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 Literatura na Sala de Aula

 Qual o objetivo da Literatura na Sala de Aula?


Levar o aluno a refletir criticamente sobre a formação de leitores e o papel da
escola na formação do leitor de texto literário; discutir o lugar ocupado pela literatura
no ensino; discutir propostas didáticas; refletir sobre o papel da mídia e das novas
tecnologias na sala de aula para o ensino de literatura; capacitar o futuro professor a
identificar estratégias adequadas para a formação de leitores literários em diferentes
suportes.
CONTEÚDO: As TICs e a formação do leitor em sala de aula.
Tecnologias da Informação e Comunicação.
Literatura e formação do leitor em suportes digitais.
Práticas de leitura: do livro à internet.
A literatura na escola: reflexões e métodos.
O texto literário na sala de aula cultura de massa e
novas tecnologias.
O papel do professor na formação do leitor literário.

A LITERATURA INFANTIL

Moralista Ética

 Qual o lugar ocupado pela literatura no ensino atualmente?


 Qual o papel da escola na formação do leitor literário?
Segundo Teresa Colomer, “é imprescindível que as crianças leiam de forma
independente na escola porque nem todas vão fazer isso quando estiverem fora
dela. O papel da educação em relação à desigualdade social é muito importante.
Para aprender a ler de forma eficiente, é necessária muita dedicação e os alunos só
conseguem isso com o investimento dos educadores, que precisam ensinar
também como escolher o que ler.”
Ensinar história da literatura não é ensinar literatura.

Letramento ≠ Alfabetização
 O ensino de literatura e o cânone.
Sobre a prática de leitura entre os jovens, Roger Chartier alerta que “aqueles que
são considerados não leitores leem, mas leem coisas diferentes daquilo que o
cânone escolar define como uma leitura legitima. O problema então [...] é o de
tentar apoiar-se sobre essas práticas incontroladas e disseminadas para conduzir
esses leitores , pelas escolas mas também sem dúvida por múltiplas vias, a
encontras outras leituras.”
 A leitura literária e a formação do leitor.
Leyla Perrone-Moisés vai dizer, em “O ensino da literatura” (2016), que “os textos
literários são aqueles em que a linguagem atinge a sua maior potência de
significação, no texto literário, não se reduz ao significado (como acontece nos
textos científicos, jornalísticos, técnicos), mas opera a interação de vários níveis
semânticos e resulta numa possibilidade teoricamente infinita de interpretações.”
 Por que ensinar literatura?
De acordo com Abramovich, “é importante para a formação de qualquer criança
ouvir muitas, muitas histórias... Escutá-las é o início da aprendizagem para ser um
leitor, e ser leitor é ter um caminho absolutamente infinito de descoberta e
compreensão do mundo...”
Como afirma Teresa Colomer, “Literatura não é luxo, é a base para a construção de
si mesmo. Literatura é um conteúdo que precisa ser ensinado nas escolas, ampliar
o repertório de linguagens, [...] entre outras habilidades” Para ela, as funções da
literatura “São muitas, entre elas, apresentar outras perspectivas, permitir ao leitor
se colocar na pele de outras pessoas e ver o muito com distintos olhos. Ela também
está relacionada à fantasia, à fabulação, que é uma necessidade humana, e por
isso inventamos histórias desde sempre.”
“A subjetividade moderna desenvolveu-se com a ajuda da experiência literária, e o
leitor, ‘a barreira do ei individual, na qual ele era um homem como os outros, ruiu’
(Proust), ‘eu é um outro’ (Rimbaud)”.
A literatura tem esta poder transformação; para Lewis, os leitores letrados –
capazes de desnudar as camadas mais profundas dos textos literários – conseguem
“ver por meio dos olhos de outros”, aquilo que suas realidades não comportam,
transformando-se a cada leitura. Lewis complementa que o leitor letrado é aquele
capaz de considerar que a “experiência literária cura a ferida da individualidade sem
arruinar seu privilégio”, e que é profundamente tocado pelas histórias nas quais
“torno-me mil homens e ainda permaneço eu mesmo”.
Acima de tudo, literatura pode transformar o mundo e humanizar, pois ensina aos
homens aquilo que nenhuma ciência é capaz: refletir sobre sua essência humana.

 Literatura infantil e juvenil


Base no livro: Literatura infantil e juvenil: perspectivas, de Zilberman, R. Uma
excelente ponte para literatura mais complexa.
 Fábulas (1668-1694), de La Funtaine;
 Contos da Mamãe Gansa (1697), Charles Perrault.

No Brasil, as primeiras obras infantis começam a despontar na passagem do século XIX para o
século XX.

 Pensa-se muito no ensino da literatura no Ensino Médio, mas é no Ensino Fundamental II


que tem de se criar, aos poucos, o gosto pela leitura, como forma de preparação.
 Já é comprovado que no Ensino Fundamental II é a fase em que os alunos deixam de ler,
já que no Fundamental I há a preocupação com a alfabetização, enquanto o letramento é
deixado de lado, dessa forma, os alunos chegam ao Médio sem o costume da leitura.
o Contexto brasileiro:
 Por que a acelerada urbanização, que se deu entre o fim do século XIX e o
começo do século XX, foi propícia para o aparecimento da literatura infantil?
 Abolição da escravatura;
 Mão-de-obra assalariada; Uma mudança começa
 Passagem do campo para a cidade; a acontecer por toda a
 Industrialização e modernização; sociedade.
 O saber passa a ser valorizado.

 Os livros comuns da época eram didáticos;


 Ensino para a criação do trabalhador.
o O nacionalismo na literatura infantil:
 “Histórias de nossa terra” (1907) de Júlia Lopes
Conto “O Tesouro”.

“De cada terra em que estive,


Das que este Brasil encerra
E que defendi com sangue
Trouxe um punhado de terra

Guardei-a como lembrança


De mais valor e mais pura,
E há de minha neta um dia
Pô-la em minha sepultura”
 “Contos Pátrios” (1907) de Olavo Bilac e Coelho Neto, também é uma obra
nacionalista.
o Modelo para a Língua Nacional:
 Rodeada pelo preconceito linguístico para não dar voz a classes mais baixas,
por exemplo, por não ter formas coloquiais.

ADULTO

FALA SUPERIOR LIVRO INFANTIL FALA DE IGUAL PARA IGUAL


Literatura na época era didática e moralizante.
o De braços dados com a modernização:
 A partir de 1921, com “Narizinho Arrebitado”, de Monteiro Lobato, isso muda.
A coloquialidade e imaginação passa a fazer parte da
literatura infantil.
o Monteiro Lobato: fortifica-se.
Manter as mesmas personagens se torna mais fácil.
o De 1920-1945: o gênero se consagra.
 Grande interesse das editoras;
 Passa a englobar elementos textuais e pictóricos;
 Exaltação e predomínio do espaço rural;
 Obras que abordam lendas e folclore brasileiros;
 Obras paradidáticas
Ligadas não somente ao ensino da língua portuguesa.
o Infantilização da criança:
 Tendência da literatura infantil dos anos 50/60, que se refere à criação de
personagens bichos ou bonecos animados, que simbolizam as vivências
infantis, ao mesmo tempo em que pregam a conscientização de uma ética
adulta preconizada aos pequenos.
 Projeção de uma imagem ideal da criança.
Ex: “O cachorrinho Samba”, “Atíria, a borboleta”, “A abelhinha feliz”.
o A partir da década de 60:
 Narrativa infantil de espaço estritamente rural dá lugar ao espaço urbano
Temáticas como pobreza, injustiças, miséria e marginalidade.
Ex: “Justino, o retirante” e “Pivete”
o A partir da década de 70:
 Florescem a ficção científica e o mistério policial
 Década de 60
“O sonho de Marina” de Guilherme de Almeida é uma obra moralizante, sem
estimular o senso crítico da criança. Já “ou isto ou aquilo” de Cecília Meireles
mostra uma feição muito mais “crítica” e aberta para o senso crítico infantil.
o Clarice Lispector:
 “O mistério do Coelho Pensante” Literatura de Clarice des-
 “A mulher que matou os peixes” infantiza a criança,
humanizando-a.
 A literatura infantil é tida como menor, a academia nem ao menos a discute.

FUNÇÃO MORALIZANTE FUNÇÃO ÉTICA


o Nas décadas de 60/70:
 Liga-se do estético e ético como categorias fundamentais.
o Lygia Bojunga e a emancipação da literatura infantil.
 “A bolsa amarela” (1976)
 “A casa da madrinha” (1978)
 “O sofá estampado” (1980)
Trata o mundo sob a perspectivas da criança. A bolsa
amarela representa as vontades de Raquel: ser menino, ser escritora e ser
adulta.
Caracteriza a problemática da criança acuada dentro do
núcleo familiar.
 Leitura em crise na escola
 O que é literatura?
 “Muito difícil de se definir o que é, de fato, literatura. A literatura traz reflexão.
Ela pode trazer outras intenções mas não é literatura se isso for sua intenção
principal.”
 O uso cotidiano da linguagem procura fazer-se esquecer tão logo se faz
compreender enquanto a linguagem literária cultiva sua própria opacidade. A
linguagem cotidiana é mais denotativa, a linguagem literária é mais
conotativa: ‘Significam mais do que dizem’, observava Montaigne, referindo-
se às palavras poéticas. A linguagem cotidiana é mais espontânea, a
linguagem literária é mais sistemática.
 Literatura não é luxo. É a base para a construção de si mesmo.
 A literatura precisa ser passado de forma autônoma.
 Os leitores medianos costumam se manter em leituras muito próximas de
parecidas e é preciso que esses indivíduos diversifiquem suas leituras.
 Leituras iniciais precisam ser leves e prazerosas.
 Adaptar para a idade e nível dos leitores.
 Que tipo de literatura caberia à escola estimular?
 Depende quase completamente do seu aluno.
 “Leitura em crise na escola” –Regina Zilberman
 Ler “O Cobrador”
 A crise da leitura interpretada como um crise da escola;
 A leitura é a ponte para o conhecimento, concebido como a ponte para a
liberdade e para a ação libertadora;
 Livro didático como o avesso da leitura proposta;
 Superação da hierarquia rígida sobre a qual se apoia o sistema educativo,
visando a um espaço mais democrático, em que o aluno aparece como co-
autor.

“Modelo de desvelamento do mundo, a leitura encontra na literatura


eventualmente seu recipiente imprescindível. Preservar estas relações é dar
sentido a elas. E, se a escola não pode absorvê-las por inteiro, igualmente
não pode ser o lugar onde elas se rompem em definitivo, sob pena de
arriscar sua missão e prejudicar, irremediavelmente, o ser humano a quem
diz servir.” (p. 20)
“[...] Se é a literatura de ficção, na sua globalidade, que deflagra a
experiência mais ampla da leitura, sua presença no âmbito do ensino
provoca transformações radicais que, por isto mesmo, lhe são
imprescindíveis.” (p. 22)
 Leitura no 1º Grau: a proposta dos currículos
Maria Izabel Cattani; Vera Teixeira de Aguiar
 Pesquisa sobre o ensino e as práticas de leituras em currículos de 7 estados
brasileiros ;
 Escola diferencia-se da família e das demais instituições sociais por realizar um
trabalho educacional sistemático;
 O currículo deve prever a ação do professor como desencadeadora do
desenvolvimento do pensamento, da reflexão e da crítica;
 Concepção de leitura além da mera decoficação, deve chegar às inferências,
descobertas dos pormenores e conclusões;
 Material de leitura: sem referências de autoria; predomínio da voz adulta; textos
adaptados, mesmo de obras nacionais; fragmentos de obras; opção por textos
canônicos não adequados ao nível de leitura, etc.
 Todas as disciplinas exigem a leitura de textos e obras para o desenvolvimento de
seus conteúdos, mas é somente em Língua Portuguesa que há preocupação com o
ensino da leitura;
 Os documentos demonstram o reconhecimento da importância da leitura (para
desenvolvimento da individualidade e da criticidade); no entanto, há um
distanciamento entre as reflexões teóricas e a sua operacionalização na escolha do
material e na metodologia utilizada.
 Ao pé do texto na sala de aula
Lígia Chiappini Moraes Leite; Regina Maria Hubner Marques
 Texto como lugar de troca de experiências e reflexão;
 Texto “como um instrumento capaz de nos levar a assumir – com os nossos alunos
– esse papel de leitores-sujeitos, a um só tempo críticos e criativos.” (p. 40)
“O texto, literário ou não, pode ser definido – para copiar as palavras de uma
pensadora, por quem aspiro um dia ser copiada – como ‘um campo de sentido’.
Dele participam o autor e o destinatário, e da tensão entre eles vive a obra de arte
ou de pensamento que se nos oferece, diariamente, na escola, como objeto de
fruição e de análise.” (p. 38)
 Leitor como coautor;
 Necessidade de se respeitar a leitura do aluno;
 Noção de texto literário atrelada ao ensino médio, onde ele entra no programa,
dentro de uma disciplina específica – a História Literária;
 “não escrever corrido” (p. 41) – abertura à expressividade do aluno;
 Escola pode ser um espaço conformador (aos ideais burgueses) ou transformador;
cabe ao professor optar por uma prática conformativa ou transformadora, “já que a
opção pela neutralidade é uma falsa opção (não há pedagogia neutra; toda a
pedagogia é política, já nos alerta há muito tempo Paulo Freire).” (p. 42)
 Vivendo o texto (relato de experiências)
 A escola não tem condições de formar humanamente o aluno
 Escola fragmentada;
 Funções burocráticas do professor;
 Preocupação em terminar o livro didático (voracidade com os conteúdos não
é sinônimo de eficiência pedagógica) – p. 45
 Questão da escolha – “método do ensaio-e-erro”;
 Importância da progressão das dificuldades em relação à estrutura do texto;
 Experiência com três 6ª séries – p. 47;
Recepção – obras heterogêneas, salas heterogênea
 Importância da leitura compartilhada – p. 48.
 O texto não é pretexto
Marisa Lajolo
 O texto não é pretexto para nada (ponto de encontro entre dois sujeitos);
 Maturidade do leitor;
 Professor como bom leitor:
“Em resumo, se a relação do professor com o texto não tiver um significado,
se ele não for um bom leitor, são grandes as chances de que ele seja um
mau professor. E, à semelhança do que ocorre com ele, são igualmente
grandes os riscos de que o texto não apresente significado nenhum para os
alunos, mesmo que eles respondam satisfatoriamente a todas as questões
propostas..” (p. 53)
 Superação da função moralizante da literatura:
“A presença destes textos (e de outros que celebram o bom filho, o bom
aluno, o pobre conformado e limpo, o rico caridoso, etc. ) em livros sobre cuja
adoção o professor não se pode pronunciar é incômoda. O mestre de bom
senso vê nesta situação sérios riscos de atrofia da sensibilidade dos alunos.”
(p. 55)
 O texto não deve ser pretexto para a fixação de normas gramaticais,
aumento de vocabulário, motivação para redações ou ilustração de estilos de
época ou autores. “O importante é que haja um sentido crítico que norteie
permanentemente a atitude com que o professor, juntamente com a classe,
se entrega ao texto. [...] A não ser assim, a literatura não cumprirá sua
função maior no contexto, se não da escola, ao menos da formação do
indivíduo.” (p. 62)
 A poesia e a escola
Ligia Morrone Averbuck
 Por que da raridade da poesia no espaço escolar?
 Em uma organização selada pelo utilitarismo, aprende-se a não perder
tempo. “A poesia e a arte em geral participam dessa área ‘não lucrativa’
onde se inserem as atividades prazerosas e lúdicas, excluídas do programa
de vida de uma sociedade voltada para o ganho.” (p. 66)
 Cerceamento da imaginação criadora dos jovens, “Esta postura liga-se,
igualmente, ao desconhecimento não só das possibilidades de exploração da
literatura em geral, através da descoberta da poesia, como do próprio papel
da arte no desenvolvimento da personalidade humana.” (p. 66)
 Caráter liberador da poesia; “funciona como ‘antídoto’ em uma civilização
urbana e técnica” (p. 67);
 O professor precisa ser amante da poesia para poder passar a sua ‘verdade’
ao aluno, não se pode trapacear com a criança
 Inicialmente, espera-se uma sensibilização e não a apreensão das técnicas
do texto poético. A poesia não pode ser ensinada, mas vivida;
 A criança. mais do que o adulto, é capaz de imaginar e romper as fronteiras
do concreto;
 Trabalho sobre o texto, sobre a língua artesanalmente trabalhada;
 Nos primeiros anos a criança é particularmente sensível aos ritmos e jogos
verbais, deve-se primar, portanto, pelo domínio das sonoridades e pelo
aspecto lúdico;
 Associação da poesia à musicalidade; legítima oficina poética;
 Jogos de imagens, jogos surrealistas, palavra-puxa-palavra;
 Meta é a expansão da criação;
 Exploração da poesia no espaço do papel;
 Não se espera que a poesia ensine “boas maneiras”, antes ela fala do
interdito e do oculto, sendo espaço privilegiado de liberdade e de
aprofundamento das relações sociais.
 Leituras para o 1º Grau: critérios de seleção e sugestões
Vera Teixeira de Aguiar
 Atividade de leitura para obtenção de informações (todas as disciplinas) e
como recreação (língua portuguesa);
 Qualidade e adequação do material de leitura, para que haja
amadurecimento e se provoque a reflexão na criança, não como mera
reprodução dos valores do mundo do adulto;
 Linguagem e estruturas narrativas acessíveis (sem grandes inversões);
 Inicialmente narrativas mais breves (a complexidade deve aumentar com o
tempo);
 Seleção de acordo com os interesses e fases de leitura (dada a
heterogeneidade, a sondagem inicial é importante);
 Fases:
Pré-leitura (03-06): muitas gravuras e pouco texto, para ser manuseado
 Pela criança ou lidos pelo adulto;
 Leitura compreensiva (06-08): alfabetização, textos curtos;
 Leitura interpretativa (08-11): maior fluência, fantasia e textos que
agucem a observação e criticidade
 Desenvolvimento das habilidades críticas (12-13): não só interpreta,
mas deve ser capaz de posicionar-se diante do texto; preferência por
ficção, aventuras, etc.
 Leitura crítica (13-15): idade da descoberta do mundo interior, da
formação dos juízos de valor, da percepção dos valores estéticos;
busca identidade individual e coletiva, temas sociais, questionamentos
da justiça e da verdade;
 A promoção da literatura deve atender às necessidades das crianças, não se
esquecendo de que todos têm direito à arte.
 O texto na sala de aula
Texto de João Wanderley Geraldi
Necessidade de uma reformulação no ensino atual (tanto de língua quanto de literatura),
pois não visa à constituição do sujeito.
o Concepções de linguagem e ensino de português
João Wanderley Geraldi
 Crise no sistema educacional;
 Para que ensinamos o que ensinamos? Como ensinamos?;
 Linguagem como lugar de constituição das relações sociais;
 A democratização da escola (ainda que falsa, trouxe em seu bojo outra clientela e
com ela diferenças dialetais acentuadas).

Obs.: A língua só tem existência no jogo que se joga na sociedade.

Todos podem conhecer a língua

Se esse individuo ainda não compreende a língua como um todo, ele não vai entender a
literatura, nem ao menos a língua em sua pluralidade.

o “Às vezes ela mandava ler dois ou três livros por ano”
Lilian Lopes Martin da Silva
 “A escolarização do leitor: a didática da destruição da leitura” (1984);
 Lê-se muito pouco;
 Clássicos são os escolhidos, principalmente na escola pública; Muitas vezes porque
é o repertório que o professor tem.
 O autoritarismo e a burocracia da escolha (muitas vezes o aluno precisa ler a
mesma obra várias vezes, pois não tem opção de escolha);
 É mais fácil para o professor seguir os guias indicativos a arriscar pelas inovações.
 Quando o próprio professor atrapalha o ensino da literatura?
 Quais formas trabalhar a literatura? Não se repete livros!
 Literatura não é prova. Quais outras formas de avaliar esse aluno?
 Acompanhar a leitura do aluno! Há de ser um trabalho sistematizado.
 O clássico nem sempre é o adequado pra idade.
o Prática de leitura na escola.
João Wanderley Geraldi
 Artificialidade do ensino quanto ao uso da linguagem.
 Ensina-se regras e sistemas antes mesmo do aluno saber a usa-las
praticamente. Trata-se o professor como um “falante modelo” e o aluno como
um “mal falante”.
 Na escola não se escrevem textos, produzem-se redações.
 Não se leem textos, fazem-se exercícios de interpretação e análise de textos.
 Não se faz análise linguística, aplicam-se a dados de análises preexistentes.

É tudo muito artificial! Como usar na pratica a língua?


(Podemos usar um jornal escolar, por exemplo, em vez de tudo isso).
Muitas vezes, o aluno faz a análise de acordo com o diálogo que ele tem com
o autor a partir daquele texto, e o professor o pede para apagar e copiar a
resposta do livro.
 Em “A Leitura” Marisa Lajolo diz que ler não é decifrar. O aluno pode sim dialogar
com o texto, afirma-lo ou nega-lo de acordo com seu entendimento pessoal.
O aluno, após a escola, precisa ter autonomia em suas leituras. Ele não pode
ser dependente em conhecimento.
Leitura busca informações/ estudo do texto/ pretexto/ fruição do texto.
o O violino
Luiz Vilela
 A literatura por prazer. Como vamos convencer esse aluno a ler por puro prazer
como nós lemos?
 Interpretação hoje em dia.
o O circuito do livro e a escola
Maria Nilma Goes da Fonseca
João Wanderley Geraldi
 Discussão entre professores, compartilhamento das expreriencias;
 Redução da jornada de trabalho;
 Superar a artificialidade do ensino;
 Leitura além da mera decodificação (letramento);
 Leitura como interlocução (autor/leitor), em que o leitor preenche as lacunas do
texto;
 Alunos produtores de textos e não redações;
 Respeito a caminhada do leitor (até o tornar-se fluente, é importante respeitar as
preferências e o ritmo do leitor);
 Preferência por narrativas longas;
 Avaliação (como controle do processo);
 Quantidade gera qualidade.

 TICs
o Tecnologias da informação e comunicação e formação de professores: sobre rede e
escolas
Katia Alonso
 Necessidade de se refletir sobre as TICs
“Tempo, espaço e trabalho são afetados pelas dinâmicas que reconfiguram nossas
relações, nossa maneira de ser/estar no mundo. Embora seja um progresso
marcadamente econômico, há nisso uma lógica que impõe outros modos de
organização da vida, que se espraia pelo social, cultural, politico-educacional,
demandando rearranjos e criações humanas que nos possibilitem interagir com o
novo, compreender o desconhecido.” P. 748
“Junto com a compra de equipamentos, softwares, entre outros artefatos, são
constituídos programas e/ou projetos de formação de professores, com o objetivo
de transformar o cotidiano escolar. Pretende-se que a incorporação das TICs pelas
escolas seja elemento catalizador de mudanças significativas na aprendizagem dos
alunos.” P. 748
 Necessidade de se universalizar o Ensino Fundamental e Médio e a
necessidade transpor os modelos tradicionais.
 Não há nenhum incentivo ao uso das TICs, mas deveria. Apesar de
nem sempre termos acesso a esses equipamentos nas escolas, eles
podem nos ajudar no ensino.
 Interpretação: compreender aquilo que não está evidente no texto.
“Escanear o texto”. Hoje em dia, deixou-se de ler inclusive as
informações completas, por que isso?
 Seleção de informação.
 Ações que requerem letramento ou multiletramento.
 As TICs estão sendo analisadas como uma “solução de todos os males”. O
conhecimento obtido por essas é muito diferentes do obtido em sala de aula,
que é muito mais humanístico. É necessário acompanhamento para a
utilização do meio virtual! Não basta utiliza-las, precisa-se de um sistema.
 Professores com vestimentas inadequadas em cenários e falas novos.
 Contexto muito diferente do que muitos professores se formaram e atuam.
 Há um descompasso entre essas formas de ensino.
 “Do ponto de visto pedagógico, o uso das TIC no contexto escolar e as
significações sobre elas tem implicado transformações que relativizam a
função do professor como transmissor de conhecimento, deslocando o centro
da questão para o protagonismo dos alunos” O aluno autônomo, o
professor
como um aliado que o ajuda.

 O professor não é um ser que detém todo o conhecimento. Ele media


o conhecimento, a função do professor é além de fundamental. As
TICs não podem dar conta da transmissão do conhecimento sozinho.
 O papel do professor muda, mas nunca deixa de ser fundamental. Ele
acompanha a transmissão.
 O principal é se refletir sobre as TICs.
o Nascidos na era digital: entendendo a primeira geração de nativos digitais.
John Palfrey e Urs Gasser
 Lê-se tanto, mas não se captam informações, captam fragmentos.
o Letramentos Digitais e Formação de Professores”
Marcelo Buzato
 O professor perdendo essa figura de detentor do saber. Hoje, precisa-se ensinar
aprendendo e aprender ensinando! O professor e o aluno estão em uma situação de
compartilhamento mutuo de conhecimento.
 “As TIC [...] servem para ampliar o acesso ao ‘conhecimento’ de forma nunca antes
imaginada”
 As TIC como forma de inclusão.
 Letramento: conjunto de praticas sociais que usam a escrita, enquanto sistema
simbólico e enquanto tecnologia, em contextos específicos, para objetivos
específicos (KLEIMAN)
Agir socialmente por meio do texto.
 O conhecimento do aluno com as TICs tem de ser utilizado.
 Contato com esferas de atividade (artística, jornalística, cientifica)
 Como aliar as TICs ao ensino e à formação do leitor na escola.
 iPoe
 https://www.fpsouza.com.br/projetos/rosangela/
 Book trailer: lidar com outras leituras.
 Fanfics; Blogs
 Haicais e microcontos compartilhados em grupos de Whatsapp, Facebook e
Twitter.
 Divulgação de capítulos de livros em Blogs, simulando o formato de folhetins.

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