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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE DESIGN E MODA
CURSO DE MODA

BRUNA LOPES DA SILVA RA:115041


LUCAS WILLIANS DE CAMPOS RA:118023

COMO O DESIGN DE BOLSAS PODE AUXILIAR NA ADAPTAÇÃO DE


CRIANÇAS COM AUTISMO AOS AMBIENTE

CIANORTE
2020
BRUNA LOPES DA SILVA RA:115041
LUCAS WILLIANS DE CAMPOS RA:118023

COMO O DESIGN DE BOLSAS PODE AUXILIAR NA ADAPTAÇÃO DE


CRIANÇAS COM AUTISMO AOS AMBIENTE

Trabalho apresentado à disciplina


Fundamentos do Design Aplicados à Moda do
Departamento de Design e Moda, Centro de
Tecnologia da Universidade Estadual de Maringá.
Professora: Dra Luciane do Prado Carneiro
CIANORTE
2020
PÚBLICO ALVO

A concepção de autismo ou Transtornos do Espectro Autista (TEA) no qual


temos conhecimento é decorrente das correntes de pesquisas e análises iniciais de
Kanner (1943), seguidas por Kolvin (1971) e Rutter (1972), conforme as averiguações
trata-se de uma síndrome comportamental, reúne desordens do desenvolvimento
neurológico, no qual as crianças que foram pesquisadas viviam em um mundo próprio,
dentro de si, com suas individuais formas de analisar e compreender o mundo externo,
por causa disso o nome “auto”; podendo ser caracterizada pelo comprometimento
importante em três áreas do desenvolvimento: habilidades de interação social recíproca,
habilidades de comunicação, e presença de comportamentos, interesses e atividades
estereotipadas.
As crianças com TEA apontam certos impasses na percepção de acontecimentos
compartilhados, de exteriorizar o que sentem ou pensam nas mais diversas situações,
que acaba comprometendo seu desenvolvimento integral. 
Embora significativos progressos e descobertas na área ainda não foi viável a
identificação de um marcador biológico que permita um exame para confirmação de
diagnóstico, os processos ainda seguem seus primórdios com as avaliações de mutações
no desenvolvimento do feto e a herança genética passada além da observação direta dos
comportamentos da criança somadas ao histórico de vida do mesmo. Não contamos
apenas com um subtipo do transtorno, é tão complexo e abrangente que utiliza-se o
termo “espectro” pelos vários níveis de comprometimento, uma criança autista nunca
será igual a outra, cada uma apresenta suas peculiaridades; entretanto há uma
classificação enquanto aos níveis de gravidade de autismo, sendo eles: leve, moderado e
severo.
As pessoas que se enquadram no primeiro nível do TEA, podem ser capazes de
se comunicar verbalmente e ter alguns relacionamentos, preferência por manter rotinas
estabelecidas e se sentem desconfortáveis com mudanças ou imprevistos, requerem
apenas um suporte para as tarefas do cotidiano, também reconhecidos como grupo de
alta funcionalidade.
Já as pessoas com o segundo nível, o moderado, geralmente apresentam mais
dificuldades com as habilidades sociais e em situações sociais, certo desconforto,
podem ou não se comunicar verbalmente, pode ser mais atípico; e uma possível
necessidade de apoio para as atividades diárias. Pessoas com autismo moderado
exprimem comportamentos restritivos e repetitivos, todavia, gostam de manter rotinas
ou hábitos que, se forem interrompidos, podem causar desconforto e/​​ou perturbação.
Enquanto que os indivíduos com autismo severo necessitam de muito apoio,
visto que é a forma mais grave do transtorno. Apresentam dificuldade significativa na
comunicação e habilidades sociais, têm comportamentos restritivos e repetitivos que
atrapalham seu funcionamento nas atividades cotidianas. Embora alguns consigam se
comunicar verbalmente, muitos não falam ou não usam palavras como forma de
comunicação. As pessoas com autismo severo carecem de muito auxílio para aprender
habilidades importantes para a vida cotidiana.
A escolha de público alvo por sua vez foi desenvolvida voltada para as crianças
autistas e as respectivas mães, no qual a bolsa seria projetada com o intuito de auxiliar
nos momentos de crise como relaxante e/ou calmante e também como forma de
estimular a interação da criança com o meio; para a elaboração do trabalho foi realizado
uma pesquisa qualitativa, aplicado um questionário voltado para as mamães, a fim de
coletar informações bases, paralelamente houve uma orientação com uma especialista
na aérea, psicopedagoga atuante que desmistificou os achismos e o repertório de
conhecimento comum, sanou dúvidas e expôs estratégicas pedagógicas funcionais que
são utilizadas no acompanhamento das crianças para seu desenvolvimento e
estimulação.
O questionário desenvolvido pela dupla consistia em perguntas sobre o cotidiano
da mãe e de seu filho e a inserção e adaptação do mesmo em ambiente escolar com o
objetivo de compreender as necessidades deste grupo.
Figura 1: Questões elaboradas do questionário 
Fonte: Google Forms

Figura 2: Questões elaboradas do questionário 

Fonte: Google Forms

Com a linha de pesquisa foi estabelecida a faixa etária da criança, de 4 a 10 anos,


os quais se integra ao grupo de alta funcionalidade nível leve de TEA; que frequenta o
âmbito escolar, uma vez que a bolsa será para ser utilizada na ida a escola; camada
social pertencentes a classe D e C, e o viés criativo com o trabalho do hiperfoco relatado
pelas mães.
Os atributos e elementos que serão empregados no design da bolsa dispõe além
de um mero aspecto visual, por sua vez apurado conciliando com os estímulos e
percepções sensoriais da criança, para efetividade da experiência será aplicado a
cromoterapia, texturas, sistema pec e simulação de estímulos ponderado.

Bolsa
De acordo com o movimento artístico escolhido, o surrealismo foi utilizado como
inspiração a obra Paisagem Catalã: O caçador, 1924 por Joan Miró; é uma pintura a óleo
que retrata o conceito dos sonhos e alucinações que o hemisfério teve de ultrapassar na
fase de criação.
Figura 3: Paisagem Catalã, Joan Miró 
Fonte: Pinterest

Os elementos da obra presentes na composição da bolsa consistem nas cores e o


uso das formas geométricas possuindo um estilo visual limpo. A mochila foi totalmente
projetada voltada para um uso terapêutico de estimulação criativa, relaxante e um
melhor atendimento prático para a criança, desse modo para os fechos serão utilizados
velcros
que tem uma melhor aceitação com os pequenos. Na parte da frente é subdivido em
duas, a parte inferior consiste em quatro colunas com os desenhos em alto relevo no
tecido minky, em que a primeira coluna e a terceira dispõe de figuras geométricas
semelhantes, a segunda são figuras de dinossauros e a quarta figuras de pinguins; os
desenhos estão correlacionados com o hiperfoco da criança já o alto relevo com o tecido
minky é para impulsionar o lado imaginativo. A parte inferior temos uma agenda
desenvolvida com o sistema pec, este sistema expressa-se de um método de
comunicação alternativa e aumentativa no qual permite o diálogo por meio das figuras,
estas figuras contêm expressões, imagens do cotidiano, em que a criança consegue
montar uma sequência colando a imagem no velcro, verbalizando o pensamento ou a
ação; este sistema pode ser utilizado tanto na conversa como uma agenda do pequeno.

Figura 4: Frente da mochila


Já na lateral é composto apenas com o tecido minky na sua forma lisa, por sua
vez comprovado que atua como relaxante após a sensação do toque.

Figura 5: Lateral da Mochila

Enquanto as costas da mochila contém o sistema de estimulação ponderado,


simplificadamente seria “colocar peso nas alças e no compartimento de trás”, esse
método já é utilizado em cobertores e coletes para pessoas autistas pois há uma
simulação de toque profundo, como o que acontece por meio de um abraço, alguns
indivíduos com a síndrome apresenta certos receios, recuos e o ato de rejeitar certos atos
em que há um contato expressivo envolvendo uma segunda pessoa porém gostam da
sensação que é sentida pelo ato, deste modo o sistema serve como um intermediário,
além de proporcionar uma propriocepção que melhora a resposta sensorial e o controle
motor. Na mochila foi implementado com compartimentos feitos de brim com forro de
tecido de algodão que podem ser preenchidos com polipropileno que por sua vez é
antialérgico e anti tóxico.

Figura 6: Costas da mochila


REFERÊNCIAS
Como acalmar crianças autistas: 5 produtos de estímulo de toque profundo. IEAE.
Disponível em <
https://blog.ieac.net.br/como-acalmar-criancas-autistas-5-produtos-de-estimulo-de-toqu
e-profundo/amp/ >. 2018. Acesso em: 28/11/2020

Quais os níveis de intensidade no autismo?. Neurosaber. Disponível em <


https://institutoneurosaber.com.br/quais-os-niveis-de-intensidade-no-autismo/ >.
27/10/2020. Acesso em: 03/12/2020.

Temple Grandin e o autismo: uma análise do filme. Scielo. Disponível em <


http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-65382012000200002#:~
:text=O%20longa%2Dmetragem%20lan%C3%A7ado%20em,Grandin%2C%20interpre
tada%20por%20Claire%20Daines >. 10/02/2012. Acesso em: 03/12/2020.

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