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MEDIDA PROVISÓRIA Nº 936, DE 1º DE ABRIL DE 2020

(Publicação em 01.04.2020 – Edição Extra - D)

“MP dos Salários” MP 936 - redução salários

Institui o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda e dispõe sobre


medidas trabalhistas complementares para enfrentamento do estado de calamidade
pública decorrente da COVID-19, quais sejam:

(i) O pagamento de Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda,


nas hipóteses de redução proporcional da jornada de trabalho e suspensão
temporária do contrato de trabalho;

(ii) A redução proporcional de jornada de trabalho e de salários em até 60%, por até 90
dias, desde que observados os requisitos previstos na medida provisória; e

(iii) A suspensão temporária do contrato de trabalho, pelo prazo máximo de 60 dias, que
poderá ser fracionado em até dois períodos de 30 dias.

(iv) Aplicável a aprendizes.

(v) Assembleias sindicais podem ser convocadas e deliberadas por meios eletrônicos.

Se, durante o período de suspensão temporária do contrato de trabalho, o empregado


mantiver as atividades de trabalho, ainda que parcialmente, por meio de teletrabalho,
trabalho remoto ou trabalho à distância, ficará descaracterizada a suspensão temporária do
contrato de trabalho, o empregador estará sujeito (i) ao pagamento imediato da
remuneração e dos encargos sociais referentes a todo o período; (ii) às penalidades previstas
na legislação em vigor; e (iii) às sanções previstas em convenção ou em acordo coletivo.

A MP destaca que a aludida ajuda compensatória mensal terá natureza indenizatória e


não integrará as bases de cálculo do imposto de renda, das contribuições previdenciárias e
demais tributos incidentes sobre as folhas de salários, nem do FGTS.

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PERGUNTAS E RESPOSTAS

1 - A MP vale para trabalhadores intermitentes, que trabalham por hora?

Sim. Caso tenha mais de um empregador, receberá a compensação de cada um que


decidir reduzir a jornada. Além disso, esses trabalhadores terão direito ao auxílio de R$ 600 que
será pago a informais.

2- Quais os percentuais de cortes salariais?

Há três faixas de cortes salariais com redução proporcional da carga horária: 25%, 50% e
70%. Ou seja, quem ganha R$ 3.000 e trabalha 44 horas semanais passará a receber da
empresa R$ 1.500 e terá jornada de 22 horas por semana, caso firme um acordo de redução
de 50%. Empresas podem propor cortes diferentes desses percentuais, mas só por acordo
coletivo (veja mais abaixo).

**IMPORTANTE**

A redução de salário e jornada de trabalho pode durar no máximo 90 dias.

3- Como funcionará a suspensão de contrato?

A empresa deixa temporariamente de pagar o salário do empregado, que fica dispensado


do trabalho. Ou seja, é uma redução de 100% do salário. A suspensão pode ser de até dois
meses.

4- Como o governo vai compensar as perdas de quem for afetado?

A reposição garantida pelo governo será calculada sobre o seguro-desemprego a que o


empregado teria direito caso fosse demitido. O valor total pago no mês não pode ser menor
que o salário mínimo (R$ 1.045,00).

Redução de jornada, será proporcional ao tamanho do corte salarial. Assim, quem


tiver uma perda salarial de 50% terá direito a um benefício equivalente a 50% do valor
do seguro.

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Suspensão total de contratos, o governo se compromete a pagar 100% do seguro-
desemprego a que o trabalhador teria direito, caso a empresa tenha faturamento
anual de até R$ 4,8 milhões.
Faturamento maior que esse, terão que se comprometer a bancar ao menos 30% do
salário do funcionário afastado. Nesse caso, o governo entra com um complemento
de 70% do seguro-desemprego.

5- Forma de pagamento do benefício?

Após acordo com o trabalhador, a empresa deve informar ao Ministério da Economia no


prazo de 10 dias contados do acordo. Benefício da União será pago em 30 dias do acordo
com empregado.

**IMPORTANTE **

O valor do seguro-desemprego não é idêntico ao salário que o empregado recebe na


ativa. O benefício varia de R$ 1.045,00 (salário mínimo) a R$ 1.813,03 e é calculado por uma
fórmula.

Quem tem salário médio de R$ 2.500, por exemplo, faz jus a um seguro de R$ 2.180,08. Ou
seja, se um empregado com esta renda sofrer um corte de 50% do salário receberá, com a
compensação do governo, R$ 2.340.

Para quem ganha acima do teto do seguro-desemprego, a perda pode ser maior. Um
trabalhador que recebe R$ 5.000 por mês tem direito ao teto do seguro. Assim, ficaria no fim
do mês, caso tivesse o salário reduzido à metade, com R$ 4.313,03, já contando com a
compensação do governo.

6- Como devem fazer as negociações?

a) Redução de 25%: a mudança poderá ser feita por meio de acordo individual, ou seja,
entre o patrão e o empregado.

b) Redução de 50%, 70% ou suspensão de contrato: os acordos individuais só poderão


ser firmados com empregados que ganham menos de R$ 3.135,00 ou mais de R$ 12.202,12.

Os acordos individuais de redução de jornada de trabalho e de salário ou de suspensão


temporária do contrato de trabalho, pactuados nos termos desta Medida Provisória, deverão

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ser comunicados pelos empregadores ao respectivo sindicato laboral, no prazo de até dez
dias corridos, contado da data de sua celebração.

**IMPORTANTE **

a) Trabalhadores que ganham entre R$ 3.136,00 e R$ 12.202,11 só poderão ter os


contratos modificados se houver acordo ou convenção coletiva, com a participação do
sindicato.

b) Os acordos coletivos também são necessários para reduções salariais com


percentuais diferentes dos previstos na MP. Nesse caso, a compensação do governo será feita
da seguinte forma:

Até 25% - Sem compensação

25% a 49% - 25% do seguro-desemprego

50% a 69% - 50% do seguro-desemprego

70% ou mais - 70% do seguro-desemprego

7- E os benefícios de quem está com o contrato de trabalho suspenso?

O funcionário terá direito a todos os benefícios concedidos pela empresa, como plano de
saúde, e ficará autorizado a recolher para o Regime Geral de Previdência Social na
qualidade de segurado facultativo.

8- O empregado pode ser demitido após a suspensão ou redução de jornada?

Não imediatamente. A medida prevê um período de estabilidade, equivalente ao tempo


de suspensão de contrato ou jornada reduzida. Se a empresa reduzir jornada e salário por
dois meses, por exemplo, o funcionário terá o emprego garantido por quatro meses, incluindo
o período com salário reduzido.

**IMPORTANTE**

Após esse período, em uma eventual demissão o trabalhador recebe 100% do seu seguro-
desemprego.

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