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A LITERATURA INFANTIL
Moralista Ética
Letramento ≠ Alfabetização
O ensino de literatura e o cânone.
Sobre a prática de leitura entre os jovens, Roger Chartier alerta que “aqueles que
são considerados não leitores leem, mas leem coisas diferentes daquilo que o
cânone escolar define como uma leitura legitima. O problema então [...] é o de
tentar apoiar-se sobre essas práticas incontroladas e disseminadas para conduzir
esses leitores , pelas escolas mas também sem dúvida por múltiplas vias, a
encontras outras leituras.”
A leitura literária e a formação do leitor.
Leyla Perrone-Moisés vai dizer, em “O ensino da literatura” (2016), que “os textos
literários são aqueles em que a linguagem atinge a sua maior potência de
significação, no texto literário, não se reduz ao significado (como acontece nos
textos científicos, jornalísticos, técnicos), mas opera a interação de vários níveis
semânticos e resulta numa possibilidade teoricamente infinita de interpretações.”
Por que ensinar literatura?
De acordo com Abramovich, “é importante para a formação de qualquer criança
ouvir muitas, muitas histórias... Escutá-las é o início da aprendizagem para ser um
leitor, e ser leitor é ter um caminho absolutamente infinito de descoberta e
compreensão do mundo...”
Como afirma Teresa Colomer, “Literatura não é luxo, é a base para a construção de
si mesmo. Literatura é um conteúdo que precisa ser ensinado nas escolas, ampliar
o repertório de linguagens, [...] entre outras habilidades” Para ela, as funções da
literatura “São muitas, entre elas, apresentar outras perspectivas, permitir ao leitor
se colocar na pele de outras pessoas e ver o muito com distintos olhos. Ela também
está relacionada à fantasia, à fabulação, que é uma necessidade humana, e por
isso inventamos histórias desde sempre.”
“A subjetividade moderna desenvolveu-se com a ajuda da experiência literária, e o
leitor, ‘a barreira do ei individual, na qual ele era um homem como os outros, ruiu’
(Proust), ‘eu é um outro’ (Rimbaud)”.
A literatura tem esta poder transformação; para Lewis, os leitores letrados –
capazes de desnudar as camadas mais profundas dos textos literários – conseguem
“ver por meio dos olhos de outros”, aquilo que suas realidades não comportam,
transformando-se a cada leitura. Lewis complementa que o leitor letrado é aquele
capaz de considerar que a “experiência literária cura a ferida da individualidade sem
arruinar seu privilégio”, e que é profundamente tocado pelas histórias nas quais
“torno-me mil homens e ainda permaneço eu mesmo”.
Acima de tudo, literatura pode transformar o mundo e humanizar, pois ensina aos
homens aquilo que nenhuma ciência é capaz: refletir sobre sua essência humana.
No Brasil, as primeiras obras infantis começam a despontar na passagem do século XIX para o
século XX.
ADULTO
Se esse individuo ainda não compreende a língua como um todo, ele não vai entender a
literatura, nem ao menos a língua em sua pluralidade.
o “Às vezes ela mandava ler dois ou três livros por ano”
Lilian Lopes Martin da Silva
“A escolarização do leitor: a didática da destruição da leitura” (1984);
Lê-se muito pouco;
Clássicos são os escolhidos, principalmente na escola pública; Muitas vezes porque
é o repertório que o professor tem.
O autoritarismo e a burocracia da escolha (muitas vezes o aluno precisa ler a
mesma obra várias vezes, pois não tem opção de escolha);
É mais fácil para o professor seguir os guias indicativos a arriscar pelas inovações.
Quando o próprio professor atrapalha o ensino da literatura?
Quais formas trabalhar a literatura? Não se repete livros!
Literatura não é prova. Quais outras formas de avaliar esse aluno?
Acompanhar a leitura do aluno! Há de ser um trabalho sistematizado.
O clássico nem sempre é o adequado pra idade.
o Prática de leitura na escola.
João Wanderley Geraldi
Artificialidade do ensino quanto ao uso da linguagem.
Ensina-se regras e sistemas antes mesmo do aluno saber a usa-las
praticamente. Trata-se o professor como um “falante modelo” e o aluno como
um “mal falante”.
Na escola não se escrevem textos, produzem-se redações.
Não se leem textos, fazem-se exercícios de interpretação e análise de textos.
Não se faz análise linguística, aplicam-se a dados de análises preexistentes.
TICs
o Tecnologias da informação e comunicação e formação de professores: sobre rede e
escolas
Katia Alonso
Necessidade de se refletir sobre as TICs
“Tempo, espaço e trabalho são afetados pelas dinâmicas que reconfiguram nossas
relações, nossa maneira de ser/estar no mundo. Embora seja um progresso
marcadamente econômico, há nisso uma lógica que impõe outros modos de
organização da vida, que se espraia pelo social, cultural, politico-educacional,
demandando rearranjos e criações humanas que nos possibilitem interagir com o
novo, compreender o desconhecido.” P. 748
“Junto com a compra de equipamentos, softwares, entre outros artefatos, são
constituídos programas e/ou projetos de formação de professores, com o objetivo
de transformar o cotidiano escolar. Pretende-se que a incorporação das TICs pelas
escolas seja elemento catalizador de mudanças significativas na aprendizagem dos
alunos.” P. 748
Necessidade de se universalizar o Ensino Fundamental e Médio e a
necessidade transpor os modelos tradicionais.
Não há nenhum incentivo ao uso das TICs, mas deveria. Apesar de
nem sempre termos acesso a esses equipamentos nas escolas, eles
podem nos ajudar no ensino.
Interpretação: compreender aquilo que não está evidente no texto.
“Escanear o texto”. Hoje em dia, deixou-se de ler inclusive as
informações completas, por que isso?
Seleção de informação.
Ações que requerem letramento ou multiletramento.
As TICs estão sendo analisadas como uma “solução de todos os males”. O
conhecimento obtido por essas é muito diferentes do obtido em sala de aula,
que é muito mais humanístico. É necessário acompanhamento para a
utilização do meio virtual! Não basta utiliza-las, precisa-se de um sistema.
Professores com vestimentas inadequadas em cenários e falas novos.
Contexto muito diferente do que muitos professores se formaram e atuam.
Há um descompasso entre essas formas de ensino.
“Do ponto de visto pedagógico, o uso das TIC no contexto escolar e as
significações sobre elas tem implicado transformações que relativizam a
função do professor como transmissor de conhecimento, deslocando o centro
da questão para o protagonismo dos alunos” O aluno autônomo, o
professor
como um aliado que o ajuda.