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A um tempo atrás eu assisti a um experimento feito com crianças com menos de 1 ano de

idade.

Foi montado uma espécie de teatro e apresentado uma mini peça estrelando três ursinhos de
pelúcia, digamos um verde, um azul e um amarelo e consistia em:

Um ursinho de pelúcia, vamos dizer que era o verde, tentava abrir uma caixa com um
brinquedo dentro, mas falhava então o ursinho amarelo o ajudava e então o ursinho verde
alcançava o seu objetivo. Depois disso a cena se repetia, o ursinho verde tentava novamente
abri a caixa com um brinquedo dentro, mas dessa vez o ursinho azul impedia de abrir.

Depois dessas duas cenas foi oferecido as crianças a escolha entre os ursinhos azul e amarelo e
mais de 80% escolheram o amarelo, o que ajudou o outro.Mas o experimento tinha uma
continuação.

Outra cena com 3 ursinhos o ursinho verde, o que tentava abrir a caixa e azul, o ursinho mal de
anteriormente e um novo personagem um vermelho novamente:

Um ursinho vermelho estava brincando com uma bolinha, ele deixa cair essa bolinha e o
ursinho azul de antes pega a bolinha e devolve, novamente o ursinho vermelho fica brincando
com a bolinha e deixa cair de novo, mas dessa vez o ursinho verde pega a bolinha e não
devolve.

E então é mostrada a cena anterior para o bebê, e dessa vez novamente, 80% deles escolhem
o ursinho azul.

O que tudo isso tem a ver com a mensagem de hoje, eu não sei os irmão, mas se eu tivesse
assistindo essa mensagem eu perguntaria.

Essa experimento mostra que crianças de poucos messes de idade já sabem diferenciar o certo
do errado e escolhem apoiar o certo.

Deus criou o homem a sua imagem e semelhança:

Patriarcas e profetas na página 45 fala sobre Adão:

O homem deveria ter a imagem de Deus, tanto na aparência

exterior como no caráter.(Ou seja o ponteiro moral.)

(...) o homem foi formado à semelhança de Deus.

Sua natureza estava em harmonia com a vontade de Deus. A mente

era capaz de compreender as coisas divinas. As afeições eram puras;

os apetites e paixões estavam sob o domínio da razão. Ele era santo

e feliz, tendo a imagem de Deus, e estando em perfeita obediência à

Sua vontade.

Esse experimento mostra que apesar de seis mil anos se passarem depois da queda do
homem, ainda podemos apontar o que é errado mesmo não tendo maturidade nenhuma. A
nossa moral está corrompida, mas ainda podemos apontar o que é correto.
Então eu pergunto quem é o responsável pela consciência moral de crianças de poucos meses
de idade e em nós?

Deus, Ele é o responsável pela bussola moral em nós.

Deus é nosso criador e autor do nosso ponteiro moral.

Logo Ele sabe o que é certo e errado, certo?

Parece uma pergunta óbvia, e não querendo comparar-nos a Deus, mas qual é a nossa atitude
para com aqueles que fazem o bem?

Nossa atitude mais comum é como a dos bebês do experimento, certo? Dar apoio, suporte aos
que fazem o bem. Gostamos daqueles que fazem o bem a nós e a outros e assim como o
ponteiro moral, concluo que isso foi colocado em nós por Deus.

Logo a atitude de Deus seria semelhante à nossa correto? Deus não é hipócrita, ele agiria
conforme instrui.

Então por que coisas ruins acontecem com pessoas que fazem o certo e coisas boas
acontecem com quem faz o errado?

Deus está no controle de tudo ele não poderia fazer com que cada um recebesse o que
merece?

Nessa mensagem eu vou tentar dar uma resposta para essa pergunta.

Existem três livros na Bíblia que se complementam na resposta dessa pergunta: Provérbios,
Eclesiastes e Jó. E vamos passar rapidamente por eles enquanto respondemos essas
perguntas.

Não estou falando de um texto no livro que responde, esses livros inteiros são complementos
para a resposta para essa pergunta, cada um responde a pergunta da sua maneira.

Então vamos começar. O que nos fala Provérbios?

O livro de Provérbios é uma coleção de sabedoria, afinal foi escrito por Salomão, o homem
mais sábio que existiu na terra. É o livro perfeito para se ler quando se precisa de um conselho
bem específico, Ele tem conselhos sobre tudo: Relacionamento, trabalho, integridade,
dinheiro, organização, família espiritualidade, coisas que não descobriríamos por nós mesmos.
Mas o que fez Salomão ser tão sábio?

Claro, Deus deu diretamente a sabedoria para Salomão, mas no livro ele apresenta um ponto
de vista que a maioria das pessoas não veem, que é como ele recomenda as pessoas usarem
para serem sábias. Ele vê uma força criativa invisível no universo que guia as pessoas em como
elas devem viver (se não me engano já falamos disso no experimento com os bebês, sim
Salomão já tinha falado sobre isso). Continuando, essa força é invisível, mas assim como a
gravidade afeta tudo e tudo o que fazemos.
E que força é essa? (Muitos do irmão que leram provérbios podem não entender)

Em Hebraico é nomeado HORHKMAH, mas a maioria das traduções usam a palavra


SABEDORIA. E estudando mais profundamente a SABEDORIA é apresentada em Provérbios
como um atributo de Deus e através dela foi criado o MUNDO então está presente em tudo
tanto é que as coisas se mantem pela sabedoria de Deus e assim como a gravidade é uma lei
que faz parte do nosso dia.

Cada vez que fazemos escolhas boas, sábias e justas, estamos colocando a SABEDORIA a nosso
favor e cada vez que alguém faz más escolhas estão trabalhando contra SABEDORIA.

Como diz Provérbios 1:32, 33 O desvio dos tolos os levará a Destruição, mas o que dá ouvidos
a sabedoria habitará seguro.

Segundo Provérbios o próprio Universo criado por Deus tem uma lei moral um padrão de
causa e efeito e ninguém pode escapar.

Salomão personifica a Sabedoria como uma senhora que anda pelo mundo que se faz
disponível para todos os que ouvem e querem aprender.

Ou seja a sabedoria está disponível para todos e todos podem interagir com ela e fazer dela
uso para ter uma boa vida para si mesmo e outros. (Capítulo 3)

Então é só fazer bom uso da sabedoria que tudo dá certo nas nossas vidas, certo?

Quase isso, porque lembremos, SABEDORIA não é apenas uma lei de causa e efeito é um
atributo do próprio Deus, ou seja, na jornada para se tornar sábio deve começar com o que
Provérbios chama de Temor do Senhor, que é primeiramente de tudo obedecer as
estipulações de Deus.

E essa mensagem é a que resume os capítulos 1-9, mas quando falamos de Provérbios
relacionamos com os provérbios dos capítulos 10-31.

E de forma resumida eles são uma coleção de guias para uma vida bem-sucedida, se
basearmos nossa vida de acordo com esses conselhos tudo vai dar certo em nossas vidas. Essa
é a promessa do livro de Provérbios.

E é uma mensagem verdadeira, mas muitas pessoas e eu mesmo incluindo argumentam que é
uma mensagem muito bilateral e simples: faça o bem e o bem será retribuído a você nem
sempre faz sentido no mundo em que vivemos, por que as vezes coisas muito ruins acontecem
com pessoas boas e sábias e as vezes pessoas tolas e más são recompensadas, alguns podem
dizer que nem é as vezes e que não funciona da maneira que Provérbios diz que deve
funcionar.
E é por isso que agora vamos para o próximo livro da nossa curta lista, Eclesiastes por que ele
vai dar mais uma parte da resposta.

Quando chegamos em Eclesiastes temos o oposto do que acabou de ser apresentado é como
se Salomão, que também é o autor desse livro, dissesse:

Então acham que usar SABEDORIA vai lhe trazer sucesso... pensem novamente, por que a vida
debaixo do Sol é vaidade.

Para entender melhor Eclesiastes é importante observar que há duas vozes no livro, primeiro
tem o Pregador, Salomão que é a principal voz do livro, mas ele nos é apresentado por outra
figura, o autor do livro, que faz a junção das palavras de Salomão e nos dá a última palavra.

E o que o livro fala?

O livro de Eclesiastes foca em três coisas sobre o mundo, que, na maioria das vezes
procuramos evitar, por serem deprimentes.

A primeira é: A marcha do tempo

Eclesiastes 1:4 e 11 fala:

Geração vai e geração vem; mas a terra permanece para sempre.

Já não há lembrança das pessoas que precederam; e das pessoas posteriores também não
haverá memória entre os que hão de vir depois delas.

Isso trás a nossa mente que em uma escala cósmica nossa existência é apenas um lampejar no
tempo.

O que nos leva a segunda observação de Salomão:

Todos morrem inclusive nós

Eclesiastes 3:19 e 9:2 e 3

Os filhos dos homens tem o mesmo destino dos animais a morte

O mesmo acontece ao justo e ao ímpio, ao bom e ao puro, como ao impuro

Este é o mal que há em tudo quanto se faz debaixo do sol: a todos sucede o mesmo rumo aos
mortos.

Nessa altura muitos podem pensar que esse livro é deprimente, e apesar de ser o meu livro
favorito da Bíblia não nego que não é uma mensagem tão esperançosa, mas ainda não
acabamos ainda tem uma ultima mensagem.
A terceira observação feita no livro é:

A natureza aleatória da vida.

Em Provérbios a natureza não é aleatória há uma clara causa e efeito relação entre fazer o que
é certo e ser recompensado, mas acontece que a vida nem sempre funciona dessa maneira.
Salomão, agora já mais de idade observa uma falha no sistema e ele chama de chance ou
como fala:

Eclesiastes 9:11

Voltei-me, e vi debaixo do sol que não é dos mais rápidos a corrida, nem dos fortes a batalha,
nem dos sábios o pão, nem dos prudentes as riquezas, nem tampouco dos entendidos o favor,
mas que o tempo e a oportunidade ocorrem a todos.

O que é apresentado aqui é que não podemos ter controle sobre nada na vida é tudo muito
imprevisível e aleatório, se queremos dominar nossa vida estamos nos condenando a falhar.

Durante todo o livro de Eclesiastes Salomão usa uma metáfora para ligar todas essas ideias,
mais de 40 vezes ele diz que tudo na vida é HEVEL, é uma palavra em Hebraico que quer dizer
fumaça ou vapor.

Como a fumaça a vida toma uma forma, mas antes de observamos direito toma outra forma e
muitas vezes fumaça pode parecer sólida, mas ao tentar pega-la vai escapar pelos dedos e se
estamos cercados por ela não podemos ver claramente.

As traduções modernas não utilizam mais essa metáfora e geralmente traduzem HEVEL como
vaidade, mas observando de perto vaidade que dizer que algo é vão e vazio e dizer que a vida
é vaidade é como dizer que a vida não tem sentido e não é isso que Salomão quer dizer que a
vida não tem sentido, mas sim afirma que a vida não tem um sentido claro. Como a fumaça a
vida pode ser confusa, desorientadora e incontrolável.

Mas mesmo com todo esse pessimismo Salomão reconhece a perspectiva de Provérbios que
se deve aprender a Sabedoria e ter o temor de Deus, mesmo que isso não te garanta sucesso
porque essa é a coisa certa a se fazer, Salomão nos fala que devido ao fato de não podermos
controlar nossa vida devemos parar de tentar. Aprenda a Sabedoria com o coração aberto, por
que só temos controle sobre uma coisa que é nossa atitude para com o memento presente,
não se preocupem ele fala no capítulo 12, apreciemos a vida temendo a Deus, pois ela é um
presente de Deus.

No final do livro o autor a partir do versículo 9 do último capítulo apresenta o objetivo de um


livro semi- deprimente como esse é para nos trazer humildade e nos dá uma palavra de
esperança. Dizendo que a vida tem um sentido mesmo quando não conseguimos ver, basta
confiar em deus que um dia ele vai tirar toda HEVEL e vai trazer a justiça sobre tudo o que foi
feito na terra.

Como diz no versículo 13

De tudo o que se tem ouvido, o resumo é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos;

E esse é o livro de Eclesiastes, mas ainda tem mais um livro que precisamos passar para
chegarmos definitivamente perto da resposta a nossa pergunta.
Esse é o livro de Jó:

Mas antes de passar por Jó, podemos lembrar dos livros anteriores.

Provérbios nos apresenta Deus como sábio e justo, aprendemos que Deus ordenou o mundo
para que fosse justo, os justos são recompensados e os ímpios são punidos. Ou seja cada um
ganha o que merece, mas então vimos Eclesiastes que aparentemente contradiz Provérbios
dizendo que as pessoas nem sempre recebem o que merecem, o mundo não é justo e que a
vida é imprevisível e difícil de entender assim como a fumaça e isso nos faz questionar a
premissa de Provérbios: Deus é realmente sábio e justo?

E agora deixamos para o livro de Jó responder.

Jó começa diferente de todos os outros da Bíblia, começa descrevendo um homem que não é
israelita, mas o que é mais diferente é a partir do versículo 6, nos é narrado uma reunião, um
conselho, mas além do que podemos imaginar é um conselho no Céu e Deus está com seus
anjos, os filhos de Deus como são apresentados, então um dos presentes se apresenta,
Satanás, o opositor e Deus pergunta a Satanás se ele conhece Jó. E diz no versículo 8: Porque
ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus, e que se desvia
do mal.

Então o Opositor se opõe a Deus e fala que Jó pode não amar a Deus de fato, que ele é uma
boa pessoa apenas por que Deus o recompensa, se Deus tirar todas as boas coisas que ele deu
a Jó então veriam que Jó realmente é. Satanás apresenta Jó como uma pessoa que descobriu a
formula para o sucesso que só obedece para obter o que ele quer.

E Deus permite esse experimento e dá liberdade a Satanás infligir sofrimento sobre Jó e em um


dia Jó perde tudo e todos que ele se importava e fica devastado e lembremos, ele não
mereceu nada disso, o próprio Deus disse, e mesmo assim apesar de todo esse sofrimento Jó
ainda se mantem servindo a Deus, pelo menos nos capítulos 1 e 2, mas então no capitulo 3 Jó
expressa tudo o que ele está sentindo, expressado em poema é mostrado a dor que Jó está
sentindo por dentro ele faz uma longa e elaborada maldição sobre o dia que nasceu.

E depois disso alguns amigos de Jó vem o visitar e oferecer ajuda e todos eles falam para Jó:

Você deve ter feito algo muito ruim para merecer isso. Pois nós sabemos que Deus é justo e
também sabemos que o mundo é ordenado pela justiça de Deus, logo você deve estar
recebendo o que você merece. E pelos próximos 34 capítulos os amigos de Jó e Jó tem uma
longa discussão sobre os possíveis pecados cometidos por Jó para que ele tenha merecido
toda a desgraça que estava acontecendo com ele, mas após cada uma das acusações Jó nega e
defende sua inocência.

E Jó é inocente, mas ele também está em uma espécie de montanha russa emocional em um
momento ele tem certeza que Deus é sábio e justo e em outro duvida da bondade de Deus e
chaga a acusar deus de ser descuidado e injusto.
No final da conversa Jó demanda que Deus venha e se explique em pessoa e Deus assim faz.
Ele vem na forma de uma grande nuvem de tempestade.

Mas quando Deus se apresenta a Jó, Ele não dá uma resposta direta, Ele conta para Jó que
teve uma reunião no Céu, e Satanás estava lá e desafiou sobre a sua integridade. Ele faz algo...
diferente.

Ele leva Jó em um tour pelo Universo, ele mostra a Jó o quão grande o mundo é e pergunta a
Jó se ele seria capaz de tomar conta ou apenas entender tudo o que acontece no mundo por
apenas um dia. Ele mostra a Jó quantos detalhes há na criação coisas que vemos todo dia, mas
não chegamos nem perto de entender, mas Deus sabe Ele entende tudo intimamente, pois
afinal Ele criou tudo, e para concluir Deus mostra a Jó duas criaturas majestosas e mostra o
quão grandiosas elas são, e também perigosas são capazes de matar alguém sem precisar
considerar, mas Deus fala elas não são malignas que são parte do seu mundo bom. E é isso.
Essa é a Defesa de Deus. É meio estranho se pararmos para pensar, é como se Deus não
soubesse que Ele estava se defendendo de uma acusação, mas na verdade essa é a melhor
resposta.

Do ponto de vista de Jó parece que Deus não é justo, mas a perspectiva divina é infinitamente
maior, ele está simultaneamente interagindo com o universo inteiro quando faz uma decisão.
E essa é o que Deus chama de sua SABEDORIA, então quando Jó ou até nós pedimos para Deus
se explicar é um absurdo, Jó ou nós não podemos entender o nível de complexidade nem se
quiséssemos. E então onde isso nos deixa?

Depois disso Jó fica em um estado de humildade. Ele nunca vai entenderia o real motivo do
seu sofrimento e mesmo assim ele escolhe viver em paz e temendo a Deus, mas não é assim
que o livro termina. Porque depois disso Deus restaura Jó o dobro de tudo que ele tinha
perdido. E isso é uma surpresa, porque isso é uma espécie de recompensa por Jó ter passado
em uma espécie de teste? Não, pois o livro já provou que o fato de Jó perder tudo não foi uma
punição então receber tudo novamente não é uma recompensa. Então por que ele recebe de
volta?

Porque Deus na sua SABEDORIA decide dar a Jó um presente. Não sabemos por quê, mas o
que sabemos é que Jó é agora o tipo de pessoa que não importa o que venha bom ou mal ele
vai confiar na SABEDORIA de Deus. E esse é o livro de Jó.

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