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AUL A 6

LITERATURA INFANTIL
CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA
PROCESSOS COGNITIVOS NA ALFABETIZAÇÃO
lINGUAGEM ORAL E ESCRITA
MAGDA MARQUES
O QUE É LITERATURA INFANTIL?

Historicamente, a literatura infantil é um gênero situado


em dois sistemas. no sistema litarário, é espécie de primo
pobre. No sistema da Educação, ocupa lugar mais
destacado, graças a seu papel na formação de leitores, que
cabe à escola assumir e relizar. (Cademartori, 2010)
No Brasil, a literatura infantil conta com títulos de autoria
de alguns dos seus mais brilhantes escritores, como
Henriqueta Lisboa, Raquel de Queiroz, Mário Quintana,
Érico Veríssimo, Cecília Meireles, Clarice Lispector e
outros escritores referenciais de nossa literatura.
Personalidades poéticas como Ferreira Goulart e Armando
Freitas Filho também estenderam suas sensibilidades para a
criação de textos infantis.
As obras infantis que respeitam o seu público são aquelas
cujos textos tem potencial para permitir ao leitor infantil
possibilidade ampla de atribuição de sentido àquilo que lê.
A literatura infantil digna do nome estimula a criança a
viver uma aventura com a linguagem e seus efeitos, em
lugar de deixá-la cerceada pelas intenções do autor.
(Cademartori, 2010).
Uma das mais marcantes transformações pelas quais
passaram os livros destinados ao público infantil, nos
últimos anos, é a interação entre linguagem visual e verbal.
O ilustrador é igualmente o narrador e, em muitas obras, o
autor dos dois textos é um só, como ocorre em obras de
Ângela Lago, Fernando Vilela, Rogger Melo, Eva Furnari,
Rui de Oliveira, Caulos, Mariana Massarani e vários
outros.
Em boa parte dos livros para leitores
iniciantes, observa-se que a
ilustração constitui um
acontecimento narrativo, que
oferece informações que o texto
escrito, em geral enxuto, para se
adequar à competência do
destinatário, não ofereceu.
Se o homem se constitui à proporção da formação por
conceitos, a infância se caracteriza por ser o momento basilar e
primordial dessa constituição, e a literatura infantil pode ser um
instrumento relevante dele. A literatura surge como um meio
possível de superação da dependência e da carência, por
possibilitar a reformulação de conceitos e a autonomia do
pensamento (Cademartori, 2010)
Tradicionalmente, a literatura infantil apresentou, por determinação
pedagógica, um discurso monológico que, pelo caráter persuasivo, não
abria brechas para interrogações, para o choque de verdades, para o
desafio da diversidade, tudo se homoneigizando numa só voz. no caso, a
do narrador.
Lewis Carroll foi um inovador do conto infantil. Criou histórias sem
moralidade, abandonando o tom sentencioso comum às histórias do século
XIX. À sua obra e pode dirigir muitas questões, ela suporta várias leituras.
A obra de Carroll rejeita qualquer pretensão didática tradicional.
No texto destinado à criança, pode-se atribuir a ela diferentes
espaços e de que modo isso pode contribuir para a formação de
conceitos por parte do leitor infantil.
Os bons livros de literatura infantil mantém algumas
características pelas quais podem ser identificados como tais. O
uso da linguagem em sua possibilidade estética e lúdica.
A ideia de ordem estrita de fatos e fenômenos, sem formas de
extensão ou analogias , é insuportável para as crianças.
A ficção e a poesia são formas viáveis - e prazerosas - de lidar
com as diferentes faces do real. Possibilitam à criança identificar e
examinar percepções, sentimentos, fatos, situações, formando,
assim, conceitos.
A criança, em geral, não se interessa por livros que não lhe
trazem nada de novo, não lhe surpreendem com algo que ela
ainda não pensou.
As narrativas infantis se apresentam sob modalidades diversas:
contos de fasas, populares, lendas, fábulas, apólogos, ou que,
simplesmente, denominamos contos.
Escolher um livro para a criança não é tarefa que dispense
critérios. A seleção deve iniciar pela apreciação do projeto
gráfico, tendo em vista sua adequação e seu potencial de apelo à
criança, características presentes apenas nos livros de concepção
criativa. É essencial levar em conta o tamanho e o tipo de fonte,
assim como o espaçamento entre as linhas, para garantir que o
livro apresente condições de legibilidade, por parte de um leitor
em formação.
Afinal, quais as características que as obras literárias dadas às
crianças devem possuir? Frantz (2011, p. 53-60) destaca algumas
características que precisam ser evitadas para que a leitura não se
torne desagradável para as crianças. São elas:
a) Didatismo e pedagogismo: a leitura tem sido utilizada apenas
como fins didático-pedagógicos;
b) Moralismo: os livros infantis estão repletos de histórias que
almejam unicamente a transmissão de normas de comportamento
que levem a criança a ser da maneira como os adultos desejam.
C) Adultocentrismo e paternalismo: o mundo adulto com todos os
seus preconceitos e valores sobrepõem-se aos valores do mundo
infantil, sufocando-os.
d) Visão fechada de mundo: alguns autores apresentam a seus leitores
infantis um mundo pronto, acabado, de valores absolutos e
inquestionáveis.
e) Infantilismo: há textos que parecem se destinar a um leitor que só
entende a linguagem do “inho” e da “inha”, subestimando a criança,
entendendo o ser infantil como um ser menor, inferior, ao qual se
deve oferecer uma literatura igualmente inferior e de menor
qualidade.
PRECURSORES DA LITERATURA INFANTIL
A literatura infantil começou a ser publicada no Brasil apenas no início
do século 19, ou seja, tem mais ou menos 200 anos de história. Nesse
tempo, conquistou leitores, emocionou gerações e colocou grandes
autores infantis entre os maiores escritores do país.
Livros de poesia, contos, fábulas, tirinhas ou novelas juvenis: não
importa o gênero, o importante é que a literatura infantil forneça às
crianças a chave do mundo da leitura. No caso da literatura nacional,
isso se torna ainda mais potente através da identificação com a realidade
da criança, contribuindo para a construção de sua identidade.
A literatura infantil brasileira começa sob a égide de um dos nossos mais
destacados intelectuais: Monteiro Lobato. O sentido da obra de Lobato
se torna mais evidente quando sua produção literária é contraposta às
características da vida cultural brasileira até determinado momento de
nossa história.
A influência da cultura portuguesa no Brasil não se restringiu à época
colonial.
A cultura nativa, expressa através da mitologia e da tradição indígena,
ficou segregada e com uma circulação restrita, uma vez que era agráfica.
O dominador não conseguiu erradicar totalmente a
cultura nativa pela submissão aos padrões
europeus, mas marginalizou-a pela minimização ou
pelo desconhecimento.
Assim, desenvolveram-se, paralelamente , dois
tipos de cultura no Brasil: uma europeia, elitista,
livresca; outra, nativa, popular, agráfica.
Lobato soluciona essa repartição conciliando o que
é nosso e as inevitáveis e necessárias contribuições
da cultura estrangeira.
A leitura dos textos de Lobato possibilita uma nova experiência da
realidade em que, ao mesmo tempo que são conservadas as vivências já
adquiridas, antecipam-se possibilidades a serem experimentadas.
Monteiro Lobato cria, entre nós, uma estética da literatura infantil,
sua obra constituindo-se no grande padrão do texto literário destinado à
criança estimula o leitor a ver a realidade através de conceitos próprios.
Estimula o leitor a ver a realidade nacional nos seus aspectos social,
político, econômico, cultural, mas deixa sempre espaço para
interlocução com o destinatário.
Ana Maria Machado
Ana Maria Machado é escritora e jornalista, e foi a primeira autora de
literatura infantil a fazer parte da Academia Brasileira de Letras. Seu
primeiro livro de literatura infantil publicado foi “Bento que Bento é o
Frade”, lançado em 1977. Com o sucesso da obra, nunca mais parou de
escrever. Tem mais de cem livros publicados, com mais de 20 milhões
de exemplares vendidos, publicados em vinte idiomas. Recebeu dezenas
de prêmios, entre eles, 3 Prêmios Jabuti, o mais tradicional da literatura
brasileira.
Eva Furnari

Eva Furnari nasceu na Itália em 1948, e chegou ao Brasil em 1950,


quando começou a morar em São Paulo. Formada em Arquitetura, é
escritora e ilustradora de livros infantis desde 1980. Ao longo de sua
carreira recebeu diversos prêmios, entre eles, o Jabuti de melhor
ilustração em 1991. A obra de Eva tem um estilo especialmente lúdico,
criando histórias fantásticas que existem apenas na imaginação, sempre
com personagens com características e nomes muito pouco
convencionais.
Flávia Muniz

Flávia Muniz se dedica à literatura infantil há mais de 30 anos. Nesse


período a autora, nascida em 1956, já publicou mais de 70 livros no
Brasil e no mundo, além de ter sido indicada ao prêmio literário Jabuti
por três vezes. A escritora tem uma coleção imensa de histórias para
contar; é fã de bichos, de filmes e de Charles Chaplin. Em 2017
transformou sua admiração pelo ator e diretor em um livro que
homenageia o cinema o mudo. A obra foi lançada junto com a FTD.
Lygia Bojunga

Natural de Pelotas, no Rio Grande do Sul, Lygia Bojunga iniciou sua


trajetória na literatura infantil no ano de 1972 com o lançamento do
livro “Os Colegas”. Em sua carreira, recebeu importantes troféus como
o Prêmio Jabuti, o Prêmio Hans Christian Andersen, onde foi a primeira
mulher fora dos Estados Unidos e Europa a conquistá-lo. Além deles,
no ano de 2004 a escritora recebeu de Vitória, princesa da Suécia, o
Prêmio Astrid Lindgren de Literatura pelo conjunto de toda sua obra.
Mauricio de Sousa

Mauricio de Sousa é um dos mais famosos cartunistas do Brasil,


membro da Academia Paulista de Letras e, é claro, criador da Turma da
Mônica, que já estimulou várias gerações de crianças a criarem o hábito
da leitura através das histórias em quadrinhos.
Pedro Bandeira

Nascido em Santos no dia 9 de março de 1942, Pedro Bandeira deu


início à jornada na literatura com o livro O Dinossauro que Fazia Au-
Au. Além dessa obra, o autor também publicou a história O Fantástico
Mistério de Feiurinha, que lhe rendeu o Prêmio Jabuti de literatura no
ano de 1986. Pedro Bandeira é um dos autores da literatura infantil mais
publicados e já escreveu mais de 20 livros.
Sylvia Orthof

Sylvia Orthof foi uma das principais escritoras de literatura infantil.


Nascida em 1932, no Rio de Janeiro, Sylvia publicou mais de 90 livros
infantis e recebeu diversos prêmios literários, entre eles o Prêmio
Jabuti, conquistado em 1983. Além de suas obras, ela também fundou a
Casa de Ensaios Sylvia Orthof, exclusivamente dedicada a espetáculos
infantis e situada no Rio de Janeiro.
Ziraldo
Cartunista, desenhista, jornalista, cronista, chargista, pintor e dramaturgo
brasileiro: Ziraldo é muitos em um só. Foi um dos fundadores da revista
humorística “O Pasquim” durante a ditadura militar, mas na literatura
infantil o destaque de sua carreira é a criação do personagem Menino
Maluquinho.
Em 1980 foi lançado o livro com seu nome: “O Menino Maluquinho”, que
fez parte da infância de muitos brasileiros já teve mais de 2 milhões de
exemplares vendidos. Serviu de inspiração para peças de teatro, filme,
quadrinhos e seriado de TV.
Mario Quintana

Mário de Miranda Quintana foi um poeta, tradutor e jornalista brasileiro.


Mário Quintana fez as primeiras letras em sua cidade natal, e em 1919
mudando-se para Porto Alegre onde estudou no Colégio Militar,
publicando ali suas primeiras produções literárias.
No que diz respeito à literatura infantil, coloque V para o que é verdadeiro e F para
o que é falso.

( ) O trabalho com literatura no dia a dia das crianças é importante para que elas
participem do mundo letrado e da linguagem escrita.
( ) Ao conhecer muitas histórias, a criança não vai compreendendo as características
dos diversos tipos de narrativas.
( ) Na Educação Infantil, é essencial que o trabalho a ser feito com textos literários
seja realizado só de forma espontânea.
( ) Histórias com repetição favorecem a compreensão e a memorização do texto
pelas crianças, permitindo uma leitura autônoma.
( ) As situações de leitura participativa convidam a criança a assumir o papel de
leitora, desafiando-a para novos aprendizados.
Assinale a alternativa, observando a ordem das respostas
dadas acima.
a) (F); (V); (V); (F); (V).
b) (V); (V); (F); (V); (F).
c) (F);(F);(V); (V); (V)
d) (V); (F); (F); (V); (V).
Em relação à leitura pelo professor e ao reconto pelas crianças de histórias infantis
na pré-escola, pode-se afirmar que:
a) as crianças pré-escolares que assistem a atos de leitura de contos não são
capazes de reproduzi-los ou recontá-los.
b) a natureza material e discursiva dos textos não interfere nos processos de ensino
e aprendizagem inicial da oralidade, da leitura e da escrita.
c) as situações de ensino baseadas na leitura em voz alta são desaconselhadas para
o desenvolvimento da consciência fonológica das crianças.
d) a interação em atividades de leitura e reconto oral oferece às crianças
oportunidades para se apropriarem das formas de expressão próprias dos textos
escritos.
CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA
A consciência fonológica pode ser entendida como um conjunto de
habilidades que vão desde a simples percepção global do tamanho da
palavra e de semelhanças fonológicas entre as palavras até a
segmentação e manipulação de sílabas e fonemas (Bryant &Bradley,
1985).
As habilidades de consciência fonológica são divididas em três tipos:
consciência sintática, consciência silábica e consciência fonêmica. O
desenvolvimento dessas habilidades favorece o processo de
alfabetização e permite o aprendizado da escrita.
A consciência fonológica é a habilidade de compreender a maneira pela qual a
linguagem oral pode ser dividida em componentes cada vez menores: sentença
em palavra, palavra em sílaba e sílaba em fonema.
O desenvolvimento da consciência fonológica se dá à medida que criança percebe
o sistema sonoro da língua, ou seja, que ela é composta por palavras, silabas e
fonemas. Assim, é imprescindível trabalhar a consciência fonológica no
processo de alfabetização, pois ela acelera a aquisição da leitura — é como
um pré-requisito.
Muitos alunos com dificuldades na leitura apresentam deficits na capacidade de
processar informações fonológicas. Dessa forma, a instrução explícita em
consciência fonológica é fundamental para a alfabetização.
Consciência sintática

A consciência sintática é a habilidade de perceber a


estrutura das palavras, ou seja, a percepção de que a
palavra é composta por sílabas que podem ser manipuladas
e transformadas em novas palavras.
Desenvolver a habilidade sintática é essencial para os
próximos passos na alfabetização, como a percepção do
significado dos textos, unindo os elementos nele inscritos.
Por isso, é muito importante estimular a consciência
sintática com atividades pedagógicas em sala de aula.
Consciência silábica
A criança adquire a habilidade de consciência silábica quando
aprende a manipular as sílabas para construir novas palavras.
Para se chegar a essa percepção é preciso ter a consciência de
que as sílabas são compostas por sons.
Dessa forma, a consciência sintática deve estar bem
desenvolvida para que o aluno possa aprender não só a
identificar os som, mas manipulá-los. Esse processo se dá à
medida que ele percebe que determinadas palavras começam/
terminam com o mesmo som.
Consciência fonêmica
Já a consciência fonêmica se refere a habilidade de
identificar e manipular os diferentes fonemas. Os
fonemas são unidades abstratas e desenvolver a
consciência fonêmica exige um alto nível de
consciência fonológica.
Um fonema é um som e a consciência fonêmica
tem a ver com a habilidade de detectar, misturar,
segmentar e manipular esses sons (fonemas).
Muitos estudos comprovam a importância do desenvolvimento da consciência fonológica para
o aprendizado da escrita. Isso porque a habilidade de manipular os sons é essencial para o
processo de alfabetização.
Quando as crianças adquirem as habilidades de consciência fonológica têm mais chances de ter
sucesso no aprendizado da leitura e da escrita. Da mesma forma, ao evoluírem em seu processo
de alfabetização, continuam desenvolvendo essas habilidades.
A medida que o aluno se desenvolve na alfabetização e aprende a ler e escrever, também amplia
seus conhecimentos fonéticos. Além de melhorar as habilidades fonológicas, ele se torna cada
vez mais capaz de reconhecer e manipular os fonemas.
As habilidades de escrita e de consciência fonológica se relacionam e se desenvolvem juntas.
Dessa forma, é muito importante estimular a consciência e a estrutura sonora da fala com
atividades especificas para oferecer situações de aprendizagem das representações gráficas dos
sons da fala.
Níveis da consciência fonológica:

– Noção de palavra (capacidade de segmentar a frase em palavras, organizá-las e


dar-lhe sentido);
– Noção de rima (capacidade de identificar rimas);
– Aliteração (capacidade de identificar ou repetir a sílaba ou fonema no início da
palavra);
– Consciência silábica (capacidade de segmentar palavras em sílabas, a criança
tem de identificar e discriminar as sílabas);
– Consciência fonêmica (capacidade de manipular e isolar os fonemas que
compõem a palavra).
O que NÃO é correto afirmar sobre a consciência fonológica?
a) Há 3 tipos de habilidades metafonológicas: 1) consciência da sílaba, 2)
consciência das unidades intrassilábicas e 3) consciência do fonema.
b) É a capacidade de refletir sobre os sons da fala e manipulá-los,
englobando a consciência de sílabas, rimas, aliterações, unidades
intrassilábicas (ataque e rima) e fonemas.
c) É um excelente preditor da facilidade de aquisição da leitura, tendo
um papel causal e representando uma condição necessária, mas não
suficiente nesse processo.
d) Consciência fonológica é entendida como uma consequência da
aquisição da leitura e da escrita e nunca como causa.
PROCESSOS COGNITIVOS NA ALFABETIZAÇÃO
É possível caracterizar as habilidades cognitivas como os processos mentais que
nosso cérebro usa para receber, compreender, organizar, armazenar, recuperar e
usar informações.
Os estágios do processamento cognitivo se iniciam no recebimento de
informações por meio de nossos sentidos, para percebê-la e dar significado, para
organizá-la e manipulá-la de acordo com as capacidades diretivas de nossa mente,
para armazená-la e recuperá-la dentro de uma gama de processos de memória.
Essas habilidades cognitivas servem como base para diversos aprendizados,
incluindo a alfabetização. Para que possamos decodificar palavras nossos
cérebros precisam criar um caminho e uma comunicação entre as partes de
nossos cérebros que não estão conectadas dessa forma.
O QUE É COGNIÇÃO?

A cognição pode ser definida como os processos conscientes e


inconscientes pelos quais o conhecimento é acumulado. Esses processos
cognitivos incluem pensar, conhecer, lembrar, julgar e resolver
problemas.
Estas são funções de nível superior do cérebro e abrangem linguagem,
imaginação, percepção e planejamento. Ou seja, a cognição é um estado
ou experiência de conhecimento que pode ser distinguido de uma
experiência de sentimento ou desejo.
Tipos de processos cognitivos
Existem muitos tipos diferentes de processos cognitivos. Esses incluem as
habilidade cognitivas:
Atenção
A atenção permite que as pessoas se concentrem em um estímulo específico no
ambiente.
Linguagem
A linguagem e o desenvolvimento da linguagem são processos cognitivos que
envolvem a capacidade de compreender e expressar pensamentos por meio de
palavras faladas e escritas. Permite a comunicação com outras pessoas e
desempenha um papel importante no pensamento.

.
Aprendizagem
A aprendizagem requer processos cognitivos envolvidos em assimilar coisas novas,
sintetizar informações e integrá-las ao conhecimento prévio.
Memória
A memória é uma importante habilidade cognitiva, que permite às crianças em processo de
alfabetização codificar, armazenar e recuperar informações. É um componente crítico no
processo de aprendizagem e permite que as elas retenham conhecimento sobre o mundo e
suas histórias pessoais.
Percepção
A percepção que os pequenos recebam informações por meio de seus sentidos, em seguida,
utilizem essas informações para responder e interagir com o mundo.

.
Pensamento
O pensamento é uma parte essencial de todo processo cognitivo. Ele permite que as
crianças se envolvam na tomada de decisões, na solução de problemas e em um raciocínio
mais elevado.

.
Processamento cognitivo de leitura
Leitura é a capacidade de extrair pronúncia e sentido de uma palavra de sinais gráficos. Ou seja,
ler é a capacidade de identificar uma palavra.
O maior objetivo da leitura é a compreensão, e para que haja compreensão é preciso ler.
Porém, existe uma diferença entre saber ler e conseguir compreender o que está lendo. É
possível ler e não compreender, e compreender sem ler. Esses processos, de leitura e
compreensão, nem sempre ocorrem juntos.
Na leitura, o processo cognitivo acontece por meio da atenção, do planejamento, da
organização, automonitoramento e memória operacional. Também é preciso que a
criança desenvolva as habilidades de organização viso-espacial e temporal, sequencial,
memória a curto e longo prazo e contexto.
A representação das competências da leitura se dá inicialmente pela atenção seletiva e
sustentada, reconhecimento visual – gráfico, oculomotor e visuoespacial e, por fim, ocorre o
reconhecimento fonológico, a associação semântica e a compreensão da leitura.
Processamento Cognitivo da Escrita
No desenvolvimento cognitivo, a escrita desempenha um papel muito importante, pois é
por meio desta habilidade que a criança vai poder comunicar outras habilidades, suas ideias
e o mundo como um todo.
O processo de escrita acontece inicialmente pela grafomotricidade, que se dá através
do desenho e que é considerada a primeira representação mental de uma criança,
assim como diz Nuñez (2017): “escrever é representar com as palavras as ideias
mediante imagens.”
Também, pelo contato com leituras e livros, as crianças em processo de alfabetização
entendem que as ideias são representadas por palavras, gravadas como “imagens” e essas
imagens são chamadas de letras.
A aprendizagem da escrita acontece de forma gradual e conta muito com a capacidade
de exploração da criança. O principal estímulo para que esse processo se efetive com
sucesso é a alfabetização infantil.
O cérebro é estimulado durante a escrita e exige um planejamento motor, um planejamento
do som da letra, que a criança escute o som da letra e veja a representação da letra. Com
tudo isso, as quatro áreas do cérebro são acionadas. Para que a criança escreva
corretamente as letras do alfabeto, é envolvido nesse processo observação, controle e
coordenação manual, que demanda a memória motora que influencia na aprendizagem e
precisa ocorrer nessa fase.
A leitura e a escrita se complementam para que o processo de alfabetização
realmente ocorra. No entanto, é importante observar qual das duas vem primeiro, assim
pode-se criar estratégias para que o estímulo da aprendizagem seja realizado com sucesso.
O primeiro elemento que se concretiza é a leitura, já que a escrita, que é a expressão
motora, não é algo natural e precisa ser desenvolvida. A leitura ocorre após a análise dos
sons e a decodificação para que a escrita seja feita.
LINGUAGEM ORAL E ESCRITA
A oralidade e a escrita são duas formas de variação linguística, onde a oralidade é
geralmente marcada pela linguagem coloquial (ou informal), enquanto a escrita, em grande
parte, está associada à linguagem culta (ou formal).
Um dos fatores mais importantes para a construção da linguagem deve se à leitura,
posto que as pessoas que mantém o hábito da leitura têm muito mais facilidade para
se expressarem e claro, para perceber o contexto em que estão inseridas e qual das
linguagens devem usar.
Além disso, o hábito de leitura melhora a escrita, que na maior parte dos casos, deve adotar
a linguagem formal e das normas gramaticais para se expressar. Da mesma forma que na
oralidade, o ato de escrever está intimamente relacionado com o contexto em que está
inserido.
Seguramente, todos concordamos que a língua é um dos bens
sociais mais preciosos e mais valorizados por todos os seres humanos em
qualquer época, povo e cultura. Mais do que um simples instrumento, a língua é
uma prática social que produz e organiza as formas de vida, as formas de ação e
as formas de conhecimento. Ela nos torna singulares no reino animal, na
medida em que nos permite cooperar intencionalmente, e não apenas por
instinto. Mais do que um comportamento individual, ela é atividade conjunta e
trabalho coletivo, contribuindo de maneira decisiva para a formação de
identidades sociais e individuais.
Tendo em vista o trabalho com a língua em sala de aula, sabemos
que é como língua escrita que ela é ali mais estudada, mas é como
língua oral que se dá seu uso mais comum no dia-a-dia. Além disso,
a criança, o jovem ou o adulto já sabe falar com propriedade e eficiência
comunicativa sua língua materna quando entra na escola, e sua fala influencia a
escrita, sobretudo no período inicial da alfabetização, já que a fala tem modos
próprios de organizar, desenvolver e manter as atividades discursivas. Esse
aspecto é importante e permite entender um pouco mais as relações sistemáticas
entre oralidade e escrita e suas inegáveis influências mútuas.
As relações entre oralidade e escrita se dão num contínuo ou gradação perpassada pelos
gêneros textuais, e não na observação dicotômica de características polares. Isso significa que
a melhor forma de observar a relação fala-escrita é contemplá-la num contínuo de textos orais
e escritos, seja na atividade de leitura, seja na de produção. Esse contínuo é de tal ordem que,
em certos casos, fica difícil distinguir se o discurso produzido deve ser considerado falado ou
escrito.
Tome-se, por exemplo, o caso da notícia de um telejornal que só aparece na forma falada,
mas é a leitura de um texto escrito. Trata-se de uma oralização da escrita, e não de língua oral.
Ou então a publicação de entrevistas em revistas e jornais que originalmente foram
produzidas na forma oral, mas só nos chegaram pela escrita. Trata-se de uma editoração da
fala. E o mesmo ocorre com o teatro, o cinema e as novelas televisivas. Esses não são gêneros
orais em sua origem, mas surgem como escritos e depois são oralizados, chegando ao público
nessa forma.
Não
Não se
se pode
pode confundir
confundir oralidade
oralidade com
com
oralização
oralização da
da escrita.
escrita.
Sabemos que tanto a linguagem escrita como a linguagem oral se tratam de manipulação da
linguagem verbal que tem o intuito em estabelecer a comunicação. A seguir preencha as
lacunas em relação às características da linguagem oral e escrita.

I- Linguagem Oral
II- Linguagem Escrita

( ) Existe maior aproximação entre o receptor e o emissor.


( ) Faz exigência de uma linearidade, a existência de uma sequência de pensamento clara e
estruturada.
( ) Mais formal, é mais pensado e também planejada.
( ) Tem que apresentar o vocabulário mais variado e as construções frásicas mais elaboradas.
( ) É passageira e se encontra em constante renovação.
Marque a opção em que as opções de Linguagem Oral e
Linguagem Escrita preenchem as lacunas de modo correto.

A) II, I, II, I, II.


B) I, II, II, II, I.
C) I, II, II, I, I.
D) II, I, I, II, I.
A professora Magda propõs uma atividade para a turma. Cada
estudante deveria fazer a leitura de um livro literário e realizer o
reconto para a turma. Com base nos conhecimentos a respeito do
desenvolvimento da oralidade, pode-se dizer que a atividade proposta
fomenta a
a) oralização.
b) oralidade.
c) repetição.
d) a mera reprodução da história.
ATÉ
BREVE!

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