Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1. DEFINIÇÕES/PROBLEMATIZAÇÕES
2. HISTÓRIA 02 set. 2020
3. “PROBLEMAS DA LITERATURA INFANTIL”, CECÍLIA MEIRELES
4. PANORAMA ATUAL CJE, ECA, USP
AULA DE HOJE (02/09)
▪ História da Literatura para Crianças. Influências europeias.
▪ Aspectos centrais do livro Problemas da literatura infantil, de Cecília
Meireles, fazendo aproximações com o presente.
RECAPITULAÇÃO/DEFINIÇÕES
▪ Literatura x Literatura infantil x Literatura para a infância x Literatura para
crianças
“São as crianças, na verdade, que o delimitam, com a sua
preferência. Costuma-se classificar como Literatura Infantil o que para
elas se escreve. Seria mais acertado, talvez, assim classificar o
que elas leem com utilidade e prazer. Não haveria, pois, uma Literatura
Infantil a priori, mas a posteriori.”
“Mais do que uma ‘Literatura Infantil’ existem ‘livros para crianças’.
Classificá-los dentro da Literatura Geral é tarefa extremamente árdua,
pois muitos deles não possuem, na verdade, atributos literários.”
(Meireles, 2016, p. 15)
RECAPITULAÇÃO/DEFINIÇÕES
▪ Temática(s)
“Qualquer tema, de suficiente elevação moral, exposto em forma
singela e correta pode transformar-se num livro infantil. E é o que na
maioria das vezes tem acontecido.”
“Uma das complicações iniciais é saber-se o que há, de criança, no
adulto, para poder comunicar-se com a infância, e o que há de adulto,
na criança, para poder aceitar o que os adultos lhe oferecem. Saber-se,
também, se os adultos têm sempre razão, se, às vezes, não servindo a
preconceitos, mais que à moral; se não há uma rotina, até na
Pedagogia; se a criança não é mais arguta, e sobretudo mais poética
do que geralmente se imagina...” (Meireles, 2016, p. 18)
RECAPITULAÇÃO/DEFINIÇÕES
▪ Livro adequado para crianças
“Pode-se chegar a determinar como seria um livro adequado às
crianças. Seria um grande alívio, obter-se tão sábia receita. Mas
poderia acontecer que o leitor se desinteressasse por esse livro sob
medida, trocando-o por outros, tidos como menos recomendáveis.”
“Só nesses termos interessa falar de Literatura Infantil. O que a constitui
é o acervo de livros que, de século em século e de terra em terra, as
crianças têm descoberto, têm preferido, têm incorporado ao seu
mundo, familiarizadas com seus heróis, suas aventuras, até seus
hábitos e sua linguagem, sua maneira de sonhar e suas glórias e
derrotas.” (Meireles, 2016, p. 19-20)
RECAPITULAÇÃO/DEFINIÇÕES
▪ Dificuldade em se delimitar campo. “Evidentemente, tudo é uma Literatura
só. A dificuldade está em delimitar o que se considera especialmente do
âmbito infantil” (Meireles, 2016, p. 15).
▪ Teoria feita por adultos para adultos. “Não temos, na verdade, um
referencial teórico que considere a especificidade da produção cultural para
crianças. Vivemos no empréstimo da Teoria da Arte” (Perrotti, 1986, p. 20).
▪ Marginalidade do infantil. “Como se a menoridade de seu público a
contagiasse, a literatura infantil costuma ser encarada como produção cultural
inferior” (Lajolo e Zilberman, 1991, p. 11).
▪ Tipo de representação a que os livros procedem deixa transparecer o modo
como o adulto quer que a criança veja o mundo. (Lajolo e Zilberman, 1991).
TRÊS ASPECTOS DA LITERATURA INFANTIL
➢ Moral (século XVII-XVIII)
➢ Instrutivo (século XIX)
➢ Recreativo (século XX)
▪ A distinção entre eles é, todavia, “difícil” e “precária”, pois “esses caracteres não
aparecem Isolados, mas, ao contrário, frequentemente se interpenetram. No entanto,
sempre se pode discernir entre um livro que ensina a não roubar e o que ensina as
operações, ou o que embora falando de algarismos e virtudes, conduza o leitor para
outros horizontes, sem formalismo de aprendizagem, gratuitamente, pelo prazer do
passeio” (Meireles, 2016, p. 58).
HISTÓRIA
▪ Europa. Muitas obras hoje consideradas quase que exclusivamente para
crianças e jovens não o eram no início: Robinson Crusoé, Viagens de Gulliver.
➢ Séculos XVII e XVIII:
▪ La Fontaine (1621-1695) (A Lebre e a Tartaruga, A Cegonha e a Raposa,
O Leão e o Rato, A Raposa e a Uva)
▪ Charles Perrault (Cinderela, A Bela Adormecida, Malévola) (1628-1703)
▪ Fénelon (1651-1715) (Da Educação das Meninas).
▪ Irmãos Grimm (Jacob 1785-1863 e Wilhelm 1786-1859) (Rapunzel, A Gata
Borralheira, Chapeuzinho Vermelho, O gato de botas)
▪ Mary Shelley (1797-1851) (Frankenstein)
“CHAPEUZINHO
VERMELHO”,
CHARLES
PERRAULT,
GUSTAVE DORÉ
(IL.), 1863
HISTÓRIA
▪ Receio da não legitimação. Perrault, já membro da Academia Francesa e
famoso à época do lançamento de seus Contos da Mamãe Gansa, recusa-se
em assinar a primeira edição da obra.
▪ Convém lembrar que Ana Maria Machado, notadamente uma escritora
para crianças e jovens leitores, ingressa na Academia Brasileira de Letras
apenas em 2003.
▪ Pensar sempre sobre representatividade.
HISTÓRIA
▪ Industrialização do século XVIII traz novo papel à criança. Aparecem os
brinquedos, os livros, os ramos científicos destinados a ela (psicologia infantil,
pedagogia, pediatria).
▪ O trabalho vai se afastando do universo infantil, substituído pela educação
obrigatória.
▪ “Urgia equipá-los para o enfrentamento maduro do mundo. Como a família, a
escola se qualifica como espaço de mediação entre a criança e a sociedade, o
que mostra a complementaridade entre essas instituições e a neutralização do
conflito possível entre elas” (Lajolo e Zilberman, 1991, p. 17).
▪ Literatura infantil como mercadoria (século XVIII). Aperfeiçoamento da
tipografia. Visão utilitarista da literatura infantil (escola).
HISTÓRIA
▪ H. C. Andersen (1805-1875) (Patinho feio, Soldadinho de chumbo, A pequena sereia)
▪ Heinrich Hoffman (1809-1894) (João Felpudo)
▪ Robert Browning (1812-1889) (O Flautista de Hamelin)
▪ Carlo Collodi (1826-1890) (Pinóquio)
▪ Júlio Verne (1828-1905) (Vinte Mil Léguas Submarinas, Viagem ao Centro da Terra)
▪ Wilhelm Busch (1832-1908) (Juca e Chico)
▪ Lewis Carroll (1832-1898) (Alice)
▪ Mark Twain (1835-1910) (Tom Sawyer, Huckleberry Finn)
▪ De Amicis (1846-1908) (Cuore)
“JOÃO FELPUDO”,
HEINRICH HOFFMANN, 1858
“JUCA E CHICO”, WILHELM
BUSCH, 1865
“ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS”, LEWIS
CARROLL, JOHN TENNIEL (IL.), 1865
“AS AVENTURAS DE TOM SAWYER” (1876),
“AS AVENTURAS DE HUCKLEBERRY FINN”
(1884), MARK TWAIN
HISTÓRIA
▪ Randolph Caldecott (1846-1886) (“tido por Maurice Sendak como o inventor do
livro ilustrado moderno”) (A Casa que Jack Construiu)
▪ Frances Hodgson Burnett (1849-1924) (O Jardim Secreto)
▪ Robert Louis Stevenson (1850-1894) (O Médico e o Monstro, A Ilha do Tesouro)
▪ James Barrie (1860-1937) (Peter Pan)
▪ Beatrix Potter (1866-1943) (A História de Pedro Coelho)
▪ Edy Legrand (1892-1970) (Macao e Cosmage)
▪ Wanda Gág (1893-1946) (Milhões de Gatos)
▪ Jean de Brunhoff (1899-1937) (Babar)
▪ Maurice Sendak (1928-2012) (Onde vivem os monstros)
“A CASA QUE
JACK
CONSTRUIU”,
RANDOLPH
CALDECOTT,
1878
“O MÉDICO E O
MONSTRO”,
ROBERT LOUIS
STEVENSON, 1886,
ADÃO
ITURRUSGARAI,
2020
“A HISTÓRIA DE
PEDRO COELHO”,
BEATRIX
POTTER, 1902
“MILHÕES DE GATOS”,
WANDA GÁG, 1928
“BABAR”, JEAN
DE BRUNHOFF,
1931
“ONDE VIVEM OS MONSTROS”,
MAURICE SENDAK, 1963
HISTÓRIA
▪ “Autores todos da segunda metade do século XIX, são eles que
confirmam a literatura infantil como parcela significativa da produção
literária da sociedade burguesa e capitalista. Dão-lhe consistência e um
perfil definido, garantindo sua continuidade e atração.” (Lajolo e
Zilberman, 1991, p. 21).
▪ As grandes editoras.
▪ As editoras médias.
▪ As editoras pequenas e muito pequenas.