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DIREITOS DIFUSOS

E COLETIVOS
Aspectos Coletivos da Lei Anticorrupção

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITOS DIFUSOS E COLETIVOS
Aspectos Coletivos da Lei Anticorrupção

Sumário
Diogo Surdi

Aspectos Coletivos da Lei Anticorrupção................................................................................... 4


1. Disposições Gerais....................................................................................................................... 4
1.1. Conceito e Elementos da Corrupção.. .................................................................................... 4
1.2. Contexto da Edição Lei Anticorrupção................................................................................. 8
2. Dos Atos Lesivos à Administração Pública Nacional ou Estrangeira. . ............................12
3. Da Responsabilização Administrativa.................................................................................. 14
4. Processo Administrativo de Responsabilização.. ................................................................15
5. Acordo de Leniência.................................................................................................................. 18
6. Responsabilização Judicial...................................................................................................... 20
7. Disposições Finais..................................................................................................................... 22
Questões de Concursos................................................................................................................ 25
Gabarito............................................................................................................................................ 72

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Diogo Surdi

Olá, aluno(a), tudo bem? Espero que sim!


Na aula de hoje, estudaremos as disposições da Lei n. 12.846/2013, norma que ficou po-
pularmente conhecida como “Lei Anticorrupção” e que é de extrema importância na tutela dos
interesses difusos e coletivos.
Grande abraço e boa aula!
Diogo

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ASPECTOS COLETIVOS DA LEI ANTICORRUPÇÃO


1. Disposições Gerais
1.1. Conceito e Elementos da Corrupção
O termo corrupção deriva do latim corruptio, que significa estragar, destruir ou corromper.
Em qualquer um dos sentidos apresentados, a corrupção está ligada à alteração e à ilicitude
da conduta.
Em nosso ordenamento jurídico, diversos são os diplomas normativos que versam sobe a
corrupção. O Código Penal, por exemplo, estabelece a definição do que vem a ser corrupção
ativa e passiva, estabelecendo ainda quais as sanções que devem ser aplicadas em cada uma
destas situações.
A corrupção passiva está tipificada no artigo 317, ao passo que a corrupção ativa encontra
fundamento no artigo 333:

Art. 317. Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da
função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal
vantagem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
§ 1º A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da vantagem ou promessa, o funcioná-
rio retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional.
§ 2º Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever fun-
cional, cedendo a pedido ou influência de outrem:
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Art. 333. Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a prati-
car, omitir ou retardar ato de ofício:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
Parágrafo único. A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou promessa, o fun-
cionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional.

Analisando ambos os artigos, observa-se que na corrupção ativa o corruptor (aquele que
pratica o ato) oferece ao servidor público alguma espécie de vantagem como condição para a
prática ou omissão de determinado ato. Na corrupção passiva, em sentido oposto, é o servidor
público quem solicita a vantagem indevida, ainda que destinada a terceiros.
Uma das primeiras definições de corrupção foi a apresentada pelo cientista político V. O. Key.

[A corrupção é o] controle abusivo do poder e dos recursos do governo visando tirar proveito pessoal
ou partidário. Tal proveito (...) pode ser na forma de poder ou controle dentro da organização política
ou na forma de apoio político por parte de vários indivíduos (...).

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No Dicionário de Política, de Bobbio, Mateucci e Pasquino, temos uma definição mais am-
pla acerca da corrupção.

A corrupção é uma forma particular de exercer influência: influência ilícita, ilegal e ilegítima (...). É
uma alternativa da coerção, posta em prática quando as duas partes são bastante poderosas para
tornar a coerção muito custosa, ou são incapazes de a usar.

Com base em ambas as definições, é possível inferir que a corrupção, quando presente no
setor público, implica em uma conduta do agente estatal que viola um ou mais dos deveres
relacionados com os poderes administrativos.

Deveres e Poderes Administrativos? O que vem a ser isso, professor?

Vamos a uma rápida revisão sobre estas importantes definições: Para que o Poder Público
possa alcançar a sua finalidade, que é a de garantir a integridade da coletividade, faz-se neces-
sário a existência de prerrogativas e sujeições aos agentes públicos, uma vez que são estes
quem desempenham as atividades em nome do Estado.
No âmbito das prerrogativas, o regime jurídico confere aos agentes certos poderes que
não estão presentes na relação entre particulares, mas sim apenas no âmbito da relação do
Poder Público com os administrados. Tais poderes são instrumentos de que se vale o agente
estatal para conseguir fazer valer a vontade do Estado. Como operam no âmbito da atividade
administrativa, são conhecidos como poderes administrativos.
Não se confundem os poderes administrativos com os Poderes do Estado. Enquanto estes
são os alicerces da organização estatal, formados pelo Executivo, pelo Legislativo e pelo Judi-
ciário, os poderes administrativos são meios de alcance da vontade da administração pública.
Também não podemos confundir os poderes administrativos com os poderes políticos,
uma vez que estes são os utilizados com base nas diretrizes expressas na Constituição Fe-
deral e exercidos com alto grau de discricionariedade. Como exemplo de poderes políticos,
temos o poder para propor a iniciativa de uma lei e para vetar ou sancionar uma lei anterior-
mente aprovada.

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No âmbito das sujeições, o administrador público possui uma série de obrigações com
a sociedade. Assim, ainda que vários sejam os poderes conferidos aos agentes públicos, os
deveres surgem à tona como uma possibilidade de controle, por parte da sociedade, acerca do
regular uso dos poderes outrora conferidos.

E como forma de propiciar que a sociedade controle se os agentes públicos estão fazendo
uso, de forma adequada, dos poderes a eles conferidos, é que surgem os deveres administra-
tivos. A doutrina, baseada nos ensinamento de Hely Lopes Meirelles, estabelece quatro pode-
res-deveres para o administrador público: poder dever de agir, dever de prestar contas, dever
de probidade e dever de eficiência.

O administrador público não deve se


Poder dever de agir eximir de agir quando sua atuação for
necessária.

O administrador público deve prestar contas


Dever de prestar contas da sua gestão, pois o patrimônio gerido é do
povo.

O administrador público deve ser leal e possuir


Dever de probidade as características da probidade, decoro e boa-
fé.

O administrador público buscar um melhor


Dever de eficiência resultado com o menor gasto possível.

Já conhecemos os poderes e os deveres do administrador público. Agora, precisamos sa-


ber que a corrupção está intimamente ligada ao abuso de poder, ou seja, ao fato do poder
conferido ao agente estatal não ser exercido dentro da esfera de legalidade.

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Nos Estados de Direito, como o nosso, a Administração Pública deve obedecer a lei em
todas as suas manifestações. Mesmo nas atividades discricionárias, o uso do poder pelo ad-
ministrador se sujeita aos limites legais, não podendo esses limites ser extrapolados, sob pena
de se praticar arbitrariedade.
Temos então que uma parcela do poder é conferida a cada agente público, que deve exer-
cê-lo dentro do estritamente necessário. Caso a sua utilização ocorra em desconformidade
com as normas da lei, restará configurado o abuso de poder.
O abuso de poder, dessa forma, é gênero, e se divide em duas espécies: excesso de poder
e desvio de poder.

Em ambas as situações (abuso de poder ou desvio de poder), o ato viciado pode ser in-
validado pela própria administração pública, fazendo uso da autotutela, ou então pelo Poder
Judiciário, desde que provocado.
No excesso de poder, estamos diante de uma atuação do agente público em que o requi-
sito competência é o que está sendo violado. Tal forma de vício pode ocorrer de duas formas:
• Quando o agente extrapola as competências que lhe foram definidas como própria.
• Quando o agente, atuando dentro de sua competência, pratica um ato com o objetivo de
conferir efeitos que não são possíveis por aquele instrumento.

O desvio de poder, também conhecido como desvio de finalidade, liga-se, como o próprio
nome sugere, a não observância, quando da prática do ato administrativo, do requisito finali-
dade. Os atos que configuram desvio de poder podem ser divididos em duas classes distintas:
• Atos genéricos, em que o agente deixa de atender ao interesse público e passa a defen-
der interesses privados.
• Atos específicos, em que o agente faz uso de um instituto legal para alcançar outro fim
que não o previsto.

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Após esta breve revisão acerca dos poderes, deveres e abusos que podem ser cometidos
pelos agentes públicos, já podemos retornar para o estudo das disposições relacionadas com
a corrupção.

Obs.: Na corrupção, é possível encontrar a presença dos seguintes agentes:


 a) Corruptor: aquele que oferece ou promete algum tipo de vantagem indevida.
 b) Corrompido: aquele que aceita a oferta ou a promessa de algum tipo de vantagem
indevida.
 c) Conivente: aquele que, tendo conhecimento do esquema de corrupção, não adota
nenhuma medida como forma de combater ou impedir a prática.
 d) Irresponsável: o agente que ocupa cargo de chefia, direção ou assessoramento e
que não fiscaliza de forma correta as atividades desempenhadas pelos subordinados.

1.2. Contexto da Edição Lei Anticorrupção


A Lei n. 12.846/2013, popularmente conhecida como “lei anticorrupção”, é a norma respon-
sável por estabelecer as regras relativas à responsabilização administrativa e civil de pessoas
jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira.
Cumpre salientar, inicialmente, que duas são as diferentes esferas de responsabilização
que as pessoas jurídicas (e, como veremos posteriormente) os diretores pessoas físicas, es-
tão sujeitos: administrativa e civil.
Neste sentido, pode-se afirmar que a responsabilização administrativa implica em restri-
ções na relação com a Administração Pública, ao passo que a responsabilização civil está
relacionada com o pagamento de multa ou outros valores financeiros.

Antes da edição da LAC, o fundamento utilizado no combate à corrupção era, preponderan-


temente, duas convenções internacionais das quais o Brasil fazia parte, a saber:
• Convenção sobre o Combate da Corrupção de Funcionários Públicos Estrangeiros em
Transações Comerciais Internacionais, assinada pelo Brasil em 1997 e promulgada pelo
Decreto Legislativo n. 3.678/2000.

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• Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, assinada pelo Brasil em 2003 e pro-
mulgada pelo Decreto n. 5.687/2006.

O campo de aplicação da Lei n. 12.846 é bastante extenso, de forma que as disposições


da norma podem ser aplicadas às sociedades empresárias e às sociedades simples, personi-
ficadas ou não, independentemente da forma de organização ou modelo societário adotado.
Estão sujeitas às disposições da lei anticorrupção, ainda, quaisquer fundações, associa-
ções de entidades ou pessoas, bem como sociedades estrangeiras que tenham sede, filial
ou representação no território brasileiro, constituídas de fato ou de direito, ainda que tempo-
rariamente.

A responsabilização das pessoas jurídicas pela prática de atos contra a Administração


Pública é objetiva, não dependendo, para a caracterização do ato lesivo, da existência de dolo
(intenção) ou culpa.
A lógica da responsabilidade objetiva é bastante diferente da responsabilização subjetiva.
A responsabilização subjetiva é assim denominada pelo fato de haver a necessidade de
comprovação da culpa ou do dolo daquele que praticou a infração.

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Na responsabilização objetiva, não há a necessidade de tal comprovação. Uma vez come-


tido o ato lesivo, ainda que este não seja resultante de culpa ou dolo, teremos a responsabili-
zação da pessoa jurídica.
Em plena sintonia com o que acabamos de expor é a redação do artigo 2º da norma
em estudo:

Art. 2º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas objetivamente, nos âmbitos administrativo e


civil, pelos atos lesivos previstos nesta Lei praticados em seu interesse ou benefício, exclusivo ou
não.

É extremamente importante frisar que a responsabilidade objetiva é direcionada, apenas,


para as pessoas jurídicas. Isso porque as disposições da Lei n. 12.846 estabelecem a pos-
sibilidade de responsabilização, adicionalmente, dos dirigentes, administradores ou demais
pessoas naturais que se encontrem na condição de autora, coautora ou partícipe do ato ilícito.
No entanto, com relação às pessoas físicas, a responsabilização não é objetiva, mas sim
subjetiva.
Em outros termos, é correto afirmar que, para a responsabilização das pessoas físicas
pelos atos ilícitos contra a Administração Pública, deve ser levado em conta, pelo menos, a
existência de culpa.
Como trata-se de informação essencial para a compreensão das disposições da lei em
análise, vamos sedimentar tais definições:

Art. 3º A responsabilização da pessoa jurídica não exclui a responsabilidade individual de seus


dirigentes ou administradores ou de qualquer pessoa natural, autora, coautora ou partícipe do ato
ilícito.

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§ 1º A pessoa jurídica será responsabilizada independentemente da responsabilização individual
das pessoas naturais referidas no caput.
§ 2º Os dirigentes ou administradores somente serão responsabilizados por atos ilícitos na medida
da sua culpabilidade.

Mas o que será que acontece quando a pessoa jurídica que cometeu um ato ilícito contra
a Administração Pública é objeto de fusão, incorporação, transformação, cisão ou, ainda,
alteração contratual?

Em todas as situações elencadas, a responsabilidade, nos termos da Lei n. 12.846, conti-


nuará existindo. Nos casos de fusão e de incorporação, a responsabilidade da sucessora será
restrita à obrigação de pagamento de multa e reparação integral do dano causado.
Ainda assim, o valor da multa estará limitado ao limite do patrimônio transferido, não lhe
sendo aplicáveis as demais sanções previstas em lei para os atos e fatos ocorridos antes da
data da realização da fusão ou da incorporação.
Em caráter de exceção, temos as situações de simulação e aquelas realizadas com o obje-
tivo de fraudar algum tipo de responsabilidade.
Nestas hipóteses, desde que devidamente comprovado, a responsabilização alcança a em-
presa sucessora.
Neste mesmo sentido, a norma determina que as sociedades controladoras, controladas,
coligadas ou, no âmbito do respectivo contrato, as consorciadas serão solidariamente res-
ponsáveis pela prática dos atos ilícitos contra a Administração Pública, restringindo-se tal
responsabilidade à obrigação de pagamento de multa e reparação integral do dano causado.
São vários detalhes, não é mesmo? Nada melhor do que esquematizarmos tudo isso.
• 1º) Regra geral: na hipótese de alteração contratual, transformação, incorporação, fusão
ou cisão societária, a responsabilidade da pessoa jurídica continuará existindo;
• 2º) Situações de fusão ou de incorporação: a empresa sucessora, como regra geral,
será responsável, apenas, pelo pagamento de multa e reparação integral do dano. Neste
caso, o valor da multa não poderá ser superior ao limite do patrimônio transferido.
• 3º) Quando a fusão ou a incorporação for simulada ou realizada com o objetivo de
fraudar a responsabilidade: nestas situações, desde que devidamente comprovada a
irregularidade, a eventual empresa sucessora arcará com toda a responsabilidade pelos
atos ilícitos cometidos.
• 4º) Sociedades controladoras, controladas, coligadas ou, no âmbito do respectivo con-
trato, as consorciadas: são solidariamente responsáveis pela prática dos atos ilícitos
contra a Administração Pública, restringindo-se tal responsabilidade à obrigação de pa-
gamento de multa e reparação integral do dano causado.

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Com base em tudo o que foi exposto até aqui, é possível afirmar que os bens jurídicos tu-
telados pela Lei Anticorrupção são os seguintes:
• o patrimônio público nacional e estrangeiro;
• os princípios da Administração Pública;
• os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil;

Em toas as mencionadas situações, uma violação agride, ainda que indiretamente, toda a
coletividade. Em outros termos, a violação dos bens tutelados pela LAC viola direitos e inte-
resses difusos.
Consequentemente, ainda que a Lei Anticorrupção estabeleça mecanismos destinados a
coibir tais práticas, devemos observar que o dever de tutelar os mencionados bens jurídicos
não pertence a uma única pessoa ou grupo de sujeitos, mas sim a toda a coletividade.

2. Dos Atos Lesivos à Administração Pública Nacional ou Estrangeira


Para os fins de responsabilização, são considerados atos lesivos à Administração Públi-
ca todos aqueles que atentem contra o patrimônio público nacional ou estrangeiro, contra
princípios da administração pública ou contra os compromissos internacionais assumidos
pelo Brasil.

Importante salientar que serão considerados atos lesivos não apenas aqueles praticados
contra a Administração Pública nacional, mas sim também contra a Administração Pública
estrangeira.
Neste sentido, considera-se administração pública estrangeira os órgãos e entidades esta-
tais ou representações diplomáticas de país estrangeiro, de qualquer nível ou esfera de gover-
no, bem como as pessoas jurídicas controladas, direta ou indiretamente, pelo Poder Público
de país estrangeiro.

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Equiparam-se à administração pública estrangeira, para fins de responsabilização, as orga-


nizações públicas internacionais.

Outro conceito que merece importância é o de agente público estrangeiro. De acordo com
a Lei n. 12.846, considera-se agente público estrangeiro, para todos os efeitos, quem, ainda
que transitoriamente ou sem remuneração, exerça cargo, emprego ou função pública em ór-
gãos, entidades estatais ou em representações diplomáticas de país estrangeiro, assim como
em pessoas jurídicas controladas, direta ou indiretamente, pelo Poder Público de país estran-
geiro ou em organizações públicas internacionais.
Vejamos, de acordo com a Lei n. 12.846, a lista de atos que são considerados lesivos à
Administração Pública:

I – prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem indevida a agente público, ou a ter-
ceira pessoa a ele relacionada;
II – comprovadamente, financiar, custear, patrocinar ou de qualquer modo subvencionar a prática
dos atos ilícitos previstos nesta Lei;
III – comprovadamente, utilizar-se de interposta pessoa física ou jurídica para ocultar ou dissimular
seus reais interesses ou a identidade dos beneficiários dos atos praticados;
IV – no tocante a licitações e contratos:

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a) frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o caráter compe-
titivo de procedimento licitatório público;
b) impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de procedimento licitatório público;
c) afastar ou procurar afastar licitante, por meio de fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer
tipo;
d) fraudar licitação pública ou contrato dela decorrente;
e) criar, de modo fraudulento ou irregular, pessoa jurídica para participar de licitação pública ou ce-
lebrar contrato administrativo;
f) obter vantagem ou benefício indevido, de modo fraudulento, de modificações ou prorrogações de
contratos celebrados com a administração pública, sem autorização em lei, no ato convocatório da
licitação pública ou nos respectivos instrumentos contratuais; ou
g) manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos celebrados com a adminis-
tração pública;
V – dificultar atividade de investigação ou fiscalização de órgãos, entidades ou agentes públicos, ou
intervir em sua atuação, inclusive no âmbito das agências reguladoras e dos órgãos de fiscalização
do sistema financeiro nacional.

3. Da Responsabilização Administrativa
No âmbito administrativo, duas são as sanções que podem ser aplicadas às pessoas jurídi-
cas em virtude do cometimento de atos lesivos à Administração Pública, sendo elas:
• multa, no valor de 0,1% (um décimo por cento) a 20% (vinte por cento) do faturamento
bruto do último exercício anterior ao da instauração do processo administrativo, excluí-
dos os tributos, a qual nunca será inferior à vantagem auferida, quando for possível sua
estimação;
• publicação extraordinária da decisão condenatória.

As sanções aqui previstas deverão ser aplicadas de forma fundamentada, isolada ou cumu-
lativamente, de acordo com as peculiaridades do caso concreto e com a gravidade e natureza
das infrações.
Antes da aplicação das sanções, deverá a Administração Pública acionar a Advocacia Pú-
blica ou o órgão de assistência jurídica. Tais órgãos serão os responsáveis pela elaboração da
manifestação jurídica.

 Obs.: Independente da aplicação das sanções, deverá a pessoa jurídica que cometeu o ato
lesivo, obrigatoriamente, realizar a reparação integral do dano causado.

Como visto, duas são as sanções passíveis de aplicação no âmbito administrativo. Com
relação à multa, o legislador se preocupou em não deixar “brechas” para que uma possível
alegação de impossibilidade de utilização do faturamento bruto pudesse resultar na não apli-
cação da sanção.

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Assim, sempre que não for possível mensurar a multa com base no faturamento bruto da
empresa, o valor desta será de R$ 6 mil a R$ 60 milhões.
A publicação extraordinária da decisão condenatória, por sua vez, ocorrerá na forma de
extrato de sentença, a expensas da pessoa jurídica, em meios de comunicação de grande cir-
culação na área da prática da infração e de atuação da pessoa jurídica.
Na falta de meio de comunicação de grande circulação, a publicação deverá ser feita das
seguintes maneiras:
• Em veículo de circulação nacional;
• Por meio de afixação de edital, de modo visível ao público, pelo prazo mínimo de 30 dias,
no próprio estabelecimento ou no local de exercício da atividade;
• No sítio eletrônico na rede mundial de computadores.

No momento da aplicação das sanções (que, como já sabemos, são a multa e a publicação
extraordinária da decisão condenatória), certas circunstância serão levadas em conta, poden-
do resultar no agravamento ou na redução da penalidade.

Art. 7º Serão levados em consideração na aplicação das sanções:


I – a gravidade da infração;
II – a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator;
III – a consumação ou não da infração;
IV – o grau de lesão ou perigo de lesão;
V – o efeito negativo produzido pela infração;
VI – a situação econômica do infrator;
VII – a cooperação da pessoa jurídica para a apuração das infrações;
VIII – a existência de mecanismos e procedimentos internos de integridade, auditoria e incentivo
à denúncia de irregularidades e a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito da
pessoa jurídica;
IX – o valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica com o órgão ou entidade pública lesados;

4. Processo Administrativo de Responsabilização


Como a responsabilização das pessoas jurídicas pelos atos lesivos à Administração Pú-
blica envolve a aplicação de sanções, nada mais natural do que a instauração de processo
administrativo com o objetivo de verificar se houve ou não a prática de tais atos.
Por meio do processo administrativo, o particular consegue saber quais os fatos que estão
sendo alegados contra ele, podendo exercer as garantias do contraditório e da ampla defesa.
Com relação à instauração e ao julgamento do processo administrativo, determina a Lei n.
12.846 que ambas as providências são competências da autoridade máxima de cada órgão ou
entidade dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

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A instauração poderá ocorrer tanto de ofício, ou seja, por interesse direto do órgão ou enti-
dade, ou mediante provocação de terceiros.
Importante salientar que a competência para a instauração e o julgamento do processo
administrativo de apuração de responsabilidade da pessoa jurídica poderá ser delegada, sen-
do vedada a subdelegação.

No âmbito do Poder Executivo federal, a Controladoria-Geral da União terá competência con-


corrente para instaurar processos administrativos de responsabilização de pessoas jurídicas
ou para avocar os processos instaurados com o objetivo de examinar a sua regularidade ou,
ainda, para corrigir o andamento do processo.

Com relação às fases processuais, pode-se afirmar que o processo administrativo segue
as seguintes fases:
• 1º) Como já informado, a instauração do processo compete, como regra geral, à autori-
dade máxima do órgão ou da entidade dos Poderes da República.
• 2º) Após a instauração, o processo administrativo será conduzido por comissão desig-
nada pela autoridade instauradora e composta por 2 ou mais servidores estáveis.
• 3º) O ente público, por meio do seu órgão de representação judicial, ou equivalente, a
pedido da comissão, poderá requerer as medidas judiciais necessárias para a investi-
gação e o processamento das infrações, inclusive de busca e apreensão.
• 4º) A comissão poderá, cautelarmente, propor à autoridade instauradora que suspenda
os efeitos do ato ou processo objeto da investigação.
• 5º) Será concedido à pessoa jurídica o prazo de 30 dias para defesa, contados a partir
da intimação.
• 6º) O processo administrativo, com o relatório da comissão, será remetido à autoridade
instauradora, para julgamento.
• 7º) O julgamento, assim como ocorre com a instauração, deve ser realizado, como regra
geral, pela autoridade máxima do órgão ou da entidade dos Poderes da República.
• 8º) A instauração de processo administrativo específico de reparação integral do dano
não prejudica a aplicação imediata das sanções estabelecidas em lei.
• 9º) Concluído o processo e não havendo pagamento, o crédito apurado será inscrito em
dívida ativa da fazenda pública.
• 10º) A comissão designada para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica, após
a conclusão do procedimento administrativo, dará conhecimento ao Ministério Público
de sua existência, para apuração de eventuais delitos.

A comissão deverá concluir o processo no prazo de 180 dias, que serão contados da data
da publicação do ato que a instituir e, ao final, apresentar relatório sobre os fatos apurados,

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bem como sobre a eventual responsabilidade da pessoa jurídica, sugerindo, de forma motiva-
da, as sanções a serem aplicadas.
O prazo de 180 dias poderá, em caso de necessidade, ser prorrogado mediante ato funda-
mentado da autoridade instauradora.

A norma estabelece que, nos processos de responsabilização relacionados com os atos


ilícitos praticados contra a administração pública estrangeira, a autoridade competente para
a apuração e o julgamento será a Controladoria-Geral da União.
Um grande avanço da norma, sem dúvida, foi a possibilidade de desconsideração da per-
sonalidade jurídica sempre que a autoridade verificar que foi feito uso de abuso de poder para
facilitar, encobrir ou dissimular a prática dos atos ilícitos, ou então para provocar confusão
patrimonial.
Em linhas gerais, a possibilidade de desconsideração da personalidade consiste em res-
ponsabilizar os sócios da empresa quando esta não tiver condições de arcar com o pagamen-
to dos valores sancionados.
Por meio da desconsideração, o patrimônio dos sócios vem à tona, podendo ser uti-
lizado, desde que atendidos os demais requisitos, para o cumprimento da dívida não paga
pela empresa.
Em outros termos, todos os efeitos das sanções aplicadas à pessoa jurídica são estendi-
dos aos seus administradores e sócios com poderes de administração, observados, em todo
caso, as garantias do contraditório e a ampla defesa.
No entanto, a desconsideração da personalidade jurídica não pode ser feita de qualquer
forma. Diversamente, a medida apenas pode ser utilizada quando estivermos diante de uma

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conduta utilizada com o objetivo facilitar, encobrir ou dissimular a prática dos atos ilícitos, ou
então para provocar confusão patrimonial.

5. Acordo de Leniência
De todos os institutos presentes na Lei n. 12.846, o acordo de leniência é, sem dúvida, o
mais peculiar. Em linhas gerais, o acordo de leniência constitui-se na já conhecida delação
premiada. Por meio do acordo, as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos ilícitos
podem colaborar com as investigações realizadas pelo Poder Público.
Como contrapartida, as pessoas jurídicas ficam isentas das sanções de publicação ex-
traordinária da decisão condenatória e da vedação ao recebimento de incentivos, subsídios,
subvenções, doações ou empréstimos de órgãos ou entidades públicas e de instituições fi-
nanceiras públicas ou controladas pelo poder público, pelo prazo mínimo de 1 (um) e máximo
de 5 (cinco) anos.
Além disso, as pessoas jurídicas que formalizam acordo de leniência tem uma redução de
até 2/3 (dois terços) do valor da eventual multa aplicável.

Contudo, para que o acordo de leniência seja possível de ser formalizado, certos requisitos
devem ser atendidos, cumulativamente, pela pessoa jurídica, sendo eles:
• a pessoa jurídica deve ser a primeira a se manifestar sobre seu interesse em cooperar
para a apuração do ato ilícito. Em outros termos, a vontade de colaborar com as investi-
gações deve ser de iniciativa da pessoa jurídica.

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• a pessoa jurídica deve cessar completamente o seu envolvimento na infração investi-


gada a partir da data de propositura do acordo;
• a pessoa jurídica deve admitir a sua participação no ilícito investigado, cooperando ple-
namente e permanentemente com as investigações e com o processo administrativo.
Deve a pessoa jurídica comparecer, sob suas expensas, sempre que solicitada, a todos
os atos processuais, até seu encerramento.

Como não poderia deixar de ser, a celebração de acordo de leniência não exime a pessoa
jurídica da obrigação de reparar integralmente o dano causado.
Para não atrapalhar nas investigações, a proposta de acordo de leniência somente se tor-
nará pública após a efetivação do respectivo acordo, salvo no interesse das investigações e
do processo administrativo.
Com a celebração do acordo de leniência, temos a interrupção do prazo prescricional le-
galmente previsto para os atos ilícitos.
Se a pessoa jurídica formalizar proposta de acordo de leniência e esta for negada pela
Administração Pública, a eventual negativa não importará em reconhecimento da prática, por
parte da pessoa jurídica, do ato ilícito investigado.
Caso a pessoa jurídica, após a celebração de acordo de leniência, deixe de cumprir com as
regras do acordo, ficará ela impedida de celebrar novo acordo pelo prazo de 3 anos, que serão
contados do conhecimento, pela Administração Pública, do referido descumprimento.

 Obs.: A Controladoria-Geral da União é o órgão competente para celebrar os acordos de


leniência no âmbito do Poder Executivo federal, bem como no caso de atos lesivos
praticados contra a Administração Pública estrangeira.

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Em seu artigo 17, a Lei n. 12.846 prevê a possibilidade de celebração de acordo de leniên-
cia com a pessoa jurídica responsável pela prática de ilícitos previstos na Lei das Licitações.

Art. 17. A administração pública poderá também celebrar acordo de leniência com a pessoa jurídica
responsável pela prática de ilícitos previstos na Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, com vistas à
isenção ou atenuação das sanções administrativas estabelecidas em seus arts. 86 a 88.

Sendo assim, vamos a uma rápida revisão acerca das sanções que podem ser aplicadas
(e, consequentemente, objeto de acordo de leniência) para os particulares licitantes.
Devido ao regime jurídico a que estão sujeitos os contratos administrativos, a administra-
ção dispõe da prerrogativa de, em caso de irregularidades, aplicar certas sanções aos contra-
tados no caso de inexecução total ou parcial do contrato.
Tais sanções, em plena consonância com o princípio da autotutela, não precisam de auto-
rização do judiciário para a sua aplicação, transitando exclusivamente na órbita administrativa.
O único requisito que deve ser observado é que antes da aplicação da sanção a administração
deve assegurar ao contratado as garantias do contraditório e da ampla defesa.
Nos termos da Lei n. 8.666, são as seguintes as sanções que podem ser aplicadas pela
administração:
• Advertência;
• Multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato;
• Suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a
administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos;
• Declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a administração pública en-
quanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja promovida a
reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida
sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos resultantes e após
decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso anterior.

Merece destaque, acerca das penalidades passíveis de aplicação, o fato da suspensão


temporária não poder exceder o prazo de 2 anos, ao passo que a declaração de inidoneidade,
em sentido oposto, possui como prazo mínimo para aplicação o referido prazo, ou seja, 2 anos.
As sanções administrativas acima elencadas podem, quando objeto de acordo de leniência
com a pessoa jurídica, ser objeto de isenção ou de atenuação da penalidade.

6. Responsabilização Judicial
Até o momento, vimos que a prática de atos ilícitos contra a Administração Pública pode
dar ensejo à responsabilização na órbita administrativa, podendo implicar, após a instauração
de processo administrativo, em diversas sanções.

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No entanto, estabelece a Lei Anticorrupção, também, a possibilidade de responsabilização


na esfera judicial.
Neste sentido, a norma estabelece como legitimados para o ajuizamento da presente ação
a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, por meio das respectivas Advocacias
Públicas ou órgãos de representação judicial ou equivalentes, e, ainda, o Ministério Público.

A ação judicial tem por objetivo a aplicação das seguintes sanções à pessoa jurídica
infratora:
• Perdimento dos bens, direitos ou valores que representem vantagem ou proveito direta
ou indiretamente obtidos da infração, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de
boa-fé;
• Suspensão ou interdição parcial de suas atividades;
• Dissolução compulsória da pessoa jurídica;
• Proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos de
órgãos ou entidades públicas e de instituições financeiras públicas ou controladas pelo
poder público, pelo prazo mínimo de 1 ano e máximo de 5 anos.

Assim como acontece com as sanções administrativas, as sanções decorrentes de ação


judicial podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente.

Quando a ação judicial for proposta pelo Ministério Público, as sanções administrativas (apli-
cação de multa e publicação extraordinária da decisão condenatória) poderão ser aplicadas
sem prejuízo das sanções judiciais.
Para isso, deverá ser comprovado que houve omissão das autoridades competentes para pro-
mover a responsabilização administrativa.

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Como visto, uma das sanções judiciais é a dissolução compulsória da pessoa jurídica.
Dada a gravidade da medida, a sanção em questão apenas poderá ser aplicada nas seguintes
situações:
• ter sido a personalidade jurídica utilizada de forma habitual para facilitar ou promover
a prática de atos ilícitos;
• ter sido constituída para ocultar ou dissimular interesses ilícitos ou a identidade dos
beneficiários dos atos praticados.

Como medida acautelatória e destinada a evitar que o particular condenado dilapide seus
bens e não tenha condições de pagar a multa ou a reparação integral do dano causado, pode o
Ministério Público ou a Advocacia Pública ou órgão de representação judicial, ou equivalente,
do ente público, solicitar a indisponibilidade de bens, direitos ou valores necessários à garan-
tia do pagamento.
Para facilitar a compreensão e diferenciação, relaciono abaixo as sanções administrativas
e judiciais que podem ser aplicadas às pessoas jurídicas em decorrência do cometimento de
atos contra a Administração Pública.

Sanções Administrativas Sanções Judiciais

a) perdimento dos bens, direitos ou


valores que representem vantagem
ou proveito direta ou indiretamente
obtidos da infração, ressalvado o
a) multa, no valor de 0,1% (um décimo
direito do lesado ou de terceiro de
por cento) a 20% (vinte por cento)
boa-fé;
do faturamento bruto do último
b) suspensão ou interdição parcial de
exercício anterior ao da instauração
suas atividades;
do processo administrativo, excluídos
c) dissolução compulsória da pessoa
os tributos, a qual nunca será inferior
jurídica;
à vantagem auferida, quando for
d) proibição de receber incentivos,
possível sua estimação;
subsídios, subvenções, doações ou
b) publicação extraordinária da
empréstimos de órgãos ou entidades
decisão condenatória
públicas e de instituições financeiras
públicas ou controladas pelo poder
público, pelo prazo mínimo de 1 ano e
máximo de 5 anos.

7. Disposições Finais
Como forma de reunir e dar publicidade às sanções aplicadas pelos órgãos ou entidades
dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todas as esferas de governo, a Lei n. 12.846

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determina que será criado, no âmbito do Poder Executivo Federal, o Cadastro Nacional de Em-
presas Punidas – CNEP.
Devem os órgãos e entidades dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todas as
esferas de governo informar e manter atualizados, no CNEP, os dados relativos às sanções por
eles aplicadas.
O CNEP conterá, entre outras, as seguintes informações acerca das sanções aplicadas:
• razão social e número de inscrição da pessoa jurídica ou entidade no Cadastro Nacional
da Pessoa Jurídica - CNPJ;
• tipo de sanção; e
• data de aplicação e data final da vigência do efeito limitador ou impeditivo da sanção,
quando for o caso.

Sempre que possível, a celebração de acordo de leniência deverá constar no CNEP. A me-
dida apenas não será aplicada quando o cadastramento das informações puder comprometer
o sigilo das investigações ou do processo administrativo.
Em caso de descumprimento do acordo de leniência, por parte da pessoa jurídica, deverá
ser incluída no CNEP informações acerca do efetivo descumprimento.
Os registros das sanções e acordos de leniência serão excluídos depois de decorrido o
prazo previamente estabelecido no ato sancionador ou do cumprimento integral do acordo de
leniência e da reparação do eventual dano causado, mediante solicitação do órgão ou entida-
de sancionadora.
Falamos, até o momento, do CNEP. Agora, vamos conhecer o CEIS - Cadastro Nacional de
Empresas Inidôneas e Suspensas.
Ao contrário do que ocorre com o CNEP, que é um cadastro destinado ao registro de in-
formações relacionadas com a aplicação de sanções previstas nesta norma, o CEIS já existia
antes da edição da Lei n. 12.846, sendo destinado ao registro das sanções decorrentes de
infrações cometidas no âmbito das licitações e contratos administrativos.
Neste sentido, a Lei Anticorrupção determina que os órgãos ou entidades dos Poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário de todas as esferas de governo deverão informar e manter
atualizados, para fins de publicidade, no Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspen-
sas - CEIS, de caráter público, instituído no âmbito do Poder Executivo federal, os dados relati-
vos às sanções por eles aplicadas, nos termos do disposto nos arts. 87 e 88 da Lei n. 8.666,
de 21 de junho de 1993.

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Vejamos as demais informações apresentadas nas “Disposições Finais” da Lei Anti-


corrupção...
• A multa e o perdimento de bens, direitos ou valores aplicados com fundamento no texto
da Lei n. 12.846 serão destinados, preferencialmente, aos órgãos ou entidades públicas
lesadas.
• Prescrevem em 5 anos as infrações previstas na norma em estudo, prazo este que terá
início da data da ciência da infração ou, no caso de infração permanente ou continuada,
do dia em que tiver cessado. Na esfera administrativa ou judicial, a prescrição será in-
terrompida com a instauração de processo que tenha por objeto a apuração da infração.
• As disposições da Lei n. 12.846 aplicam-se aos atos lesivos praticados por pessoa ju-
rídica brasileira contra a administração pública estrangeira, ainda que cometidos no
exterior.
• A aplicação das sanções previstas nesta lei não afeta os processos de responsabiliza-
ção e aplicação de penalidades específicos, tais como os decorrentes do cometimento
de improbidade administrativa (que é regido pela Lei n. 8.429) e dos atos ilícitos pratica-
dos no âmbito das licitações públicas (regidos pelas regras da Lei n. 8.666 ou, quando
estivermos diante do Regime Diferenciado de Contratações, pela Lei n. 12.462).
• A autoridade competente que, tendo conhecimento das infrações previstas na norma,
não adotar providências para a apuração dos fatos será responsabilizada penal, civil e
administrativamente nos termos da legislação específica aplicável.
• A pessoa jurídica será representada no processo administrativo na forma do seu esta-
tuto ou contrato social.

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QUESTÕES DE CONCURSOS
001. (FCC/TJMS/JE/2020) No que se refere ao acordo de leniência, previsto na Lei Anticor-
rupção − Lei Federal n. 12.846, de 1º de agosto de 2013 –, a sua celebração
a) suspende o prazo prescricional dos atos ilícitos previstos na referida lei.
b) afasta integralmente a multa que seria aplicável à empresa que celebrou o acordo.
c) evitará a sanção de publicação extraordinária da decisão condenatória.
d) implica afastamento imediato dos dirigentes ou administradores que deram causa ao ilícito.
e) obriga a pessoa jurídica signatária a implementar ou aprimorar mecanismos internos de
integridade.

De acordo com o § 2º do artigo 16, temos a previsão de que:

A celebração do acordo de leniência isentará a pessoa jurídica das sanções previstas no inciso II do
art. 6º e no inciso IV do art. 19 e reduzirá em até 2/3 (dois terços) o valor da multa aplicável.
Sendo assim, uma das sanções que serão objeto de isenção em caso de celebração do acordo
de leniência é a publicação extraordinária da decisão condenatória, confirmando com isso a
Letra C como gabarito da questão.
Vejamos o erro das demais alternativas:
a) O acordo de leniência interrompe (e não suspende) o acordo de leniência.
b) O que ocorre não é o afastamento total, mas sim a redução da multa em até 2/3.
d) A norma nada mencionada acerca da possibilidade de afastamento imediato dos dirigentes
ou administradores que deram causa ao ilícito.
e) Atualmente, este não é mais um dos requisitos a serem observados pela pessoa jurídica em
caso de celebração do acordo de leniência.
Letra c.

002. (COM. EXAM./MPE-PR/PJ/2019) Nos termos da Lei n. 12.846/2013 (Lei Anticorrupção),


assinale a alternativa correta:
a) Uma vez aplicadas as sanções previstas pela Lei n. 12.846/2013, fica prejudicado o proces-
so de responsabilização e o apenamento, pelo mesmo fato, decorrente de ato de improbidade
administrativa.
b) Em caso de descumprimento do acordo de leniência, a pessoa jurídica ficará impedida de
celebrar novo acordo pelo prazo de 5 (cinco) anos contados do conhecimento pela Administra-
ção Pública do referido descumprimento.
c) A celebração do acordo de leniência isentará a pessoa jurídica das seguintes sanções: publi-
cação extraordinária da decisão condenatória; proibição de receber incentivos, subsídios, sub-
venções, doações ou empréstimos de órgãos ou entidades públicas e de instituições financeiras

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públicas ou controladas pelo poder público, pelo prazo mínimo de 1 (um) e máximo de 5 (cin-
co) anos; e reduzirá em até 2/3 (dois terços) o valor da multa aplicável.
d) Prescrevem em 3 (três) anos as infrações previstas na Lei n. 12.846/2013, contados da
data da ciência da infração ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que
tiver cessado.
e) Quanto à responsabilização judicial, pode ser aplicada à pessoa jurídica infratora a sanção,
dentre outras, de suspensão ou interdição parcial ou total de suas atividades.

a) Errada. Ainda que as sanções da LAC sejam aplicadas, nada impede que ocorra, também, a
responsabilização pela prática de improbidade administrativa.
b) Errada. De acordo com o § 8º do artigo 16:

Em caso de descumprimento do acordo de leniência, a pessoa jurídica ficará impedida de celebrar


novo acordo pelo prazo de 3 (três) anos contados do conhecimento pela administração pública do
referido descumprimento.
c) Certa. Temos aqui as isenções que serão aplicadas à pessoa jurídica em caso de celebração
do acordo de leniência.

d) Errada. O prazo de prescrição das sanções da LAC é de 5 anos, diferente do que afirmado.

Art. 25. Prescrevem em 5 (cinco) anos as infrações previstas nesta Lei, contados da data da ciência
da infração ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado.

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e) Errada. A interdição mencionada pela alternativa será sempre parcial. Não há previsão para
a interdição total.

Art. 19. Em razão da prática de atos previstos no art. 5º desta Lei, a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, por meio das respectivas Advocacias Públicas ou órgãos de representação
judicial, ou equivalentes, e o Ministério Público, poderão ajuizar ação com vistas à aplicação das
seguintes sanções às pessoas jurídicas infratoras:
II – suspensão ou interdição parcial de suas atividades;
Letra c.

003. (COM. EXAM./MPE-SC/PJ/2019) A Lei n. 12.846/2013 introduziu uma tipologia de ilíci-


tos passíveis de serem praticados por pessoas jurídicas, que se relacionem com a administra-
ção pública, que pode redundar em responsabilização administrativa e judicial, independente
da demonstração de dolo ou culpa.

A Lei Anticorrupção implica na possibilidade de responsabilização das pessoas jurídicas


nas esferas administrativa e civil, podendo ocorrer, também, a responsabilização judicial. E
por ser uma responsabilidade objetiva, é correto afirmar que ela independe da existência de
dolo ou culpa.

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a responsabilização objetiva administrativa e civil de pessoas jurídicas
pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira.
Certo.

004. (COM. EXAM./MPE-SC/PJ/2019) O acordo de leniência previsto na Lei n. 12.846/2013,


uma vez firmado e homologado, não interrompe a prescrição.

Diferente do que afirmado, a celebração do acordo de leniência implica na interrupção do prazo


prescricional dos respectivos atos ilícitos.

Art. 16, § 9º A celebração do acordo de leniência interrompe o prazo prescricional dos atos ilícitos
previstos nesta Lei.
Errado.

005. (COM. EXAM./MPE-SC/PJ/2019) Descumprido o acordo de leniência, a pessoa jurídica


ficará impedida de celebrar novo acordo pelo prazo de 2 (dois) anos, contados a partir do co-
nhecimento pela administração pública do referido descumprimento.

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Estabelece o § 8º do artigo 16 que:

Em caso de descumprimento do acordo de leniência, a pessoa jurídica ficará impedida de celebrar


novo acordo pelo prazo de 3 (três) anos contados do conhecimento pela administração pública do
referido descumprimento.
Errado.

006. (COM. EXAM./MPE-SC/PJ/2019) A Lei Anticorrupção tem como objeto a responsabili-


zação civil e administrativa das pessoas físicas e jurídicas pela prática de atos contra a admi-
nistração pública, sendo que, no âmbito administrativo, a competência para a instauração e
julgamento do processo poderá ser delegada.

A Lei n. 12.846/2013 estabelece regras relacionadas com a responsabilização objetiva ad-


ministrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública,
nacional ou estrangeira.

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a responsabilização objetiva administrativa e civil de pessoas jurídicas
pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira.
Sendo assim, o erro da questão está em afirmar que o objeto da lei é, também, a responsabi-
lização civil e administrativa das pessoas físicas.
Importante destacar que a competência para instauração e julgamento do processo adminis-
trativo de apuração da responsabilidade da pessoa jurídica poderá ser delegada, sendo veda-
do, contudo, a subdelegação.

Art. 8º, § 1º A competência para a instauração e o julgamento do processo administrativo de apura-


ção de responsabilidade da pessoa jurídica poderá ser delegada, vedada a subdelegação.
Errado.

007. (COM. EXAM./MPE-SP/PJ/2019) Com relação ao regime instituído pela Lei Federal n.
12.846/2013, que dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas
pela prática de atos contra a administração pública, é INCORRETO afirmar que
a) constitui ato lesivo à Administração Pública e que atenta contra o patrimônio público na-
cional, aquele praticado por sociedade empresária consistente em prometer, oferecer ou dar,
direta ou indiretamente, vantagem indevida a agente público, ou a terceira pessoa a ele relacio-
nada, e, no tocante a licitações e contratos, frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação
ou qualquer outro expediente, o caráter competitivo de procedimento licitatório público.

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b) a responsabilização da pessoa jurídica exclui a responsabilidade individual de seus dirigen-


tes ou administradores, subsistindo a responsabilidade de qualquer pessoa natural, autora,
coautora ou partícipe do ato ilícito.
c) a responsabilização da pessoa jurídica não exclui a responsabilidade individual de seus
dirigentes ou administradores ou de qualquer pessoa natural, autora, coautora ou partícipe do
ato ilícito.
d) as pessoas jurídicas serão responsabilizadas objetivamente, nos âmbitos administrativo
e civil, pelos atos lesivos previstos na Lei, ainda que não sejam praticados em seu interesse
exclusivo.
e) a aplicação das sanções previstas na Lei n. 12.846/2013 não afeta os processos de res-
ponsabilização e aplicação de penalidades decorrentes de ato de improbidade administrativa,
nos termos da Lei Federal n. 8.429/92, e de atos praticados em desacordo com a Lei Federal n.
8.666/93, sem prejuízo das responsabilidades civil e criminal que seu ato ensejar.

Dentre as opções elencadas, apenas a letra “b” está errada. Diferente do que afirmado, a res-
ponsabilização da pessoa jurídica não exclui a responsabilidade individual de seus dirigentes
ou administradores ou de qualquer pessoa natural, autora, coautora ou partícipe do ato ilícito.

Art. 3º A responsabilização da pessoa jurídica não exclui a responsabilidade individual de seus


dirigentes ou administradores ou de qualquer pessoa natural, autora, coautora ou partícipe do ato
ilícito.
Nas demais alternativas, estamos diante do conhecimento da literalidade das disposições da
Lei Anticorrupção.

Art. 5º Constituem atos lesivos à administração pública, nacional ou estrangeira, para os fins desta
Lei, todos aqueles praticados pelas pessoas jurídicas mencionadas no parágrafo único do art. 1º,
que atentem contra o patrimônio público nacional ou estrangeiro, contra princípios da administra-
ção pública ou contra os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil, assim definidos:
I – prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem indevida a agente público, ou a ter-
ceira pessoa a ele relacionada;
IV – no tocante a licitações e contratos:
a) frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o caráter compe-
titivo de procedimento licitatório público; (Letra A)
Art. 3º A responsabilização da pessoa jurídica não exclui a responsabilidade individual de seus
dirigentes ou administradores ou de qualquer pessoa natural, autora, coautora ou partícipe do ato
ilícito. (Letra C)
Art. 2º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas objetivamente, nos âmbitos administrativo e
civil, pelos atos lesivos previstos nesta Lei praticados em seu interesse ou benefício, exclusivo ou
não. (Letra D)

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Art. 30. A aplicação das sanções previstas nesta Lei não afeta os processos de responsabilização
e aplicação de penalidades decorrentes de:
I – ato de improbidade administrativa nos termos da Lei n. 8.429, de 2 de junho de 1992; e
II – atos ilícitos alcançados pela Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993, ou outras normas de licitações
e contratos da administração pública, inclusive no tocante ao Regime Diferenciado de Contratações
Públicas - RDC instituído pela Lei n. 12.462, de 4 de agosto de 2011. (Letra E)
Letra b.

008. (COM. EXAM./MPE-GO/PJ/2019) A Lei n. 12.846/2013, também conhecida como Lei


Anticorrupção Empresarial, representa um importante marco com vistas a promover um efe-
tivo combate à corrupção no Brasil. Dentre as principais inovações da Lei, destacam-se as
seguintes, exceto:
a) A imposição de responsabilidade subjetiva, civil e administrativa à pessoa jurídica por atos
lesivos à Administração Pública, nacional ou estrangeira.
b) A possibilidade de responsabilização das pessoas jurídicas por atos lesivos à Administra-
ção Pública, nacional ou estrangeira, mesmo nas hipóteses em que não há participação de
agente público.
c) A previsão do chamado acordo de leniência, a ser celebrado com as pessoas jurídicas res-
ponsáveis pela prática dos atos previstos na lei, para incentivá-las a colaborar efetivamente
com as investigações e o processo administrativo.
d) A possibilidade de atenuação da sanção por intermédio de mecanismos de integridade da
pessoa jurídica (“compilance”).

Dentre as opções, apenas a letra “a” está errada. Diferente do que afirmado, a responsabilidade
das pessoas jurídicas é objetiva, e não subjetiva.

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a responsabilização objetiva administrativa e civil de pessoas jurídicas
pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira.
Todas as demais alternativas apresentam inovações trazidas pela Lei Anticorrupção no com-
bate à corrupção.
Letra a.

009. (COM. EXAM./MPE-GO/PJ/2019) Assinale a alternativa incorreta:


a) Nos termos da Lei n. 12.846/2013 - Lei Anticorrupção - a personalidade jurídica da pessoa
jurídica poderá ser desconsiderada sempre que utilizada com abuso do direito para facilitar,
encobrir ou dissimular a prática de atos ilícitos previstos na referida lei ou para provocar con-
fusão patrimonial, quando serão estendidos todos os efeitos das sanções aplicadas à pessoa
jurídica aos seus administradores e sócios com poderes de administração.

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b) Quando houver inércia ou omissão do órgão administrativo competente para a aplicação


das sanções administrativas previstas na Lei n. 12.846/2013 - Lei Anticorrupção -, poderão re-
feridas sanções ser aplicadas judicialmente, em ação civil pública, para a qual, nos termos do
que estabelece a Lei n. 12.846/2013, o único legitimado ativo é o Ministério Público.
c) As sanções administrativas previstas na Lei n. 12.846/2013 - Lei Anticorrupção - poderão
ser aplicadas cumulativamente com as sanções previstas na Lei n. 8.666/93, relativamente
aos fatos definidos como ilícitos em ambos os estatutos.
d) Por integrarem a Administração Indireta, as empresas estatais não estão sujeitas às san-
ções administrativas e civis previstas na Lei n. 12.846/2013 - Lei Anticorrupção.

A alternativa incorreta é a letra “d”. As empresas estatais, por integrarem a Administração Pú-
blica Indireta, estão sujeitas às sanções previstas na mencionada norma jurídica.

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a responsabilização objetiva administrativa e civil de pessoas jurídicas
pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira.
Vejamos os artigos que fundamentam a assertividade das demais alternativas:

Art. 14. A personalidade jurídica poderá ser desconsiderada sempre que utilizada com abuso do
direito para facilitar, encobrir ou dissimular a prática dos atos ilícitos previstos nesta Lei ou para
provocar confusão patrimonial, sendo estendidos todos os efeitos das sanções aplicadas à pessoa
jurídica aos seus administradores e sócios com poderes de administração, observados o contradi-
tório e a ampla defesa. (Letra A)
Art. 20. Nas ações ajuizadas pelo Ministério Público, poderão ser aplicadas as sanções previstas
no art. 6º, sem prejuízo daquelas previstas neste Capítulo, desde que constatada a omissão das
autoridades competentes para promover a responsabilização administrativa.
Art. 21. Nas ações de responsabilização judicial, será adotado o rito previsto na Lei n. 7.347, de 24
de julho de 1985. (Letra B)
Art. 30. A aplicação das sanções previstas nesta Lei não afeta os processos de responsabilização
e aplicação de penalidades decorrentes de:
II – atos ilícitos alcançados pela Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993, ou outras normas de licitações
e contratos da administração pública, inclusive no tocante ao Regime Diferenciado de Contratações
Públicas - RDC instituído pela Lei n. 12.462, de 4 de agosto de 2011. (Letra C)
Letra d.

010. (FCC/PGE-MT/PROC/2016) Descobriu-se, por meio de denúncia de um ex-funcionário,


acompanhada de farta documentação (recibos, transferências bancárias, anotações manus-
critas etc.) que a empresa X participou de esquema para fraudar licitações no âmbito da Ad-
ministração Estadual. A referida empresa se propôs a celebrar acordo de leniência e colaborar
nas investigações, permitindo a identificação de outras empresas envolvidas e fornecendo
provas capazes de acelerar a apuração do ilícito. Diante da situação mencionada, conclui-se:

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a) Ao celebrar o acordo de leniência, a Administração Pública poderá isentar a empresa das


penalidades previstas na Lei de Licitações e Contratos (Lei n. 8.666/93).
b) A empresa, por tais atividades, pode ser responsabilizada concomitantemente no âmbito
civil, administrativo e penal, em vista da independência de tais esferas.
c) Se a referida empresa cumprir os termos do acordo de leniência e se dispuser a reparar o
dano e pagar a multa correspondente, não sofrerá as penas da Lei de Improbidade (Lei Federal
n. 8.429/92).
d) Outras empresas do mesmo grupo econômico não se beneficiam do acordo, que tem cará-
ter intuitu personae.
e) A celebração e o cumprimento do acordo de leniência pela pessoa jurídica afastam a res-
ponsabilidade pessoal dos seus dirigentes e administradores no âmbito civil e administrativo.

a) Certa. Trata-se da previsão do artigo 17 da LAC, de seguinte redação:

Art. 17. A administração pública poderá também celebrar acordo de leniência com a pessoa jurídica
responsável pela prática de ilícitos previstos na Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993, com vistas à
isenção ou atenuação das sanções administrativas estabelecidas em seus arts. 86 a 88.
b) Errada. A Lei Anticorrupção nada menciona acerca da responsabilização na esfera penal,
mas sim apenas na órbita administrativa e civil.
c) Errada. A Lei Anticorrupção não afasta a responsabilização pelos atos de improbidade ad-
ministrativa.

Art. 30. A aplicação das sanções previstas nesta Lei não afeta os processos de responsabilização
e aplicação de penalidades decorrentes de:
I – ato de improbidade administrativa nos termos da Lei n. 8.429, de 2 de junho de 1992;
d) Errada. De acordo com o § 5º do artigo 16:

Os efeitos do acordo de leniência serão estendidos às pessoas jurídicas que integram o mesmo
grupo econômico, de fato e de direito, desde que firmem o acordo em conjunto, respeitadas as con-
dições nele estabelecidas.
e) Errada. Estabelece o artigo 3º que:

A responsabilização da pessoa jurídica não exclui a responsabilidade individual de seus dirigentes


ou administradores ou de qualquer pessoa natural, autora, coautora ou partícipe do ato ilícito.
Letra a.

011. (CESPE/PGE-PE/ASSP/2019) Considerando as Leis n.º 12.846/2013 e n.º 16.309/2018,


que tratam, respectivamente, de responsabilização de pessoas jurídicas pela prática de atos
contra a administração pública e do processo administrativo de responsabilização (PAR), jul-
gue o item a seguir.

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A responsabilidade civil das pessoas jurídicas é subjetiva; depende, portanto, da análise de


dolo ou culpa na prática da conduta lesiva.

Nas esferas civil e administrativa, a responsabilidade das pessoas jurídicas será objetiva, inde-
pendendo da análise do dolo ou culpa.

Art. 2º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas objetivamente, nos âmbitos administrativo e


civil, pelos atos lesivos previstos nesta Lei praticados em seu interesse ou benefício, exclusivo ou
não.
Errado.

012. (CESPE/PGE-PE/ASSP/2019) Considerando as Leis n.º 12.846/2013 e n.º 16.309/2018,


que tratam, respectivamente, de responsabilização de pessoas jurídicas pela prática de atos
contra a administração pública e do processo administrativo de responsabilização (PAR), jul-
gue o item a seguir.
A responsabilização por atos ilícitos apurados, cometidos por pessoas naturais que exercem a
administração de sociedades empresárias, será aplicada conforme a culpabilidade da pessoa.

A questão deve ser respondida com base nas disposições do artigo 3º da Lei n. 12.846, de
seguinte redação:

Art. 3º A responsabilização da pessoa jurídica não exclui a responsabilidade individual de seus


dirigentes ou administradores ou de qualquer pessoa natural, autora, coautora ou partícipe do ato
ilícito.
§ 1º A pessoa jurídica será responsabilizada independentemente da responsabilização individual
das pessoas naturais referidas no caput.
§ 2º Os dirigentes ou administradores somente serão responsabilizados por atos ilícitos na medida
da sua culpabilidade.
Assim, ao passo que a responsabilidade das pessoas jurídicas é objetiva (independendo de
dolo ou culpa), a responsabilização das pessoas naturais será feita de forma subjetiva, ou seja,
na medida da sua culpabilidade.
Certo.

013. (CESPE/PGE-PE/ASSP/2019) Considerando as Leis n.º 12.846/2013 e n.º 16.309/2018,


que tratam, respectivamente, de responsabilização de pessoas jurídicas pela prática de atos
contra a administração pública e do processo administrativo de responsabilização (PAR), jul-
gue o item a seguir.

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Para apurar ilícitos administrativos lesivos a licitações e contratos públicos, admite-se ao Po-
der Executivo estadual celebrar acordo de leniência com as pessoas jurídicas que tenham
participado do certame, desde que a colaboração dessas seja efetiva.

Com o objetivo de apurar ilícitos administrativos (dentre os quais os relacionados com as lici-
tações e contratos), a autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública poderá celebrar
acordo de leniência. E uma destas autoridades é o Poder Executivo, competente para celebrar
acordos na órbita estadual.
Para que o acordo seja celebrado, as entidades devem colaborar efetivamente com as investi-
gações e o processo administrativo.

Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública poderá celebrar acordo de leniên-
cia com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei que colaborem
efetivamente com as investigações e o processo administrativo, sendo que dessa colaboração
resulte:
I – a identificação dos demais envolvidos na infração, quando couber; e
II – a obtenção célere de informações e documentos que comprovem o ilícito sob apuração.
Certo.

014. (CESPE/PGE-PE/ASSP/2019) Considerando as Leis n. 12.846/2013 e n. 16.309/2018,


que tratam, respectivamente, de responsabilização de pessoas jurídicas pela prática de atos
contra a administração pública e do processo administrativo de responsabilização (PAR), jul-
gue o item a seguir.
A responsabilização da pessoa jurídica na esfera administrativa afasta a possibilidade de sua
responsabilização na esfera judicial.

Ao contrário do que afirmado, o artigo 18 determina que:

Na esfera administrativa, a responsabilidade da pessoa jurídica não afasta a possibilidade de sua


responsabilização na esfera judicial.
Errado.

015. (CESPE/TCE-PA/ANA MIN/CONTROLE EXTERNO/2019) A celebração de acordo de le-


niência entre administração pública e pessoa jurídica investigada pela prática dos atos previs-
tos na Lei n. 12.846/2013
a) é nula de pleno direito em razão da indisponibilidade do interesse público.
b) pode ser realizada, independentemente de admissão de participação no ato ilícito pela pes-
soa jurídica investigada.
c) suspende o prazo prescricional para eventual ação de responsabilidade pela prática de ilícito.
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d) acarreta a isenção integral de eventual multa referente ao ilícito investigado.


e) não desonera a pessoa jurídica da obrigação de reparação integral do dano causado.

A celebração de acordo de leniência pode ser realizada, encontrando previsão nas disposições
da Lei n. 12.846/2013.

Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública poderá celebrar acordo de leniên-
cia com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei que colaborem
efetivamente com as investigações e o processo administrativo, sendo que dessa colaboração re-
sulte (...)
Importante destacar, no entanto, que a celebração de acordo de leniência não exime a pessoa
jurídica da obrigação de reparar integralmente o dano causado, motivo pelo qual está correta
a letra “e”.

Art. 16, § 3º O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar integral-
mente o dano causado.
Vejamos o erro das demais alternativas:
a) O acordo de leniência pode ser celebrado, encontrando previsão legal.
b) Uma das condições para a celebração é que a pessoa jurídica admita sua participação no
ato ilícito que está sendo investigado.
c) O que ocorre é a interrupção do prazo prescricional em relação aos ilícitos previstos em lei.
d) A celebração não isenta a multa, mas sim reduz o seu valor em 2/3.
Letra e.

016. (CESPE/ABIN/OI/ÁREA 1/2018) A empresa e-Gráfica Ltda. manifestou interesse em


formalizar acordo de leniência com o Ministério Público, comprometendo-se a entregar os
documentos comprobatórios, no prazo de trinta dias, de prática de ato ilícito ocorrido durante
licitação no estado X.
Acerca dessa situação hipotética, julgue o item subsequente à luz da Lei n. 12.846/2013.
Se, transcorridos sessenta dias após a subscrição do acordo, a empresa não entregar os re-
feridos documentos, o Ministério Público deverá, de imediato, notificá-la para comparecer à
instituição, a fim de celebrar novo acordo de leniência para a entrega dos documentos compro-
batórios, de modo a assegurar o resultado útil do processo.

Em caso de descumprimento do acordo de leniência, a empresa não poderá celebrar outro


acordo no prazo de 3 anos, contados do conhecimento pela administração pública do referido
descumprimento. Sendo assim, a possibilidade mencionada no enunciado não encontra pre-
cisão legal.

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Art. 16, § 8º Em caso de descumprimento do acordo de leniência, a pessoa jurídica ficará impedida
de celebrar novo acordo pelo prazo de 3 (três) anos contados do conhecimento pela administração
pública do referido descumprimento.
Errado.

017. (CESPE/ABIN/OI/ÁREA 1/2018) A empresa e-Gráfica Ltda. manifestou interesse em


formalizar acordo de leniência com o Ministério Público, comprometendo-se a entregar os
documentos comprobatórios, no prazo de trinta dias, de prática de ato ilícito ocorrido durante
licitação no estado X.
Acerca dessa situação hipotética, julgue o item subsequente à luz da Lei n.º 12.846/2013.
Na situação descrita, o Ministério Público poderá desconsiderar, no acordo de leniência que
vier a ser firmado, o perigo de lesão e a vantagem pretendida pelo infrator, limitando-se a ob-
servar, no estabelecimento da sanção a ser aplicada, a situação econômica do infrator e o valor
dos contratos mantidos com a entidade pública lesada.

O perigo de lesão e a vantagem pretendida pelo infrator são fatores que também devem ser
levados em conta no momento da celebração do acordo de leniência.

Art. 7º Serão levados em consideração na aplicação das sanções:


IV – o grau de lesão ou perigo de lesão;
VI – a situação econômica do infrator;
Errado.

018. (CESPE/DEPEN/AGFEP/ÁREA 3/2015) No tocante à Lei Anticorrupção, julgue o item.


Na esfera administrativa, no momento da aplicação de sanções previstas na Lei Anticorrupção,
devem ser considerados, entre outros fatores, o efeito negativo produzido pela infração, a gra-
vidade da infração e a situação econômica do infrator.

Os três fatores expressos pela questão devem, de acordo com a Lei n. 12.846, ser considera-
dos no momento de aplicação das sanções.

Art. 7º Serão levados em consideração na aplicação das sanções:


I – a gravidade da infração;
V – o efeito negativo produzido pela infração;
VI – a situação econômica do infrator;
Certo.

019. (CESPE/DEPEN/AGFEP/ÁREA 3/2015) No tocante à Lei Anticorrupção, julgue o item.

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A lei em apreço permite que sejam celebrados acordos de leniência referentes a infrações
previstas na Lei de Licitações, de forma a possibilitar a isenção ou atenuação das sanções
administrativas previstas nesta última para punição da pessoa jurídica responsável.

O acordo de leniência também poderá ser celebrado com o objetivo de isentar ou atenuar as
sanções administrativas decorrentes da aplicação da Lei n. 8.666.

Art. 17. A administração pública poderá também celebrar acordo de leniência com a pessoa jurídica
responsável pela prática de ilícitos previstos na Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993, com vistas à
isenção ou atenuação das sanções administrativas estabelecidas em seus arts. 86 a 88.
Certo.

020. (CESPE/DEPEN/AGFEP/ÁREA 3/2015) No tocante à Lei Anticorrupção, julgue o item.


Para celebrar acordo de leniência, a empresa interessada tem de atender, entre outros, aos se-
guintes requisitos: ser a primeira a manifestar desejo de cooperar na apuração dos atos ilícitos;
devolver ao Estado os valores obtidos ilicitamente; cooperar com as investigações criminais e
administrativas.

Dentre os requisitos necessários para a celebração do acordo de leniência, não consta, ao con-
trário do que informa a questão, a obrigatoriedade de devolver ao Estado os valores obtidos
ilicitamente.

Art. 16, § 1º O acordo de que trata o caput somente poderá ser celebrado se preenchidos, cumulati-
vamente, os seguintes requisitos:
I – a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu interesse em cooperar para a apura-
ção do ato ilícito;
II – a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento na infração investigada a partir da
data de propositura do acordo;
III – a pessoa jurídica admita sua participação no ilícito e coopere plena e permanentemente com as
investigações e o processo administrativo, comparecendo, sob suas expensas, sempre que solicita-
da, a todos os atos processuais, até seu encerramento.
Errado.

021. (CESPE/DEPEN/AGFEP/ÁREA 3/2015) No tocante à Lei Anticorrupção, julgue o item.


A celebração do acordo de leniência previsto na lei em questão gera benefícios para os ad-
ministradores da empresa celebrante que estiverem envolvidos nos atos de corrupção inves-
tigados, pois tem o efeito de reduzir as penas privativas de liberdade que lhes possam ser
aplicadas.

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O acordo de leniência não tem o poder de reduzir as penas privativas de liberdade. Os benefí-
cios da celebração do acordo podem ser mais bem visualizados no gráfico abaixo:

Errado.

022. (CESPE/DEPEN/AGFEP/ÁREA 3/2015) No tocante à Lei Anticorrupção, julgue o item.


SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: Uma empresa envolvida em atos de corrupção celebrou contrato de
leniência previsto pela Lei Anticorrupção, mas deixou de cumprir o que foi acordado. ASSER-
TIVA: Nessa situação, a empresa estará impedida de celebrar novo acordo de leniência pelo
prazo de três anos a partir da data em que a administração pública tomar conhecimento da
desobediência ao pacto.

Caso a pessoa jurídica, após a celebração de acordo de leniência, deixe de cumprir com as
regras do acordo, ficará ela impedida de celebrar novo acordo pelo prazo de 3 anos, que serão
contados do conhecimento, pela Administração Pública, do referido descumprimento.

Art. 16, § 8º Em caso de descumprimento do acordo de leniência, a pessoa jurídica ficará impedida
de celebrar novo acordo pelo prazo de 3 (três) anos contados do conhecimento pela administração
pública do referido descumprimento.
Certo.

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023. (CESPE/TELEBRAS/ESP GT/ADVOGADO/2015) Considerando que a noção de respon-


sabilidade civil remete à ideia de responder perante a ordem jurídica por fato precedente, julgue
o item subsequente a respeito da responsabilidade civil.
Segundo a Lei n. 12.846/2013, as pessoas jurídicas serão responsabilizadas objetivamente,
civil e administrativamente, por ato lesivo praticado em seu interesse ou benefício, seja este
exclusivo ou não.

Trata-se de previsão do artigo 2º da Lei n. 12.846/2013, de seguinte redação:

Art. 2º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas objetivamente, nos âmbitos administrativo e


civil, pelos atos lesivos previstos nesta Lei praticados em seu interesse ou benefício, exclusivo ou
não.
Certo.

024. (VUNESP/TJ-SP/ADM JUD/2019) Assinale a alternativa que está de acordo com a Lei
no 12.846/2013 (Lei Anticorrupção).
a) O acordo de leniência exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar integralmente o
dano causado.
b) Em caso de descumprimento do acordo de leniência, a pessoa jurídica ficará impedida de
celebrar novo acordo pelo prazo de 5 (cinco) anos contados do conhecimento pela Administra-
ção Pública do referido descumprimento.
c) O processo administrativo para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica será con-
duzido por comissão designada pela autoridade instauradora e composta por 2 (dois) ou mais
servidores estáveis.
d) A competência para a instauração e o julgamento do processo administrativo de apuração
de responsabilidade da pessoa jurídica não poderá ser delegada.
e) No processo administrativo para apuração de responsabilidade, será concedido à pessoa
jurídica prazo de 15 (quinze) dias para defesa.

a) Errada. De acordo com o § 3º do artigo 16:

O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar integralmente o dano
causado.
b) Errada. O prazo do impedimento é de 3 anos, e não, conforme informado pela alternativa, 5
anos.

Art. 16, § 8º Em caso de descumprimento do acordo de leniência, a pessoa jurídica ficará impedida
de celebrar novo acordo pelo prazo de 3 (três) anos contados do conhecimento pela administração
pública do referido descumprimento.

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c) Certa. A alternativa elenca, de forma correta, a composição da comissão responsável pela


condução do processo administrativo destinado a apurar a responsabilidade de pessoa jurídi-
ca.

Art. 10. O processo administrativo para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica será con-
duzido por comissão designada pela autoridade instauradora e composta por 2 (dois) ou mais ser-
vidores estáveis.
d) Errada. De acordo com o § 1º do artigo 8º:

A competência para a instauração e o julgamento do processo administrativo de apuração de res-


ponsabilidade da pessoa jurídica poderá ser delegada, vedada a subdelegação.
e) Errada. O prazo para defesa é de 30 dias, e não, conforme informado, de 15 dias.

Art. 11. No processo administrativo para apuração de responsabilidade, será concedido à pessoa
jurídica prazo de 30 (trinta) dias para defesa, contados a partir da intimação.
Letra c.

025. (VUNESP/CM SERRANA/PROC JU/2019) É correto afirmar, nos termos


a) da Lei n. 12.846/13 (responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela práti-
ca de atos contra a Administração Pública, nacional ou estrangeira), que não importará em re-
conhecimento da prática do ato ilícito investigado a proposta de acordo de leniência rejeitada.
b) da Lei n. 8.429/92 (Improbidade Administrativa), que as ações destinadas a levar a efeito as
sanções previstas nesta lei podem ser propostas até quinze anos após o término do exercício
de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança.
c) da Lei Complementar n. 101/00 (Lei de Responsabilidade Fiscal), que é obrigatório aos Mu-
nicípios com população inferior a cinquenta mil habitantes divulgar trimestralmente o Relatório
de Gestão Fiscal.
d) da Lei n. 12.527/11 (Lei de Acesso à Informação), que a classificação do sigilo de informa-
ções, no âmbito da Administração Pública federal, no grau de ultrassecreto é de competência
exclusiva do Presidente da República.
e) do Decreto-Lei n. 201/67 (Responsabilidade dos Prefeitos), que a conduta do Prefeito de
apropriar-se de bens ou rendas públicas é considerada um crime de responsabilidade, sujei-
tando-o ao julgamento pela Câmara dos Vereadores, após o trânsito em julgado de sentença.

Neste momento, nos interessa apenas as disposições da Lei n. 12.846, popularmente conheci-
da como lei anticorrupção. De acordo com a norma, a eventual proposta de acordo de leniência
rejeitada não importará em reconhecimento da prática do ato ilícito.

Art. 16, § 7º Não importará em reconhecimento da prática do ato ilícito investigado a proposta de
acordo de leniência rejeitada.
Letra a.

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Aspectos Coletivos da Lei Anticorrupção
Diogo Surdi

026. (VUNESP/CM TATUÍ/PROC LEG/2019) Segundo estabelece a Lei Federal no 12.846/13


(Lei Anticorrupção), na hipótese de uma das pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos
atos previstos nessa Lei decidir celebrar acordo de leniência,
a) ela ficará isenta da pena de multa sobre o seu faturamento.
b) não precisa admitir sua participação no ilícito, desde que os demais envolvidos sejam
identificados.
c) não ficará isenta da obrigação de reparar integralmente o dano causado.
d) haverá reconhecimento da prática do ato ilícito investigado, ainda que rejeitada a sua pro-
posta de acordo.
e) sendo ou não ele celebrado, não haverá interrupção do prazo de prescrição dos atos ilícitos
previstos na Lei.

Ainda que a pessoa jurídica decida celebrar o acordo de leniência, a medida não faz com que
ela fique isenta da obrigação de reparar integralmente o dano causado.

Art. 16, § 3º O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar integralmen-
te o dano causado.
Logo, o gabarito é a letra “c”. Vejamos então o erro das demais alternativas de resposta.
a) A isenção de eventuais penalidades apenas ocorre com a celebração do acordo, e não com
a iniciativa da pessoa jurídica em realizar tal celebração.
b) Para a celebração do acordo, a pessoa jurídica deve, dentre outros requisitos, admitir sua
participação no ilícito.
d) Sendo o acordo rejeitado, não haverá reconhecimento da prática do ato ilícito investigado.
e) Apenas com a celebração do acordo de leniência é que teremos a interrupção do prazo pres-
cricional dos atos ilícitos.
Letra c.

027. (VUNESP/PAULIPREV/PROC AUT/2018) A autoridade máxima de cada órgão ou enti-


dade pública poderá celebrar acordo de leniência com as pessoas jurídicas, isentando-as da
seguinte sanção:
a) suspensão parcial de suas atividades.
b) perdimento dos bens que representem vantagem ou proveito diretamente obtidos da infra-
ção, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé.
c) interdição parcial de suas atividades.
d) perdimento dos direitos ou valores que representem vantagem ou proveito indiretamente
obtidos da infração, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé.
e) publicação extraordinária da decisão condenatória.

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Diogo Surdi

Com a celebração do acordo com leniência, as pessoas jurídicas ficam isentas das seguin-
tes sanções:

a) publicação extraordinária da decisão condenatória;


b) vedação ao recebimento de incentivos, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos de ór-
gãos ou entidades públicas e de instituições financeiras públicas ou controladas pelo poder público,
pelo prazo mínimo de 1 (um) e máximo de 5 (cinco) anos.
Assim, a única alternativa que retrata uma destas sanções é a Letra E.
Letra e.

028. (VUNESP/FAPESP/PROC/2018) A Lei federal n. 12.846/2013, que dispõe sobre a res-


ponsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a Adminis-
tração Pública (Lei Anticorrupção), ao criar o Cadastro Nacional de Empresas Punidas – CNEP,
a) extinguiu o Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas, determinando a exis-
tência de um único cadastro para fins de registro das sanções impostas às empresas com
fundamento na própria Lei Anticorrupção e também na Lei federal n. 8.666/93.
b) autorizou que os órgãos e entidades dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de to-
das as esferas de governo suspendam os registros por eles realizados junto ao CNEP em caso
de celebração de acordo de leniência.
c) atribuiu responsabilidade aos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário da União a compe-
tência exclusiva para informar e manter atualizados, no CNEP, os dados relativos às sanções
aplicadas por todos os entes da federação.
d) determinou a exclusão do registro de sanções e acordos de leniência depois de decorrido o
prazo previamente estabelecido no ato sancionador ou do cumprimento integral do acordo de
leniência e da reparação do eventual dano causado, mediante solicitação do órgão ou entidade
sancionadora.
e) determinou que a pessoa jurídica que descumprir os termos do acordo de leniência seja
automaticamente incluída no Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas ou Suspensas – CEIS,
mantido pelo Tribunal de Contas da União.

a) Errada. O Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas foi mantido, conforme


previsão do artigo 23.

Art. 23. Os órgãos ou entidades dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todas as esferas
de governo deverão informar e manter atualizados, para fins de publicidade, no Cadastro Nacional
de Empresas Inidôneas e Suspensas - CEIS, de caráter público, instituído no âmbito do Poder Execu-

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tivo federal, os dados relativos às sanções por eles aplicadas, nos termos do disposto nos arts. 87
e 88 da Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993.
b) Errada. Em caso de acordo de leniência, a pessoa jurídica ficará isenta de determinadas
sanções. No entanto, a celebração do acordo não implica, ao contrário do que informado, na
suspensão dos registros junto ao CNEP.
c) Errada. Conforme verificado no já mencionado artigo 23, os órgãos ou entidades dos Po-
deres Executivo, Legislativo e Judiciário de todas as esferas de governo deverão informar e
manter atualizados, para fins de publicidade, no Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e
Suspensas – CEIS.
Logo, a competência não se restringe aos Poderes da União, devendo ser exercida por todos
os entes federativos.
d) Certa. O artigo 22, § 5º, determina que:

Os registros das sanções e acordos de leniência serão excluídos depois de decorrido o prazo pre-
viamente estabelecido no ato sancionador ou do cumprimento integral do acordo de leniência e da
reparação do eventual dano causado, mediante solicitação do órgão ou entidade sancionadora.
e) Errada. Em caso de descumprimento do acordo de leniência, a pessoa jurídica será incluída
no CNEP, e não, conforme informado, no CEIS.

Art. 22, § 4º Caso a pessoa jurídica não cumpra os termos do acordo de leniência, além das infor-
mações previstas no § 3º, deverá ser incluída no Cnep referência ao respectivo descumprimento.
Letra d.

029. (VUNESP/PREF. SOROCABA/PROC MUN/2018) Uma Organização Social procura a


Controladoria de um Município para informar a prática de atos contra a Administração Pública,
em relação a desvios de recursos públicos no âmbito de um contrato de gestão mantido en-
tre a Organização citada e a Municipalidade. Poderá ser celebrado um acordo de leniência no
caso, se preenchido, dentre outros, o seguinte requisito:
a) a pessoa jurídica manifeste seu interesse em cooperar para a apuração do ato ilícito e, se ela
não for a primeira a procurar a Administração, prove que haja fatos não apurados.
b) a pessoa jurídica comprometa-se ao ressarcimento imediato do dano e ao pagamento de
1/3 (um terço) do valor da multa cabível.
c) a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento na infração investigada a partir da
data de propositura do acordo.
d) a pessoa jurídica admita sua participação no ilícito, coopere com as investigações e assuma
a responsabilidade objetiva pelos fatos praticados.
e) a pessoa jurídica assegure a obtenção célere de documentos que comprovem o ilícito sob
apuração, sem precisar identificar os demais envolvidos na infração.

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Vejamos, de acordo com as disposições da Lei n. 12.846, quais os requisitos que devem ser
atendidos para que o acordo de leniência possa ser celebrado.

Art. 16, § 1º O acordo de que trata o caput somente poderá ser celebrado se preenchidos, cumulati-
vamente, os seguintes requisitos:
I – a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu interesse em cooperar para a apura-
ção do ato ilícito;
II – a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento na infração investigada a partir da
data de propositura do acordo;
III – a pessoa jurídica admita sua participação no ilícito e coopere plena e permanentemente com as
investigações e o processo administrativo, comparecendo, sob suas expensas, sempre que solicita-
da, a todos os atos processuais, até seu encerramento.
Apenas a letra “c” retrata um dos requisitos expressamente previstos em lei.
Letra c.

030. (VUNESP/PREF. REGISTRO/ADV/2018) De forma não exaustiva, a Lei Federal n.


12.846/13 define quais serão os atos lesivos à Administração Pública que estão sujeitos às
responsabilidades. Nesse sentido, estará sujeita às sanções culminadas pela lei a pessoa
jurídica que
a) der, diretamente, vantagem indevida a agente público, ressalvados os casos em que só há a
promessa de tal vantagem.
b) apresentar seus reais interesses e a identidade dos beneficiários.
c) fraudar ou frustrar, por meio de qualquer espécie de acordo, o caráter competitivo de proce-
dimento licitatório público.
d) criar, regularmente, pessoa jurídica para participar de licitação ou firmar contrato admi-
nistrativo.
e) dificultar atividade de investigação de órgãos públicos, ou intervir em sua atuação, salvo as
investigações promovidas pelas agências reguladoras, em relação à Responsabilidade Extra-
contratual.

Em outros termos, o que a questão está exigindo é o conhecimento de quais são os atos le-
sivos à Administração Pública. Para isso, faremos uso das disposições do artigo 5º da Lei n.
12.846, de seguinte teor:

Art. 5º Constituem atos lesivos à administração pública, nacional ou estrangeira, para os fins desta
Lei, todos aqueles praticados pelas pessoas jurídicas mencionadas no parágrafo único do art. 1º,

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que atentem contra o patrimônio público nacional ou estrangeiro, contra princípios da administra-
ção pública ou contra os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil, assim definidos:
I – prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem indevida a agente público, ou a ter-
ceira pessoa a ele relacionada;
II – comprovadamente, financiar, custear, patrocinar ou de qualquer modo subvencionar a prática
dos atos ilícitos previstos nesta Lei;
III – comprovadamente, utilizar-se de interposta pessoa física ou jurídica para ocultar ou dissimular
seus reais interesses ou a identidade dos beneficiários dos atos praticados;
IV – no tocante a licitações e contratos:
a) frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o caráter compe-
titivo de procedimento licitatório público;
b) impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de procedimento licitatório público;
c) afastar ou procurar afastar licitante, por meio de fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer
tipo;
d) fraudar licitação pública ou contrato dela decorrente;
e) criar, de modo fraudulento ou irregular, pessoa jurídica para participar de licitação pública ou ce-
lebrar contrato administrativo;
f) obter vantagem ou benefício indevido, de modo fraudulento, de modificações ou prorrogações de
contratos celebrados com a administração pública, sem autorização em lei, no ato convocatório da
licitação pública ou nos respectivos instrumentos contratuais; ou
g) manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos celebrados com a adminis-
tração pública;
V – dificultar atividade de investigação ou fiscalização de órgãos, entidades ou agentes públicos, ou
intervir em sua atuação, inclusive no âmbito das agências reguladoras e dos órgãos de fiscalização
do sistema financeiro nacional.
Desta forma, o gabarito da questão é a letra “c”.
Letra c.

031. (VUNESP/PREF. SBC/ASS JUR/2018) Assinale a alternativa correta.


a) Nos termos da Lei n. 8.429/92, reputa-se agente público, somente aquele que exerce função
remunerada e não transitória, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer
outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função em qualquer Admi-
nistração Pública.
b) Nos termos da Lei Complementar n. 101/00, a receita corrente líquida será apurada so-
mando-se as receitas arrecadadas no mês em referência e nos doze anteriores, incluídas as
duplicidades.
c) Nos termos da Lei Federal n. 12.527/11, negado o acesso a informação pelos órgãos ou
entidades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à Procuradoria Geral da
República, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias.
d) Nos termos do Decreto n. 201/67, o Poder Judiciário somente poderá processar o Prefeito
por crime de responsabilidade após o pronunciamento da Câmara dos Vereadores.

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e) Nos termos da Lei n. 12.846/13, a responsabilização da pessoa jurídica não exclui a res-
ponsabilidade individual de seus dirigentes ou administradores ou de qualquer pessoa natural,
autora, coautora ou partícipe do ato ilícito.

Neste ponto da matéria, apenas nos interessa as disposições relacionadas com a Lei n. 12.846.
E, de acordo com mencionada norma, a responsabilização da pessoa jurídica não exclui a res-
ponsabilidade individual de seus dirigentes ou administradores ou de qualquer pessoa natural,
autora, coautora ou partícipe do ato ilícito.

Art. 3º A responsabilização da pessoa jurídica não exclui a responsabilidade individual de seus


dirigentes ou administradores ou de qualquer pessoa natural, autora, coautora ou partícipe do ato
ilícito.
Letra e.

032. (VUNESP/SAAE/ADV BARRETOS/2018) Com relação ao acordo de leniência previsto na


Lei n. 12.846/13, assinale a alternativa correta.
a) Não importará em reconhecimento da prática do ato ilícito investigado a proposta de acordo
de leniência rejeitada.
b) Os efeitos do acordo de leniência serão sempre estendidos às pessoas jurídicas que inte-
gram o mesmo grupo econômico, independentemente de firmarem o acordo em conjunto.
c) A proposta de acordo de leniência somente se tornará pública após a transcrição no Diário
Oficial, independentemente da efetivação do respectivo acordo.
d) A celebração do acordo de leniência não interrompe o prazo prescricional dos atos ilícitos
previstos na referida legislação.
e) O acordo de leniência exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar integralmente o
dano causado.

a) Certa. De acordo com o § 7º do artigo 16:

Não importará em reconhecimento da prática do ato ilícito investigado a proposta de acordo de


leniência rejeitada.
b) Errada. Os efeitos do acordo de leniência apenas serão estendidos às pessoas jurídicas que
integram o mesmo grupo econômico em caso de celebração do acordo em conjunto.

Art. 16, § 5º Os efeitos do acordo de leniência serão estendidos às pessoas jurídicas que integram o
mesmo grupo econômico, de fato e de direito, desde que firmem o acordo em conjunto, respeitadas
as condições nele estabelecidas.
c) Errada. Ao contrário do que informa a alternativa, o § 6º do artigo 16 determina que:

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A proposta de acordo de leniência somente se tornará pública após a efetivação do respectivo acor-
do, salvo no interesse das investigações e do processo administrativo.
d) Errada. A celebração do acordo de leniência interrompe o prazo prescricional dos atos ilíci-
tos previstos em lei.

Art. 16, § 9º A celebração do acordo de leniência interrompe o prazo prescricional dos atos ilícitos
previstos nesta Lei.
e) Errada. Como não poderia ser diferente, a celebração do acordo de leniência, nos termos
do artigo 16, § 3º, não exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar integralmente o dano
causado.

Art. 16, § 3º O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar integralmen-
te o dano causado.
Letra a.

033. (VUNESP/CM MOGI CRUZES/PROC/2017) Com relação à responsabilização adminis-


trativa e civil de pessoa jurídica, nacional ou estrangeira, pela prática de atos contra a Adminis-
tração Pública, assinale a alternativa correta.
a) A responsabilização da pessoa jurídica exclui a responsabilidade individual de seus diri-
gentes ou administradores ou de qualquer pessoa natural, autora, coautora ou partícipe do
ato ilícito.
b) A legislação que disciplina o assunto não se aplica aos atos lesivos praticados por pessoa
jurídica brasileira contra a Administração Pública estrangeira, quando cometidos no exterior.
c) A competência para a instauração e o julgamento do processo administrativo de apura-
ção de responsabilidade da pessoa jurídica poderá ser delegada, sendo autorizada ainda a
subdelegação.
d) O processo administrativo para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica será con-
duzido por comissão designada pela autoridade instauradora e composta por 2 (dois) ou mais
servidores estáveis.
e) Na esfera administrativa, a responsabilidade da pessoa jurídica afasta a possibilidade de
sua responsabilização na esfera judicial.

a) Errada. Estabelece o artigo 3º que:

A responsabilização da pessoa jurídica não exclui a responsabilidade individual de seus dirigentes


ou administradores ou de qualquer pessoa natural, autora, coautora ou partícipe do ato ilícito.
b) Errada. Em caso de atos lesivos praticados por pessoa jurídica brasileira contra a Adminis-
tração Pública estrangeira, ainda que cometidos no exterior, as disposições da Lei n. 12.846
serão aplicadas.

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Art. 28. Esta Lei aplica-se aos atos lesivos praticados por pessoa jurídica brasileira contra a admi-
nistração pública estrangeira, ainda que cometidos no exterior.
c) Errada. De acordo com o § 1º do artigo 8º:

A competência para a instauração e o julgamento do processo administrativo de apuração de res-


ponsabilidade da pessoa jurídica poderá ser delegada, vedada a subdelegação.
d) Certa. Temos aqui a composição da comissão destinada a apurar a responsabilidade da
pessoa jurídica por meio de processo administrativo.

Art. 10. O processo administrativo para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica será con-
duzido por comissão designada pela autoridade instauradora e composta por 2 (dois) ou mais ser-
vidores estáveis.
e) Errada. De acordo com o artigo 18:

Na esfera administrativa, a responsabilidade da pessoa jurídica não afasta a possibilidade de sua


responsabilização na esfera judicial.
Letra d.

034. (VUNESP/PREF. P. FERREIRA/PRO JUR/2017) A respeito da responsabilização adminis-


trativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a Administração Pública, nacional
ou estrangeira, com base na Lei n. 12.846/13, assinale a alternativa correta.
a) As pessoas jurídicas serão responsabilizadas objetivamente, nos âmbitos administrativo e
civil, pelos atos lesivos tipificados nesta Lei e praticados em seu interesse ou benefício, exclu-
sivo ou não.
b) Não subsiste a responsabilidade da pessoa jurídica na hipótese de alteração contratual,
transformação, incorporação, fusão ou cisão societária.
c) Nas hipóteses de fusão e incorporação de sociedades, a responsabilidade da sucessora
será ampla, abrangendo todas as penalidades em que tiver incorrido a sociedade fusionada ou
incorporada.
d) A responsabilização da pessoa jurídica exclui a responsabilidade individual de seus diri-
gentes ou administradores ou de qualquer pessoa natural, autora, coautora ou partícipe do
ato ilícito.
e) Em respeito à teoria da dupla imputação, a pessoa jurídica será responsabilizada sempre e
em conjunto com os seus dirigentes ou administradores.

a) Certa. Temos aqui a regra geral acerca da responsabilização administrativa e civil das pes-
soas jurídicas, nos termos do artigo 2º da Lei n. 12.846:

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Art. 2º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas objetivamente, nos âmbitos administrativo e
civil, pelos atos lesivos previstos nesta Lei praticados em seu interesse ou benefício, exclusivo ou
não.
b) Errada. De acordo com o artigo 4º:

Subsiste a responsabilidade da pessoa jurídica na hipótese de alteração contratual, transformação,


incorporação, fusão ou cisão societária.
c) Errada. Nas hipóteses de fusão e incorporação, a responsabilidade da sucessora será, dife-
rente do que informado, restrita à obrigação de pagamento de multa e reparação integral do
dano causado, até o limite do patrimônio transferido.
Além disso, não são aplicadas as demais sanções previstas em lei que sejam decorrentes de
atos e fatos ocorridos antes da data da fusão ou da incorporação, exceto no caso de simula-
ção ou evidente intuito de fraude, desde que devidamente comprovados.

Art. 4º, § 1º Nas hipóteses de fusão e incorporação, a responsabilidade da sucessora será restrita à
obrigação de pagamento de multa e reparação integral do dano causado, até o limite do patrimônio
transferido, não lhe sendo aplicáveis as demais sanções previstas nesta Lei decorrentes de atos e
fatos ocorridos antes da data da fusão ou incorporação, exceto no caso de simulação ou evidente
intuito de fraude, devidamente comprovados.
d) Errada. Nos termos do artigo 3º:

A responsabilização da pessoa jurídica não exclui a responsabilidade individual de seus dirigentes


ou administradores ou de qualquer pessoa natural, autora, coautora ou partícipe do ato ilícito.
e) Errada. A responsabilização não será sempre em conjunto entre a pessoa jurídica e seus di-
rigentes ou administradores. Em sentido contrário, a norma determina que a responsabilização
da pessoa jurídica ocorre independentemente da responsabilização individual das pessoas
naturais.

Art. 3º A responsabilização da pessoa jurídica não exclui a responsabilidade individual de seus


dirigentes ou administradores ou de qualquer pessoa natural, autora, coautora ou partícipe do ato
ilícito.
§ 1º A pessoa jurídica será responsabilizada independentemente da responsabilização individual
das pessoas naturais referidas no caput.
Letra a.

035. (VUNESP/CM COTIA/PROC LEG/2017) Pessoa jurídica responsável pela prática de atos
contra a Administração Pública, previstos na Lei Federal no 12.846/13, que ensejam respon-
sabilidade civil e administrativa, procura a Administração Pública do Município de Cotia, com
intuito de colaborar na identificação dos demais envolvidos na infração e auxiliar na obtenção
célere de informações e documentos que comprovem o ilícito. Em tal caso, a Administração

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a) deverá encaminhar o representante da pessoa jurídica para o Ministério Público, já que o


Parquet é quem pode firmar acordo de leniência.
b) ajuizará, no prazo de 30 (trinta) dias, ação judicial que vise à elaboração e homologação de
um acordo de leniência, em que o Ministério Público intervirá obrigatoriamente.
c) poderá firmar acordo de leniência com tal pessoa jurídica, por meio da autoridade máxima
do órgão ou da entidade pública envolvida, se os demais requisitos legais forem preenchidos.
d) poderá suspender, de imediato, todos os contratos porventura existentes com a pessoa jurí-
dica em questão, que receberá, de plano, como sanção, a declaração de inidoneidade.
e) deverá encaminhar, imediatamente, cópia da documentação apresentada pela pessoa jurí-
dica ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas, que poderão firmar, posteriormente, acordo
de leniência com a interessada.

a) Errada. O acordo de leniência é celebrado com a Administração Pública que foi lesada, sem
a necessidade de participação do Ministério Público.
b) Errada. Para a celebração de acordo de leniência, não há a necessidade de ajuizamento de
uma ação judicial. E isso ocorre na medida em que o acordo se processa totalmente na órbita
administrativa.
c) Certa. Uma vez atendidos os requisitos legais, o acordo de leniência será celebrado pela
autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública.

Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública poderá celebrar acordo de leniên-
cia com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei que colaborem
efetivamente com as investigações e o processo administrativo, sendo que dessa colaboração re-
sulte (...)
d) Errada. Alternativa com uma série de erros. Não há a possibilidade de suspensão, de plano,
dos contratos administrativos. Em sentido diverso, sempre que a Administração Pública for
aplicar uma sanção, deve ela, anteriormente, garantir ao particular o exercício do contraditório
e da ampla defesa.
e) Errada. Não há necessidade de envio imediato da documentação para o Ministério Público
e o Tribunal de Contas. E isso na medida em que a celebração do acordo de leniência é, con-
forme informado, uma medida tipicamente administrativa e de responsabilidade da Adminis-
tração Pública que foi lesada.
Letra c.

036. (VUNESP/TCE-SP/AFF/”SEM ÁREA”/2017) A respeito do acordo de leniência, previsto


na Lei Federal n. 12.846/2013, é correto afirmar que
a) mesmo no caso de descumprimento do acordo de leniência, a pessoa jurídica não ficará
impedida de celebrar novo acordo a qualquer tempo.

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b) poderá ser celebrado com a pessoa jurídica que colabore com as investigações, desde que
dessa colaboração resulte, dentre outras consequências, a condenação dos demais envolvi-
dos na infração.
c) a proposta de acordo de leniência somente se tornará pública após a efetivação do respec-
tivo acordo, salvo no interesse das investigações e do processo administrativo.
d) esse acordo, quando alcançar resultados efetivos, isentará a pessoa jurídica da obrigação
de reparar o dano causado.
e) os efeitos do acordo de leniência serão estendidos às pessoas jurídicas que integram o
mesmo grupo econômico, desde que firmem o acordo separadamente.

a) Errada. De acordo com o § 8º do artigo 16:

Em caso de descumprimento do acordo de leniência, a pessoa jurídica ficará impedida de celebrar


novo acordo pelo prazo de 3 (três) anos contados do conhecimento pela administração pública do
referido descumprimento.
b) Errada. Não há necessidade de condenação dos demais envolvidos para que o acordo de
leniência possa ser celebrado. O que a norma exige, em sentido contrário, é a identificação dos
demais envolvidos.

Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública poderá celebrar acordo de leniência
com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei que colaborem efe-
tivamente com as investigações e o processo administrativo, sendo que dessa colaboração resulte:
I – a identificação dos demais envolvidos na infração, quando couber;
c) Certa. Trata-se da previsão do artigo 16, § 6º, da norma em estudo, de seguinte redação:

Art. 16, § 6º A proposta de acordo de leniência somente se tornará pública após a efetivação do
respectivo acordo, salvo no interesse das investigações e do processo administrativo.
d) Errada. Ainda que o acordo seja celebrado, a medida não isentará a pessoa jurídica da repa-
ração dos eventuais danos causados.

Art. 16, § 3º O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar integralmen-
te o dano causado.
e) Errada. Para que os efeitos do acordo sejam estendidos às demais pessoas jurídicas que
formam grupo econômico, a celebração deve ser realizada de forma conjunta, e não separa-
damente.

Art. 16. § 5º Os efeitos do acordo de leniência serão estendidos às pessoas jurídicas que integram o
mesmo grupo econômico, de fato e de direito, desde que firmem o acordo em conjunto, respeitadas
as condições nele estabelecidas.
Letra c.

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037. (VUNESP/DPE-RO/DP RO/2017) A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pú-


blica poderá celebrar acordo de leniência com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática
dos atos previstos na Lei Anticorrupção que colaborem efetivamente com as investigações e
o processo administrativo, o qual
a) isentará a pessoa jurídica da sanção relativa à publicação extraordinária de decisão conde-
natória e reduzirá em até 50% (cinquenta por cento) o valor da multa aplicável.
b) isentará a pessoa jurídica da proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, doa-
ções ou empréstimos de órgãos ou entidades públicas pelo prazo mínimo de 1 (um) e máximo
de 5 (cinco) anos.
c) não beneficiará as pessoas jurídicas que integram o mesmo grupo econômico.
d) não interfere no curso do prazo prescricional dos atos ilícitos previstos na referida lei.
e) deverá ser cumprido sob pena de impedimento da celebração de novo acordo pela pessoa
jurídica, pelo prazo de 03 (três) anos contados da pactuação do primeiro.

Com a celebração do acordo com leniência, as pessoas jurídicas ficam isentas das seguin-
tes sanções:

a) publicação extraordinária da decisão condenatória;


b) vedação ao recebimento de incentivos, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos de ór-
gãos ou entidades públicas e de instituições financeiras públicas ou controladas pelo poder público,
pelo prazo mínimo de 1 (um) e máximo de 5 (cinco) anos.
Desta forma, está correta a letra “b” e incorreta a letra “a”.
Na letra “c”, há a possibilidade das pessoas jurídicas que integram o mesmo grupo econômico
serem beneficiadas. Para isso, no entanto, o acordo deverá ser celebrado de forma conjunta.

Art. 16, § 5º Os efeitos do acordo de leniência serão estendidos às pessoas jurídicas que integram o
mesmo grupo econômico, de fato e de direito, desde que firmem o acordo em conjunto, respeitadas
as condições nele estabelecidas.
Na letra “d”, a celebração de acordo de leniência interrompe o prazo prescricional dos respec-
tivos atos ilícitos cometidos.

Art. 16, § 9º A celebração do acordo de leniência interrompe o prazo prescricional dos atos ilícitos
previstos nesta Lei.
Na letra “e”, o prazo do impedimento (3 anos), começa a ser contado a partir do conhecimento,
pela administração pública, do referido descumprimento.

Art. 16, § 8º Em caso de descumprimento do acordo de leniência, a pessoa jurídica ficará impedida
de celebrar novo acordo pelo prazo de 3 (três) anos contados do conhecimento pela administração
pública do referido descumprimento.
Letra b.

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038. (VUNESP/SEPOG-SP/CUP/ORÇAMENTO E CONTABILIDADE PÚBLICA/2017) Durante


o processo licitatório, foi constatado por um agente público que a empresa BWF – Comércio
de Produtos Alimentícios Ltda. apresentou documento falso com o intuito de se mostrar apta
à celebração de contrato administrativo com determinada entidade pública. De acordo com a
Lei n. 12.846/2013, na esfera administrativa, a empresa BWF – Comércio de Produtos Alimen-
tícios Ltda.
a) não está sujeita à sanção de multa por não ser possível estimar a vantagem que teria sido
auferida por ela.
b) não está sujeita à sanção de multa porque não se trata de ajuste entre empresas para frau-
dar o caráter competitivo de procedimento licitatório público.
c) não está sujeita à sanção de publicação extraordinária de decisão condenatória por não ter
sido dada vantagem indevida a agente público.
d) está sujeita à sanção de publicação extraordinária da decisão condenatória por se tratar de
fraude de licitação pública.
e) está sujeita à sanção de multa que se limita a 15% do seu faturamento bruto, antes da dedu-
ção dos tributos, do exercício anterior à instauração do processo administrativo.

Para responder à questão, façamos uso das disposições do art. 6º da Lei n. 12.846, que esta-
belece as sanções que podem ser aplicadas, na órbita administrativa, para as pessoas jurídi-
cas consideradas responsáveis pelos atos lesivos contra a Administração Pública.

Art. 6º Na esfera administrativa, serão aplicadas às pessoas jurídicas consideradas responsáveis


pelos atos lesivos previstos nesta Lei as seguintes sanções:
I – multa, no valor de 0,1% (um décimo por cento) a 20% (vinte por cento) do faturamento bruto do
último exercício anterior ao da instauração do processo administrativo, excluídos os tributos, a qual
nunca será inferior à vantagem auferida, quando for possível sua estimação; e
II – publicação extraordinária da decisão condenatória.
Logo, apenas a letra “d” elenca uma sanção passível de aplicação de acordo com a norma
em estudo.
Letra d.

039. (VUNESP/CM BARRETOS/ADV/2017) No que concerne ao Processo Administrativo de


Responsabilização, previsto na Lei n. 12.846/2013, é correto afirmar que
a) a instauração e o julgamento do processo administrativo para apuração da responsabilidade
de pessoa jurídica sempre caberá à autoridade máxima do Poder Legislativo, que agirá me-
diante provocação, observados o contraditório e a ampla defesa.
b) o processo administrativo para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica será con-
duzido por comissão designada pela autoridade instauradora e composta por 2 (dois) ou mais
servidores estáveis.
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c) o processo administrativo, com o relatório da comissão, será remetido à autoridade superior


à instauradora para julgamento.
d) a instauração de processo administrativo específico de reparação integral do dano prejudi-
cará a aplicação imediata das sanções estabelecidas na Lei.
e) a comissão designada para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica, após a conclu-
são do procedimento administrativo, dará conhecimento ao Delegado de Polícia de sua exis-
tência, para apuração de eventuais delitos.

a) Errada. A instauração e o julgamento do processo administrativo para apuração da respon-


sabilidade de pessoa jurídica é medida que compete à autoridade máxima de cada órgão ou
entidade dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

Art. 8º A instauração e o julgamento de processo administrativo para apuração da responsabilidade


de pessoa jurídica cabem à autoridade máxima de cada órgão ou entidade dos Poderes Executivo,
Legislativo e Judiciário, que agirá de ofício ou mediante provocação, observados o contraditório e a
ampla defesa.
b) Certa. Trata-se da previsão do artigo 10 da norma em estudo, de seguinte redação:

Art. 10. O processo administrativo para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica será con-
duzido por comissão designada pela autoridade instauradora e composta por 2 (dois) ou mais ser-
vidores estáveis.
c) Errada. O processo, juntamente com o relatório, será remetido à autoridade instauradora, e
não à autoridade superior, para julgamento.

Art. 12. O processo administrativo, com o relatório da comissão, será remetido à autoridade instau-
radora, na forma do art. 10, para julgamento.
d) Errada. Diversamente do que afirmado, o artigo 13 estabelece que:

A instauração de processo administrativo específico de reparação integral do dano não prejudica a


aplicação imediata das sanções estabelecidas nesta Lei.
e) Errada. O conhecimento em questão deverá ser dado ao Ministério Público, e não ao Dele-
gado de Polícia.

Art. 15. A comissão designada para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica, após a con-
clusão do procedimento administrativo, dará conhecimento ao Ministério Público de sua existência,
para apuração de eventuais delitos.
Letra b.

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040. (CESPE/MPE-CE/ANA MIN/DIREITO/2020) Considerando as disposições acerca


do acordo de leniência estabelecidas na Lei n.º 12.846/2013 (Lei Anticorrupção), julgue o
próximo item.
Em caso de descumprimento do acordo de leniência, a pessoa jurídica deverá ficar impedida
de celebrar novo acordo pelo prazo de três anos, contados do conhecimento pela administra-
ção pública do referido descumprimento.

De acordo com o § 8º do artigo 16:

Em caso de descumprimento do acordo de leniência, a pessoa jurídica ficará impedida de celebrar


novo acordo pelo prazo de 3 (três) anos contados do conhecimento pela administração pública do
referido descumprimento.
Certo.

041. (VUNESP/IPSMI/PROC/2016) A Lei n.º 12.846/13, também conhecida por Lei An-
ticorrupção,
a) aplica-se tanto a pessoas físicas quanto pessoas jurídicas, por atos lesivos à Administração
Pública, nacional ou estrangeira.
b) prevê responsabilização administrativa, civil e penal, por atos lesivos à Administração Públi-
ca, nacional ou estrangeira.
c) prevê que a responsabilização da pessoa jurídica exclui a responsabilidade individual de
seus dirigentes ou administradores, por atos lesivos à Administração Pública, nacional ou
estrangeira.
d) prevê a possibilidade de celebração de acordo de leniência que, uma vez integralmente cum-
prido, exime da obrigação de reparar o dano causado.
e) equipara organização pública internacional à administração pública estrangeira.

a) Errada. As disposições da Lei n. 12.846 não são aplicáveis às pessoas físicas, mas sim
apenas às pessoas jurídicas.

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a responsabilização objetiva administrativa e civil de pessoas jurídicas
pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira.
b) Errada. Conforme pode ser verificado no mencionado artigo 1º, as esferas de responsabili-
zação previstas no texto da Lei Anticorrupção são a civil e administrativa. Logo, não há previ-
são de responsabilização na órbita penal.
c) Errada. Diferente do que informado, o artigo 3º determina que:

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A responsabilização da pessoa jurídica não exclui a responsabilidade individual de seus dirigentes
ou administradores ou de qualquer pessoa natural, autora, coautora ou partícipe do ato ilícito.
d) Errada. De acordo com o § 3º do artigo 16:

O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar integralmente o dano
causado.
e) Certa. De acordo com as disposições legais, equiparam-se à administração pública estran-
geira as organizações públicas internacionais.

Art. 5º, § 2º Para os efeitos desta Lei, equiparam-se à administração pública estrangeira as organi-
zações públicas internacionais.
Letra e.

042. (VUNESP/CM V. PAULISTA/PROC JUR/2016) Com relação ao acordo de leniência, pre-


visto na legislação que disciplina a responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídi-
cas pela prática de atos contra a Administração Pública, é correto afirmar que
a) a celebração do acordo de leniência não isentará a pessoa jurídica das sanções.
b) o acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar integralmente o
dano causado.
c) importará em reconhecimento da prática do ato ilícito investigado a proposta de acordo de
leniência rejeitada.
d) a celebração do acordo de leniência não interrompe o prazo prescricional dos atos ilícitos.
e) os efeitos do acordo de leniência não serão estendidos, em qualquer hipótese, às pessoas
jurídicas que integram o mesmo grupo econômico, de fato e de direito.

A questão exige o conhecimento de disposições legais relacionadas com o acordo de leniên-


cia. Para isso, faremos uso das regras do artigo 16 da Lei n. 12.846:

Art. 16, § 2º A celebração do acordo de leniência isentará a pessoa jurídica das sanções previstas
no inciso II do art. 6º e no inciso IV do art. 19 e reduzirá em até 2/3 (dois terços) o valor da multa
aplicável. (Erro da Letra A)
§ 3º O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar integralmente o
dano causado. (Letra B)
§ 5º Os efeitos do acordo de leniência serão estendidos às pessoas jurídicas que integram o mes-
mo grupo econômico, de fato e de direito, desde que firmem o acordo em conjunto, respeitadas as
condições nele estabelecidas. (Erro da Letra E)
§ 7º Não importará em reconhecimento da prática do ato ilícito investigado a proposta de acordo de
leniência rejeitada. (Erro da Letra C)
§ 9º A celebração do acordo de leniência interrompe o prazo prescricional dos atos ilícitos previstos
nesta Lei. (Erro da Letra D)
Letra b.

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043. (VUNESP/PREF. SP/AMCI/CORREIÇÃO/2015) Quanto à Lei n. 12.846/2013, assinale a


assertiva correta.
a) A responsabilização da pessoa jurídica exclui a responsabilidade individual de seus dirigen-
tes ou administradores em razão da impossibilidade de repetição de sanção sobre o mesmo
fato (non bis in idem).
b) As pessoas jurídicas serão responsabilizadas objetiva e subjetivamente, nos âmbitos ad-
ministrativo, penal e civil, pelos atos lesivos previstos na Lei, praticados em seu interesse ou
benefício, exclusivo ou não.
c) Nas hipóteses de fusão e incorporação, a responsabilidade da sucessora subsistirá na inte-
gralidade, diante da presunção, até prova em contrário, de simulação e intuito de fraude.
d) Essa Lei dispõe sobre a responsabilização objetiva administrativa e civil de pessoas jurídi-
cas pela prática de atos contra a Administração Pública, nacional ou estrangeira.
e) Não subsiste a responsabilidade da pessoa jurídica na hipótese de alteração contratual,
transformação, incorporação, fusão ou cisão societária.

a) Errada. De acordo com o artigo 3º:

A responsabilização da pessoa jurídica não exclui a responsabilidade individual de seus dirigentes


ou administradores ou de qualquer pessoa natural, autora, coautora ou partícipe do ato ilícito.
b) Errada. A responsabilização das pessoas jurídicas ocorre apenas de forma objetiva, e não
subjetiva.

Art. 2º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas objetivamente, nos âmbitos administrativo e


civil, pelos atos lesivos previstos nesta Lei praticados em seu interesse ou benefício, exclusivo ou
não.
c) Errada. Como regra geral, nas hipóteses de fusão e incorporação, a responsabilidade da
sucessora será restrita à obrigação de pagamento de multa e reparação integral do dano cau-
sado até o limite do patrimônio transferido.
No entanto, no caso de simulação ou evidente intuito de fraude, desde que devidamente com-
provados, a responsabilidade abrangerá até mesmo atos e fatos ocorridos antes da data da
fusão ou incorporação.

Art. 4º, § 1º Nas hipóteses de fusão e incorporação, a responsabilidade da sucessora será restrita à
obrigação de pagamento de multa e reparação integral do dano causado, até o limite do patrimônio
transferido, não lhe sendo aplicáveis as demais sanções previstas nesta Lei decorrentes de atos e
fatos ocorridos antes da data da fusão ou incorporação, exceto no caso de simulação ou evidente
intuito de fraude, devidamente comprovados.
d) Certa. Temos aqui a perfeita definição do artigo 1º da norma em estudo, de seguinte reda-
ção:

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Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a responsabilização objetiva administrativa e civil de pessoas jurídicas
pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira.
e) Errada. De acordo com o artigo 4º:

Subsiste a responsabilidade da pessoa jurídica na hipótese de alteração contratual, transformação,


incorporação, fusão ou cisão societária.
Letra d.

044. (VUNESP/PREF. SP/AMCI/CORREIÇÃO/2015) A Empresa Silva & Silva, acusada de frau-


de em licitações da Prefeitura de São Paulo, pretende realizar acordo de leniência. De acordo
com a Lei n. 12.846/2013 e do Decreto Municipal n. 55.107/2014, assinale a alternativa correta.
a) A celebração do acordo de leniência isentará a Empresa Silva & Silva do pagamento do valor
da multa aplicável.
b) Se a Empresa Silva & Silva fizer acordo de leniência, não terá aplicada contra si a sanção de
proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos de órgãos
ou entidades públicas e de instituições financeiras públicas ou controladas pelo poder público,
pelo prazo mínimo de 1 (um) e máximo de 5 (cinco) anos.
c) O acordo de leniência será celebrado se a Empresa Silva & Silva for a primeira a se manifes-
tar sobre seu interesse em cooperar para a apuração do ato ilícito, ainda que não admita sua
participação no ilícito.
d) A celebração do acordo de leniência não interromperá o prazo prescricional dos atos ilícitos
previstos nesta Lei.
e) Qualquer autoridade de órgão ou entidade pública poderá celebrar acordo de leniência com
a Empresa Silva & Silva, responsável pela prática dos atos previstos nesta Lei.

a) Errada. Com a celebração do acordo de leniência, não teremos a isenção, mais sim a redu-
ção do valor e pagamento da multa aplicável.

Art. 16, § 2º A celebração do acordo de leniência isentará a pessoa jurídica das sanções previstas
no inciso II do art. 6º e no inciso IV do art. 19 e reduzirá em até 2/3 (dois terços) o valor da multa
aplicável.
b) Certa. Com a celebração do acordo, as pessoas jurídicas ficam isentas das seguintes san-
ções:

a) publicação extraordinária da decisão condenatória;


b) vedação ao recebimento de incentivos, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos de ór-
gãos ou entidades públicas e de instituições financeiras públicas ou controladas pelo poder público,
pelo prazo mínimo de 1 (um) e máximo de 5 (cinco) anos.
c) Errada. Um dos requisitos para a celebração do acordo de leniência é que a pessoa jurídica
admita sua participação no ilícito.
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Art. 16, § 1º O acordo de que trata o caput somente poderá ser celebrado se preenchidos, cumulati-
vamente, os seguintes requisitos:
III – a pessoa jurídica admita sua participação no ilícito e coopere plena e permanentemente com as
investigações e o processo administrativo, comparecendo, sob suas expensas, sempre que solicita-
da, a todos os atos processuais, até seu encerramento.
d) Errada. Ao contrário do que informado, estabelece o artigo 9º que:

A celebração do acordo de leniência interrompe o prazo prescricional dos atos ilícitos previstos
nesta Lei.
e) Errada. A celebração do acordo deverá ser realizada com a autoridade máxima do órgão ou
entidade, nos termos do artigo 16:

Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública poderá celebrar acordo de leniên-
cia com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei que colaborem
efetivamente com as investigações e o processo administrativo, sendo que dessa colaboração re-
sulte (...)
Letra b.

045. (FGV/XXIX EXAME/OAB UNI NAC/2019) Determinado jornal publicou a notícia de que,
nos últimos dez anos, a mesma empreiteira (sociedade empresária Beta) venceu todas as
grandes licitações promovidas pelo Ministério Alfa. A sociedade empresária Beta, ciente do
risco de serem descobertos os pagamentos sistemáticos de propina a servidores públicos em
troca de vantagens competitivas, resolve procurar as autoridades competentes para propor a
celebração de acordo de leniência.
Com base na hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta.
a) É requisito do acordo de leniência o compromisso da sociedade empresária de fazer cessar
seu envolvimento na irregularidade investigada, qual seja, o pagamento de propina a servido-
res públicos em troca das vantagens competitivas.
b) A assinatura do acordo de leniência está condicionada à efetiva colaboração da sociedade
empresária na elucidação dos fatos, mas a pessoa jurídica não precisa indicar os agentes pú-
blicos recebedores da propina.
c) Para premiar a colaboração da sociedade empresária Beta, o poder público pode isentá-la
do pagamento de multa pela prática de atos lesivos à Administração Pública.
d) A proposta e os termos do acordo propriamente dito são sempre sigilosos, medida necessá-
ria para impedir que outras instituições públicas venham a utilizar as informações em prejuízo
da sociedade empresária leniente.

a) Certa. Um dos requisitos do acordo de leniência, conforme informado pela questão, é a


pessoa jurídica responsável cessar completamente o seu envolvimento na infração que está
sendo investigada.

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Art. 16, § 1º O acordo de que trata o caput somente poderá ser celebrado se preenchidos, cumulati-
vamente, os seguintes requisitos:
II – a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento na infração investigada a partir da
data de propositura do acordo;
b) Errada. Quando couber, a pessoa jurídica deve informar os demais envolvidos no cometi-
mento da infração. No caso apresentado, tais envolvidos são os servidores que estavam rece-
bendo propina.

Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública poderá celebrar acordo de leniência
com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei que colaborem efe-
tivamente com as investigações e o processo administrativo, sendo que dessa colaboração resulte:
I – a identificação dos demais envolvidos na infração, quando couber;
c) Errada. De acordo com o § 2º do artigo 16:

A celebração do acordo de leniência isentará a pessoa jurídica das sanções previstas no inciso II do
art. 6º e no inciso IV do art. 19 e reduzirá em até 2/3 (dois terços) o valor da multa aplicável.
Assim sendo, a pessoa jurídica não terá a isenção da multa, mas sim a sua redução em até 2/3
do respectivo valor.
d) Errada. De acordo com o § 6º do artigo 16:

A proposta de acordo de leniência somente se tornará pública após a efetivação do respectivo acor-
do, salvo no interesse das investigações e do processo administrativo.
Logo, a regra geral, conforme informado pelo mencionado artigo, é que a proposta de acordo
de leniência se torne pública após a efetivação do acordo.
Letra a.

046. (FGV/TRT-12/AJ/ADMINISTRATIVA/”SEM ESPECIALIDADE”/2017) A Lei n.


12.846/2013 dispõe sobre a responsabilização objetiva administrativa e civil de pessoas ju-
rídicas pela prática de atos contra a Administração Pública, nacional ou estrangeira. A auto-
ridade máxima de cada órgão ou entidade pública poderá celebrar acordo de leniência com
as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos previstos naquela Lei que colaborem
efetivamente com as investigações e o processo administrativo.
De acordo com a Lei Anticorrupção, dentre os requisitos exigidos para celebração do mencio-
nado acordo de leniência, destaca-se que a pessoa jurídica deve:
a) cessar completamente seu envolvimento na infração investigada no prazo de até trinta dias
da assinatura do acordo;
b) cooperar plena e permanentemente com as investigações e o processo administrativo, inde-
pendentemente de admitir sua participação no ilícito;
c) suspender ou interditar totalmente suas atividades até a sua dissolução compulsória;

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d) comparecer, quando solicitada, a todos os atos processuais, até a fase de instrução, ainda
que sob as expensas do erário;
e) ser a primeira a se manifestar sobre seu interesse em cooperar para a apuração do ato ilícito.

Vejamos, de acordo com as disposições da Lei n. 12.846, os requisitos que devem ser atendi-
dos, cumulativamente, para a celebração de acordo de leniência.

Art. 16, § 1º O acordo de que trata o caput somente poderá ser celebrado se preenchidos, cumulati-
vamente, os seguintes requisitos:
I – a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu interesse em cooperar para a apura-
ção do ato ilícito;
II – a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento na infração investigada a partir da
data de propositura do acordo;
III – a pessoa jurídica admita sua participação no ilícito e coopere plena e permanentemente com as
investigações e o processo administrativo, comparecendo, sob suas expensas, sempre que solicita-
da, a todos os atos processuais, até seu encerramento.
Letra e.

047. (FGV/TCM-SP/AG FISC/CIÊNCIAS JURÍDICAS/2015) A Lei n. 12.846/2013, conhecida


como Lei Anticorrupção, prevê a responsabilização objetiva, no âmbito civil e administrativo,
de empresas que praticam atos lesivos contra a administração pública nacional ou estrangei-
ra. De acordo com o citado diploma legal, o acordo de leniência somente poderá ser celebrado
se preenchidos, cumulativamente, os seguintes requisitos:
I – a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu interesse em cooperar para
a apuração do ato ilícito;
II – a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento na infração investigada a
partir da data de propositura do acordo;
III – a pessoa jurídica:

a) promova o ressarcimento integral do dano ao erário no momento em que for firmado o acor-
do de leniência e seja proibida de contratar com o poder público pelo período de 5 (cinco) anos;
b) permaneça com seus bens indisponíveis, no limite do valor do dano ao erário, até o integral
ressarcimento e seja proibida de receber incentivos, subsídios, subvenções ou empréstimos
de órgãos ou entidades públicas pelo prazo de 5 (cinco) anos;
c) seja proibida de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos de
órgãos ou entidades públicas e de instituições financeiras públicas ou controladas pelo poder
público, pelo prazo de 5 (cinco) anos;

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d) admita sua participação no ilícito e coopere plena e permanentemente com as investiga-


ções e o processo administrativo, comparecendo, sob suas expensas, sempre que solicitada,
a todos os atos processuais, até seu encerramento;
e) mesmo não reconhecendo expressamente sua participação no ilícito, promova o integral
ressarcimento dos danos ao erário no prazo máximo de 3 (três) anos contados da data da
assinatura do acordo.

Basicamente, três são os requisitos que devem ser observados para a celebração do acordo de
leniência, conforme previsão do § 1º do artigo 16:

Art. 16, § 1º O acordo de que trata o caput somente poderá ser celebrado se preenchidos, cumulati-
vamente, os seguintes requisitos:
I – a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu interesse em cooperar para a apura-
ção do ato ilícito;
II – a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento na infração investigada a partir da
data de propositura do acordo;
III – a pessoa jurídica admita sua participação no ilícito e coopere plena e permanentemente com as
investigações e o processo administrativo, comparecendo, sob suas expensas, sempre que solicita-
da, a todos os atos processuais, até seu encerramento.
Claramente se percebe, desta forma, que a resposta da questão é a letra “d”.
Letra d.

048. (FGV/PREF. NITERÓI/FISC POST/2015) De acordo com a Lei Federal n. 12.846/13, na


esfera administrativa, serão aplicadas às pessoas jurídicas consideradas responsáveis pelos
atos lesivos previstos na Lei Anticorrupção as seguintes sanções:
a) multa e publicação extraordinária da decisão condenatória;
b) suspensão das atividades e pena restritiva de direitos;
c) proibição de receber incentivos fiscais e sequestro de bens;
d) prestação pecuniária e pena privativa de liberdade aos administradores;
e) ressarcimento ao erário e alteração compulsória do objeto social.

Na esfera administrativa, duas são as sanções que podem vir a ser aplicadas às pessoas jurí-
dica pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira.

Art. 6º Na esfera administrativa, serão aplicadas às pessoas jurídicas consideradas responsáveis


pelos atos lesivos previstos nesta Lei as seguintes sanções:

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I – multa, no valor de 0,1% (um décimo por cento) a 20% (vinte por cento) do faturamento bruto do
último exercício anterior ao da instauração do processo administrativo, excluídos os tributos, a qual
nunca será inferior à vantagem auferida, quando for possível sua estimação; e
II – publicação extraordinária da decisão condenatória.
Letra a.

049. (FGV/TJ-PI/ADMINISTRATIVA/ANALISTA JUDICIAL/2015) A Lei n. 12.846/13, conhe-


cida como Lei Anticorrupção, prevê que a autoridade máxima de cada órgão ou entidade públi-
ca poderá celebrar acordo de leniência com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos
atos previstos naquela Lei que colaborem efetivamente com as investigações e o processo
administrativo, sendo que dessa colaboração resulte a identificação dos demais envolvidos na
infração, quando couber, e:
a) a obtenção célere de informações e documentos que comprovem o ilícito sob apuração;
b) o ressarcimento integral do dano ao erário, no prazo máximo de um ano contado da celebra-
ção do acordo;
c) o imediato ressarcimento integral do dano ao erário, acrescido de multa cível consistente na
metade daquele dano;
d) a prisão, em regime semiaberto, dos sócios administradores da pessoa jurídica que fir-
mar o acordo;
e) a proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais,
pelo prazo de oito anos.

A possibilidade de celebração de acordo de leniência está condicionada ao fato da colabora-


ção resultar na identificação dos demais envolvidos na infração, quando couber, e na obtenção
célere de informações e documentos que comprovem o ilícito sob apuração.

Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública poderá celebrar acordo de leniência
com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei que colaborem efe-
tivamente com as investigações e o processo administrativo, sendo que dessa colaboração resulte:
I – a identificação dos demais envolvidos na infração, quando couber;
II – a obtenção célere de informações e documentos que comprovem o ilícito sob apuração.
Letra a.

050. (CESPE/PGE-PE/AAP/CALCULISTA/2019) A respeito da responsabilização de pessoa


jurídica pela prática de atos contra a administração pública, julgue o item subsequente, à luz
da Lei Anticorrupção (Lei n. 12.846/2013).
Nas hipóteses de fusão e incorporação societária legalmente promovida, a responsabilização
da pessoa jurídica sucessora restringe-se à obrigação de pagamento de multas e à reparação
integral de dano, até o limite do patrimônio transferido.

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Nas hipóteses de fusão e incorporação, e desde que as medidas sejam feitas de forma legal
(sem fraudes), a responsabilidade da sucessora será restrita à obrigação de pagamento de
multa e reparação integral do dano causado, até o limite do patrimônio transferido.

Art. 4º Subsiste a responsabilidade da pessoa jurídica na hipótese de alteração contratual, transfor-


mação, incorporação, fusão ou cisão societária.
§ 1º Nas hipóteses de fusão e incorporação, a responsabilidade da sucessora será restrita à obri-
gação de pagamento de multa e reparação integral do dano causado, até o limite do patrimônio
transferido, não lhe sendo aplicáveis as demais sanções previstas nesta Lei decorrentes de atos e
fatos ocorridos antes da data da fusão ou incorporação, exceto no caso de simulação ou evidente
intuito de fraude, devidamente comprovados.
Certo.

051. (CESPE/TJ-PA/AJ/ADMINISTRATIVA/2020) No que se refere ao acordo de leniência


previsto na Lei n.º 12.846/2013, assinale a opção correta.
a) A proposta de acordo de leniência suspende o prazo prescricional dos atos ilícitos previstos
na referida lei.
b) O termo final para a prática dos atos infracionais pela pessoa jurídica é a celebração do
acordo de leniência.
c) A celebração do acordo de leniência isenta a pessoa jurídica da sanção de multa.
d) O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar integralmente o
dano causado.
e) A celebração dos acordos de leniência no âmbito do Poder Executivo federal é de competên-
cia exclusiva do Ministério Público Federal.

a) Errada. A celebração de acordo de leniência interrompe o prazo prescricional dos atos ilíci-
tos previstos em lei.

Art. 16, § 9º A celebração do acordo de leniência interrompe o prazo prescricional dos atos ilícitos
previstos nesta Lei.
b) Errada. O acordo de leniência apenas poderá ser celebrado caso, dentre outros requisitos,
a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento na infração investigada a partir da
data de propositura do acordo.

Art. 16, § 1º O acordo de que trata o caput somente poderá ser celebrado se preenchidos, cumulati-
vamente, os seguintes requisitos:
I – a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu interesse em cooperar para a apura-
ção do ato ilícito;

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II – a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento na infração investigada a partir da
data de propositura do acordo;
c) Errada. De acordo com o § 2º do artigo 16:

A celebração do acordo de leniência isentará a pessoa jurídica das sanções previstas no inciso II do
art. 6º e no inciso IV do art. 19 e reduzirá em até 2/3 (dois terços) o valor da multa aplicável.
d) Certa. Trata-se da literalidade de um dos mais importantes dispositivos relacionados com
o acordo de leniência.

Art. 16, § 3º O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar integralmen-
te o dano causado.
e) Errada. Ao contrário do que afirmado, determina o § 10 do artigo 16 que:

A Controladoria-Geral da União - CGU é o órgão competente para celebrar os acordos de leniência


no âmbito do Poder Executivo federal, bem como no caso de atos lesivos praticados contra a admi-
nistração pública estrangeira.
Letra d.

052. (CESPE/TJ-PA/AUXJ/”SEM ÁREA”/2020) Considerando o disposto na Lei n.º


12.846/2013, assinale a opção correta.
a) As regras da referida lei são inaplicáveis às fundações privadas.
b) A responsabilização das pessoas jurídicas é subjetiva.
c) Na hipótese de fusão, a sucessora poderá ser responsabilizada por ressarcir valores supe-
riores ao montante total do patrimônio transferido.
d) O limite para a sanção de multa será de 40% do faturamento líquido do ano anterior à instau-
ração do processo administrativo sancionador.
e) Os dirigentes ou administradores somente serão responsabilizados por atos ilícitos na me-
dida da sua culpabilidade.

a) Errada. O campo de aplicação da lei abarca quaisquer fundações.

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a responsabilização objetiva administrativa e civil de pessoas jurídicas
pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto nesta Lei às sociedades empresárias e às sociedades sim-
ples, personificadas ou não, independentemente da forma de organização ou modelo societário
adotado, bem como a quaisquer fundações, associações de entidades ou pessoas, ou sociedades
estrangeiras, que tenham sede, filial ou representação no território brasileiro, constituídas de fato ou
de direito, ainda que temporariamente.
b) Errada. A responsabilização das pessoas jurídicas ocorre de forma objetiva, ou seja, inde-
pendente de dolo ou culpa.

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Art. 2º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas objetivamente, nos âmbitos administrativo e
civil, pelos atos lesivos previstos nesta Lei praticados em seu interesse ou benefício, exclusivo ou
não.
c) Errada. Nesta situação, a responsabilidade da sucessora será restrita à obrigação de paga-
mento de multa e reparação integral do dano causado, até o limite do patrimônio transferido.

Art. 4º Subsiste a responsabilidade da pessoa jurídica na hipótese de alteração contratual, transfor-


mação, incorporação, fusão ou cisão societária.
§ 1º Nas hipóteses de fusão e incorporação, a responsabilidade da sucessora será restrita à obri-
gação de pagamento de multa e reparação integral do dano causado, até o limite do patrimônio
transferido, não lhe sendo aplicáveis as demais sanções previstas nesta Lei decorrentes de atos e
fatos ocorridos antes da data da fusão ou incorporação, exceto no caso de simulação ou evidente
intuito de fraude, devidamente comprovados.
d) Errada. O limite será de 20% do faturamento bruto do último exercício anterior ao da instau-
ração do processo administrativo.

Art. 6º Na esfera administrativa, serão aplicadas às pessoas jurídicas consideradas responsáveis


pelos atos lesivos previstos nesta Lei as seguintes sanções:
I – multa, no valor de 0,1% (um décimo por cento) a 20% (vinte por cento) do faturamento bruto do
último exercício anterior ao da instauração do processo administrativo, excluídos os tributos, a qual
nunca será inferior à vantagem auferida, quando for possível sua estimação; e
II – publicação extraordinária da decisão condenatória.
e) Certa. Ao contrário do que ocorre com as pessoas jurídicas, que serão responsabilizadas de
forma objetiva, a responsabilização dos dirigentes ocorrerá subjetivamente, ou seja, na medida
da sua culpabilidade.

Art. 3º, § 2º Os dirigentes ou administradores somente serão responsabilizados por atos ilícitos na
medida da sua culpabilidade.
Letra e.

053. (CESPE/MPE-CE/PJ/2020) De acordo com a Lei Anticorrupção (Lei n.º 12.846/2013),


acordo de leniência celebrado na esfera administrativa entre a administração pública e pes-
soa jurídica de direito privado, em razão da identificação de conduta ilícita prevista na refe-
rida norma,
a) não tem o condão de eximir a pessoa jurídica da obrigação de reparar integralmente o dano
causado na esfera cível.
b) é legítimo somente se houver comprovação de conduta culposa da pessoa jurídica envolvi-
da em ato de corrupção contra a administração pública.
c) é nulo de pleno direito, porque somente pode ser feito em sede de processo judicial.
d) isenta integralmente a multa aplicável pela conduta que for objeto do acordo e deve obriga-
toriamente ser mantido em sigilo até o término de seu cumprimento integral.

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e) suspende o prazo prescricional para responsabilização dos atos ilícitos previstos na Lei An-
ticorrupção, desde que seja ratificado pelo Ministério Público.

A alternativa correta é a letra “a”. Ainda que ocorra a celebração de acordo de leniência, a me-
dida não exige a pessoa jurídica da obrigação de reparar integralmente o dano causado.

Art. 16, § 3º O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar integralmen-
te o dano causado.
Vejamos o erro das demais alternativas:
b) A responsabilização das pessoas jurídicas ocorre de forma objetiva, ou seja, independente
de dolo ou culpa.

Art. 2º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas objetivamente, nos âmbitos administrativo e


civil, pelos atos lesivos previstos nesta Lei praticados em seu interesse ou benefício, exclusivo ou
não.
c) O acordo de leniência pode ser celebrado quando da tramitação do processo administrativo.

Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública poderá celebrar acordo de leniên-
cia com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei que colaborem
efetivamente com as investigações e o processo administrativo, sendo que dessa colaboração re-
sulte (...)
d) Em relação à multa, o que ocorre é a redução de 2/3 do valor, e não, conforme informado, a
isenção.

Art. 16, § 2º A celebração do acordo de leniência isentará a pessoa jurídica das sanções previstas
no inciso II do art. 6º e no inciso IV do art. 19 e reduzirá em até 2/3 (dois terços) o valor da multa
aplicável.
e) De acordo com o § 9º do artigo 16:

A celebração do acordo de leniência interrompe o prazo prescricional dos atos ilícitos previstos
nesta Lei.
Letra a.

054. (CESPE/MPE-CE/ANA MIN/DIREITO/2020) Considerando as disposições acerca


do acordo de leniência estabelecidas na Lei n.º 12.846/2013 (Lei Anticorrupção), julgue o
próximo item.
A proposta de acordo de leniência rejeitada não implica reconhecimento da prática do ato ilí-
cito investigado.

A questão exige o conhecimento do § 7º do artigo 16 da Lei Anticorrupção, de seguinte redação:

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Art. 16, § 7º Não importará em reconhecimento da prática do ato ilícito investigado a proposta de
acordo de leniência rejeitada.
Certo.

055. (CESPE/MPE-CE/ANA MIN/DIREITO/2020) Considerando as disposições acerca


do acordo de leniência estabelecidas na Lei n.º 12.846/2013 (Lei Anticorrupção), julgue o
próximo item.
A celebração do acordo de leniência exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar integral-
mente dano causado.

Ao contrário do que afirmado, o § 2º do artigo 16 estabelece que:

O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar integralmente o dano
causado.
Errado.

056. (CESPE/MPE-CE/ANA MIN/DIREITO/2020) Considerando as disposições acerca


do acordo de leniência estabelecidas na Lei n.º 12.846/2013 (Lei Anticorrupção), julgue o
próximo item.
Celebrado o acordo de leniência, fica suspenso o prazo prescricional dos atos ilícitos previstos
na referida lei.

A celebração de acordo de leniência interrompe (e não suspende) o prazo prescricional dos


atos ilícitos previstos na norma respectiva.

Art. 16, § 9º A celebração do acordo de leniência interrompe o prazo prescricional dos atos ilícitos
previstos nesta Lei.
Errado.

057. (CESPE/PGE-PE/AAP/CALCULISTA/2019) A respeito da responsabilização de pessoa


jurídica pela prática de atos contra a administração pública, julgue o item subsequente, à luz
da Lei Anticorrupção (Lei n. 12.846/2013).
Atos lesivos praticados contra a administração direta por sociedade simples nacional não
personificada e que atentem contra compromissos internacionais assumidos pelo Brasil são
passíveis de apuração por meio da instauração de processo administrativo, que pode ser de-
flagrado de ofício pela autoridade máxima do órgão.

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Inicialmente, precisamos saber que as disposições da lei anticorrupção alcançam a prática


de atos contra a administração pública nacional ou estrangeira. Além disso, a sociedade que
comete o ato ilícito pode ser personificada, não personificada ou até mesmo simples.

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a responsabilização objetiva administrativa e civil de pessoas jurídicas
pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto nesta Lei às sociedades empresárias e às sociedades sim-
ples, personificadas ou não, independentemente da forma de organização ou modelo societário
adotado, bem como a quaisquer fundações, associações de entidades ou pessoas, ou sociedades
estrangeiras, que tenham sede, filial ou representação no território brasileiro, constituídas de fato ou
de direito, ainda que temporariamente.
Em todas estas situações, o processo administrativo destinado à apuração dos ilícitos pode
ser instaurado de ofício (iniciativa do Poder Público), por meio da autoridade máxima de cada
órgão ou entidade.

Art. 8º A instauração e o julgamento de processo administrativo para apuração da responsabilidade


de pessoa jurídica cabem à autoridade máxima de cada órgão ou entidade dos Poderes Executivo,
Legislativo e Judiciário, que agirá de ofício ou mediante provocação, observados o contraditório e a
ampla defesa.
Certo.

058. (CESPE/PGE-PE/AAP/CALCULISTA/2019) A respeito da responsabilização de pessoa


jurídica pela prática de atos contra a administração pública, julgue o item subsequente, à luz
da Lei Anticorrupção (Lei n. 12.846/2013).
As sociedades empresárias consorciadas por força de contrato administrativo são responsá-
veis solidárias entre si por atos de improbidade administrativa, respondendo irrestritamente
umas pelas outras nos âmbitos administrativo, civil e criminal.

De acordo com o § 2º do artigo 4º:

As sociedades controladoras, controladas, coligadas ou, no âmbito do respectivo contrato, as con-


sorciadas serão solidariamente responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei, restringindo-
-se tal responsabilidade à obrigação de pagamento de multa e reparação integral do dano causado.
Logo, as empresas consorciadas serão solidariamente responsáveis pela prática dos atos con-
tra a administração pública, nacional ou estrangeira. Além disso, a responsabilidade será restri-
ta à obrigação de pagamento de multa e reparação integral do dano causado.
Errado.

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059. (CESPE/PGE-PE/AAP/CALCULISTA/2019) A respeito da responsabilização de pessoa


jurídica pela prática de atos contra a administração pública, julgue o item subsequente, à luz
da Lei Anticorrupção (Lei n. 12.846/2013).
Para avaliar a graduação da sanção administrativa a ser aplicada, a autoridade competente
está impedida de considerar parâmetros referentes ao estado econômico do infrator, devendo
se restringir ao dano ao erário efetivamente apurado.

Na aplicação das sanções, uma série de fatores serão levados em conta, conforme previsão
do artigo 7º:

Art. 7º Serão levados em consideração na aplicação das sanções:


I – a gravidade da infração;
II – a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator;
III – a consumação ou não da infração;
IV – o grau de lesão ou perigo de lesão;
V – o efeito negativo produzido pela infração;
VI – a situação econômica do infrator;
VII – a cooperação da pessoa jurídica para a apuração das infrações;
VIII – a existência de mecanismos e procedimentos internos de integridade, auditoria e incentivo
à denúncia de irregularidades e a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito da
pessoa jurídica;
IX – o valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica com o órgão ou entidade pública lesados; e
Ao contrário do que informa a questão, a situação econômica do infrator é um dos fatores que
será levado em conta.
Errado.

060. (CESPE/COGE-CE/ACI/CORREIÇÃO/2019) As sociedades empresárias e as fundações


brasileiras ou estrangeiras sediadas no território brasileiro serão responsabilizadas objetiva-
mente pelos atos lesivos que praticarem, desde que
a) sejam direta e exclusivamente beneficiárias do ato.
b) os atos decorram de incorporação societária, sendo afastada a responsabilização no caso
de fusão societária.
c) ocorra a responsabilização individual das pessoas físicas que compõem a pessoa jurídica.
d) a responsabilidade das consorciadas se limite à obrigação de pagamento de multa e repa-
ração integral do dano causado.
e) a cisão societária preveja a responsabilidade da pessoa jurídica.

Em conformidade com o § 2º do artigo 4º, temos a previsão de que:

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As sociedades controladoras, controladas, coligadas ou, no âmbito do respectivo contrato, as con-
sorciadas serão solidariamente responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei, restringindo-
-se tal responsabilidade à obrigação de pagamento de multa e reparação integral do dano causado.
Desta forma, está correto o que se afirma na letra “d”.
Letra d.

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GABARITO
1. c 21. E 41. e
2. c 22. C 42. b
3. C 23. C 43. d
4. E 24. c 44. b
5. E 25. a 45. a
6. E 26. c 46. e
7. b 27. e 47. d
8. a 28. d 48. a
9. d 29. c 49. a
10. a 30. c 50. C
11. E 31. e 51. d
12. C 32. a 52. e
13. C 33. d 53. a
14. E 34. a 54. C
15. e 35. c 55. E
16. E 36. c 56. E
17. E 37. b 57. C
18. C 38. d 58. E
19. C 39. b 59. E
20. E 40. C 60. d

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Diogo Surdi
Diogo Surdi é formado em Administração Pública e é professor de Direito Administrativo em concursos
públicos, tendo sido aprovado para vários cargos, dentre os quais se destacam: Auditor-Fiscal da Receita
Federal do Brasil (2014), Analista Judiciário do TRT-SC (2013), Analista Tributário da Receita Federal do
Brasil (2012) e Técnico Judiciário dos seguintes órgãos: TRT-SC, TRT-RS, TRE-SC, TRE-RS, TRT-MS e MPU.

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