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Aspectos Coletivos da Lei Anticorrupção
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DIREITOS DIFUSOS E COLETIVOS
Aspectos Coletivos da Lei Anticorrupção
Sumário
Diogo Surdi
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MOISES SILVA DE CASTRO - 08095080608, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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Art. 317. Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da
função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal
vantagem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
§ 1º A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da vantagem ou promessa, o funcioná-
rio retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional.
§ 2º Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever fun-
cional, cedendo a pedido ou influência de outrem:
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Art. 333. Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a prati-
car, omitir ou retardar ato de ofício:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
Parágrafo único. A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou promessa, o fun-
cionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional.
Analisando ambos os artigos, observa-se que na corrupção ativa o corruptor (aquele que
pratica o ato) oferece ao servidor público alguma espécie de vantagem como condição para a
prática ou omissão de determinado ato. Na corrupção passiva, em sentido oposto, é o servidor
público quem solicita a vantagem indevida, ainda que destinada a terceiros.
Uma das primeiras definições de corrupção foi a apresentada pelo cientista político V. O. Key.
[A corrupção é o] controle abusivo do poder e dos recursos do governo visando tirar proveito pessoal
ou partidário. Tal proveito (...) pode ser na forma de poder ou controle dentro da organização política
ou na forma de apoio político por parte de vários indivíduos (...).
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No Dicionário de Política, de Bobbio, Mateucci e Pasquino, temos uma definição mais am-
pla acerca da corrupção.
A corrupção é uma forma particular de exercer influência: influência ilícita, ilegal e ilegítima (...). É
uma alternativa da coerção, posta em prática quando as duas partes são bastante poderosas para
tornar a coerção muito custosa, ou são incapazes de a usar.
Com base em ambas as definições, é possível inferir que a corrupção, quando presente no
setor público, implica em uma conduta do agente estatal que viola um ou mais dos deveres
relacionados com os poderes administrativos.
Vamos a uma rápida revisão sobre estas importantes definições: Para que o Poder Público
possa alcançar a sua finalidade, que é a de garantir a integridade da coletividade, faz-se neces-
sário a existência de prerrogativas e sujeições aos agentes públicos, uma vez que são estes
quem desempenham as atividades em nome do Estado.
No âmbito das prerrogativas, o regime jurídico confere aos agentes certos poderes que
não estão presentes na relação entre particulares, mas sim apenas no âmbito da relação do
Poder Público com os administrados. Tais poderes são instrumentos de que se vale o agente
estatal para conseguir fazer valer a vontade do Estado. Como operam no âmbito da atividade
administrativa, são conhecidos como poderes administrativos.
Não se confundem os poderes administrativos com os Poderes do Estado. Enquanto estes
são os alicerces da organização estatal, formados pelo Executivo, pelo Legislativo e pelo Judi-
ciário, os poderes administrativos são meios de alcance da vontade da administração pública.
Também não podemos confundir os poderes administrativos com os poderes políticos,
uma vez que estes são os utilizados com base nas diretrizes expressas na Constituição Fe-
deral e exercidos com alto grau de discricionariedade. Como exemplo de poderes políticos,
temos o poder para propor a iniciativa de uma lei e para vetar ou sancionar uma lei anterior-
mente aprovada.
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No âmbito das sujeições, o administrador público possui uma série de obrigações com
a sociedade. Assim, ainda que vários sejam os poderes conferidos aos agentes públicos, os
deveres surgem à tona como uma possibilidade de controle, por parte da sociedade, acerca do
regular uso dos poderes outrora conferidos.
E como forma de propiciar que a sociedade controle se os agentes públicos estão fazendo
uso, de forma adequada, dos poderes a eles conferidos, é que surgem os deveres administra-
tivos. A doutrina, baseada nos ensinamento de Hely Lopes Meirelles, estabelece quatro pode-
res-deveres para o administrador público: poder dever de agir, dever de prestar contas, dever
de probidade e dever de eficiência.
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Nos Estados de Direito, como o nosso, a Administração Pública deve obedecer a lei em
todas as suas manifestações. Mesmo nas atividades discricionárias, o uso do poder pelo ad-
ministrador se sujeita aos limites legais, não podendo esses limites ser extrapolados, sob pena
de se praticar arbitrariedade.
Temos então que uma parcela do poder é conferida a cada agente público, que deve exer-
cê-lo dentro do estritamente necessário. Caso a sua utilização ocorra em desconformidade
com as normas da lei, restará configurado o abuso de poder.
O abuso de poder, dessa forma, é gênero, e se divide em duas espécies: excesso de poder
e desvio de poder.
Em ambas as situações (abuso de poder ou desvio de poder), o ato viciado pode ser in-
validado pela própria administração pública, fazendo uso da autotutela, ou então pelo Poder
Judiciário, desde que provocado.
No excesso de poder, estamos diante de uma atuação do agente público em que o requi-
sito competência é o que está sendo violado. Tal forma de vício pode ocorrer de duas formas:
• Quando o agente extrapola as competências que lhe foram definidas como própria.
• Quando o agente, atuando dentro de sua competência, pratica um ato com o objetivo de
conferir efeitos que não são possíveis por aquele instrumento.
O desvio de poder, também conhecido como desvio de finalidade, liga-se, como o próprio
nome sugere, a não observância, quando da prática do ato administrativo, do requisito finali-
dade. Os atos que configuram desvio de poder podem ser divididos em duas classes distintas:
• Atos genéricos, em que o agente deixa de atender ao interesse público e passa a defen-
der interesses privados.
• Atos específicos, em que o agente faz uso de um instituto legal para alcançar outro fim
que não o previsto.
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Após esta breve revisão acerca dos poderes, deveres e abusos que podem ser cometidos
pelos agentes públicos, já podemos retornar para o estudo das disposições relacionadas com
a corrupção.
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• Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, assinada pelo Brasil em 2003 e pro-
mulgada pelo Decreto n. 5.687/2006.
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§ 1º A pessoa jurídica será responsabilizada independentemente da responsabilização individual
das pessoas naturais referidas no caput.
§ 2º Os dirigentes ou administradores somente serão responsabilizados por atos ilícitos na medida
da sua culpabilidade.
Mas o que será que acontece quando a pessoa jurídica que cometeu um ato ilícito contra
a Administração Pública é objeto de fusão, incorporação, transformação, cisão ou, ainda,
alteração contratual?
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Com base em tudo o que foi exposto até aqui, é possível afirmar que os bens jurídicos tu-
telados pela Lei Anticorrupção são os seguintes:
• o patrimônio público nacional e estrangeiro;
• os princípios da Administração Pública;
• os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil;
Em toas as mencionadas situações, uma violação agride, ainda que indiretamente, toda a
coletividade. Em outros termos, a violação dos bens tutelados pela LAC viola direitos e inte-
resses difusos.
Consequentemente, ainda que a Lei Anticorrupção estabeleça mecanismos destinados a
coibir tais práticas, devemos observar que o dever de tutelar os mencionados bens jurídicos
não pertence a uma única pessoa ou grupo de sujeitos, mas sim a toda a coletividade.
Importante salientar que serão considerados atos lesivos não apenas aqueles praticados
contra a Administração Pública nacional, mas sim também contra a Administração Pública
estrangeira.
Neste sentido, considera-se administração pública estrangeira os órgãos e entidades esta-
tais ou representações diplomáticas de país estrangeiro, de qualquer nível ou esfera de gover-
no, bem como as pessoas jurídicas controladas, direta ou indiretamente, pelo Poder Público
de país estrangeiro.
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Outro conceito que merece importância é o de agente público estrangeiro. De acordo com
a Lei n. 12.846, considera-se agente público estrangeiro, para todos os efeitos, quem, ainda
que transitoriamente ou sem remuneração, exerça cargo, emprego ou função pública em ór-
gãos, entidades estatais ou em representações diplomáticas de país estrangeiro, assim como
em pessoas jurídicas controladas, direta ou indiretamente, pelo Poder Público de país estran-
geiro ou em organizações públicas internacionais.
Vejamos, de acordo com a Lei n. 12.846, a lista de atos que são considerados lesivos à
Administração Pública:
I – prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem indevida a agente público, ou a ter-
ceira pessoa a ele relacionada;
II – comprovadamente, financiar, custear, patrocinar ou de qualquer modo subvencionar a prática
dos atos ilícitos previstos nesta Lei;
III – comprovadamente, utilizar-se de interposta pessoa física ou jurídica para ocultar ou dissimular
seus reais interesses ou a identidade dos beneficiários dos atos praticados;
IV – no tocante a licitações e contratos:
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a) frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o caráter compe-
titivo de procedimento licitatório público;
b) impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de procedimento licitatório público;
c) afastar ou procurar afastar licitante, por meio de fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer
tipo;
d) fraudar licitação pública ou contrato dela decorrente;
e) criar, de modo fraudulento ou irregular, pessoa jurídica para participar de licitação pública ou ce-
lebrar contrato administrativo;
f) obter vantagem ou benefício indevido, de modo fraudulento, de modificações ou prorrogações de
contratos celebrados com a administração pública, sem autorização em lei, no ato convocatório da
licitação pública ou nos respectivos instrumentos contratuais; ou
g) manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos celebrados com a adminis-
tração pública;
V – dificultar atividade de investigação ou fiscalização de órgãos, entidades ou agentes públicos, ou
intervir em sua atuação, inclusive no âmbito das agências reguladoras e dos órgãos de fiscalização
do sistema financeiro nacional.
3. Da Responsabilização Administrativa
No âmbito administrativo, duas são as sanções que podem ser aplicadas às pessoas jurídi-
cas em virtude do cometimento de atos lesivos à Administração Pública, sendo elas:
• multa, no valor de 0,1% (um décimo por cento) a 20% (vinte por cento) do faturamento
bruto do último exercício anterior ao da instauração do processo administrativo, excluí-
dos os tributos, a qual nunca será inferior à vantagem auferida, quando for possível sua
estimação;
• publicação extraordinária da decisão condenatória.
As sanções aqui previstas deverão ser aplicadas de forma fundamentada, isolada ou cumu-
lativamente, de acordo com as peculiaridades do caso concreto e com a gravidade e natureza
das infrações.
Antes da aplicação das sanções, deverá a Administração Pública acionar a Advocacia Pú-
blica ou o órgão de assistência jurídica. Tais órgãos serão os responsáveis pela elaboração da
manifestação jurídica.
Obs.: Independente da aplicação das sanções, deverá a pessoa jurídica que cometeu o ato
lesivo, obrigatoriamente, realizar a reparação integral do dano causado.
Como visto, duas são as sanções passíveis de aplicação no âmbito administrativo. Com
relação à multa, o legislador se preocupou em não deixar “brechas” para que uma possível
alegação de impossibilidade de utilização do faturamento bruto pudesse resultar na não apli-
cação da sanção.
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Assim, sempre que não for possível mensurar a multa com base no faturamento bruto da
empresa, o valor desta será de R$ 6 mil a R$ 60 milhões.
A publicação extraordinária da decisão condenatória, por sua vez, ocorrerá na forma de
extrato de sentença, a expensas da pessoa jurídica, em meios de comunicação de grande cir-
culação na área da prática da infração e de atuação da pessoa jurídica.
Na falta de meio de comunicação de grande circulação, a publicação deverá ser feita das
seguintes maneiras:
• Em veículo de circulação nacional;
• Por meio de afixação de edital, de modo visível ao público, pelo prazo mínimo de 30 dias,
no próprio estabelecimento ou no local de exercício da atividade;
• No sítio eletrônico na rede mundial de computadores.
No momento da aplicação das sanções (que, como já sabemos, são a multa e a publicação
extraordinária da decisão condenatória), certas circunstância serão levadas em conta, poden-
do resultar no agravamento ou na redução da penalidade.
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A instauração poderá ocorrer tanto de ofício, ou seja, por interesse direto do órgão ou enti-
dade, ou mediante provocação de terceiros.
Importante salientar que a competência para a instauração e o julgamento do processo
administrativo de apuração de responsabilidade da pessoa jurídica poderá ser delegada, sen-
do vedada a subdelegação.
Com relação às fases processuais, pode-se afirmar que o processo administrativo segue
as seguintes fases:
• 1º) Como já informado, a instauração do processo compete, como regra geral, à autori-
dade máxima do órgão ou da entidade dos Poderes da República.
• 2º) Após a instauração, o processo administrativo será conduzido por comissão desig-
nada pela autoridade instauradora e composta por 2 ou mais servidores estáveis.
• 3º) O ente público, por meio do seu órgão de representação judicial, ou equivalente, a
pedido da comissão, poderá requerer as medidas judiciais necessárias para a investi-
gação e o processamento das infrações, inclusive de busca e apreensão.
• 4º) A comissão poderá, cautelarmente, propor à autoridade instauradora que suspenda
os efeitos do ato ou processo objeto da investigação.
• 5º) Será concedido à pessoa jurídica o prazo de 30 dias para defesa, contados a partir
da intimação.
• 6º) O processo administrativo, com o relatório da comissão, será remetido à autoridade
instauradora, para julgamento.
• 7º) O julgamento, assim como ocorre com a instauração, deve ser realizado, como regra
geral, pela autoridade máxima do órgão ou da entidade dos Poderes da República.
• 8º) A instauração de processo administrativo específico de reparação integral do dano
não prejudica a aplicação imediata das sanções estabelecidas em lei.
• 9º) Concluído o processo e não havendo pagamento, o crédito apurado será inscrito em
dívida ativa da fazenda pública.
• 10º) A comissão designada para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica, após
a conclusão do procedimento administrativo, dará conhecimento ao Ministério Público
de sua existência, para apuração de eventuais delitos.
A comissão deverá concluir o processo no prazo de 180 dias, que serão contados da data
da publicação do ato que a instituir e, ao final, apresentar relatório sobre os fatos apurados,
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bem como sobre a eventual responsabilidade da pessoa jurídica, sugerindo, de forma motiva-
da, as sanções a serem aplicadas.
O prazo de 180 dias poderá, em caso de necessidade, ser prorrogado mediante ato funda-
mentado da autoridade instauradora.
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conduta utilizada com o objetivo facilitar, encobrir ou dissimular a prática dos atos ilícitos, ou
então para provocar confusão patrimonial.
5. Acordo de Leniência
De todos os institutos presentes na Lei n. 12.846, o acordo de leniência é, sem dúvida, o
mais peculiar. Em linhas gerais, o acordo de leniência constitui-se na já conhecida delação
premiada. Por meio do acordo, as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos ilícitos
podem colaborar com as investigações realizadas pelo Poder Público.
Como contrapartida, as pessoas jurídicas ficam isentas das sanções de publicação ex-
traordinária da decisão condenatória e da vedação ao recebimento de incentivos, subsídios,
subvenções, doações ou empréstimos de órgãos ou entidades públicas e de instituições fi-
nanceiras públicas ou controladas pelo poder público, pelo prazo mínimo de 1 (um) e máximo
de 5 (cinco) anos.
Além disso, as pessoas jurídicas que formalizam acordo de leniência tem uma redução de
até 2/3 (dois terços) do valor da eventual multa aplicável.
Contudo, para que o acordo de leniência seja possível de ser formalizado, certos requisitos
devem ser atendidos, cumulativamente, pela pessoa jurídica, sendo eles:
• a pessoa jurídica deve ser a primeira a se manifestar sobre seu interesse em cooperar
para a apuração do ato ilícito. Em outros termos, a vontade de colaborar com as investi-
gações deve ser de iniciativa da pessoa jurídica.
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Como não poderia deixar de ser, a celebração de acordo de leniência não exime a pessoa
jurídica da obrigação de reparar integralmente o dano causado.
Para não atrapalhar nas investigações, a proposta de acordo de leniência somente se tor-
nará pública após a efetivação do respectivo acordo, salvo no interesse das investigações e
do processo administrativo.
Com a celebração do acordo de leniência, temos a interrupção do prazo prescricional le-
galmente previsto para os atos ilícitos.
Se a pessoa jurídica formalizar proposta de acordo de leniência e esta for negada pela
Administração Pública, a eventual negativa não importará em reconhecimento da prática, por
parte da pessoa jurídica, do ato ilícito investigado.
Caso a pessoa jurídica, após a celebração de acordo de leniência, deixe de cumprir com as
regras do acordo, ficará ela impedida de celebrar novo acordo pelo prazo de 3 anos, que serão
contados do conhecimento, pela Administração Pública, do referido descumprimento.
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Em seu artigo 17, a Lei n. 12.846 prevê a possibilidade de celebração de acordo de leniên-
cia com a pessoa jurídica responsável pela prática de ilícitos previstos na Lei das Licitações.
Art. 17. A administração pública poderá também celebrar acordo de leniência com a pessoa jurídica
responsável pela prática de ilícitos previstos na Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, com vistas à
isenção ou atenuação das sanções administrativas estabelecidas em seus arts. 86 a 88.
Sendo assim, vamos a uma rápida revisão acerca das sanções que podem ser aplicadas
(e, consequentemente, objeto de acordo de leniência) para os particulares licitantes.
Devido ao regime jurídico a que estão sujeitos os contratos administrativos, a administra-
ção dispõe da prerrogativa de, em caso de irregularidades, aplicar certas sanções aos contra-
tados no caso de inexecução total ou parcial do contrato.
Tais sanções, em plena consonância com o princípio da autotutela, não precisam de auto-
rização do judiciário para a sua aplicação, transitando exclusivamente na órbita administrativa.
O único requisito que deve ser observado é que antes da aplicação da sanção a administração
deve assegurar ao contratado as garantias do contraditório e da ampla defesa.
Nos termos da Lei n. 8.666, são as seguintes as sanções que podem ser aplicadas pela
administração:
• Advertência;
• Multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato;
• Suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a
administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos;
• Declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a administração pública en-
quanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja promovida a
reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida
sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos resultantes e após
decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso anterior.
6. Responsabilização Judicial
Até o momento, vimos que a prática de atos ilícitos contra a Administração Pública pode
dar ensejo à responsabilização na órbita administrativa, podendo implicar, após a instauração
de processo administrativo, em diversas sanções.
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A ação judicial tem por objetivo a aplicação das seguintes sanções à pessoa jurídica
infratora:
• Perdimento dos bens, direitos ou valores que representem vantagem ou proveito direta
ou indiretamente obtidos da infração, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de
boa-fé;
• Suspensão ou interdição parcial de suas atividades;
• Dissolução compulsória da pessoa jurídica;
• Proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos de
órgãos ou entidades públicas e de instituições financeiras públicas ou controladas pelo
poder público, pelo prazo mínimo de 1 ano e máximo de 5 anos.
Quando a ação judicial for proposta pelo Ministério Público, as sanções administrativas (apli-
cação de multa e publicação extraordinária da decisão condenatória) poderão ser aplicadas
sem prejuízo das sanções judiciais.
Para isso, deverá ser comprovado que houve omissão das autoridades competentes para pro-
mover a responsabilização administrativa.
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Como visto, uma das sanções judiciais é a dissolução compulsória da pessoa jurídica.
Dada a gravidade da medida, a sanção em questão apenas poderá ser aplicada nas seguintes
situações:
• ter sido a personalidade jurídica utilizada de forma habitual para facilitar ou promover
a prática de atos ilícitos;
• ter sido constituída para ocultar ou dissimular interesses ilícitos ou a identidade dos
beneficiários dos atos praticados.
Como medida acautelatória e destinada a evitar que o particular condenado dilapide seus
bens e não tenha condições de pagar a multa ou a reparação integral do dano causado, pode o
Ministério Público ou a Advocacia Pública ou órgão de representação judicial, ou equivalente,
do ente público, solicitar a indisponibilidade de bens, direitos ou valores necessários à garan-
tia do pagamento.
Para facilitar a compreensão e diferenciação, relaciono abaixo as sanções administrativas
e judiciais que podem ser aplicadas às pessoas jurídicas em decorrência do cometimento de
atos contra a Administração Pública.
7. Disposições Finais
Como forma de reunir e dar publicidade às sanções aplicadas pelos órgãos ou entidades
dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todas as esferas de governo, a Lei n. 12.846
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determina que será criado, no âmbito do Poder Executivo Federal, o Cadastro Nacional de Em-
presas Punidas – CNEP.
Devem os órgãos e entidades dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todas as
esferas de governo informar e manter atualizados, no CNEP, os dados relativos às sanções por
eles aplicadas.
O CNEP conterá, entre outras, as seguintes informações acerca das sanções aplicadas:
• razão social e número de inscrição da pessoa jurídica ou entidade no Cadastro Nacional
da Pessoa Jurídica - CNPJ;
• tipo de sanção; e
• data de aplicação e data final da vigência do efeito limitador ou impeditivo da sanção,
quando for o caso.
Sempre que possível, a celebração de acordo de leniência deverá constar no CNEP. A me-
dida apenas não será aplicada quando o cadastramento das informações puder comprometer
o sigilo das investigações ou do processo administrativo.
Em caso de descumprimento do acordo de leniência, por parte da pessoa jurídica, deverá
ser incluída no CNEP informações acerca do efetivo descumprimento.
Os registros das sanções e acordos de leniência serão excluídos depois de decorrido o
prazo previamente estabelecido no ato sancionador ou do cumprimento integral do acordo de
leniência e da reparação do eventual dano causado, mediante solicitação do órgão ou entida-
de sancionadora.
Falamos, até o momento, do CNEP. Agora, vamos conhecer o CEIS - Cadastro Nacional de
Empresas Inidôneas e Suspensas.
Ao contrário do que ocorre com o CNEP, que é um cadastro destinado ao registro de in-
formações relacionadas com a aplicação de sanções previstas nesta norma, o CEIS já existia
antes da edição da Lei n. 12.846, sendo destinado ao registro das sanções decorrentes de
infrações cometidas no âmbito das licitações e contratos administrativos.
Neste sentido, a Lei Anticorrupção determina que os órgãos ou entidades dos Poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário de todas as esferas de governo deverão informar e manter
atualizados, para fins de publicidade, no Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspen-
sas - CEIS, de caráter público, instituído no âmbito do Poder Executivo federal, os dados relati-
vos às sanções por eles aplicadas, nos termos do disposto nos arts. 87 e 88 da Lei n. 8.666,
de 21 de junho de 1993.
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Aspectos Coletivos da Lei Anticorrupção
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Aspectos Coletivos da Lei Anticorrupção
Diogo Surdi
QUESTÕES DE CONCURSOS
001. (FCC/TJMS/JE/2020) No que se refere ao acordo de leniência, previsto na Lei Anticor-
rupção − Lei Federal n. 12.846, de 1º de agosto de 2013 –, a sua celebração
a) suspende o prazo prescricional dos atos ilícitos previstos na referida lei.
b) afasta integralmente a multa que seria aplicável à empresa que celebrou o acordo.
c) evitará a sanção de publicação extraordinária da decisão condenatória.
d) implica afastamento imediato dos dirigentes ou administradores que deram causa ao ilícito.
e) obriga a pessoa jurídica signatária a implementar ou aprimorar mecanismos internos de
integridade.
A celebração do acordo de leniência isentará a pessoa jurídica das sanções previstas no inciso II do
art. 6º e no inciso IV do art. 19 e reduzirá em até 2/3 (dois terços) o valor da multa aplicável.
Sendo assim, uma das sanções que serão objeto de isenção em caso de celebração do acordo
de leniência é a publicação extraordinária da decisão condenatória, confirmando com isso a
Letra C como gabarito da questão.
Vejamos o erro das demais alternativas:
a) O acordo de leniência interrompe (e não suspende) o acordo de leniência.
b) O que ocorre não é o afastamento total, mas sim a redução da multa em até 2/3.
d) A norma nada mencionada acerca da possibilidade de afastamento imediato dos dirigentes
ou administradores que deram causa ao ilícito.
e) Atualmente, este não é mais um dos requisitos a serem observados pela pessoa jurídica em
caso de celebração do acordo de leniência.
Letra c.
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públicas ou controladas pelo poder público, pelo prazo mínimo de 1 (um) e máximo de 5 (cin-
co) anos; e reduzirá em até 2/3 (dois terços) o valor da multa aplicável.
d) Prescrevem em 3 (três) anos as infrações previstas na Lei n. 12.846/2013, contados da
data da ciência da infração ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que
tiver cessado.
e) Quanto à responsabilização judicial, pode ser aplicada à pessoa jurídica infratora a sanção,
dentre outras, de suspensão ou interdição parcial ou total de suas atividades.
a) Errada. Ainda que as sanções da LAC sejam aplicadas, nada impede que ocorra, também, a
responsabilização pela prática de improbidade administrativa.
b) Errada. De acordo com o § 8º do artigo 16:
d) Errada. O prazo de prescrição das sanções da LAC é de 5 anos, diferente do que afirmado.
Art. 25. Prescrevem em 5 (cinco) anos as infrações previstas nesta Lei, contados da data da ciência
da infração ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado.
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e) Errada. A interdição mencionada pela alternativa será sempre parcial. Não há previsão para
a interdição total.
Art. 19. Em razão da prática de atos previstos no art. 5º desta Lei, a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, por meio das respectivas Advocacias Públicas ou órgãos de representação
judicial, ou equivalentes, e o Ministério Público, poderão ajuizar ação com vistas à aplicação das
seguintes sanções às pessoas jurídicas infratoras:
II – suspensão ou interdição parcial de suas atividades;
Letra c.
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a responsabilização objetiva administrativa e civil de pessoas jurídicas
pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira.
Certo.
Art. 16, § 9º A celebração do acordo de leniência interrompe o prazo prescricional dos atos ilícitos
previstos nesta Lei.
Errado.
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Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a responsabilização objetiva administrativa e civil de pessoas jurídicas
pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira.
Sendo assim, o erro da questão está em afirmar que o objeto da lei é, também, a responsabi-
lização civil e administrativa das pessoas físicas.
Importante destacar que a competência para instauração e julgamento do processo adminis-
trativo de apuração da responsabilidade da pessoa jurídica poderá ser delegada, sendo veda-
do, contudo, a subdelegação.
007. (COM. EXAM./MPE-SP/PJ/2019) Com relação ao regime instituído pela Lei Federal n.
12.846/2013, que dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas
pela prática de atos contra a administração pública, é INCORRETO afirmar que
a) constitui ato lesivo à Administração Pública e que atenta contra o patrimônio público na-
cional, aquele praticado por sociedade empresária consistente em prometer, oferecer ou dar,
direta ou indiretamente, vantagem indevida a agente público, ou a terceira pessoa a ele relacio-
nada, e, no tocante a licitações e contratos, frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação
ou qualquer outro expediente, o caráter competitivo de procedimento licitatório público.
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Dentre as opções elencadas, apenas a letra “b” está errada. Diferente do que afirmado, a res-
ponsabilização da pessoa jurídica não exclui a responsabilidade individual de seus dirigentes
ou administradores ou de qualquer pessoa natural, autora, coautora ou partícipe do ato ilícito.
Art. 5º Constituem atos lesivos à administração pública, nacional ou estrangeira, para os fins desta
Lei, todos aqueles praticados pelas pessoas jurídicas mencionadas no parágrafo único do art. 1º,
que atentem contra o patrimônio público nacional ou estrangeiro, contra princípios da administra-
ção pública ou contra os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil, assim definidos:
I – prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem indevida a agente público, ou a ter-
ceira pessoa a ele relacionada;
IV – no tocante a licitações e contratos:
a) frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o caráter compe-
titivo de procedimento licitatório público; (Letra A)
Art. 3º A responsabilização da pessoa jurídica não exclui a responsabilidade individual de seus
dirigentes ou administradores ou de qualquer pessoa natural, autora, coautora ou partícipe do ato
ilícito. (Letra C)
Art. 2º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas objetivamente, nos âmbitos administrativo e
civil, pelos atos lesivos previstos nesta Lei praticados em seu interesse ou benefício, exclusivo ou
não. (Letra D)
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Art. 30. A aplicação das sanções previstas nesta Lei não afeta os processos de responsabilização
e aplicação de penalidades decorrentes de:
I – ato de improbidade administrativa nos termos da Lei n. 8.429, de 2 de junho de 1992; e
II – atos ilícitos alcançados pela Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993, ou outras normas de licitações
e contratos da administração pública, inclusive no tocante ao Regime Diferenciado de Contratações
Públicas - RDC instituído pela Lei n. 12.462, de 4 de agosto de 2011. (Letra E)
Letra b.
Dentre as opções, apenas a letra “a” está errada. Diferente do que afirmado, a responsabilidade
das pessoas jurídicas é objetiva, e não subjetiva.
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a responsabilização objetiva administrativa e civil de pessoas jurídicas
pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira.
Todas as demais alternativas apresentam inovações trazidas pela Lei Anticorrupção no com-
bate à corrupção.
Letra a.
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A alternativa incorreta é a letra “d”. As empresas estatais, por integrarem a Administração Pú-
blica Indireta, estão sujeitas às sanções previstas na mencionada norma jurídica.
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a responsabilização objetiva administrativa e civil de pessoas jurídicas
pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira.
Vejamos os artigos que fundamentam a assertividade das demais alternativas:
Art. 14. A personalidade jurídica poderá ser desconsiderada sempre que utilizada com abuso do
direito para facilitar, encobrir ou dissimular a prática dos atos ilícitos previstos nesta Lei ou para
provocar confusão patrimonial, sendo estendidos todos os efeitos das sanções aplicadas à pessoa
jurídica aos seus administradores e sócios com poderes de administração, observados o contradi-
tório e a ampla defesa. (Letra A)
Art. 20. Nas ações ajuizadas pelo Ministério Público, poderão ser aplicadas as sanções previstas
no art. 6º, sem prejuízo daquelas previstas neste Capítulo, desde que constatada a omissão das
autoridades competentes para promover a responsabilização administrativa.
Art. 21. Nas ações de responsabilização judicial, será adotado o rito previsto na Lei n. 7.347, de 24
de julho de 1985. (Letra B)
Art. 30. A aplicação das sanções previstas nesta Lei não afeta os processos de responsabilização
e aplicação de penalidades decorrentes de:
II – atos ilícitos alcançados pela Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993, ou outras normas de licitações
e contratos da administração pública, inclusive no tocante ao Regime Diferenciado de Contratações
Públicas - RDC instituído pela Lei n. 12.462, de 4 de agosto de 2011. (Letra C)
Letra d.
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Art. 17. A administração pública poderá também celebrar acordo de leniência com a pessoa jurídica
responsável pela prática de ilícitos previstos na Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993, com vistas à
isenção ou atenuação das sanções administrativas estabelecidas em seus arts. 86 a 88.
b) Errada. A Lei Anticorrupção nada menciona acerca da responsabilização na esfera penal,
mas sim apenas na órbita administrativa e civil.
c) Errada. A Lei Anticorrupção não afasta a responsabilização pelos atos de improbidade ad-
ministrativa.
Art. 30. A aplicação das sanções previstas nesta Lei não afeta os processos de responsabilização
e aplicação de penalidades decorrentes de:
I – ato de improbidade administrativa nos termos da Lei n. 8.429, de 2 de junho de 1992;
d) Errada. De acordo com o § 5º do artigo 16:
Os efeitos do acordo de leniência serão estendidos às pessoas jurídicas que integram o mesmo
grupo econômico, de fato e de direito, desde que firmem o acordo em conjunto, respeitadas as con-
dições nele estabelecidas.
e) Errada. Estabelece o artigo 3º que:
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Nas esferas civil e administrativa, a responsabilidade das pessoas jurídicas será objetiva, inde-
pendendo da análise do dolo ou culpa.
A questão deve ser respondida com base nas disposições do artigo 3º da Lei n. 12.846, de
seguinte redação:
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Para apurar ilícitos administrativos lesivos a licitações e contratos públicos, admite-se ao Po-
der Executivo estadual celebrar acordo de leniência com as pessoas jurídicas que tenham
participado do certame, desde que a colaboração dessas seja efetiva.
Com o objetivo de apurar ilícitos administrativos (dentre os quais os relacionados com as lici-
tações e contratos), a autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública poderá celebrar
acordo de leniência. E uma destas autoridades é o Poder Executivo, competente para celebrar
acordos na órbita estadual.
Para que o acordo seja celebrado, as entidades devem colaborar efetivamente com as investi-
gações e o processo administrativo.
Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública poderá celebrar acordo de leniên-
cia com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei que colaborem
efetivamente com as investigações e o processo administrativo, sendo que dessa colaboração
resulte:
I – a identificação dos demais envolvidos na infração, quando couber; e
II – a obtenção célere de informações e documentos que comprovem o ilícito sob apuração.
Certo.
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A celebração de acordo de leniência pode ser realizada, encontrando previsão nas disposições
da Lei n. 12.846/2013.
Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública poderá celebrar acordo de leniên-
cia com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei que colaborem
efetivamente com as investigações e o processo administrativo, sendo que dessa colaboração re-
sulte (...)
Importante destacar, no entanto, que a celebração de acordo de leniência não exime a pessoa
jurídica da obrigação de reparar integralmente o dano causado, motivo pelo qual está correta
a letra “e”.
Art. 16, § 3º O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar integral-
mente o dano causado.
Vejamos o erro das demais alternativas:
a) O acordo de leniência pode ser celebrado, encontrando previsão legal.
b) Uma das condições para a celebração é que a pessoa jurídica admita sua participação no
ato ilícito que está sendo investigado.
c) O que ocorre é a interrupção do prazo prescricional em relação aos ilícitos previstos em lei.
d) A celebração não isenta a multa, mas sim reduz o seu valor em 2/3.
Letra e.
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Art. 16, § 8º Em caso de descumprimento do acordo de leniência, a pessoa jurídica ficará impedida
de celebrar novo acordo pelo prazo de 3 (três) anos contados do conhecimento pela administração
pública do referido descumprimento.
Errado.
O perigo de lesão e a vantagem pretendida pelo infrator são fatores que também devem ser
levados em conta no momento da celebração do acordo de leniência.
Os três fatores expressos pela questão devem, de acordo com a Lei n. 12.846, ser considera-
dos no momento de aplicação das sanções.
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A lei em apreço permite que sejam celebrados acordos de leniência referentes a infrações
previstas na Lei de Licitações, de forma a possibilitar a isenção ou atenuação das sanções
administrativas previstas nesta última para punição da pessoa jurídica responsável.
O acordo de leniência também poderá ser celebrado com o objetivo de isentar ou atenuar as
sanções administrativas decorrentes da aplicação da Lei n. 8.666.
Art. 17. A administração pública poderá também celebrar acordo de leniência com a pessoa jurídica
responsável pela prática de ilícitos previstos na Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993, com vistas à
isenção ou atenuação das sanções administrativas estabelecidas em seus arts. 86 a 88.
Certo.
Dentre os requisitos necessários para a celebração do acordo de leniência, não consta, ao con-
trário do que informa a questão, a obrigatoriedade de devolver ao Estado os valores obtidos
ilicitamente.
Art. 16, § 1º O acordo de que trata o caput somente poderá ser celebrado se preenchidos, cumulati-
vamente, os seguintes requisitos:
I – a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu interesse em cooperar para a apura-
ção do ato ilícito;
II – a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento na infração investigada a partir da
data de propositura do acordo;
III – a pessoa jurídica admita sua participação no ilícito e coopere plena e permanentemente com as
investigações e o processo administrativo, comparecendo, sob suas expensas, sempre que solicita-
da, a todos os atos processuais, até seu encerramento.
Errado.
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O acordo de leniência não tem o poder de reduzir as penas privativas de liberdade. Os benefí-
cios da celebração do acordo podem ser mais bem visualizados no gráfico abaixo:
Errado.
Caso a pessoa jurídica, após a celebração de acordo de leniência, deixe de cumprir com as
regras do acordo, ficará ela impedida de celebrar novo acordo pelo prazo de 3 anos, que serão
contados do conhecimento, pela Administração Pública, do referido descumprimento.
Art. 16, § 8º Em caso de descumprimento do acordo de leniência, a pessoa jurídica ficará impedida
de celebrar novo acordo pelo prazo de 3 (três) anos contados do conhecimento pela administração
pública do referido descumprimento.
Certo.
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024. (VUNESP/TJ-SP/ADM JUD/2019) Assinale a alternativa que está de acordo com a Lei
no 12.846/2013 (Lei Anticorrupção).
a) O acordo de leniência exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar integralmente o
dano causado.
b) Em caso de descumprimento do acordo de leniência, a pessoa jurídica ficará impedida de
celebrar novo acordo pelo prazo de 5 (cinco) anos contados do conhecimento pela Administra-
ção Pública do referido descumprimento.
c) O processo administrativo para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica será con-
duzido por comissão designada pela autoridade instauradora e composta por 2 (dois) ou mais
servidores estáveis.
d) A competência para a instauração e o julgamento do processo administrativo de apuração
de responsabilidade da pessoa jurídica não poderá ser delegada.
e) No processo administrativo para apuração de responsabilidade, será concedido à pessoa
jurídica prazo de 15 (quinze) dias para defesa.
O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar integralmente o dano
causado.
b) Errada. O prazo do impedimento é de 3 anos, e não, conforme informado pela alternativa, 5
anos.
Art. 16, § 8º Em caso de descumprimento do acordo de leniência, a pessoa jurídica ficará impedida
de celebrar novo acordo pelo prazo de 3 (três) anos contados do conhecimento pela administração
pública do referido descumprimento.
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Art. 10. O processo administrativo para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica será con-
duzido por comissão designada pela autoridade instauradora e composta por 2 (dois) ou mais ser-
vidores estáveis.
d) Errada. De acordo com o § 1º do artigo 8º:
Art. 11. No processo administrativo para apuração de responsabilidade, será concedido à pessoa
jurídica prazo de 30 (trinta) dias para defesa, contados a partir da intimação.
Letra c.
Neste momento, nos interessa apenas as disposições da Lei n. 12.846, popularmente conheci-
da como lei anticorrupção. De acordo com a norma, a eventual proposta de acordo de leniência
rejeitada não importará em reconhecimento da prática do ato ilícito.
Art. 16, § 7º Não importará em reconhecimento da prática do ato ilícito investigado a proposta de
acordo de leniência rejeitada.
Letra a.
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Ainda que a pessoa jurídica decida celebrar o acordo de leniência, a medida não faz com que
ela fique isenta da obrigação de reparar integralmente o dano causado.
Art. 16, § 3º O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar integralmen-
te o dano causado.
Logo, o gabarito é a letra “c”. Vejamos então o erro das demais alternativas de resposta.
a) A isenção de eventuais penalidades apenas ocorre com a celebração do acordo, e não com
a iniciativa da pessoa jurídica em realizar tal celebração.
b) Para a celebração do acordo, a pessoa jurídica deve, dentre outros requisitos, admitir sua
participação no ilícito.
d) Sendo o acordo rejeitado, não haverá reconhecimento da prática do ato ilícito investigado.
e) Apenas com a celebração do acordo de leniência é que teremos a interrupção do prazo pres-
cricional dos atos ilícitos.
Letra c.
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Com a celebração do acordo com leniência, as pessoas jurídicas ficam isentas das seguin-
tes sanções:
Art. 23. Os órgãos ou entidades dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todas as esferas
de governo deverão informar e manter atualizados, para fins de publicidade, no Cadastro Nacional
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tivo federal, os dados relativos às sanções por eles aplicadas, nos termos do disposto nos arts. 87
e 88 da Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993.
b) Errada. Em caso de acordo de leniência, a pessoa jurídica ficará isenta de determinadas
sanções. No entanto, a celebração do acordo não implica, ao contrário do que informado, na
suspensão dos registros junto ao CNEP.
c) Errada. Conforme verificado no já mencionado artigo 23, os órgãos ou entidades dos Po-
deres Executivo, Legislativo e Judiciário de todas as esferas de governo deverão informar e
manter atualizados, para fins de publicidade, no Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e
Suspensas – CEIS.
Logo, a competência não se restringe aos Poderes da União, devendo ser exercida por todos
os entes federativos.
d) Certa. O artigo 22, § 5º, determina que:
Os registros das sanções e acordos de leniência serão excluídos depois de decorrido o prazo pre-
viamente estabelecido no ato sancionador ou do cumprimento integral do acordo de leniência e da
reparação do eventual dano causado, mediante solicitação do órgão ou entidade sancionadora.
e) Errada. Em caso de descumprimento do acordo de leniência, a pessoa jurídica será incluída
no CNEP, e não, conforme informado, no CEIS.
Art. 22, § 4º Caso a pessoa jurídica não cumpra os termos do acordo de leniência, além das infor-
mações previstas no § 3º, deverá ser incluída no Cnep referência ao respectivo descumprimento.
Letra d.
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Vejamos, de acordo com as disposições da Lei n. 12.846, quais os requisitos que devem ser
atendidos para que o acordo de leniência possa ser celebrado.
Art. 16, § 1º O acordo de que trata o caput somente poderá ser celebrado se preenchidos, cumulati-
vamente, os seguintes requisitos:
I – a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu interesse em cooperar para a apura-
ção do ato ilícito;
II – a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento na infração investigada a partir da
data de propositura do acordo;
III – a pessoa jurídica admita sua participação no ilícito e coopere plena e permanentemente com as
investigações e o processo administrativo, comparecendo, sob suas expensas, sempre que solicita-
da, a todos os atos processuais, até seu encerramento.
Apenas a letra “c” retrata um dos requisitos expressamente previstos em lei.
Letra c.
Em outros termos, o que a questão está exigindo é o conhecimento de quais são os atos le-
sivos à Administração Pública. Para isso, faremos uso das disposições do artigo 5º da Lei n.
12.846, de seguinte teor:
Art. 5º Constituem atos lesivos à administração pública, nacional ou estrangeira, para os fins desta
Lei, todos aqueles praticados pelas pessoas jurídicas mencionadas no parágrafo único do art. 1º,
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que atentem contra o patrimônio público nacional ou estrangeiro, contra princípios da administra-
ção pública ou contra os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil, assim definidos:
I – prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem indevida a agente público, ou a ter-
ceira pessoa a ele relacionada;
II – comprovadamente, financiar, custear, patrocinar ou de qualquer modo subvencionar a prática
dos atos ilícitos previstos nesta Lei;
III – comprovadamente, utilizar-se de interposta pessoa física ou jurídica para ocultar ou dissimular
seus reais interesses ou a identidade dos beneficiários dos atos praticados;
IV – no tocante a licitações e contratos:
a) frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o caráter compe-
titivo de procedimento licitatório público;
b) impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de procedimento licitatório público;
c) afastar ou procurar afastar licitante, por meio de fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer
tipo;
d) fraudar licitação pública ou contrato dela decorrente;
e) criar, de modo fraudulento ou irregular, pessoa jurídica para participar de licitação pública ou ce-
lebrar contrato administrativo;
f) obter vantagem ou benefício indevido, de modo fraudulento, de modificações ou prorrogações de
contratos celebrados com a administração pública, sem autorização em lei, no ato convocatório da
licitação pública ou nos respectivos instrumentos contratuais; ou
g) manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos celebrados com a adminis-
tração pública;
V – dificultar atividade de investigação ou fiscalização de órgãos, entidades ou agentes públicos, ou
intervir em sua atuação, inclusive no âmbito das agências reguladoras e dos órgãos de fiscalização
do sistema financeiro nacional.
Desta forma, o gabarito da questão é a letra “c”.
Letra c.
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e) Nos termos da Lei n. 12.846/13, a responsabilização da pessoa jurídica não exclui a res-
ponsabilidade individual de seus dirigentes ou administradores ou de qualquer pessoa natural,
autora, coautora ou partícipe do ato ilícito.
Neste ponto da matéria, apenas nos interessa as disposições relacionadas com a Lei n. 12.846.
E, de acordo com mencionada norma, a responsabilização da pessoa jurídica não exclui a res-
ponsabilidade individual de seus dirigentes ou administradores ou de qualquer pessoa natural,
autora, coautora ou partícipe do ato ilícito.
Art. 16, § 5º Os efeitos do acordo de leniência serão estendidos às pessoas jurídicas que integram o
mesmo grupo econômico, de fato e de direito, desde que firmem o acordo em conjunto, respeitadas
as condições nele estabelecidas.
c) Errada. Ao contrário do que informa a alternativa, o § 6º do artigo 16 determina que:
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A proposta de acordo de leniência somente se tornará pública após a efetivação do respectivo acor-
do, salvo no interesse das investigações e do processo administrativo.
d) Errada. A celebração do acordo de leniência interrompe o prazo prescricional dos atos ilíci-
tos previstos em lei.
Art. 16, § 9º A celebração do acordo de leniência interrompe o prazo prescricional dos atos ilícitos
previstos nesta Lei.
e) Errada. Como não poderia ser diferente, a celebração do acordo de leniência, nos termos
do artigo 16, § 3º, não exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar integralmente o dano
causado.
Art. 16, § 3º O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar integralmen-
te o dano causado.
Letra a.
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Art. 28. Esta Lei aplica-se aos atos lesivos praticados por pessoa jurídica brasileira contra a admi-
nistração pública estrangeira, ainda que cometidos no exterior.
c) Errada. De acordo com o § 1º do artigo 8º:
Art. 10. O processo administrativo para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica será con-
duzido por comissão designada pela autoridade instauradora e composta por 2 (dois) ou mais ser-
vidores estáveis.
e) Errada. De acordo com o artigo 18:
a) Certa. Temos aqui a regra geral acerca da responsabilização administrativa e civil das pes-
soas jurídicas, nos termos do artigo 2º da Lei n. 12.846:
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Art. 2º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas objetivamente, nos âmbitos administrativo e
civil, pelos atos lesivos previstos nesta Lei praticados em seu interesse ou benefício, exclusivo ou
não.
b) Errada. De acordo com o artigo 4º:
Art. 4º, § 1º Nas hipóteses de fusão e incorporação, a responsabilidade da sucessora será restrita à
obrigação de pagamento de multa e reparação integral do dano causado, até o limite do patrimônio
transferido, não lhe sendo aplicáveis as demais sanções previstas nesta Lei decorrentes de atos e
fatos ocorridos antes da data da fusão ou incorporação, exceto no caso de simulação ou evidente
intuito de fraude, devidamente comprovados.
d) Errada. Nos termos do artigo 3º:
035. (VUNESP/CM COTIA/PROC LEG/2017) Pessoa jurídica responsável pela prática de atos
contra a Administração Pública, previstos na Lei Federal no 12.846/13, que ensejam respon-
sabilidade civil e administrativa, procura a Administração Pública do Município de Cotia, com
intuito de colaborar na identificação dos demais envolvidos na infração e auxiliar na obtenção
célere de informações e documentos que comprovem o ilícito. Em tal caso, a Administração
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a) Errada. O acordo de leniência é celebrado com a Administração Pública que foi lesada, sem
a necessidade de participação do Ministério Público.
b) Errada. Para a celebração de acordo de leniência, não há a necessidade de ajuizamento de
uma ação judicial. E isso ocorre na medida em que o acordo se processa totalmente na órbita
administrativa.
c) Certa. Uma vez atendidos os requisitos legais, o acordo de leniência será celebrado pela
autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública.
Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública poderá celebrar acordo de leniên-
cia com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei que colaborem
efetivamente com as investigações e o processo administrativo, sendo que dessa colaboração re-
sulte (...)
d) Errada. Alternativa com uma série de erros. Não há a possibilidade de suspensão, de plano,
dos contratos administrativos. Em sentido diverso, sempre que a Administração Pública for
aplicar uma sanção, deve ela, anteriormente, garantir ao particular o exercício do contraditório
e da ampla defesa.
e) Errada. Não há necessidade de envio imediato da documentação para o Ministério Público
e o Tribunal de Contas. E isso na medida em que a celebração do acordo de leniência é, con-
forme informado, uma medida tipicamente administrativa e de responsabilidade da Adminis-
tração Pública que foi lesada.
Letra c.
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b) poderá ser celebrado com a pessoa jurídica que colabore com as investigações, desde que
dessa colaboração resulte, dentre outras consequências, a condenação dos demais envolvi-
dos na infração.
c) a proposta de acordo de leniência somente se tornará pública após a efetivação do respec-
tivo acordo, salvo no interesse das investigações e do processo administrativo.
d) esse acordo, quando alcançar resultados efetivos, isentará a pessoa jurídica da obrigação
de reparar o dano causado.
e) os efeitos do acordo de leniência serão estendidos às pessoas jurídicas que integram o
mesmo grupo econômico, desde que firmem o acordo separadamente.
Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública poderá celebrar acordo de leniência
com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei que colaborem efe-
tivamente com as investigações e o processo administrativo, sendo que dessa colaboração resulte:
I – a identificação dos demais envolvidos na infração, quando couber;
c) Certa. Trata-se da previsão do artigo 16, § 6º, da norma em estudo, de seguinte redação:
Art. 16, § 6º A proposta de acordo de leniência somente se tornará pública após a efetivação do
respectivo acordo, salvo no interesse das investigações e do processo administrativo.
d) Errada. Ainda que o acordo seja celebrado, a medida não isentará a pessoa jurídica da repa-
ração dos eventuais danos causados.
Art. 16, § 3º O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar integralmen-
te o dano causado.
e) Errada. Para que os efeitos do acordo sejam estendidos às demais pessoas jurídicas que
formam grupo econômico, a celebração deve ser realizada de forma conjunta, e não separa-
damente.
Art. 16. § 5º Os efeitos do acordo de leniência serão estendidos às pessoas jurídicas que integram o
mesmo grupo econômico, de fato e de direito, desde que firmem o acordo em conjunto, respeitadas
as condições nele estabelecidas.
Letra c.
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Com a celebração do acordo com leniência, as pessoas jurídicas ficam isentas das seguin-
tes sanções:
Art. 16, § 5º Os efeitos do acordo de leniência serão estendidos às pessoas jurídicas que integram o
mesmo grupo econômico, de fato e de direito, desde que firmem o acordo em conjunto, respeitadas
as condições nele estabelecidas.
Na letra “d”, a celebração de acordo de leniência interrompe o prazo prescricional dos respec-
tivos atos ilícitos cometidos.
Art. 16, § 9º A celebração do acordo de leniência interrompe o prazo prescricional dos atos ilícitos
previstos nesta Lei.
Na letra “e”, o prazo do impedimento (3 anos), começa a ser contado a partir do conhecimento,
pela administração pública, do referido descumprimento.
Art. 16, § 8º Em caso de descumprimento do acordo de leniência, a pessoa jurídica ficará impedida
de celebrar novo acordo pelo prazo de 3 (três) anos contados do conhecimento pela administração
pública do referido descumprimento.
Letra b.
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Para responder à questão, façamos uso das disposições do art. 6º da Lei n. 12.846, que esta-
belece as sanções que podem ser aplicadas, na órbita administrativa, para as pessoas jurídi-
cas consideradas responsáveis pelos atos lesivos contra a Administração Pública.
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Art. 10. O processo administrativo para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica será con-
duzido por comissão designada pela autoridade instauradora e composta por 2 (dois) ou mais ser-
vidores estáveis.
c) Errada. O processo, juntamente com o relatório, será remetido à autoridade instauradora, e
não à autoridade superior, para julgamento.
Art. 12. O processo administrativo, com o relatório da comissão, será remetido à autoridade instau-
radora, na forma do art. 10, para julgamento.
d) Errada. Diversamente do que afirmado, o artigo 13 estabelece que:
Art. 15. A comissão designada para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica, após a con-
clusão do procedimento administrativo, dará conhecimento ao Ministério Público de sua existência,
para apuração de eventuais delitos.
Letra b.
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041. (VUNESP/IPSMI/PROC/2016) A Lei n.º 12.846/13, também conhecida por Lei An-
ticorrupção,
a) aplica-se tanto a pessoas físicas quanto pessoas jurídicas, por atos lesivos à Administração
Pública, nacional ou estrangeira.
b) prevê responsabilização administrativa, civil e penal, por atos lesivos à Administração Públi-
ca, nacional ou estrangeira.
c) prevê que a responsabilização da pessoa jurídica exclui a responsabilidade individual de
seus dirigentes ou administradores, por atos lesivos à Administração Pública, nacional ou
estrangeira.
d) prevê a possibilidade de celebração de acordo de leniência que, uma vez integralmente cum-
prido, exime da obrigação de reparar o dano causado.
e) equipara organização pública internacional à administração pública estrangeira.
a) Errada. As disposições da Lei n. 12.846 não são aplicáveis às pessoas físicas, mas sim
apenas às pessoas jurídicas.
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a responsabilização objetiva administrativa e civil de pessoas jurídicas
pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira.
b) Errada. Conforme pode ser verificado no mencionado artigo 1º, as esferas de responsabili-
zação previstas no texto da Lei Anticorrupção são a civil e administrativa. Logo, não há previ-
são de responsabilização na órbita penal.
c) Errada. Diferente do que informado, o artigo 3º determina que:
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A responsabilização da pessoa jurídica não exclui a responsabilidade individual de seus dirigentes
ou administradores ou de qualquer pessoa natural, autora, coautora ou partícipe do ato ilícito.
d) Errada. De acordo com o § 3º do artigo 16:
O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar integralmente o dano
causado.
e) Certa. De acordo com as disposições legais, equiparam-se à administração pública estran-
geira as organizações públicas internacionais.
Art. 5º, § 2º Para os efeitos desta Lei, equiparam-se à administração pública estrangeira as organi-
zações públicas internacionais.
Letra e.
Art. 16, § 2º A celebração do acordo de leniência isentará a pessoa jurídica das sanções previstas
no inciso II do art. 6º e no inciso IV do art. 19 e reduzirá em até 2/3 (dois terços) o valor da multa
aplicável. (Erro da Letra A)
§ 3º O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar integralmente o
dano causado. (Letra B)
§ 5º Os efeitos do acordo de leniência serão estendidos às pessoas jurídicas que integram o mes-
mo grupo econômico, de fato e de direito, desde que firmem o acordo em conjunto, respeitadas as
condições nele estabelecidas. (Erro da Letra E)
§ 7º Não importará em reconhecimento da prática do ato ilícito investigado a proposta de acordo de
leniência rejeitada. (Erro da Letra C)
§ 9º A celebração do acordo de leniência interrompe o prazo prescricional dos atos ilícitos previstos
nesta Lei. (Erro da Letra D)
Letra b.
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Art. 4º, § 1º Nas hipóteses de fusão e incorporação, a responsabilidade da sucessora será restrita à
obrigação de pagamento de multa e reparação integral do dano causado, até o limite do patrimônio
transferido, não lhe sendo aplicáveis as demais sanções previstas nesta Lei decorrentes de atos e
fatos ocorridos antes da data da fusão ou incorporação, exceto no caso de simulação ou evidente
intuito de fraude, devidamente comprovados.
d) Certa. Temos aqui a perfeita definição do artigo 1º da norma em estudo, de seguinte reda-
ção:
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Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a responsabilização objetiva administrativa e civil de pessoas jurídicas
pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira.
e) Errada. De acordo com o artigo 4º:
a) Errada. Com a celebração do acordo de leniência, não teremos a isenção, mais sim a redu-
ção do valor e pagamento da multa aplicável.
Art. 16, § 2º A celebração do acordo de leniência isentará a pessoa jurídica das sanções previstas
no inciso II do art. 6º e no inciso IV do art. 19 e reduzirá em até 2/3 (dois terços) o valor da multa
aplicável.
b) Certa. Com a celebração do acordo, as pessoas jurídicas ficam isentas das seguintes san-
ções:
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Art. 16, § 1º O acordo de que trata o caput somente poderá ser celebrado se preenchidos, cumulati-
vamente, os seguintes requisitos:
III – a pessoa jurídica admita sua participação no ilícito e coopere plena e permanentemente com as
investigações e o processo administrativo, comparecendo, sob suas expensas, sempre que solicita-
da, a todos os atos processuais, até seu encerramento.
d) Errada. Ao contrário do que informado, estabelece o artigo 9º que:
A celebração do acordo de leniência interrompe o prazo prescricional dos atos ilícitos previstos
nesta Lei.
e) Errada. A celebração do acordo deverá ser realizada com a autoridade máxima do órgão ou
entidade, nos termos do artigo 16:
Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública poderá celebrar acordo de leniên-
cia com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei que colaborem
efetivamente com as investigações e o processo administrativo, sendo que dessa colaboração re-
sulte (...)
Letra b.
045. (FGV/XXIX EXAME/OAB UNI NAC/2019) Determinado jornal publicou a notícia de que,
nos últimos dez anos, a mesma empreiteira (sociedade empresária Beta) venceu todas as
grandes licitações promovidas pelo Ministério Alfa. A sociedade empresária Beta, ciente do
risco de serem descobertos os pagamentos sistemáticos de propina a servidores públicos em
troca de vantagens competitivas, resolve procurar as autoridades competentes para propor a
celebração de acordo de leniência.
Com base na hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta.
a) É requisito do acordo de leniência o compromisso da sociedade empresária de fazer cessar
seu envolvimento na irregularidade investigada, qual seja, o pagamento de propina a servido-
res públicos em troca das vantagens competitivas.
b) A assinatura do acordo de leniência está condicionada à efetiva colaboração da sociedade
empresária na elucidação dos fatos, mas a pessoa jurídica não precisa indicar os agentes pú-
blicos recebedores da propina.
c) Para premiar a colaboração da sociedade empresária Beta, o poder público pode isentá-la
do pagamento de multa pela prática de atos lesivos à Administração Pública.
d) A proposta e os termos do acordo propriamente dito são sempre sigilosos, medida necessá-
ria para impedir que outras instituições públicas venham a utilizar as informações em prejuízo
da sociedade empresária leniente.
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Art. 16, § 1º O acordo de que trata o caput somente poderá ser celebrado se preenchidos, cumulati-
vamente, os seguintes requisitos:
II – a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento na infração investigada a partir da
data de propositura do acordo;
b) Errada. Quando couber, a pessoa jurídica deve informar os demais envolvidos no cometi-
mento da infração. No caso apresentado, tais envolvidos são os servidores que estavam rece-
bendo propina.
Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública poderá celebrar acordo de leniência
com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei que colaborem efe-
tivamente com as investigações e o processo administrativo, sendo que dessa colaboração resulte:
I – a identificação dos demais envolvidos na infração, quando couber;
c) Errada. De acordo com o § 2º do artigo 16:
A celebração do acordo de leniência isentará a pessoa jurídica das sanções previstas no inciso II do
art. 6º e no inciso IV do art. 19 e reduzirá em até 2/3 (dois terços) o valor da multa aplicável.
Assim sendo, a pessoa jurídica não terá a isenção da multa, mas sim a sua redução em até 2/3
do respectivo valor.
d) Errada. De acordo com o § 6º do artigo 16:
A proposta de acordo de leniência somente se tornará pública após a efetivação do respectivo acor-
do, salvo no interesse das investigações e do processo administrativo.
Logo, a regra geral, conforme informado pelo mencionado artigo, é que a proposta de acordo
de leniência se torne pública após a efetivação do acordo.
Letra a.
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d) comparecer, quando solicitada, a todos os atos processuais, até a fase de instrução, ainda
que sob as expensas do erário;
e) ser a primeira a se manifestar sobre seu interesse em cooperar para a apuração do ato ilícito.
Vejamos, de acordo com as disposições da Lei n. 12.846, os requisitos que devem ser atendi-
dos, cumulativamente, para a celebração de acordo de leniência.
Art. 16, § 1º O acordo de que trata o caput somente poderá ser celebrado se preenchidos, cumulati-
vamente, os seguintes requisitos:
I – a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu interesse em cooperar para a apura-
ção do ato ilícito;
II – a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento na infração investigada a partir da
data de propositura do acordo;
III – a pessoa jurídica admita sua participação no ilícito e coopere plena e permanentemente com as
investigações e o processo administrativo, comparecendo, sob suas expensas, sempre que solicita-
da, a todos os atos processuais, até seu encerramento.
Letra e.
a) promova o ressarcimento integral do dano ao erário no momento em que for firmado o acor-
do de leniência e seja proibida de contratar com o poder público pelo período de 5 (cinco) anos;
b) permaneça com seus bens indisponíveis, no limite do valor do dano ao erário, até o integral
ressarcimento e seja proibida de receber incentivos, subsídios, subvenções ou empréstimos
de órgãos ou entidades públicas pelo prazo de 5 (cinco) anos;
c) seja proibida de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos de
órgãos ou entidades públicas e de instituições financeiras públicas ou controladas pelo poder
público, pelo prazo de 5 (cinco) anos;
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Basicamente, três são os requisitos que devem ser observados para a celebração do acordo de
leniência, conforme previsão do § 1º do artigo 16:
Art. 16, § 1º O acordo de que trata o caput somente poderá ser celebrado se preenchidos, cumulati-
vamente, os seguintes requisitos:
I – a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu interesse em cooperar para a apura-
ção do ato ilícito;
II – a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento na infração investigada a partir da
data de propositura do acordo;
III – a pessoa jurídica admita sua participação no ilícito e coopere plena e permanentemente com as
investigações e o processo administrativo, comparecendo, sob suas expensas, sempre que solicita-
da, a todos os atos processuais, até seu encerramento.
Claramente se percebe, desta forma, que a resposta da questão é a letra “d”.
Letra d.
Na esfera administrativa, duas são as sanções que podem vir a ser aplicadas às pessoas jurí-
dica pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira.
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I – multa, no valor de 0,1% (um décimo por cento) a 20% (vinte por cento) do faturamento bruto do
último exercício anterior ao da instauração do processo administrativo, excluídos os tributos, a qual
nunca será inferior à vantagem auferida, quando for possível sua estimação; e
II – publicação extraordinária da decisão condenatória.
Letra a.
Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública poderá celebrar acordo de leniência
com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei que colaborem efe-
tivamente com as investigações e o processo administrativo, sendo que dessa colaboração resulte:
I – a identificação dos demais envolvidos na infração, quando couber;
II – a obtenção célere de informações e documentos que comprovem o ilícito sob apuração.
Letra a.
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Nas hipóteses de fusão e incorporação, e desde que as medidas sejam feitas de forma legal
(sem fraudes), a responsabilidade da sucessora será restrita à obrigação de pagamento de
multa e reparação integral do dano causado, até o limite do patrimônio transferido.
a) Errada. A celebração de acordo de leniência interrompe o prazo prescricional dos atos ilíci-
tos previstos em lei.
Art. 16, § 9º A celebração do acordo de leniência interrompe o prazo prescricional dos atos ilícitos
previstos nesta Lei.
b) Errada. O acordo de leniência apenas poderá ser celebrado caso, dentre outros requisitos,
a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento na infração investigada a partir da
data de propositura do acordo.
Art. 16, § 1º O acordo de que trata o caput somente poderá ser celebrado se preenchidos, cumulati-
vamente, os seguintes requisitos:
I – a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu interesse em cooperar para a apura-
ção do ato ilícito;
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II – a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento na infração investigada a partir da
data de propositura do acordo;
c) Errada. De acordo com o § 2º do artigo 16:
A celebração do acordo de leniência isentará a pessoa jurídica das sanções previstas no inciso II do
art. 6º e no inciso IV do art. 19 e reduzirá em até 2/3 (dois terços) o valor da multa aplicável.
d) Certa. Trata-se da literalidade de um dos mais importantes dispositivos relacionados com
o acordo de leniência.
Art. 16, § 3º O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar integralmen-
te o dano causado.
e) Errada. Ao contrário do que afirmado, determina o § 10 do artigo 16 que:
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a responsabilização objetiva administrativa e civil de pessoas jurídicas
pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto nesta Lei às sociedades empresárias e às sociedades sim-
ples, personificadas ou não, independentemente da forma de organização ou modelo societário
adotado, bem como a quaisquer fundações, associações de entidades ou pessoas, ou sociedades
estrangeiras, que tenham sede, filial ou representação no território brasileiro, constituídas de fato ou
de direito, ainda que temporariamente.
b) Errada. A responsabilização das pessoas jurídicas ocorre de forma objetiva, ou seja, inde-
pendente de dolo ou culpa.
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Art. 2º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas objetivamente, nos âmbitos administrativo e
civil, pelos atos lesivos previstos nesta Lei praticados em seu interesse ou benefício, exclusivo ou
não.
c) Errada. Nesta situação, a responsabilidade da sucessora será restrita à obrigação de paga-
mento de multa e reparação integral do dano causado, até o limite do patrimônio transferido.
Art. 3º, § 2º Os dirigentes ou administradores somente serão responsabilizados por atos ilícitos na
medida da sua culpabilidade.
Letra e.
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e) suspende o prazo prescricional para responsabilização dos atos ilícitos previstos na Lei An-
ticorrupção, desde que seja ratificado pelo Ministério Público.
A alternativa correta é a letra “a”. Ainda que ocorra a celebração de acordo de leniência, a me-
dida não exige a pessoa jurídica da obrigação de reparar integralmente o dano causado.
Art. 16, § 3º O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar integralmen-
te o dano causado.
Vejamos o erro das demais alternativas:
b) A responsabilização das pessoas jurídicas ocorre de forma objetiva, ou seja, independente
de dolo ou culpa.
Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública poderá celebrar acordo de leniên-
cia com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei que colaborem
efetivamente com as investigações e o processo administrativo, sendo que dessa colaboração re-
sulte (...)
d) Em relação à multa, o que ocorre é a redução de 2/3 do valor, e não, conforme informado, a
isenção.
Art. 16, § 2º A celebração do acordo de leniência isentará a pessoa jurídica das sanções previstas
no inciso II do art. 6º e no inciso IV do art. 19 e reduzirá em até 2/3 (dois terços) o valor da multa
aplicável.
e) De acordo com o § 9º do artigo 16:
A celebração do acordo de leniência interrompe o prazo prescricional dos atos ilícitos previstos
nesta Lei.
Letra a.
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Art. 16, § 7º Não importará em reconhecimento da prática do ato ilícito investigado a proposta de
acordo de leniência rejeitada.
Certo.
O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar integralmente o dano
causado.
Errado.
Art. 16, § 9º A celebração do acordo de leniência interrompe o prazo prescricional dos atos ilícitos
previstos nesta Lei.
Errado.
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Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a responsabilização objetiva administrativa e civil de pessoas jurídicas
pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto nesta Lei às sociedades empresárias e às sociedades sim-
ples, personificadas ou não, independentemente da forma de organização ou modelo societário
adotado, bem como a quaisquer fundações, associações de entidades ou pessoas, ou sociedades
estrangeiras, que tenham sede, filial ou representação no território brasileiro, constituídas de fato ou
de direito, ainda que temporariamente.
Em todas estas situações, o processo administrativo destinado à apuração dos ilícitos pode
ser instaurado de ofício (iniciativa do Poder Público), por meio da autoridade máxima de cada
órgão ou entidade.
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Na aplicação das sanções, uma série de fatores serão levados em conta, conforme previsão
do artigo 7º:
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As sociedades controladoras, controladas, coligadas ou, no âmbito do respectivo contrato, as con-
sorciadas serão solidariamente responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei, restringindo-
-se tal responsabilidade à obrigação de pagamento de multa e reparação integral do dano causado.
Desta forma, está correto o que se afirma na letra “d”.
Letra d.
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GABARITO
1. c 21. E 41. e
2. c 22. C 42. b
3. C 23. C 43. d
4. E 24. c 44. b
5. E 25. a 45. a
6. E 26. c 46. e
7. b 27. e 47. d
8. a 28. d 48. a
9. d 29. c 49. a
10. a 30. c 50. C
11. E 31. e 51. d
12. C 32. a 52. e
13. C 33. d 53. a
14. E 34. a 54. C
15. e 35. c 55. E
16. E 36. c 56. E
17. E 37. b 57. C
18. C 38. d 58. E
19. C 39. b 59. E
20. E 40. C 60. d
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Diogo Surdi
Diogo Surdi é formado em Administração Pública e é professor de Direito Administrativo em concursos
públicos, tendo sido aprovado para vários cargos, dentre os quais se destacam: Auditor-Fiscal da Receita
Federal do Brasil (2014), Analista Judiciário do TRT-SC (2013), Analista Tributário da Receita Federal do
Brasil (2012) e Técnico Judiciário dos seguintes órgãos: TRT-SC, TRT-RS, TRE-SC, TRE-RS, TRT-MS e MPU.
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