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▪ “Se a literatura é um direito, relacioná-la à censura – como temos visto nos últimos
tempos – parece indicar que estamos violando, de alguma maneira, esse direito.”
Sandra Mayumi Murakami Medrano, Porque literatura não rima com censura. In: Revista
Emília, 12 dez. 2017.
A CENSURA AO LIVRO
▪ Concepção de criança (século XVIII) x concepção de livros para
crianças.
▪ “Até esse período, as crianças eram consideradas adultos em
miniatura e assim tratadas em todos os aspectos. É possível
imaginar que antes desse período, os assuntos a que tinham acesso
eram os mesmos que circulavam no mundo dos adultos.”
▪ Nessa nova perspectiva (a partir da “criação” da criança e da
infância), há a distinção total da criança do mundo adulto. Ao
indicarmos “homens, mulheres e crianças”, quase que as tratamos
como assexuadas durante esse período.
A CENSURA AO LIVRO
▪ Partimos de uma não distinção do seu leitor para outra perspectiva
em que se considera a necessidade de resguardar e educar a criança.
▪ A escritora argentina Graciela Montes chama de curral da infância
esse lugar da literatura em que a criança está submetida e protegida,
tida como um “cristal puro” (MEDRANO, 2017).
Temática do livro: No final dos anos 60 Marcão e sua família são obrigados a deixar o Brasil
para viver em outros países a árdua experiência do exílio.
LEITURINHA (2019)
▪ Final de fevereiro de 2019:
edital para chamamento de
obras para seleção pelo clube
proibia o envio de obras que
“apresentem seres mágicos, como
bruxas, fadas e duendes, como
temática central na história”.
▪ Após grita houve recuo.
“A BOLSA AMARELA”
Ano de publicação: 1976. Ano de censura: 2019
Episódio: Em agosto de 2019, o vereador Clayton Silva
(PSC-SP), da cidade de Limeira (SP), foi às redes sociais
criticar um livro usado pela rede municipal de Educação.
Segundo o parlamentar, o exemplar aborda ideologia de
gênero e, por isso, fez um requerimento à Secretaria
Municipal da Educação local questionando o uso e a
distribuição do material, que estaria sendo usado por
professores para estudos com alunos de 10 a 11 anos.
Argumento do parlamentar: “O governo vira as costas para
a vontade da população e investe contra nossas crianças e contra a família”, declarou o
vereador, apontando que foi procurado por mães de alunos se disseram “perdidas e pedem
ajuda contra essa afronta a sua moral”.
“OS VINGADORES –
A CRUZADA DAS CRIANÇAS”
Ano de publicação no Brasil: 2010. Ano de censura: 2019
Episódio: Em 7 de setembro, o prefeito do Rio de Janeiro,
Marcelo Crivella (PRB), ordenou a retirada da obra da
Bienal do Livro, que acontecia na cidade. Após a fala do
prefeito, o livro acabou esgotado em menos de 30 minutos
e simbolizou luta por liberdade de expressão.
Argumento do prefeito: Segundo o político, a obra oferece
“conteúdo sexual para menores”.
Repercussão: “Eu deveria contratar o prefeito do Rio de Janeiro para promover meu próximo
livro”, ironizou o ilustrador do HQ, o britânico Jim Cheung.
Felipe Neto: O youtuber Felipe Neto notabilizou-se ao fazer uma campanha de distribuição
maciça de livros com temática LGBTQ+ na Bienal. Dias depois, noticiou ser vítima de
perseguição.
“OS VINGADORES –
A CRUZADA DAS CRIANÇAS”
8 IDEIAS EQUIVOCADAS SOBRE O QUE É
ESCREVER PARA CRIANÇAS
Ana Garralón (2014)
http://alfabetizacao.mec.gov.br/contapramim
A CENSURA COMO FENÔMENO GLOBAL
http://www.ala.org/advocacy/bbooks/frequentlychallengedbooks/decade2019
A CENSURA COMO FENÔMENO GLOBAL
▪ O Office for Intellectual Freedom (OIF), da American Library
Association (ALA), vem documentando desde 1990 as tentativas de
proibição ou censura de livros em bibliotecas e escolas.
▪ Lista de livros escolares e de bibliotecas mais censurados entre
2010-2019.
▪ O órgão acredita que esses relatos são menos de 3% do total das
moções de censura a livros nos Estados Unidos.
http://www.ala.org/advocacy/bbooks/frequentlychallengedbooks/decade2019
O POLITICAMENTE CORRETO NA
LITERATURA INFANTIL
▪ Dois pontos de vista não excludentes:
atualização histórica e cerceamento à liberdade.