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Froes Machado
Professora: Ana Paula Carvalho Disciplina: História – 8º Ano
A expansão marítima europeia pode ter sido o início de um processo de conexões entre povos?
Vamos pensar nessas questões: O que é a internet? Com ela conseguimos acessar apenas conteúdo do
Brasil? Posso conversar com pessoas de outros países? Quem está usando uma peça de roupa que foi feita
em outro país? Alguma marca famosa?
Definição de globalização, segundo o dicionário online Dicio: Processo que ocasiona uma integração, ou
ligação estreita, entre economias e mercados, em diferentes países, resultando na quebra das fronteiras entre
eles. https://www.dicio.com.br/globalizacao/. Acesso em: 11/2/2019.
Vocês já viram algo na televisão, em revistas e na internet sobre a influência de Portugal nestes
continentes?
Qual marca Portugal pode ter deixado de mais forte em suas colônias?
Precisamos prestar atenção em como as histórias que contamos e ouvimos estão cheias de sentidos
e constroem interpretações sobre o mundo. Dessa forma, quero enfatizar que as narrativas sobre o
passado legitimam práticas no presente, inclusive práticas de violência, opressão, exclusão e
desigualdade. É importante ressaltar também que apesar dos meios de comunicação e pesquisas
hoje existentes, a maioria de nós tem muito pouca informação ou temos somente um único tipo de
discurso sobre assuntos extremamente complexos e com muitas faces.
Qual é a compreensão que você faz da citação apresentada? A citação lembra algum
momento histórico específico?
Conforme olham os slides com as fotos que anotem em seus cadernos em qual cidade, país ou
continente pensam que se localiza o espaço retratado na foto. E quais são as impressões que têm
de cada um desses lugares, como classificariam esses espaços: rico, pobre, desenvolvido, precário,
organizado, caótico, limpo, sujo?
Conferências da TED, fundação sem fins lucrativos que incentiva a disseminação de ideias pelo
mundo em discursos de 18 minutos. O lema da fundação é "ideas worth spreading" (ideias que
merecem ser disseminadas) e já teve como palestrantes Bill Clinton, Bill Gates, Al Gore, entre
outros. Informo também sobre quem é Chimamanda Adichie, escritora nigeriana de 36 anos (nascida
em 1977) e que publicou seu primeiro romance "Hibisco Roxo" em 2003 e, em 2006, lançou seu
segundo romance "Meio Sol Amarelo", que tem esse nome em referência à bandeira do Biafra, uma
república que existiu entre 1967 e 1970 dentro da Nigéria como um estado separado e que é tema
do livro.
Chimamanda Ngozi Adichie é uma escritora Nigeriana que vem conquistando uma nova
geração de leitores com seus romances de origem Africana. No ano de 2009 ela se apresentou no
TED (Technology, Entertainment, Design), uma espécie de conferência realizada nos Estados
Unidos e que visa promover a troca de experiências entre pessoas de diferentes áreas, e usou a sua
própria história para exemplificar como pode ser ruim termos apenas uma versão das muitas
narrativas existentes sobre pessoas e lugares espalhados por aí.
Em sua fala ela relata que, quando pequena, lia muitas histórias sobre personagens ingleses,
que tinham a pele clara, olhos azuis, comiam maçãs e brincavam na neve. Embora adorasse sonhar
com aquilo que encontrava nas páginas dos livros, foi percebendo que eles pouco tinham a ver com
o seu universo. Quando entrou na Universidade de Drexel (nos EUA), aos 19 anos, ela teve essa
mesma estranha sensação de não se reconhecer na fala de sua companheira de quarto. A amiga
presumiu que Chimamanda ouvia músicas tribais, conhecia animais selvagens e não sabia usar um
fogão elétrico pelo simples fato de ter crescido no continente Africano. Tal realidade, porém, não
combinava com o lugar em que viveu.
Com o tempo, a escritora foi entendendo que as histórias que ouvimos, principalmente
quando somos crianças, acabam influenciando a nossa percepção sobre as coisas, nos oferecendo
um ponto de vista por vezes insuficiente a respeito delas. O “descobrimento” do Brasil pelos
portugueses, por exemplo, há muito vem sendo descrito pelos europeus por meio do detalhamento
do percurso que fizeram até chegar aqui, o que encontraram e como foram colonizando bravamente
esse território. Mas como será que os indígenas, que já viviam bem antes dessa chegada, enxergam
a história desse mesmo país? E por quais motivos essa versão não está em boa parte dos livros
didáticos?
“Como são contadas, quem as conta, quando e quantas histórias são contadas, tudo
realmente depende do poder. Poder é a habilidade de não só contar a história de uma outra pessoa,
mas de fazê-la a história definitiva daquela pessoa.” – ressalta Chimamanda. Ela acredita que insistir
somente numa única face de uma narrativa significa negligenciar e tornar superficiais experiências
complexas e tão ricas em detalhes. Isso inevitavelmente cria estereótipos, que se tornam um
problema a partir do momento em que deixam incompleta a nossa compreensão sobre algo ou
alguém.
O mesmo se dá quando crescemos sob a influência de inúmeros contos de fadas que nos
falam sobre a beleza delicada das princesas, sempre prestativas e gentis. Muitas garotas acabam
entendendo que esse é o único modelo que lhes cabe, mesmo que não se enxerguem
verdadeiramente nele. Atualmente esse cenário vem sendo transformado e dando espaço também a
outras histórias, que envolvem meninas com diferentes desejos, qualidades, cores, corpos e
personalidades, revelando que há muitas formas de ser mulher. Isso oferece todo um leque de
possibilidades a elas, capaz de inspirá-las a ser e existir de muitas outras maneiras.
É claro que os contos clássicos têm o seu valor, pois nos apresentam a lugares, culturas e
povoados distintos, brincando com a imaginação de adultos e crianças, mas é fundamental que
tenhamos também aqueles nos quais diferentes pessoas possam se espelhar, reconhecendo que a
realidade vivida por elas pode sim existir nos livros e ser tão instigante quanto qualquer outra.
“Histórias importam e podem ser usadas para empoderar e humanizar as pessoas”, completa
Chimamanda.
Estarmos atentos às referências que oferecemos aos pequenos é, portanto, uma forma de
garantir que conheçam a diversidade que existe no mundo e se interessem por ela, buscando, cada
vez mais, pontos de encontro e interpretações sobre o que veem, leem, escutam… Isso dá sentido,
engrandece o ser humano e, como a própria autora diz ao final de sua palestra: “quando
percebemos que nunca há apenas uma história sobre nenhum lugar, nós reconquistamos um tipo de
paraíso”.
Durante o processo de colonização do Brasil, os indígenas e negras/os não fizeram parte do projeto
de nação; nação esta construída à custa da exploração do trabalho do povo negro e indígena. Para
escravos e indígenas (...)__assim se pensava e se praticava ___ além do duro trabalho, bastaria à
doutrina aprendida na oralidade e a obediência na violência física ou simbólica” (BRASIL, 2000).
Esse modo de pensar fica explicito nas leis criadas pelo governo da época, onde proibia negras/os
de frequentarem a escola e/ ou decretava que escolas fossem criadas para essa população,
conforme o Decreto nº 1.331-A, de 17 de Fevereiro de 1854, que diz:
Art. 69. Não serão admittidos á matricula, nem poderão frequentar as escolas:
§ 1o Os meninos que padecerem molestias contagiosas.
§ 2o Os que não tiverem sido vaccinados.
§ 3o Os escravos.
Em relação aos indígenas, a educação estava fundamentada nos princípios estabelecidos pela
Companhia de Jesus que estabelecia a aculturação através da doutrinação. O ensino se baseava na
leitura da bíblia e de outros livros sagrados com o intuito de domesticar e tornar civilizados aqueles
considerados sem alma.
Ainda hoje as condições de acesso e permanência de negras/os e indígenas no ambiente escolar é
muito menor comparado aos de brancas/os. Dados do relatório “Crianças Fora da Escola 2012”, da
UNICEF, apontam que 653,1 mil adolescentes brancos não estudavam, diante de 01(um) milhão de
negras/os no Brasil.
As mobilizações dos Movimentos Sociais Negros pela garantia de acesso e permanência de
alunas/os negras/os no processo educativo, pela inserção e ressignificação da História da África e
afro brasileira nos currículos escolares, assim como a III Conferência Mundial contra o Racismo, a
Discriminação Racial, a Xenofobia e as Formas Correlatas de Intolerância, realizada em Durban, são
ações transformadoras da realidade sociocultural da sociedade, pois o Brasil, ao se tornar signatário
da carta de intenções escrita durante a conferência, impulsionou a consolidação da Lei Nº 10.639/03
e posteriormente a Lei Nº 11.645/08.
“O Dia do Índio é uma farsa criada com boa intenção. É preciso repensar o conceito do ‘índio’, de acordo com o
novo momento que estamos vivendo. Há um entendimento ultrapassado, que precisa ser atualizado, sobretudo para o
bem do povo brasileiro” - Daniel Munduruku.
Estima-se que a população indígena no Brasil no ano de 1500, quando os primeiros colonizadores
chegaram, variava entre 4 e 10 milhões de pessoas.
OBSERVAÇÃO: O CENSO deveria ser realizado a cada 10 anos, mas o governo Federal ADIOU por
tempo INDETERMINADO, a coleta de dados que deveria ter sido feita em 2020. Então este mapa já está
MUITO desatualizado. Ainda segundo o censo, 817.963 mil são indígenas, representando 305 diferentes
etnias. Foram registradas no país 274 línguas indígenas.
1 – Esta é uma HQ que narra o encontro entre indígenas e conquistadores europeus (portugueses),
que possuem o objetivo de explorar e extrair o pau-brasil. Refletindo sobre a diferença do modo de
vida dos indígenas que moram em florestas e dos europeus que vivem em cidades: como é o dia a
dia de cada um? Como são seus hábitos e costumes? Qual é o objetivo maior de vida de cada um?
(Escreva um pequeno texto sobre essas diferenças, mínimo 8 linhas)
4 – Qual a diferença entre a visão do índio e do português com relação à propriedade e ao legado de um e
de outro?
legado: Valor previamente determinado (...) que alguém deixa a outrem por meio de testamento. (Dicionário
Aurélio Século XXI, 1999.)