................56
Dojis..............................................................................................................................................................................................60
Marubozu....................................................................................................................................................................................62
Backtesting do Marubozu para Alta (Método Automatizado).........................................................................63
Backtesting do Marubozu para Baixa (Método Automatizado)..................................................................... 64
Padrões com 2 ou mais Candles...................................................................................................................................... 65
Engolfo de Alta..........................................................................................................................................................................65
A Mudança de Tendência........................................................................................................................................................91
Pivot de Alta.................................................................................................................................................................................91
Pivot de Baixa............................................................................................................................................................................92
Linhas de Tendências.............................................................................................................................................................95
Traçando Canais.....................................................................................................................................................................100
Canal de Alta............................................................................................................................................................................100
Pull-Back de Rompimento..................................................................................................................................................109
Operando Pull-Back de Rompimento..............................................................................................................................110
Retângulos.................................................................................................................................................................................... 111
Cunhas...........................................................................................................................................................................................113
Bandeiras.....................................................................................................................................................................................114
Flâmulas.......................................................................................................................................................................................116
Formações de Alargamento...............................................................................................................................................122
Gaps..............................................................................................................................................................................................123
Indicadores Auxiliares..........................................................................................................................................................127
Rastreadores............................................................................................................................................................................127
Médias Móveis.........................................................................................................................................................................127
MACD Linha...............................................................................................................................................................................133
MACD Histograma.................................................................................................................................................................133
Divergências..............................................................................................................................................................................138
Estocástico................................................................................................................................................................................139
Indicadores de Volume..........................................................................................................................................................147
Pá de Ventilador......................................................................................................................................................................155
Martingale................................................................................................................................................................................. 156
Alavanca e seu Poder de Quebrar Traders................................................................................................................ 158
Imposto de Renda..................................................................................................................................................................158
Conclusão...................................................................................................................................................................................167
Introdução
Ganhar dinheiro com a bolsa de valores é uma tarefa que exige extrema dedicação. Posso
afirmar isso devido à experiência que tenho, há tantos anos operando no mercado.
Além de estudo árduo, o mercado exige de você uma das coisas mais difíceis para o
ser humano: o controle psicológico.
Minhas palavras podem soar estranhas e desanimadoras para quem está tendo o
primeiro contato com a análise técnica, porém, costumo dizer que investir na bolsa de
valores é 10% razão e 90% emoção. Emoção essa que deve ser controlada, para que não
seja instaurado o caos em sua mente. Se você conseguir controlar os 90% da emoção,
será um vencedor.
Muitos entram no mercado imaginando que se tornarão ricos, que ganharão muito
dinheiro. Essa possibilidade até existe, mas depende do nível de trabalho que se está dis-
posto a oferecer. Conheço diversas pessoas que se deram muito bem, mas, infelizmente,
conheço mais pessoas que se deram mal.
Se controlar suas emoções e não tentar ganhar “tudo de uma só vez”, então será um
vencedor. O segredo está na regularidade.
Alguns alunos do curso presencial que ministro constantemente me dizem que al-
mejam rendimentos de 15, 20 e até 30% ao mês!!! Imaginem se eles conseguem! Vamos
fazer um cálculo rápido:
Se um aluno meu começa a investir R$ 50.000,00 e, em 10 anos, mantém a média de
30% ao mês, no final desses 10 anos ele terá a quantia de R$ 2.35598318. Ou seja, estaríamos
com um sério problema de liquidez, pois ele praticamente teria sugado todo o dinheiro do
mercado. Nesse momento não haveria ninguém do outro lado fazendo ofertas.
Isso reflete somente uma coisa: ter rendimento nesse nível é praticamente impos-
sível. Você pode ter 30% de rentabilidade ao mês e, às vezes, até mais; entretanto, certa-
mente não conseguirá manter a regularidade.
Há quem imagine que iniciará as operações e terá uma rentabilidade maior que
100% ao ano. Bons traders conseguem de 50% a 80% ao ano. Ótimos traders conseguem
uma rentabilidade maior que 80%.
Não existe, no mercado, o trader ruim e o trader médio. Essas duas categorias são
extintas em algumas semanas ou, com sorte, em alguns meses.
Pode-se dizer que você já está começando corretamente, pois está buscando o co-
nhecimento. E conhecimento é tudo nessa área.
Com certeza, após o curso, terá mais base que 90% dos investidores do mercado de
capitais.
16 Análise Técnica
Tanto estudar quanto treinar é preciso. Não pense que ler esse livro já basta. Você preci-
sa de mais conhecimento, mais leitura e mais treino para se tornar um bom trader.
Não se assuste com minhas palavras. Você é capaz de ganhar, só precisa de treino e
estudo. Entrar sem preparo no mercado é suicídio financeiro.
Agora que o alerta foi dado, vamos para a parte boa.
O mercado é lindo e rentável para quem o entende e se dedica a ele. Você poderá
ter ótimos resultados e aumentar seus rendimentos de forma consistente. Além disso,
poderá fazer suas operações de qualquer lugar do planeta, desde que tenha internet e
telefone. Esse, aliás, é o sonho de praticamente todos os investidores iniciantes da bolsa:
viver dela em qualquer lugar do mundo.
Se você decidir viver de bolsa, lembre-se desta frase extremamente importante:
VIVA DA BOLSA E NÃO PARA A BOLSA.
Grande parte dos operadores de bolsa é separado, não tem filhos e pensa 100%
do tempo em dinheiro. Eles vivem em uma redoma, cheia de mesquinharia e sem luxo
algum. Eu me policio bastante com relação a isso.
Quando estou pensando muito em dinheiro, desligo tudo e vou passear, vou ficar
com meus filhos, minha esposa. Chego me desligar totalmente por um mês. Levo minha
família para nossa casa de veraneio em Miami. Uma viagem dessas para quatro pessoas
é cara, mas tenho a certeza de que, se tivesse ficado diante da máquina, operando sem
estar bem psicologicamente, teria perdido muito mais do que o custo de uma dessas
viagens.
O mercado é engraçado, um jogo de você contra você mesmo. Imagine o seguinte:
ficar dentro de uma sala das 9h às 18h30min, olhando para um monitor operando sem
parar. Muita gente não percebe que está viciada em bolsa e que todo vício é ruim. Se-
gundo algumas pesquisas, a bolsa vicia muito mais que um cassino. Não é à toa que no
programa de bolsa há um ticker passando numa velocidade astronômica, piscando em
vermelho, verde e branco.
O bom trader escolhe os melhores momentos para entrar e sair do mercado; não
opera sempre, mas na melhor hora. Hora em que a probabilidade está a seu lado.
Dentro de um escritório, no entanto, quem não tem controle psicológico fica fazen-
do operações sem sentido, somente para matar o tédio de olhar para o monitor.
A bolsa é composta por muitos ativos (PAPÉIS), e sempre haverá uma operação
clara a ser feita. Assim, se o tédio bater, saia para passear, faça alguma atividade e tenha
a certeza de que, quando voltar, ela o estará esperando.
Existem traders tão viciados em bolsa que, mesmo com o mercado despencando,
soltam a frase: “Preciso comprar alguma coisinha...”. Existe também o trader extrema-
mente viciado, que é aquele que opera a Bolsa de Valores durante o dia e, depois que ela
fecha, parte para o mercado de FOREX (Mercado Internacional de Divisas), que funcio-
na 24 horas.
Assim como acontece com grande parte dos profissionais de outras áreas, os traders
que atuam durante muito tempo podem sofrer de um fenômeno chamado OVERTRADE.
Juliano Carneiro 17
Operam tanto e sob tamanho cansaço que não prestam mais atenção nas operações e
começam a perder de forma consecutiva.
Para que aconteça o OVERTRADE, não é preciso necessariamente virar o dia e a
noite operando; bastam algumas horas de pregão. Por isso, é importante tomar alguns
cuidados e sempre parar por alguns instantes.
Se o mercado estiver de lado, chato de operar e com trades não tão claros, ficar para-
do, assistindo a tudo isso, no meu ponto de vista, não é inteligência; é burrice.
Nesse tempo em que o mercado está morto, levante-se da cadeira e vá fazer alguma
atividade prazerosa. Quando voltar, estará com a mente descansada, mais atento e, cer-
tamente, terá oportunidade de novas entradas.
Figura 1
que tomou posição fica espantado, pois, mesmo saindo um balanço com lucro recorde,
as ações caem.
Ele não consegue acreditar e não acha explicações para o acontecimento, mas é bem
simples: por não estar preparado, compra dos fundamentalistas ou técnicos qualifica-
dos, os quais estão vendendo suas posições porque as tomaram a preços mais baixos.
Estão realizando lucro em cima do investidor despreparado.
Este livro aborda somente a Análise Técnica, que se baseia no estudo dos gráficos
para tomar decisões de compra e venda. É muito válida para investimentos de curtíssi-
mo prazo (DAY-TRADE), ou médio prazo. Para longo prazo é mais interessante utilizar
a análise fundamentalista.
O analista técnico não quer pegar todo o movimento de alta ou de baixa, mas sim
acertar parte do movimento em vários ativos. Essa escola basicamente tenta descobrir
qual o lado do mercado e operar sempre no mesmo sentido, analisando praticamente o
comportamento psicológico dos investidores.
ogicamente, o robô, assim como o ser humano, opera baseado em uma estratégia e, se
L
essa não for vencedora, a rentabilidade será negativa.
O psicológico é um fator fundamental a ser considerado durante as operações. Ele
é, por exemplo, responsável pelas entradas atrasadas, aquelas em que o trader pensa
muito, ainda que o mercado esteja dando uma entrada clara, segundo suas estratégias.
Outro ponto fundamental a ser considerado é o sentimento de proteção do capital,
coisa que o robô não tem. O trader faz ligações psicológicas na hora da compra sobre o
montante investido e a possível perda. Relaciona com bens e serviços que poderiam ser
consumidos, e isso traz uma insegurança grande durante as operações.
Um exemplo clássico é quando o mercado dá uma entrada clara e o trader desiste
ou entra atrasado por saber que, se “estopado”, a perda financeira será a parcela do veículo,
a escola das crianças, a viagem de fim de ano, o celular novo ou qualquer outro produto
ou serviço.
Grande parte do problema psicológico diminuirá se o dinheiro usado para operar
a bolsa não fizer nenhuma falta, caso seja 100% perdido. Logicamente é difícil perder
100% do capital, porém, sem a necessidade desse dinheiro para a vida, as operações
serão mais tranquilas e certeiras.
Tipos de Ações
Basicamente existem dois tipos de ações: as Preferenciais (PN) e as Ordinárias
(ON).
Ações Ordinárias (ON)
Dão direito a voto nas assembléias dos acionistas das empresas.
Terminam com o número 3. Exemplo: Petrobras Ordinária (PETR3)
Ações Preferenciais (PN)
Os possuidores destas ações têm preferência em:
• Distribuições de dividendos (participação nos lucros distribuídos aos acionistas)
• Reembolso de capital
Se a empresa não distribui dividendos por três exercícios consecutivos, essas ações
adquirem direito a voto.
Terminam com o número 4. Exemplo: Petrobras Preferencial (PETR4).
Classes de Ações
As empresas podem distribuir diferentes classes de ações para as ON e PN. Es-
sas classes recebem alguma letra para representá-las e têm características diferenciadas
como, por exemplo, valores diferentes de dividendos. Para conhecer essas classes, o in-
teressado deverá ler o estatuto da companhia, que pode ser facilmente encontrado
na área de relação, com investidores das empresas ou mesmo no site da BM&FBovespa
(http://www.bmfbovespa.com.br).
Figura 2
Novo Mercado
Dando um passo importante para mostrar transparência aos mercados interno e
externo, a BM&FBovespa criou um novo segmento chamado NOVO MERCADO, em
que estão enquadradas empresas de capital aberto que se comprometem com os princí-
pios da boa governança corporativa. O novo mercado é dividido em nível 1 e nível 2.
Para se enquadrar nesse novo mercado, a empresa precisa respeitar os seguintes
requisitos:
• Extensão das mesmas condições obtidas pelos controladores para todos os acionis-
tas quando da venda do controle da companhia (tag along).
• Realização de uma oferta pública de aquisição de todas as ações em circulação, no
mínimo, pelo valor econômico, nas hipóteses de fechamento do capital ou cancela-
mento do registro de negociação no Novo Mercado.
• Conselho de Administração com mínimo de 5 (cinco) membros e mandato unifi-
cado de até 2 (dois) anos, sendo permitida a reeleição. Pelo menos 20% (vinte por
cento) dos membros deverão ser conselheiros independentes.
• Melhoria nas informações prestadas, adicionando às Informações Trimestrais
(ITRs) – documento enviado pelas companhias listadas à CVM e à Bovespa, dis-
ponibilizado ao público e que contém demonstrações financeiras trimestrais –,
entre outras, demonstrações financeiras consolidadas e demonstração dos fluxos
de caixa.
• Melhoria nas informações relativas a cada exercício social, adicionando às De-
monstrações Financeiras Padronizadas (DFPs) – documento enviado pelas compa-
nhias listadas à CVM e à BM&FBovespa, disponibilizado ao público e que contém
demonstrações financeiras anuais –, entre outras, a demonstração dos fluxos de
caixa.
• Divulgação de demonstrações financeiras de acordo com padrões internacionais
IFRS ou US GAAP.
• Melhoria nas informações prestadas, adicionando às Informações Anuais (IANs) –
documento enviado pelas companhias listadas à CVM e à Bovespa, disponibilizado
ao público e que contém informações corporativas –, entre outras, a quantidade
e características dos valores mobiliários de emissão da companhia, detidos pelos
grupos de acionistas controladores, membros do Conselho de Administração, dire-
tores e membros do Conselho Fiscal, bem como a evolução dessas posições.
• Realização de reuniões públicas com analistas e investidores ao menos uma vez
por ano.
• Apresentação de um calendário anual, no qual conste a programação dos eventos
corporativos, como assembleias, divulgação de resultados etc.
• Divulgação dos termos dos contratos firmados entre a companhia e partes
relacionadas.
Juliano Carneiro 25
Spread do Livro
Spread baixo: quando a diferença entre compra e venda é pequena. Mais comum em
ações de primeira linha. Excelente para operações de trades curtos.
Spread alto: quando a diferença entre compra e venda é grande. Mais comum em
ações de 2a linha ou ações com valor muito alto. Tem deslocamento de preço mais agres-
sivo. Exige mais experiência do trader e controle de risco eficiente.
Figura 3
Juliano Carneiro 27
Mercado Fracionário
Quando você desejar comprar apenas uma parte do lote, deverá recorrer ao merca-
do fracionado. Ele é exatamente igual ao mercado à vista, mas suas ações apresentam
um F no final de seu código. Exemplo: PETR4 (mercado à vista regular), PETR4F (mer-
cado fracionário).
É importante ressaltar que, no mercado fracionário, a liquidez é sempre menor que
no mercado à vista, pois a procura é menor.
Muita gente usa o mercado fracionário para comprar ações periodicamente, ou seja,
todos os meses reservam parte do que sobra do salário para comprar algumas ações.
Essa estratégia é extremamente válida para o longo prazo, pois o investidor, no final de
alguns anos, terá um grande e interessante número de ações.
Um dos problemas do mercado fracionário é justamente a corretagem. Um exem-
plo de corretagem fixa: comprando 10 ações ou comprando o lote com 100 ações, o
investidor pagará o mesmo valor à corretora. Dessa forma, como a corretagem é fixa,
quanto mais ação o investidor comprar, maior será a diluição da corretagem no mon-
tante total.
Segue uma simulação de diluição de corretagem:
Se comprar 1 ação, pagará: 30,00 (ação) + 10,00 (corretagem) = R$ 40,00. Para co-
brir as despesas de corretagem, a ação teria que subir 33,33%.
Se comprar 100 ações, pagará: 3.000,00 (lote) + 10,00 (corretagem) = R$ 3.010,00.
Para cobrir as despesas de corretagem, a ação teria que subir 0,33%.
Com essa fórmula, fica fácil entender que é mais negócio comprar no mercado regu-
lar que no fracionário. A corretagem pesa bastante, mas, para quem não está pensando
em fazer trade e sim acumular papéis no longo prazo, pode ser uma boa opção.
28 Análise Técnica
Diversos alunos me perguntam em meus cursos se correm risco em deixar seu di-
nheiro na corretora.
Devido à grande regulamentação do Banco Central e CVM, há anos não vejo corre-
toras quebrarem aqui no Brasil. Todas têm boa saúde financeira e estão há muito tempo
no mercado. As novas são as antigas que foram compradas e mudaram de nome.
De qualquer forma, quando você compra uma ação, ela não fica na corretora, mas
sim custodiada na CBLC (Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia). Nesse caso,
se a corretora fechar, basta fazer a transferência de custódia para outra corretora, sem
ter nenhuma dor de cabeça com isso.
Se a corretora quebrar e você não tiver ações, e sim dinheiro parado em conta, po-
derá ter problemas. Se for ficar algum tempo sem operar o mercado, ou com entradas
programadas, poderá fazer TED da corretora para o banco, e vice-versa, quantas vezes
forem necessárias.
Como a conta da corretora é caracterizada como uma conta-investimento, não há
incidência de CPMF nessa operação.
Homebroker ou plataforma
Há corretoras que fornecem duas ferramentas para que o investidor faça suas ope-
rações. Uma delas, muito comum e conhecida, é o homebroker, que funciona como um
site na internet. O investidor digita o endereço no navegador, coloca login e senha e
acessa o sistema para enviar ordens de compra e venda, bem como para consultar seu
BACKOFFICE.
Para quem deseja se tornar um trader e operar no intradia (day-trade), será ne-
cessária, para melhorar o desempenho, uma plataforma.
Plataforma nada mais é que um programa que o investidor instala no computador e
executa como um aplicativo. Ela dá maior velocidade às operações pelo fato de ser mais
simples e rápida do que o homebroker.
A maior parte das plataformas oferecidas pelas corretoras é paga, no entanto, se o
cliente faz muitas operações, a corretora costuma oferecê-las de graça e abater da corre-
tagem.
Consulte sua corretora sobre as plataformas disponíveis.
Claro que, quando falo em perder, não quero dizer que você ficará sem dinheiro algum.
Sempre que montamos uma operação, temos que ter em mente quantos por cento
podemos perder, e não podemos perder mais de 2% por operação. Nunca, jamais. Se
você perder 2% na operação, não fique triste; o importante é perder 2% e ganhar mais do
que a perda para que, no final do mês, você tenha uma rentabilidade positiva. Portanto,
você perderá 2, ganhará 12 e ficará com 10 no final do mês! Perfeito!
Existe uma regra muito interessante que sempre utilizo e que extraí do livro do
famoso Dr. Alexander Elder, Come Into My Trade Room, cuja leitura recomendo a todos.
Ela diz que “se você perdeu 6%, ou seja, 3 operações consecutivas no mesmo mês, terá
que ficar um mês de castigo, sem operar nada, só estudando o mercado e procurando
saber onde errou”.
Nossa mente é muito engraçada; ela se adapta a algumas situações erradas no mer-
cado e acaba nos viciando. Pior ainda, ela nos mostra que aquilo está certo, mesmo que
esteja desrespeitando todas as regras aprendidas durante nossos estudos. É fácil de-
tectar quando isso acontece, pois você começará a perder com maior frequência. Nesse
momento, será fundamental parar, refletir e corrigir a mente.
Graças a ela, nosso mercado financeiro ganhou a confiança dos mercados de pri-
meira linha, como os dos EUA e da Europa. Se a CVM não tivesse a competência que
tem, é bem provável que o número de estrangeiros na bolsa fosse bem pequeno.
Ela sempre estará à sua disposição para qualquer tipo de reclamação, dúvida ou
elogio.
Caso tenha algum problema com qualquer participante do mercado, envie uma
mensagem para a ouvidoria, pois ela certamente será respondida. O endereço do site da
CVM é http://www.cvm.gov.br/.
Tipos de Investidores
Existem diversos tipos de investidores e o que os diferencia são os períodos em que
atuam.
Scalper: opera num curtíssimo prazo (1 minuto, 5 minutos) e ganha centavos.
Compra e vende o dia inteiro, pegando movimentos pequenos. Tem parceria com a cor-
retora, para diminuir a corretagem. Como gira muito dinheiro, muitas vezes tem lugar
na mesa de operação da corretora, com direito a todo tipo de luxo, como assessor exclu-
sivo, ajudantes, softwares subsidiados e todas as regalias que desejar. Dizemos que esse
tipo de operador almoça na frente da tela e substitui a cadeira por um vaso sanitário.
Brincadeiras à parte, realmente esse sistema exige muito do profissional. Entra no mer-
cado para ganhar menos do que 10 centavos por operação.
Day-trader: opera em um espaço curto de tempo – um dia, para ser mais exato.
Ele compra um ativo na segunda e vende na segunda, ou seja, no mesmo dia. Esse tipo
de operador é extremamente especializado e vive do mercado. Observa os gráficos aten-
tamente, durante todo o dia.
Swing Trader: opera de 2 a 5 dias. Compra na segunda e vende na sexta. Esse tipo
de operação exige um pouco menos de dedicação ao mercado, podendo o trader fazer
seus planos de compra e venda durante a noite, ou no final de semana. Essa dedicação
menor não significa menos preparo.
Shot-Term: de 2 a 4 semanas. Opera pensando em médio prazo.
Investidor: não tem a filosofia de trader. Ele se torna sócio da empresa, recebe
dividendos, participa das assembleias etc.
Para definir que tipo de trader quer ser, será necessário testar todos eles, ver a qual
se adaptou melhor, qual lhe foi mais rentável, qual se encaixou melhor no seu tempo e,
claro, qual foi mais divertido.
Não será preciso seguir à risca a escolha. A combinação entre os tipos é possível. Por
exemplo, você é um swing trader, mas percebe uma boa oportunidade em um day-trade. Ou
melhor, você vai viajar e quer se desligar um pouco do mercado, então escolhe um ativo
menos turbulento, com uma rentabilidade menor, uma grande liquidez e que opere em
um prazo maior.
34 Análise Técnica
Bovespa Futuro
O Bovespa futuro é uma aposta feita sobre o índice Bovespa, vendido na forma
de contratos de compra e venda. O índice nasce e morre de 2 em 2 meses e é calcula-
do e ajustado para que você possa vê-lo com facilidade em seu software gráfico.
O Bovespa Futuro nos diz muitas coisas, dentre as quais a principal é apontar o
palpite que estão dando para o IBOV no dia, dizer o que os investidores acham que vai
acontecer.
É importante saber que o Índice Futuro começa a ser negociado antes de abrir o
pregão e que, por isso, é possível ter um termômetro de como o mercado abrirá no dia.
Se observarmos com atenção o Índice Futuro, teremos uma ferramenta a mais ao nosso
lado para tentar antecipar o mercado.
Bolsas europeias
Outros índices para os quais precisamos sempre olhar são os das bolsas europeias,
pois elas também abrem antes da nossa.
Se as bolsas europeias estiverem em forte baixa, poderemos ter uma abertura de
mercado ruim.
É importante ressaltar que o mercado asiático não tem tanta influência, devido ao
horário de negociação. Ele reflete o passado, mas dificilmente o futuro.
Envelope de Notícias
Digamos que no dia teremos a divulgação sobre a decisão do FED para corte da
taxa de juros. Como sabemos o horário, pouco antes do anúncio teremos um aumento
de volatilidade e, após o anúncio, quando o número for divulgado, o mercado definirá
para onde vai.
Nesse momento, o trader começa a tomar as decisões, utilizando mais o visual do
que a técnica em si. Entra no mercado, jogando-se no meio do movimento, tentando
pegar parte da precificação da notícia.
Essa é uma operação mais especulativa, porém, muito utilizada por diversos
operadores.
Segundo critério
Havendo empate na quantidade negociada entre dois ou mais preços, selecionam-se
dois preços, o de menor desequilíbrio na venda e o de menor desequilíbrio na compra.
O preço atribuído ao leilão poderá ser igual ou estar entre um desses preços, sendo
escolhido o mais próximo do último negócio ou, caso o papel não tenha sido negociado
no dia, o mais próximo do preço de fechamento.
Juliano Carneiro 39
Terceiro critério
Havendo empate nos dois critérios anterior, o preço selecionado na abertura do
leilão fará parte de uma escala de preços, incluindo ou não os preços limites,
conforme a quantidade em desequilíbrio.
Figura 4
Teorias de Dow
Charles Henry Dow foi fundador da Dow Jones & Company e proprietário do Wall
Street Jornal. Em suas colunas no jornal, Dow formulou algumas teorias que serviram
como base para a análise técnica como a conhecemos hoje. O interessante é que Charles
Dow não formulou as teorias formalmente em livros etc. Os leitores foram pegando as
informações e observações sobre o mercado, começaram a estudá-las e assim formula-
ram as teorias.
Devido aos pensamentos desse homem, o principal índice americano foi batizado
de Dow Jones Index. Uma homenagem a Charles Dow & Edward Jones.
Vamos conhecer os princípios, segundo os comentários de Dow:
Figura 5
Tais fenômenos, quando acontecem, geram fortes oscilações, mas são rapidamente
absorvidos pelo mercado. Veja, na Figura 5, um exemplo.
Figura 6
Figura 7
Juliano Carneiro 43
Figura 8
Fase 2
Investidores de pequeno e médio portes mais qualificados percebem que a queda
está acabando e começam a tomar posições de compra, aumentando ainda mais a força
compradora e impulsionando uma recuperação do mercado.
Fase 3
É marcada por grandes altas. Investidores menos qualificados começam a entrar,
pois observam em jornais e revistas boas notícias sobre a bolsa de valores. Nessa fase, os
investidores que compraram na fase 1 começam a vender para os investidores da fase 3.
44 Análise Técnica
Fase 2
É uma etapa marcada por nervosismo, pois os investidores menos qualificados per-
cebem o erro e começam a desfazer suas posições, aumentando a força vendedora. Nes-
sa fase, a tendência de baixa começa com força.
Fase 3
Com perdas enormes e grande desvalorização dos ativos, investidores mais qualifi-
cados começam a comprar e a fase 1 do mercado de alta começa novamente.
4o Princípio: Da confirmação
Dow dizia que um índice que tem comportamento parecido deve confirmar outro.
Um exemplo claro que costumo dar em meus cursos é justamente a relação entre a ação
que o investidor deseja comprar e o índice Bovespa.
Se o Índice Bovespa estiver em tendência de queda, ficará difícil efetuar compra de
ações, pois o IBOV reflete o comportamento do mercado de ações e, dessa forma, não
estará “autorizando” operações de compra.
Tentar acertar uma compra com o índice caindo é uma loteria. É tentar acertar uma
ação dentre as muitas que estão em queda.
Concluindo, se o índice estiver caindo, a probabilidade de acertar em operações de
compra será pequena.
mercado estará na tendência, até que algum sinal muito forte aconteça. No nosso caso,
o sinal forte será a formação gráfica que chamamos de PIVOT, a qual veremos mais
adiante.
Acontece também, muitas vezes, de o investidor tentar achar um fundo nos
ativos. Ele acha que está “barato” demais e que daquela região o preço não pas-
sará. Quando perde, leva as mãos à cabeça e tenta arrumar uma explicação para o
ocorrido.
Vamos nos conscientizar de que o mercado é forte o suficiente para romper qual-
quer fundo existente, e que o preço poderá cair muito mais do que já caiu.
Passei alguns momentos de minha vida em uma feira, pois tive parentes que tra-
balharam no Ceasa, em São Paulo, como feirantes. Devido a essa experiência, costumo
comparar o mercado de ações com uma feira gigantesca. Tanto em um como no outro,
com o passar do dia, há uma mudança de preço.
O mercado nos deixa quatro valores importantes para nos ajudar em nossas aná-
lises: o preço de abertura (quando o mercado abre), fechamento (quando o mercado
fecha), máxima (patamar máximo alcançado no dia) e mínima (patamar mínimo alcan-
çado no dia). Esses quatro preços já nos dizem muitas coisas. Veremos mais adiante
como estudá-los, por meio dos tipos de gráficos.
Tipos de Gráficos
Fechamento Abertura
Abertura Fechamento
Mínima Mínima
Figura 10
Gráfico de linha
Esse gráfico é formado por uma linha. O problema dele é que leva em consideração
apenas um preço. Por exemplo, gráfico de linhas com preço de fechamento, gráfico de
linhas com preço médio etc.
Figura 11
Juliano Carneiro 47
Esse tipo de gráfico é mais fácil para visualização, porém não oferece nenhum tipo
de informação complementar, como o gráfico de barras e o Candle.
Veja, na Figura 11, um exemplo do gráfico de linha com os preços de fechamento
do IBOV.
Figura 12
48 Análise Técnica
Figura 13
Figura 14
Você deve ter notado que nos Candles também existem 2 barras verticais. Chama-
mos essas barras de SOMBRA. A sombra superior determina o preço máximo que o
ativo teve no período e a sombra inferior, o preço mínimo.
Detalhe importante sobre os Candles: quando estão vermelhos, é porque estão com
o preço de abertura em cima e o preço de fechamento embaixo. Quando estão verdes,
Juliano Carneiro 49
Figura 15
Martelo
É um padrão altista, que aparece durante um período de baixa nítido e sinaliza
reversão do mercado para alta ou para o lado. Leva esse nome pelo fato de seu desenho
parecer com o de um martelo.
50 Análise Técnica
O martelo sinaliza uma diminuição da força vendedora. Se for verde, seu poder de
reversão aumentará mais.
Características:
Obs.: Na teoria, seria sem sombra superior, mas, se uma sombrinha aparecer, cos-
tumo considerar um martelo. Quando digo sombrinha, me refiro a, aproximada-
mente, 1/5 da sombra inferior ou menos.
Número de operações: 37
Operações com ganho: 21 (56,76%)
Operações com perda: 16 (43,24%)
Ganho por ação desde o início: 130%
Máximo de ganhos consecutivos: 6 operações
Média de ganhos consecutivos: 3 operações
Máximo de perdas consecutivas: 9 operações
Média de perdas consecutivas: 3 operações
Enforcado
Tem as mesmas características do martelo, porém, acontece no momento em que o
mercado está apresentando diversas altas. Quando aparece, sinaliza reversão para baixa
ou para o lado, portanto é um padrão baixista.
O enforcado sinaliza uma diminuição da força compradora. Se ele for vermelho, sua
potência de reversão aumentará mais.
Características:
Figura 18
Metodologia de operação
Obs.: Na teoria, seria sem sombra superior, mas, se uma sombrinha aparecer, costumo
considerar um enforcado. Quando digo sombrinha, me refiro a, aproximadamente, 1/5
da sombra inferior ou menos.
Figura 19
Figura 20
Ativo: Petr4
Período de testes: 01/01/2002 até 30/07/2009
Número de operações: 20
Operações com ganho: 5 (25%)
Operações com perda: 15 (75%)
Prejuízo por ação desde o início: –38,90%
Máximo de ganhos consecutivos: 3 operações
Média de ganhos consecutivos: 2 operações
Máximo de perdas consecutivas: 5 operações
Média de perdas consecutivas: 4 operações
Figura 21
Ativo: Petr4
Período de testes: 01/01/2002 até 30/07/2009
Número de operações: 20
Operações com ganho: 15 (75%)
Operações com perda: 5 (25%)
Lucro por ação desde o início: 28,01%
Máximo de ganhos consecutivos: 5 operações
Média de ganhos consecutivos: 4 operações
Máximo de perdas consecutivas: 3 operações
Média de perdas consecutivas: 2 operação
Shooting Star
Aparece após um movimento de alta. E sinaliza reversão, portanto, é um padrão
baixista. Ele retrata a perda do controle dos compradores para os vendedores.
Características:
Corpo pequeno.
Abre em Gap de alta em relação ao
Candle anterior.
Sombra superior longa.
Não há sombra inferior.
Juliano Carneiro 55
Número de operações: 14
Operações com ganho: 2 (14,29%)
Operações com perda: 12 (85,71%)
Prejuízo por ação desde o início: –30%
Máximo de ganhos consecutivos: 1 operações
Média de ganhos consecutivos: 1 operações
Máximo de perdas consecutivas: 9 operações
Média de perdas consecutivas: 6 operações
56 Análise Técnica
Figura 24
a formação do martelo, com stop 3 reais acima do preço de compra e objetivo 3 reais
abaixo do preço de compra. Como o Shooting Star funciona como operação de venda
alugada, esbarramos em operar contra a tendência primária, que é de alta. Dessa forma,
a probabilidade de erros nos trades é maior.
Veja, na Figura 24, o Shooting Star, em um gráfico real.
Martelo Invertido
O martelo invertido sinaliza uma mudança de tendência para alta, portanto, é um
padrão altista. Reflete a entrada de compradores. Suas características são iguais às do
Shooting Star, porém, ele aparece depois de uma sequência de baixas.
Características:
Corpo pequeno.
Abre em Gap de baixa em relação ao
Candle anterior.
Sombra superior longa.
Não há sombra inferior.
Figura 26
Figura 27
Ativo: Petr4
Período de testes: 01/01/2002 até 30/07/2009
Número de operações: 32
Operações com ganho: 22 (68,75%)
Operações com perda: 10 (31,25%)
Lucro por ação desde o início: 380%
Máximo de ganhos consecutivos: 6 operações
Média de ganhos consecutivos: 4 operações
Máximo de perdas consecutivas: 5 operações
Média de perdas consecutivas: 2 operações
Estrela
Esse padrão mostra indecisão no mercado e uma possível reversão. Ele pode ser
tanto baixista como altista. Tudo dependerá da posição que ocupa no gráfico.
A estrela significa uma forte batalha entre compradores e vendedores. É padrão
comum nos gráficos.
Características:
• Possui sombras superiores e inferiores.
• Corpo pequeno.
Se a estrela aparece depois de alguns dias de alta, chamar-se-á estrela da tarde e, se
aparecer após dias de baixa, estrela da manhã.
Veja, na Figura 30, as estrelas em um gráfico real.
Se a estrela abrir em Gap com relação ao Candle anterior, seu poder de reversão será
potencializado.
Juliano Carneiro 59
Figura 28
Figura 30
Dojis
Os Dojis são estrelas de maior força. Elas não têm corpo. Acontecem quando existe
uma alta indecisão no mercado e os preços de abertura e fechamento estão no mesmo
nível. Sinalizam uma briga forte entre compradores e vendedores.
Existem 3 tipos de Dojis:
Figura 31
Metodologia de operação
Juliano Carneiro 61
Figura 32
Doji Clássico:
• Não tem corpo.
• Tem sombra inferior e superior.
Doji Dragonfly:
• É um padrão altista.
• Não tem corpo.
62 Análise Técnica
Marubozu
É basicamente um Candle que não tem máxima nem mínima. Indica um movimen-
to forte de baixa ou alta.
Figura 34
Número de operações: 22
Operações com ganho: 14 (63,64%)
Operações com perda: 8 (36,36%)
Lucro por ação desde o início: 60%
Máximo de ganhos consecutivos: 6 operações
Média de ganhos consecutivos: 3 operações
Máximo de perdas consecutivas: 3 operações
Média de perdas consecutivas: 1 operação
64 Análise Técnica
Figura 36
Ativo: Petr4
Período de testes: 01/01/2002 até 30/07/2009
Número de operações: 15
Operações com ganho: 3 (20%)
Operações com perda: 12 (80%)
Prejuízo por ação desde o início: –90%
Máximo de ganhos consecutivos: 1 operação
Média de ganhos consecutivos: 1 operação
Máximo de perdas consecutivas: 9 operações
Média de perdas consecutivas: 5 operações
Juliano Carneiro 65
Engolfo de Alta
É um padrão forte que acontece depois de uma sequência de baixas.
O engolfo de alta acontece da seguinte maneira: no primeiro Candle aparece uma
estrela que por si só já representa indecisão; logo depois, aparece um Candle maior, co-
brindo totalmente a estrela.
Características:
• O primeiro Candle tem a cor vermelha, e o segundo tem a cor verde.
• O segundo Candle cobre totalmente o corpo do primeiro.
Figura 37
66 Análise Técnica
Figura 38
Metodologia de operação
Figura 39
Número de operações: 21
Operações com ganho: 16 (76,19%)
Operações com perda: 5 (23,81%)
Lucro por ação desde o início: 330%
Máximo de ganhos consecutivos: 5 operações
Média de ganhos consecutivos: 3 operações
Máximo de perdas consecutivas: 1 operação
Média de perdas consecutivas: 1 operação
Engolfo de Baixa
É um padrão baixista que tem as características do engolfo de alta. Ocorre após
movimentos de alta. O primeiro Candle tem a cor verde e o segundo, vermelha.
Características:
• O primeiro Candle tem a cor verde e o segundo tem a cor vermelha.
• O segundo Candle cobre totalmente o corpo do primeiro.
Veja, na Figura 43, o engolfo de baixa em um gráfico real.
Figura 41
68 Análise Técnica
Figura 42
Metodologia de operação
Figura 43
Número de operações: 27
Operações com ganho: 10 (37,04%)
Operações com perda: 17 (62,96%)
Prejuízo por ação desde o início: –184%
Máximo de ganhos consecutivos: 5 operações
Média de ganhos consecutivos: 3 operações
Máximo de perdas consecutivas: 5 operações
Média de perdas consecutivas: 3 operações
Haramis
Em japonês significa gravidez. Esse padrão ocorre na alta e na baixa. É formado da
seguinte maneira: o primeiro Candle é grande, com a cor da tendência, e o segundo Can-
dle é pequeno, usualmente uma estrela. O primeiro chama-se mãe e o segundo, filho.
Figura 45
70 Análise Técnica
Figura 46
Metodologia de operação
O segundo deve estar totalmente coberto pelo corpo do Candle mãe. É importante
ressaltar que, quanto menor for o corpo do segundo Candle, maior a força do Harami. Se
porventura acontecer um evento raro, que é o segundo Candle ser Doji, chamaremos a
essa combinação de HARAMI CROSS. Ela é extremamente potente e deve ser respeita-
da como um sinal fortíssimo de reversão.
Características:
• No primeiro dia, forma um Candle grande, com a cor da tendência vigente.
• No segundo dia, forma um Candle menor, totalmente coberto pelo primeiro Candle
com a cor oposta.
Juliano Carneiro 71
Número de operações: 18
Operações com ganho: 12 (66,67%)
Operações com perda: 6 (33,33%)
Lucro por ação desde o início: 180%
Máximo de ganhos consecutivos: 5 operações
Média de ganhos consecutivos: 2 operações
Máximo de perdas consecutivas: 2 operações
Média de perdas consecutivas: 2 operações
Figura 48
Ativo: Petr4
Período de testes: 01/01/2002 até 30/07/2009
Número de operações: 18
Operações com ganho: 6 (33,33%)
Operações com perda: 12 (66,67%)
Prejuízo por ação desde o início: –180%
Máximo de ganhos consecutivos: 2 operações
Média de ganhos consecutivos: 2 operações
Máximo de perdas consecutivas: 5 operações
Média de perdas consecutivas: 2 operações
Figura 49
Juliano Carneiro 73
Figura 50
Figura 51
Metodologia de operação
74 Análise Técnica
Figura 52
Figura 53
Ativo: Petr4
Período de testes: 01/01/2002 até 30/07/2009
Número de operações: 11
Operações com ganho: 4 (36,36%)
Operações com perda: 7 (63,64%)
Prejuízo por ação desde o início: –30%
Máximo de ganhos consecutivos: 1 operação
Média de ganhos consecutivos: 1 operação
Máximo de perdas consecutivas: 2 operações
Média de perdas consecutivas: 2 operações
Juliano Carneiro 75
Piercing Pattern
Tem as mesmas características do Dark Clouds, mas, acontece depois de um movi-
mento de baixa.
Figura 54
Figura 56
Características:
• Primeiro Candle na cor vermelha e segundo na cor verde.
• Segundo Candle tem sua abertura abaixo do fechamento do primeiro Candle.
• Fica dentro da zona de preço do primeiro Candle.
• Segundo Candle tem uma penetração mínima de 50% do primeiro Candle.
Veja, na Figura 56, o padrão Piercing Pattern em um gráfico real.
Número de operações: 11
Operações com ganho: 7 (63,64%)
Operações com perda: 4 (36,36%)
Lucro por ação desde o início: 30%
Máximo de ganhos consecutivos: 2 operações
Média de ganhos consecutivos: 2 operações
Máximo de perdas consecutivas: 1 operação
Média de perdas consecutivas: 1 operação
Bebê Abandonado
Figura de reversão, tanto de alta quanto de baixa. Difícil de ser encontrada no dia a
dia, mas tem um forte poder e não deve ser desprezada.
Figura 58
78 Análise Técnica
Características:
• Gap seguido de um Doji.
• Outro gap na direção oposta.
• Fica a sensação de um Candle totalmente deslocado e abandonado no gráfico.
• Doji deve ficar abaixo das mínimas.
Nesse padrão, por teoria, no fundo deve ser deixado um Doji, porém, é comum
também vermos uma estrela. O importante é a sequência de gap, não o Candle que foi
deixado no fundo, no caso de bebê abandonado, durante a baixa, ou no topo, durante a
formação, na alta.
Juliano Carneiro 79
Figura 60
Figura 63
Metodologia de Operação:
Obs.: Por ser uma formação de lateralização, não é recomendável fazer operações nesse tipo
de formação, pois a volatilidade não costuma ser tão atraente.
84 Análise Técnica
Obs.: Por ser uma formação de lateralização, não é recomendável fazer operações nesse tipo
de formação, pois a volatilidade não costuma ser tão atraente.
Juliano Carneiro 85
Figura 67
86 Análise Técnica
Realmente, adaptar a escala e utilizar a que mais testou suporte e resistência seria
o ideal, porém, infelizmente, nem todos dispõem de tempo para fazê-lo. Caso você dis-
ponha, faça isso, pois será muito importante.
Cada ativo tem sua particularidade, assim, haverá ativos que ficarão melhores na
escala logarítmica e outros, na escala aritmética.
Perceba, no gráfico anterior, que a escala logarítmica foi melhor, pois testou mais
vezes a linha de tendência de alta do que a aritmética.
Figura 68
Figura 69
Mercado em Alta (Tendência de Alta)
Juliano Carneiro 87
Figura 72
Quando o preço atinge um suporte, geralmente as pessoas acham que o ativo está
com preço muito baixo e começam a comprar, levantando assim sua cotação.
A resistência é uma área em que as pessoas acham que o ativo está caro demais.
Surge, então, um pânico psicológico, um medo de que o mercado caia. As pessoas ini-
ciam suas vendas e, assim, derrubam, de fato, o mercado.
Por que aprendemos sobre os topos e fundos antes dos suportes e resistências?
Simples! Todo topo é uma resistência e todo fundo é um suporte.
Cabe lembrar que, quando uma resistência é ultrapassada, ela automaticamente
vira um suporte.
Para marcarmos os suportes e resistências, traçamos uma linha horizontal no topo
ou fundo (veja a Figura 73).
Marcamos os suportes e resistências porque eles são áreas de preços muito fortes,
psicologicamente falando. Por isso, você deve ficar atento para a seguinte questão: quan-
do um ativo está a caminho de encontrar uma resistência, ele tem grande possibilidade
de bater na resistência e recuar. Já no caso do suporte, ele tende a bater e subir.
Para quebrar um suporte ou uma resistência, é necessária grande força do ativo
e do mercado. Isso não quer dizer que você precise vender quando ele bater em uma
resistência. Mantenha a calma e, se ele bater e começar a cair, venda. Digo isso porque,
quando o ativo rompe uma resistência, na maioria das vezes ele tem força suficiente
para subir muito e, se você se afobar, perderá esse movimento. A mesma coisa vale para
o suporte. Se o ativo perder o suporte, ele terá força para cair bastante.
Existem muitos traders de sucesso que compram ativos somente nos rompimentos,
utilizando isoladamente os suportes e as resistências, ou seja, se o ativo fechar acima da
linha da resistência, eles compram.
Eu realmente me guio por meio dos suportes e das resistências, porém, não os uti-
lizo isoladamente. Acredito que eles sejam fundamentais, mas sempre os combino com
alguns indicadores.
Vamos ver, nas Figuras 74 e 75, alguns exemplos de suporte e resistência em grá-
ficos reais.
Figura 73
90 Análise Técnica
Figura 74
Figura 75
Umas das coisas mais importantes que devemos observar quando o ativo chega pró-
ximo do suporte ou da resistência, é o volume. Se o ativo estiver com um volume muito
acima da média, é bem provável que ocorra um rompimento. Fique atento a esse fato.
Algumas coisas interessantes que devemos saber sobre suportes e resistências:
1. Quanto mais vezes o ativo bater no suporte ou resistência e respeitá-la, mais força
ela terá.
2. Uma resistência de 5 anos é mais forte que uma resistência de 1 mês. Ou seja,
quanto mais tempo ela durar, maior é sua força.
3. Quanto maior a distância entre os suportes e as resistências, mais poderosa ela será.
4. Assim que uma resistência é perdida, ela automaticamente se transforma em
suporte, e, quando um suporte é perdido, ele automaticamente se transforma em
resistência.
Juliano Carneiro 91
A Mudança de Tendência
A mudança de tendência ocorre justamente quando aparece o que chamamos de
Pivot. Existem dois tipos de Pivot, os de Alta e os de Baixa.
Pivot de Alta
Acontece após um movimento de baixa. O Pivot é um Candle que aparece, quando a
resistência é quebrada. Nesse caso, dizemos que houve uma mudança de tendência, pois
os topos e fundos não são mais descendentes.
Veja, na Figura 76, como funciona.
É importante ressaltar que o Pivot de Alta só ocorrerá quando o fechamento do
Candle ficar acima da resistência. Muitas pessoas consideram somente a sombra Pivot.
Chamo isso de Pivot agressivo.
Figura 76
92 Análise Técnica
Figura 77
Para o Pivot clássico, temos que aguardar o fechamento dos preços acima da resis-
tência. O agressivo tem mais chance de os trades darem errado, pois pode acontecer de
furar a resistência e retornar abaixo dela.
Veja, na Figura 77, o Pivot de alta em um gráfico real.
Pivot de Baixa
Tem as mesmas características do Pivot de Alta, mas, aparece em movimentos de
alta. O Pivot de baixa se forma quando o suporte é quebrado.
Figura 78
Juliano Carneiro 93
Figura 79
94 Análise Técnica
Figura 80
Figura 81
Juliano Carneiro 95
Linhas de Tendências
É fato que os suportes e resistências são linhas guias fortes nos gráficos, porém, se
repararmos bem, os ativos respeitam outras linhas além dessas. É possível notar tam-
bém que existem suportes e resistências inclinados. As linhas inclinadas, que dão supor-
tes e resistências aos ativos, são chamadas de linhas de tendências.
Existem duas linhas de tendências: as de alta e as de baixa.
Figura 82
96 Análise Técnica
Figura 83
Figura 84
Juliano Carneiro 97
Figura 87
Figura 88
Juliano Carneiro 99
Figura 89
100 Análise Técnica
Traçando Canais
Quando traça um canal, você está delimitando uma área em que os preços irão
oscilar.
Os canais devem ser desenhados em tendência de alta (CANAL DE ALTA) ou ten-
dência de baixa (CANAL DE BAIXA).
Vamos notar que alguns ativos costumam respeitar bem esse delimitador, ou seja,
seus preços flutuam dentro deles.
Canal de Alta
Desenhar o canal de alta é bem simples. Basta traçar a linha de tendência de alta e,
em seguida, traçar uma paralela a ela, ligando os topos.
Veja a Figura 90 para facilitar o entendimento.
Veja, na Figura 91, a linha de tendência em um gráfico real.
Figura 90
Juliano Carneiro 101
Figura 91
Figura 92
102 Análise Técnica
Figura 93
Operar um canal menor do que isso é um risco, pois a margem de lucro fica muito
pequena.
A Figura 92 mostra na teoria como devemos operar um canal.
Eu recomendo que a compra seja feita no dia posterior ao toque na linha do canal,
pois isso dará maior segurança ao seu trade, afinal, o canal poderá ser rompido e, se isso
acontecer, você estará comprando em uma situação muito delicada, podendo fazer um
trade ruim.
Veja, na Figura 93, a situação mais segura para você operar um canal.
Dessa forma, sua rentabilidade será um pouco menor, no entanto, haverá maior
segurança em sua compra.
Não podemos esquecer que o ativo pode perder essa linha e que, se isso acontecer,
a queda tenderá a ser muito forte. Portanto, espere a confirmação de que realmente o
ativo está respeitando a linha e está buscando a linha superior; então, compre.
É dessa forma que se deve operar um canal na prática.
Padrões de Continuação
Triângulo Simétrico
Esse padrão, na maior parte das vezes, funciona como padrão de continuação.
Para traçarmos esse padrão, são necessários, no mínimo, dois fundos e dois topos.
Figura 94
Se a base do triângulo for grande, isso poderá ser um indicativo de que essa figura
será de reversão.
O Volume e o Triângulo
Se o triângulo for de continuação, o volume deverá se comportar da seguinte for-
ma: crescer quando os preços caminharem em direção à tendência, e diminuir quando
caminharem em direção contrária.
Perceba que o volume vai subindo conforme os preços vão chegando à linha supe-
rior do triângulo, e vão caindo conforme vão chegando à linha inferior. Isso caracteriza
um triângulo de continuação.
104 Análise Técnica
Figura 95
Utilizando a Base
Você irá projetar o tamanho da base exatamente no ponto em que houve o rompi-
mento.
Figura 96
Juliano Carneiro 105
Figura 97
Utilizando o Comprimento
Você irá traçar uma paralela do comprimento para o lado que foi rompido. Veja a
Figura 97 para entender melhor.
Os mais fortes rompimentos acontecem entre ¾ e a metade do comprimento. Além
disso, o rompimento deve ser seguido por um volume forte.
Nós estudamos os rompimentos do triângulo para cima, mas, é possível que ele
rompa para baixo também. Nesse caso, agiremos da mesma forma para encontrar os
objetivos, porém faremos o inverso.
106 Análise Técnica
Figura 98
Figura 99
Juliano Carneiro 107
Figura 100
Figura 101
108 Análise Técnica
Figura 102
Figura 103
Juliano Carneiro 109
Pull-Back de Rompimento
Figura 104
Figura 105
110 Análise Técnica
Figura 106
Figura 107
Agressiva:
Figura 108
Conservadora:
Retângulos
São figuras bem comuns, encontradas em nosso dia a dia. Os retângulos são con-
gestões que se formam, fazendo com que o ativo fique andando de lado. O preço fica
oscilando entre as duas linhas.
112 Análise Técnica
Figura 109
Figura 110
Figura 112
Cunhas
São figuras muito parecidas com os triângulos simétricos. A única diferença são
suas inclinações, que podem ser para cima ou para baixo, formando, respectivamente,
Cunhas Ascendentes e Cunhas Descendentes.
Figura 113
Cunhas Descendentes (Altistas)
114 Análise Técnica
Figura 114
Cunhas Ascendentes (Baixistas)
Bandeiras
Figura 115
Juliano Carneiro 115
Figura 116
São padrões que têm como conceito um movimento muito forte do mercado. Ou
seja, eles surgem após uma forte alta ou forte baixa e funcionam, na maioria das vezes,
como padrão de continuação.
A bandeira se constrói com um movimento forte para cima ou para baixo, com forte
volume, formando um MASTRO. Em seguida, forma-se uma pequena congestão, em
formato de retângulo. O padrão se completa com um rompimento com volume forte.
Quanto mais horizontal for o mastro, mais forte será o padrão.
Figura 117
116 Análise Técnica
Flâmulas
São formações parecidas com as das bandeiras. A única coisa que as diferencia é que,
em vez de formar um retângulo durante a congestão, as flâmulas formam triângulos.
Quanto mais horizontal for o mastro, mais forte será o padrão.
Figura 118
Padrões de Reversão
São formações gráficas que têm grande força e sinalizam uma mudança de tendência.
Juliano Carneiro 117
Figura 119
Figura 120
118 Análise Técnica
Figura 121
Figura 122
Juliano Carneiro 119
Figura 123
Metodologia de operação do OCO
Figura 124
Metodologia de operação do OCO (Invertido)
Figura 125
Figura 126
Juliano Carneiro 121
Figura 127
Figura 128
Figura 129
Formações de Alargamento
São formações, na maioria das vezes, baixistas ou de continuação de baixa. São
raras e difíceis de serem operadas.
Juliano Carneiro 123
Figura 130
Gaps
São espaços em branco, que ficam no meio do gráfico, indicando que não houve ne-
gociação naquele momento. Ou seja, a menor cotação negociada é maior que a máxima
de preço do período anterior.
Os Gaps ocorrem, em sua grande maioria, nos gráficos diários e de menor periodi-
cidade, sendo difícil aparecerem em periodicidades maiores.
Figura 131
124 Análise Técnica
Figura 132
Juliano Carneiro 125
Figura 133
Metodologia de operação (GAP DE ÁREA)
Figura 134
Metodologia de operação (GAP DE FUGA)
126 Análise Técnica
Figura 135
Metodologia de operação (GAP DE MEDIDA/CONTINUAÇÃO)
Figura 136
Indicadores Auxiliares
Os indicadores são ferramentas auxiliares utilizadas para ajudar na tomada de de-
cisão. Fazem com que o gráfico em si seja confirmado ou, então, que um movimento do
mercado seja previsto, tendo como ideia o fato de que alguns indicadores predizem o
que irá acontecer.
O problema é que, com essa grande quantidade de indicadores existente no merca-
do hoje, eles acabam se contradizendo. Um fala para comprar, e o outro fala para vender.
E tal problema só será resolvido quando você tiver testado todos eles e encontrado o
conjunto que possa lhe trazer maior segurança em sua forma de operação. Não adianta
você operar com um “Setup” que alguém lhe passou. Pode ser que para você ele não dê
certo, afinal, cada pessoa pensa de uma forma, e a forma como você pensa pode ser que
não esteja correta dentro desse modo de operação.
Os indicadores foram feitos para ser utilizados simultaneamente, confirmando,
dessa forma, uns aos outros. A grande dificuldade é achar qual combina com qual e saber
se essa combinação será bem-sucedida.
Alguns traders iniciantes, por desconhecerem o funcionamento de todos os indi-
cadores, e para não ficarem em dúvida diante deles, olham para apenas um. Nesse mo-
mento, eles não se dão conta de que, com mercados em tendência, um rastreador trará
os melhores resultados e, em mercados sem tendência, “andando de lado”, o oscilador
funcionará melhor. Portanto, definir o que usar e quando usar é fundamental para ter
sucesso nas operações.
Além dessas duas classes de indicadores, costumo separar uma nova classe, chama-
da de Indicadores de Volume, que tem como premissa básica a utilização e contabiliza-
ção do volume, para definir se o mercado está acumulando ou distribuindo, ou seja, se
está entrando ou saindo dinheiro. Os analistas colocam esses indicadores na classe dos
rastreadores. Eu prefiro colocá-los em uma terceira classe.
Rastreadores
São, de modo geral, utilizados para detectar o início e acompanhamento de uma
tendência.
Médias Móveis
Mostram qual foi o preço médio de um ativo em determinado período de tempo.
Constituem uma ferramenta muito poderosa e muito utilizada por analistas técnicos,
em todos os mercados. Além disso, são a base de grande parte dos indicadores.
128 Análise Técnica
Onde
Figura 137
Figura 138
130 Análise Técnica
Figura 139
Repare no gráfico acima que os preços não se afastam muito tempo da média de
21. Por esse fato, acionar compra, quando os preços estiverem muito acima dessa média,
ou vender descoberto, quando os preços estiverem muito abaixo da média móvel de 21,
tornar-se-á bastante arriscado.
Eu costumo usar a de 5 – 21, mas faço teste em vários ativos, pois pode ser que uma
combinação funcione melhor em um ativo que em outro.
Com o tempo, você saberá qual cruzamento usar, com maior segurança, em cada
ativo.
Para testar os ativos, basta plotar as duas médias desejadas e utilizar os dados his-
tóricos para fazer os testes. As médias que derem melhores sinais de compra e venda
devem ser anotadas e utilizadas quando for feita a análise do ativo.
Regras de cruzamento
As médias apresentam sinais de compra e venda quando fazem cruzamentos.
Sinal de compra: quando a média mais rápida cruza a mais lenta, de baixo para
cima.
Exemplo: quando a média de 5 períodos cruza a de 21.
Sinal de venda: quando a média mais rápida cruza a mais lenta, de cima para
baixo.
Exemplo: quando a média de 21 cruza a média de 5.
Figura 140
Figura 141
Ativo: Petr4
Período de testes: 01/01/2005 até 30/07/2009
Configuração do Indicador: Média Móvel Exponencial de 5 períodos com preço de aber-
tura – Média Móvel Exponencial de 21 períodos com preço de abertura.
Número de operações: 48
Operações com ganho: 21 (43,75%)
Operações com perda: 27 (56,25%)
Ganho por ação desde o início: 308%
Máximo de ganhos consecutivos: 4 operações
Média de ganhos consecutivos: 2 operações
Máximo de perdas consecutivas: 7 operações
Média de perdas consecutivas: 2 operações
MACD Linha
É formado por duas linhas: uma chamada de linha do MACD (em marrom) e outra
chamada de linha de sinal (em vermelho). A linha do MACD é formada por duas médias
móveis exponenciais, que são mais sensíveis a mudanças rápidas de preço, e a linha de sinal
é uma média móvel exponencial, que responde mais lentamente às mudanças de preço.
Os cruzamentos das linhas mostram sinais de mudança no equilíbrio das forças
entre compradores e vendedores. A linha do MACD mais rápida reflete um período de
tempo mais curto e a linha de sinal, um período mais longo.
Sinais de compra: quando a linha do MACD cruza de baixo para cima a linha de
sinal. Demonstra aumento da força compradora. Stop deverá ser posicionado abaixo da
mínima do dia anterior ao da compra.
Sinais de venda: quando a linha do MACD cruza de cima para baixo a linha de sinal.
Demonstra aumento da força vendedora. Stop deverá ser posicionado acima da máxima
do dia anterior ao da compra.
Figura 142
MACD Histograma
É dessa forma que utilizo o MACD. No meu modo de operação, os sinais de compra
e venda são mais claros.
O histograma mede a diferença entre a linha do MACD e o sinal. Se a linha do
MACD está abaixo da linha de sinal, o histograma é negativo. Se a linha do MACD está
acima da linha de sinal, o histograma é positivo.
134 Análise Técnica
Figura 143
Figura 144
Sinal de compra: compre quando o histograma tiver parado de cair e entrar no po-
sitivo.
Sinal de venda: venda quando o histograma parar de subir e entrar no negativo.
Figura 145
Ativo: Petr4
Período de testes: 01/01/2005 até 30/07/2009
Configuração do Indicador: Média Longa: 26 – Média Curta: 12 – Sinal: 9
Número de operações: 15
Operações com ganho: 10 (66,67%)
Operações com perda: 5 (33,33%)
Ganho por ação desde o início: 316%
Máximo de ganhos consecutivos: 3 operações
Média de ganhos consecutivos: 2 operações
Máximo de perdas consecutivas: 1 operação
Média de perdas consecutivas: 1 operação
Efetuamos as compras todas as vezes que o MACD saiu do negativo e foi para o
campo positivo, e encerramos a operação de compra toda vez que ele saiu do positivo e
foi para o negativo. Nesse backtesting não utilizamos stop e objetivo fixo.
Figura 146
Figura 147
Figura 148
Ativo: Petr4
Período de testes: 01/01/2002 até 30/07/2009
Configuração do Indicador: Fator de aceleração: 0,02 – Limite de aceleração: 0,20
Número de operações: 57
Operações com ganho: 37 (64,91%)
Operações com perda: 20 (35,09%)
Ganho por ação desde o início: 170%
Máximo de ganhos consecutivos: 5 operações
Média de ganhos consecutivos: 3 operações
Máximo de perdas consecutivas: 3 operações
Média de perdas consecutivas: 1 operação
Osciladores
São utilizados para momentos em que o mercado está sem tendência definida,
identificando bem os pontos de retorno.
Os osciladores variam entre posições sobrecompradas (quando alcançam um nível
muito alto em relação à linha de balanço do indicador) e sobrevendidas (quando alcan-
çam um nível muito baixo em relação à linha de balanço do indicador). Além disso, eles
sempre se valerão das divergências para ser analisados.
138 Análise Técnica
Quando são desenvolvidos, os osciladores trazem consigo uma marcação, que são
as zonas de sobrecomprado e sobrevendido padronizadas pelo autor. Não leve essas
considerações do autor a ferro e fogo. Nós é que definiremos qual a zona de sobrecom-
prado e sobrevendido do oscilador para cada ativo, observando os pontos de retorno no
histórico. Isso será muito importante, pois estaremos “personalizando” o indicador para
cada ativo analisado.
É importante ressaltar que os osciladores podem passar semanas sobrecomprados
ou sobrevendidos, se o mercado estiver com uma tendência forte.
Divergências
A teoria sobre as divergências servirá para qualquer oscilador contido neste livro.
Será de grande importância que você entenda como elas funcionam.
Divergência nada mais é do que o indicador sinalizar que o mercado vai para um
lado, quando, na verdade, ele está caminhando para o lado contrário. Ou seja, o indica-
dor está dizendo que o mercado vai cair, mas ele está subindo.
Para efeito de entendimento, o mercado sempre tende a corrigir para o lado que
o oscilador está mandando. Dessa forma, no exemplo anterior, é bem provável que o
movimento de alta esteja acabando, e que uma queda esteja por vir.
Existem dois tipos de divergências: as de altas e as de baixas.
Altistas: são divididas por ordem de grandeza em Classes A, B e C.
Baixistas: são divididas por ordem de grandeza em Classes A, B e C.
Figura 149
Divergências Altistas
Juliano Carneiro 139
Estocástico
Possui duas linhas, a chamada de %K e a de %D. Uma serve de sinal para a outra.
Ele possui como padrão uma zona de sobrecomprado acima de 80 e sobrevendido
abaixo de 20. Assim, preços acima da zona de 80 indicam que o mercado já subiu o
suficiente e está a ponto de reverter para baixo. E preços abaixo de 20 mostram que o
mercado já caiu o suficiente e está a ponto de reverter para cima.
Figura 151
140 Análise Técnica
Estratégias operacionais
Compra: Quando ambas as linhas estiverem abaixo de 20, e a linha de sinal romper
para cima a outra linha.
Venda: Quando ambas as linhas estiverem acima de 80, e a linha de sinal romper
de cima para baixo a outra linha.
Confirmando a tendência: quando as duas linhas estiverem paralelas, confirmam
que a tendência está tranquila.
Backtesting do Estocástico
(Método Automatizado)
Metodologia: utilizamos o indicador somente em compra e encerramento de ope-
ração de compra, no gráfico diário. Não fizemos estatística com relação à venda desco-
berta, pois, como utilizamos um período longo e a tendência primária da bolsa é de alta,
estatisticamente não seria interessante, já que aumentaria o número de erros. Lembre-
se de que sempre devemos operar a favor da tendência. Como as operações eram de
Position Trader, só acionamos compra, utilizando como base a tendência primária.
Efetuamos as compras todas as vezes que o estocástico ficou abaixo de 20 com ob-
jetivo 3 reais acima do preço de compra e stop 3 reais abaixo do preço de compra.
Figura 152
Ativo: Petr4
Período de testes: 01/01/2002 até 30/07/2009
Configuração do Indicador: %K: 14 – %D: 3 – Lento: 3 – Média Móvel Aritmética
Número de operações: 29
Operações com ganho: 18 (62,07%)
Operações com perda: 11 (37,93%)
Ganho por ação desde o início: 210%
Máximo de ganhos consecutivos: 6 operações
Média de ganhos consecutivos: 2 operações
Máximo de perdas consecutivas: 5 operações
Média de perdas consecutivas: 2 operações
Juliano Carneiro 141
Figura 153
142 Análise Técnica
Figura 154
Sempre que houve uma divergência no IFR, os preços fizeram movimentos impor-
tantes. Na primeira divergência eles caíram e na segunda também. Continuando com o
mesmo gráfico, vamos mostrar o IFR trabalhando, antecipando a queda futura.
Figura 155
Ativo: Petr4
Período de testes: 01/01/2002 até 30/07/2009
Configuração do Indicador: Período 9 e Preços de Abertura
Número de operações: 18
Operações com ganho: 13 (72,22%)
Operações com perda: 5 (27,78%)
Ganho por ação desde o início: 212%
Máximo de ganhos consecutivos: 7 operações
Média de ganhos consecutivos: 4 operações
Máximo de perdas consecutivas: 4 operações
Média de perdas consecutivas: 3 operações
Figura 156
Figura 157
Figura 158
Figura 159
Ativo: Petr4
Período de testes: 01/01/2002 até 30/07/2009
Configuração do Indicador: Período 14 e Preços de Abertura
Número de operações: 31
Operações com ganho: 17 (54,84%)
Operações com perda: 14 (45,16%)
Ganho por ação desde o início: 115%
Máximo de ganhos consecutivos: 5 operações
Média de ganhos consecutivos: 3 operações
Máximo de perdas consecutivas: 8 operações
Média de perdas consecutivas: 2 operações
Método JC PREDICTION
Montei essa estratégia, que basicamente consiste em colocar uma média móvel
de 40 períodos exponencial no CCI, para criar uma linha de sinal. Logicamente, esse
método não deve ser utilizado isoladamente. As compras deverão posicionar-se no cru-
zamento das linhas.
Compra: quando a linha do CCI (marrom) cruzar a média móvel (vermelha) de
baixo para cima.
Venda: quando a linha do CCI alcançar o nível 100.
Juliano Carneiro 147
Figura 160
Indicadores de Volume
Indicam se o ativo está sendo acumulado ou distribuído, ou seja, se estão compran-
do mais ou vendendo mais o ativo.
Figura 161
Figura 162
Juliano Carneiro 149
gráfico e traçar o correspondente no OBV. Se o OBV romper antes, será um forte sinal
de que o movimento futuro poderá seguir o indicador.
Essa é uma ferramenta que utilizo sempre. Sem exceção. É importante, entretanto, dei-
xar claro que o OBV foi inicialmente desenvolvido para ser utilizado no gráfico diário. Não
que seja inapropriado para outras periodicidades, mas vale consultar o desenvolvedor de seu
software gráfico para ver como ele calcula o OBV, já que existem alguns programas que utili-
zam somente o preço de fechamento de sexta-feira para calcular o OBV no período semanal.
Acredito que a maioria já esteja funcionando de forma correta.
Figura 163
Ativo: Petr4
Período de testes: 01/01/2002 até 30/07/2009
Configuração do Indicador: Preços de Abertura
Número de operações: 51
Operações com ganho: 31 (60,78%)
Operações com perda: 20 (39,22%)
Ganho por ação desde o início: 302%
Máximo de ganhos consecutivos: 6 operações
Média de ganhos consecutivos: 3 operações
Máximo de perdas consecutivas: 6 operações
Média de perdas consecutivas: 2 operações
150 Análise Técnica
Banda de Bollinger
Ferramenta altamente criativa e funcional, criada por John Bollinger. Tem como con-
ceito a probabilidade de afastamento máxima da média de 21 ou de 14. A partir dessa média,
o sistema gera dois desvios padrão para cima e dois desvios padrão para baixo. Com isso, ela
engloba mais de 95% dos preços e pode ser usada como suporte e como resistência.
Quando os preços estão próximos da banda superior, servem como resistência,
tendo em vista que os preços não conseguem permanecer muito tempo acima dessa
banda, e, quando os preços estão próximos da banda inferior, servem como suporte.
A banda de Bollinger é mais bem utilizada quando trabalhada em conjunto com os
Candles. Ou seja, quando ocorrer algum Candle de reversão sobre os suportes e resistên-
cias das bandas, a confiabilidade desses Candles aumentará.
Vejamos alguns exemplos de utilização:
Figura 164
Figura 165
Juliano Carneiro 151
Figura 166
Figura 167
Ativo: Petr4
Período de testes: 01/01/2002 até 30/07/2009
Configuração do Indicador: Desvio: 2 – Período: 20 – Aritmética – Preços de Abertura
Número de operações: 70
Operações com ganho: 48 (68,57%)
Operações com perda: 22 (31,43%)
Ganho por ação desde o início: 260%
Máximo de ganhos consecutivos: 14 operações
Média de ganhos consecutivos: 3 operações
Máximo de perdas consecutivas: 3 operações
Média de perdas consecutivas: 2 operações
Para diminuir o efeito de repaiting, você pode optar por configurar seus indicadores
para fazer os cálculos sobre o preço de abertura – se seu software permitir esse setup,
pois esse preço não varia durante a formação do Candle – ou esperar fechar o Candle do
momento e entrar no próximo. É importante frisar que o repaiting acontece com mais
frequência em gráficos de períodos menores, ou seja, é mais fácil sentir os efeitos da
“repintura” no gráfico de 5 minutos do que no gráfico de 60 minutos.
Figura 168
Figura 169
Juliano Carneiro 155
Pá de Ventilador
A pá de ventilador é uma simples correção das linhas de tendência, mas com a
marcante característica de ter o mesmo ponto de origem para o traçado dessas linhas.
Para se configurar a formação da pá de ventilador de baixa, é necessário que os preços
estejam em uma tendência de alta. É a perda de força desse movimento altista que vai
permitindo o traçado de novas retas de suporte, sendo o corte da 3a e última o sinal de
mudança de tendência de alta para baixa.
A formação da pá de ventilador de alta segue os mesmos princípios, porém, os
preços devem estar em tendência de baixa, e no lugar dos suportes devem ser traçadas
resistências.
Figura 170
Figura 171
Martingale
Quanto mais tempo eu fico na bolsa, mais me deparo com agentes autônomos e
investidores totalmente despreparados, que acham que alavancar após a perda ou com-
prar mais conforme o preço cai vai resolver todos os seus problemas.
Recebi um investidor em meu escritório, gente muito boa por sinal, que me disse
que um agente autônomo tinha um segredo que não passava para ninguém e que, por
isso, não poderia fechar a conta com ele.
Pagava corretagem pela tabela Bovespa cheia, 0,5% sobre o volume movimentado.
Descrevendo a estratégia, por cima, ele me disse que era algo parecido com comprar
mais se a operação fosse errada. Ou seja, ele ia comprando mais, conforme o preço ia
caindo. Comecei a rir quando ele me falou. Que grande segredo! Esse operador deveria
ser preso; primeiro, porque ele não poderia girar conta de cliente e, segundo, porque ele
está expondo o cliente a um risco absurdo. Tudo isso aconteceu em plena crise de 2008.
Durante a crise, tivemos desvalorizações de mais de 50%, desde a formação do
topo. Com uma desvalorização como essa, usar o Martingale, defendendo posição, equi-
vale a zerar facilmente a conta. Essa estratégia só deve ser utilizada no mercado de lado,
pois a variação de preço é pequena e diminui o risco de quebra da conta, ou no mercado
em tendência NÍTIDA de alta.
Esse método diz, basicamente, para dobrar a aposta, caso o mercado vá contra sua
operação, pois, se houver uma pequena recuperação após a aposta dobrada, o trader estará
no lucro. Quando me refiro a dobrar, não estou dizendo para comprar a mesma quantidade,
e sim dobrar mesmo. Ou seja, se comprou 10k, terá que comprar 20k na próxima ordem.
Dobrando a quantidade, você poderá tornar o trade perdedor em vencedor; porém, para
Juliano Carneiro 157
utilizar tal metodologia, será preciso que o trader, além de entender bem como funciona o
método, também possua uma conta grande e faça as primeiras compras pequenas.
Comprar pouco é difícil para o trader, pois ele quer operar 100% do capital em uma
única ordem, e não 20% ou, às vezes, até 10% do capital total. Utilizando o Martingale
de forma indiscriminada, certamente terá como resultado a perda de praticamente todo
o capital. Estou dizendo praticamente, pois sei que, ao chegar próximo do zero, faltando
cerca de 20% para zerar a conta, a corretora provavelmente encerrará a operação, na
margem de segurança.
O Martingale nada mais é do que uma estratégia para baixar o preço médio.
Todo Martingale deverá ter as seguintes configurações:
Step: com quantos centavos ou reais será feita a próxima compra ou venda, caso o
mercado caia ou suba mais.
Fator multiplicador: define o fator da próxima compra. Ou seja, para um fator 2,
teríamos que comprar, após a primeira compra, dobrado, quadriplicado na seguinte, e
assim sucessivamente. Seguem alguns exemplos:
Perceba o seguinte: conforme o mercado vai caindo, o trader vai comprando mais, usan-
do o fator multiplicador. Quanto maior o fator multiplicador, menor será a alta necessária
para deixar todas as operações no zero a zero, e mais dinheiro será necessário para segurar
a operação, caso a queda seja acentuada. Se o fator multiplicador for 1,5, o mercado deverá
subir com mais intensidade, para ficar no lucro em relação ao fator 2, e assim por diante.
Agora, caso o mercado não se recupere dentro dos padrões estabelecidos, o trader terá
que colocar mais dinheiro. Com isso, caso a queda seja muito grande, é bem provável que
não tenha capital suficiente para continuar bancando o preço médio e “estope” com um
prejuízo absurdo. Essa estratégia é arriscada, mas, se usada com parcimônia, poderá ser
bem lucrativa.
158 Análise Técnica
Imposto de Renda
Uma informação importante que deve ser levada em consideração em todas as ope-
rações é justamente o Imposto de Renda. Esse assunto é extremamente delicado, e nosso
objetivo aqui é falar um pouco sobre como funciona. Até na própria Receita Federal, fa-
zendo consultas, não há nada claro com relação ao IR. O que devemos ter em mente é que
operações DAY-TRADE e operações “NÃO DAY-TRADE” têm tributações diferentes.
Para operações DAY-TRADE, a alíquota de IR sobre o LUCRO da operação é de
20%, sendo 1% recolhido diretamente na fonte, pelo imposto rastreador. Esse imposto
informa automaticamente o software da Receita que você teve lucro e espera os outros
19% serem recolhidos. É importante ressaltar que o IR só é pago quando existe o LU-
CRO e é calculado sobre o LUCRO.
Para operações NÃO DAY-TRADE, a alíquota é de 15%, e o imposto rastreador tam-
bém incide sobre essa modalidade, sendo 0,005%. Portanto, em qualquer operação na
qual você durma comprado sempre será 15%.
Exemplo:
Compra 100.000 PETR4 a R$ 10,00
Vende 100.000 PETR4 a R$ 12,00
Lucro bruto: R$ 1.200.000 – 1.000.000 = R$ 200.000
IR a pagar DAY-TRADE: R$ 40.000,00 (20% sobre o lucro)
IR a pagar NÃO DAY-TRADE: R$ 30.000,00 (15% sobre o lucro)
Juliano Carneiro 159
É possível também abater prejuízo de lucros futuros. Ou seja, caso você tenha tido
uma perda, ela poderá ser descontada de um lucro. É importante informar, no entanto,
que, como as duas operações são diferentes perante o Fisco, você só poderá abater
DAY-TRADE de DAY-TRADE, e NÃO DAY-TRADE de NÃO DAY-TRADE. Se você fez
uma operação de DAY-TRADE e teve prejuízo, não poderá abater utilizando lucro de
uma operação NÃO DAY-TRADE.
Para vendas iguais ou inferiores a R$ 20.000,00 no mês, existe uma isenção no
pagamento do IR.
Calcular o Imposto de Renda de forma correta, como o Fisco pede, é uma tarefa
muito complexa, principalmente para quem opera muitas vezes o mercado. Assim, jun-
tamente com o nosso curso, você receberá um teste de 30 dias do programa IREASY.
Esse software contabiliza todas as operações, podendo trabalhar em conjunto com mais
de uma corretora, e informa, no final do mês, o valor com que deve ser preenchido o
DARF e seu respectivo código. É imprescindível que um trader atuante utilize uma fer-
ramenta de IR em seu backoffice.
Para fazer o teste, acesse o site <www.easybolsa.com.br>. Para desfrutar dos 30 dias gra-
tuitos, no momento da instalação, basta citar que foi indicado pelo Curso Juliano Carneiro.
Operações Avançadas
A ideia de colocar, além do básico, o avançado em meu curso vem da necessidade
de suprir uma carência do mercado. Grande parte dos professores brasileiros trabalha
somente com a análise técnica clássica e apenas com alguns indicadores.
Essa parte do curso tem por objetivo mostrar operações avançadas, utilizando a
análise técnica. Tais operações, em grande parte das vezes, são mais agressivas e mais ar-
riscadas, porém o trader avançado consegue gerenciar bem o risco e cavar muitas opor-
tunidades no meio do caos.
Figura 172
Figura 173
Porque o exemplo anterior é diário, o stop pode ser colocado no gráfico de 60 minu-
tos, abaixo de um suporte importante.
Juliano Carneiro 161
Figura 174
162 Análise Técnica
Figura 175
Figura 176
Juliano Carneiro 163
Figura 177
Figura 178
A leitura do gráfico é bem simples: quando a linha estiver virada para cima, sinali-
zará que o grupo está comprando, e, para baixo, que o grupo está vendendo. Se a linha
estiver de lado, significará um equilíbrio entre compra e venda.
Agora, você deve estar se perguntando: “Para que ter essas informações?”. Simples.
Os grupos mais fortes dos quatro são os estrangeiros e os institucionais. Saber o que os
dois estão fazendo significará uma grande vantagem para não entrar contra eles. Dou
maior peso aos investidores estrangeiros, pela quantidade de recursos disponíveis. Cos-
tumo seguir os passos deles.
Isso quer dizer que você poderá entrar nessa operação utilizando um stop de 50%,
porém, só poderá comprar 400 ações. Assim, você estará usando o stop longo e expondo
somente 2% do seu capital.
Então, você se pergunta: “E o resto do meu dinheiro? Vai ficar parado?”.
A resposta para essa pergunta é bem simples. Sim! Ele ficará parado até que o stop
dessa operação seja movido, de forma que você não tenha mais prejuízo, somente lucro
na operação. Quando isso acontecer, você entrará com o resto de seu capital, utilizando
novamente a fórmula em outro trade.
Não fique assustado; o exemplo que utilizamos é de um stop de 50%! Você procura-
rá operações com stop de 4%, 6%, 3%, 2%. Dessa maneira, a fórmula do manejo de risco
irá permitir a compra de uma maior quantidade de lotes.
Utilizando o que você aprendeu, especialmente a regra do manejo de risco, tenha
certeza de que sua rentabilidade no mercado irá aumentar. Do meu ponto de vista, de
tudo que abordamos neste curso, a lição mais importante foi o manejo de risco. Sem
ele, realmente o trader não dura no mercado. Eu, pelo menos, não conheci nenhum
até hoje que conseguisse ganhar dinheiro sem posicionar bem seus stops.
Conclusão
“Batendo ferro é que se fica ferreiro.”
Provérbio Brasileiro
“A quem sabe esperar o tempo abre as portas.”
Provérbio Chinês
Espero que este curso lhe traga muitas coisas boas, bem como para sua família.
Você está bem preparado para entrar no mercado, mas não se esqueça de que só isso
não basta. Estude e treine bastante. Controle seu emocional. O emocional é tudo no
mercado. Mantenha suas estratégias, aconteça o que acontecer. Nunca mova o seu stop
na direção contrária da operação.
Espero que tenha gostado do curso.
Estarei sempre à disposição, por meio de meu site, para tirar dúvidas e responder
à suas perguntas.
Desejo-lhe, de coração, ótimos trades.
Um forte abraço,
Juliano Carneiro.
www.julianocarneiro.com.br
eu@julianocarneiro.com.br