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FACULDADES INTEGRADAS NORTE DO PARANÁ – UNOPAR

SISTEMA DE ENSINO A DISTÂNCIA


PEDAGOGIA - LICENCIATURA

ALCIONE CABRAL SILVA CARDOSO

PROJETO DE ENSINO EM PEDAGOGIA


A CONTAÇÃO DE HISTÓRIA COMO FERRAMENTA
PEDAGÓGICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

São Francisco do Itabapoana - RJ


2021
ALCIONE CABRAL SILVA CARDOSO

PROJETO DE ENSINO EM PEDAGOGIA


A CONTAÇÃO DE HISTÓRIA COMO FERRAMENTA
PEDAGÓGICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Projeto de Ensino apresentado à Faculdades


Integradas Norte do Paraná – UNOPAR, como
requisito parcial à conclusão do Curso de
Pedagogia.

Tutora à Distância: Profª. Rosana Cardoso


Moraes Oliveira.

São Francisco do Itabapoana - RJ


2021
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO............................................................................................................4
1 TEMA GERAL......................................................................................................5
2 JUSTIFICATIVA...................................................................................................6
3 PARTICIPANTES.................................................................................................7
4 OBJETIVO............................................................................................................8
4.1 OBJETIVO GERAL.....................................................................................8
4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.......................................................................8
5 PROBLEMATIZAÇÃO..........................................................................................9
6 REFERENCIAL TEÓRICO................................................................................10
6.1 A CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS................................................................10
6.2 AS HISTÓRIAS INFANTIS.......................................................................12
6.3 A EXPERIÊNCIA DA LINGUAGEM: OUVIR E FALAR ............................12
6.4 DESENVOLVIMENTO LINGUISTICO ATRAVÉS DA NARRATIVA..........14
7 METODOLOGIA................................................................................................16
8 CRONOGRAMA................................................................................................18
9 RECURSOS ......................................................................................................19
10 AVALIAÇÃO ......................................................................................................20
CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................21
REFERÊNCIAS.........................................................................................................22
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INTRODUÇÃO

Um dos principais objetivos da educação é contribuir para a formação do


sujeito crítico, responsável e atuante na sociedade. Pois nela existe trocas visuais,
seja através da leitura, da escrita, da linguagem oral ou visual. Entre outros
aspectos, a Educação Infantil é a f ase ideal para o estimulo e formação do interesse
não só pela leitura, mas também pela oralidade, pois é nesse período, também, que
são construídos os hábitos das crianças.
Os aspectos que ganham mais desenvoltura quando o aprendizado acontece
através da contação de histórias são: a oralidade, a afetividade, interpretação e
interação social e o hábito da leitura. Usar as histórias como técnica didática pode
ser um processo satisfatório tanto para o professor - que percebe o interesse e
envolvimento do aluno - quanto para a criança - que aprende.
Este projeto de ensino tem como tema a contação de história como
ferramenta pedagógica na educação infantil. Sabe-se que a Contação de História na
Educação Infantil é uma excelente ferramenta pedagógica e pode contribuir para o
desenvolvimento de várias linguagens educacionais que são trabalhadas nessa
fase. Assim, o projeto de ensino contação de histórias na educação infantil, tem
como objetivo apresentar a importância desta temática no processo de
desenvolvimento da criança.
A atualização de estudos relacionados ao assunto, é essencial para o
desenvolvimento de estratégias por parte de profissionais que buscam por
alternativas que facilitem o processo de ensino e consequentemente de aprendizado
por parte do educando. Usar as histórias como técnica didática pode ser um
processo satisfatório tanto para o professor - que percebe o interesse e
envolvimento do aluno - quanto para a criança - que aprende.
Concluiu-se que a contação de história enquanto ferramenta pedagógica na
educação Infantil, exerce papel essencial no que diz respeito ao processo de
desenvolvimento e agregação não só de habilidades de comunicação básicas -
como: ler, escrever, ouvir e falar - mas também de valores importantes para a
construção do sujeito social, crítico e reflexivo.
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1 TEMA GERAL

Este projeto de ensino tem como tema: a Contação de História como


ferramenta pedagógica na Educação Infantil. A contação de história é um dos
recursos do campo de experiência da Linguagem oral e escrita segundo o
Referencial curricular nacional para a educação infantil (1998), é importante
trabalhar o tema no processo de desenvolvimento integral da criança, significando
assim a aprendizagem que possibilita a construção de conhecimentos e saberes,
interagindo, dialogando, escutando, falando, refletindo e tornando-se gradativamente
humana.
O ato de contação contribui na qualidade do trabalho de educador, partindo
do princípio que visa promover a capacidade de desenvolvimento e transformação
no processo de ensino aprendizagem, sendo assim na posição de mediador, é
possível aprender tanto ou mais que os educandos.
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2 JUSTIFICATIVA

Este projeto justifica-se uma vez que, contar histórias para as crianças que
estão em processo de desenvolvimento da linguagem oral e escrita é uma atividade
que proporciona a formação humana, além da aprendizagem e socialização das
mesmas. Por ser uma forma de humanização, a contação de histórias forma laços
afetivos, pois as relações tanto entre os educadores quanto entre as crianças e os
pais, vão se estreitando à medida que cada história é narrada.
Além disso, a atualização de estudos relacionados ao assunto, é essencial
para o desenvolvimento de estratégias por parte de profissionais que buscam por
alternativas que facilitem o processo de ensino e consequentemente de aprendizado
por parte do educando.
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3 PARTICIPANTES

Selecionada a Educação Infantil para o projeto, a elaboração deste contribuiu


para o crescimento profissional, pois foram realizados vários estudos, durante um
bom tempo para buscar a melhor maneira para o desenvolvimento do projeto
alcançando os objetivos, dentro do tema selecionado.
A contação de história pode ser considerada uma atividade artística, lúdica e
pedagógica, e está ao alcance do educador na sala de aula como uma ferramenta
de trabalho, um recurso essencial para a aprendizagem da criança, e isto posto,
para a construção do aluno leitor. Segundo Abramovich (1989), é através de uma
história que se pode descobrir outros lugares, outros tempos, outros jeitos de agir e
de ser, outra ética, outra ótica. É ficar sabendo História, Geografia, Filosofia, Política,
Sociologia, sem precisar saber o nome disso tudo.
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4 OBJETIVO

4.1 OBJETIVO GERAL

Compreender a importância da contação de história enquanto ferramenta


pedagógica na Educação Infantil.

4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Desenvolver a fala e a escuta;


 Vivenciar situações de leitura e de escrita;
 Apropriar de manifestações culturais;
 Propiciar a integração, desenvolver criticamente.
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5 PROBLEMATIZAÇÃO

De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a educação infantil “a


criança como todo ser humano, é um sujeito social e histórico e faz parte de uma
organização familiar que está inserida em uma sociedade, com uma determinada
cultura, em um determinado momento histórico” (BRASIL, 1998, p. 21-22). As
escolas de Educação infantil é um local onde as crianças interagem socialmente,
recebendo influências socioculturais para o desenvolvimento da aprendizagem.
Vivendo em sociedade e com um contexto familiar que lhe é próprio, cada
criança traz em sua bagagem uma história de vida para o ambiente escolar. Cabe
aos profissionais da educação a busca por recursos necessários a construção de um
cidadão crítico, autônomo e participativo, conforme afirmou Paulo Freire. Assim, a
contação de história enquanto ferramenta pedagógica na Educação Infantil é um
fator que gera dúvidas no que diz respeito ao seu uso no processo de formação do
indivíduo.
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6 REFERENCIAL TEÓRICO

6.1 A CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS

A arte da contação de histórias é uma das mais antigas, essa atividade existe
antes mesmo da escrita. Declamar versos e contar histórias sempre foi prática da
cultura humana. Antigamente era essencial interpretar sinais da natureza, saber ler e
escreve-los através dos registros pictográficos permitia descrever o cotidiano para a
compreensão posterior do grupo. Os contos projetam os fatos e as verdades que
não podem ser entendidas através da razão. Nos estudos dos contos, observa-se: “o
fato de que eles falam sempre de relacionamentos humanos primitivos e, por isso,
exprimem sentimentos muitos arcaicos do psiquismo humano” (VIEIRA, 2005, p. 10).
Desde a antiguidade e até os nossos dias, existe a necessidade de encontrar o
sentido da vida, obter explicações para nossas inquietações, transmitir valores de
nossos antepassados. Tais fatores podem ser os motivos que compelem o ser
humano ao ato de contar, ouvir e recontar histórias. Segundo Rodrigues (2005):

[...] A contação de histórias é atividade própria de incentivo à imaginação e


o trânsito entre o fictício e o real. Ao preparar uma história para ser contada,
tomamos a experiência do narrador e de cada personagem como nossa e
ampliamos nossa experiência vivencial por meio da narrativa do autor. Os
fatos, as cenas e os contextos são do plano do imaginário, mas os
sentimentos e as emoções transcendem a ficção e se materializam na vida
real (RODRIGUES, 2005, p. 04).

Ouvir histórias pode ser essencial na formação de qualquer criança, é o


princípio da aprendizagem para ser um leitor e, tornar-se um leitor é começar a
interpretar o mundo e criar compreensão do mesmo. Por isso, e de acordo com
Abramovich (1993), é necessário “ler histórias para as crianças, sempre, sempre”
(ABRAMOVICH, 1993, p. 17).
As histórias propiciam o prazer pela leitura. Quando a criança aprende a ouvir
histórias contadas ou lidas e toma gosto por elas, adquire o estimulo inicial que
posteriormente a conduzirá para a leitura. Segundo Coelho (1993), nenhuma
contação, por melhor que ela seja, pode substituir a leitura literária. As histórias
possuem magia e encantamento que são capazes de provocar no leitor seu talento
criativo.
Na Educação Infantil a leitura é ferramenta importante para o
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desenvolvimento da linguagem oral e escrita. Craidy e Kaercher (2001), afirmam que


por meio do acesso e manuseio dos livros, assim como, da contação de histórias e
leituras, as crianças vão criando o hábito e o interesse pela leitura e assim um
apreço pela escrita. Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação
Infantil:

A leitura realizada em voz alta, em situações que permitem a atenção e a


escuta das crianças, seja na sala de aula, no parque debaixo de uma
árvore, antes de dormir, numa atividade específica para tal fim, etc., fornece
às crianças um repertório rico em oralidade (BRASIL, 1998, p. 135).

Augusto (2011), defende que quando as crianças se relacionam com os livros


desde cedo, ouvindo histórias ou lendo, aprendem a pronunciar as palavras da
maneira correta, e comunicar-se melhor. Fazendo da leitura um mediador, a criança
desenvolve a imaginação, a criatividade e adquire cultura, valores e conhecimentos,
além de proporcionar o contato com o mundo da escrita.
Craidy e Kaercher (2001, p. 79), ponderam que a “prática de recontar
histórias, além de incentivar o gosto pela oralidade, constituiu uma importante
estratégia de avaliação do desenvolvimento linguístico da criança, observando-se
como esta se expressa oralmente no mundo”.
Os autores alegam que as crianças que ouvem e reproduzem histórias
enriquecem suas linguagens e desenvolvem a imaginação e a criatividade. Ao
recontar histórias as crianças se amparam em textos contados reconstruindo-os à
sua maneira. De início as crianças têm dificuldades ao narrar as histórias, pois
precisam relaciona-las a uma sequência lógica, o que acaba sendo trabalhoso para
elas. É necessário que as crianças tenham contato com histórias simples e de fácil
entendimento para depois reproduzi-las.
Os referidos autores também afirmam que o trabalho com fantoches
oportuniza a dramatização. Pode-se utilizar qualquer tipo de fantoche: bonecos,
máscaras, etc. É necessário que as histórias sejam curtas e simples. Ao se
apropriarem dos fantoches, as crianças utilizam-se de movimentos, linguagem e voz
espontânea, fator que oportuniza também às mais tímidas se expressarem
livremente e com segurança.

6.2 AS HISTÓRIAS INFANTIS


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É importante que as histórias tenham uma linguagem de fácil entendimento e


estejam de acordo com os interesses e a faixa etária das crianças que pertencem à
Educação Infantil. A narrativa deve ser interessante e agradável, despertando a
curiosidade e a imaginação. O ¨Era uma vez...¨ nos contos de fadas, leva as
crianças ao mundo do encantamento e da fantasia. O educador deverá sempre
contar histórias que incluam personagens fantásticos, por esse motivo.
As fábulas na Educação Infantil são didáticas e prazerosas. Auxiliam as
crianças a construção da analogia entre o cotidiano humano e as histórias
vivenciadas pelas personagens, essa analogia é chamada de moral e geralmente é
apresentada no fim da narrativa.
A primeira coletânea de contos infantis surgiu no século XVII, na França,
organizada pelo poeta e advogado Charles Perrault. As histórias recolhidas por
Perrault tinham origem na tradição oral e até então não haviam sido documentadas.
Oito histórias foram contempladas: A Bela Adormecida no Bosque, Chapeuzinho
Vermelho, O Barba Azul, O Gato de Botas, As Fadas, Cinderela ou A Gata
Borralheira, Henrique do Topete e O Pequeno Polegar. Sendo assim, a Literatura
Infantil como gênero literário nasceu com Charles Perrault, mas só seria
amplamente difundida posteriormente, no século XVIII, a partir das pesquisas
linguísticas realizadas na Alemanha pelos Irmãos Grimm (Jacob e Wilhelm) (PEREZ,
2018).
Os contos que apresentem diálogos, repetições, sons da natureza e outros,
devem ser contados pelo educador, pois as crianças adoram atuar ativamente na
história repetindo palavras, imitando as vozes e os sons de animais. Segundo
Coelho (1999), dentre os indicadores que nos orientam na seleção da história
destaca-se o conhecimento dos interesses predominantes em cada faixa etária.

6.3 A EXPERIÊNCIA DA LINGUAGEM: OUVIR E FALAR

A Instituição de Educação Infantil é o local para oferecer diferentes experiências de


aprendizagem da oralidade. Conforme todos participam do processo de ensino
aprendizagem, crianças e adultos conversam, compreendem a fala do outro,
expressam pensamentos e sentimentos, passam a estabelecer relações
interpessoais. É importante possibilitar diversas experiências de oralidade desde os
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primeiros meses de vida. De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a


Educação Infantil:

[...] Quanto mais as crianças puderem falar em situações diferentes, como


contar o que lhes aconteceu em casa, contar histórias, dar um recado,
explicar um jogo ou pedir uma informação, mas poderão desenvolver suas
capacidades de maneira significativa (BRASIL, 1998, p. 121).

Com a viabilidade de falar, as crianças traduzem sua maneira de pensar. É


nessa direção que a Educação Infantil precisa planejar momentos para troca de
experiências com as crianças, o que possibilitará uma ação mais atuante na
sociedade. Na Educação Infantil o trabalho com as crianças deve visar a audição
(escuta) e a atenção à sua oralidade, aos movimentos, aos gestos e demais ações.
As instituições de Educação Infantil e os responsáveis pela criança devem
propiciar momentos diferentes de uso da fala e escuta, nos quais as crianças
possam participar, como: folhear livros e revistas, ouvir e contar histórias, fazer
relatos de suas vivências, brincar de faz de conta, dar um recado, explicar uma
regra, ouvir uma orientação para o desenvolvimento de uma atividade, participar de
uma peça de teatro ou cantar uma música.
O trabalho com o texto literário, na Educação Infantil, inclusive, não deve ter o
ensejo de alfabetizar as crianças, tendo em vista que, de acordo com as Diretrizes
Curriculares Nacionais para a educação infantil, as práticas pedagógicas que
compõem a proposta curricular da Educação Infantil devem garantir experiências
que possibilitem às crianças experiências de narrativas, de apreciação e interação
com a linguagem oral e escrita, e convívio com diferentes suportes e gêneros
textuais orais e escritos. Ainda de acordo com o documento:

[...] A proposta pedagógica das instituições de Educação Infantil deve ter


como objetivo garantir à criança acesso a processos de apropriação,
renovação e articulação de conhecimentos e aprendizagens de diferentes
linguagens (BRASIL, 2006, p. 18).

Craidy e Kaercher (2001), ponderam que atualmente as crianças passam


horas na frente da televisão, esta que ocupa muitas vezes o lugar e a companhia
dos pais. E é quando a televisão entra em cena, enquanto a mãe cuida dos afazeres
do lar as crianças assistem TV, após o jantar estão todos cansados e os carinhos e
diálogos resumem-se a poucas palavras como “boa noite”.
A televisão contribui para o desenvolvimento oral, pois apresentam as
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crianças diversas situações em que utilizam a fala fazendo-a um instrumento


fundamental na vida dos personagens. Sendo que hoje em dia as crianças passam
muitas horas em frente a ela.
As crianças têm acesso a modelos de diálogos aproximando-se da maneira
correta de falar, assistindo TV, e até nela alguns personagens instruídos cometem
erros de concordância, portanto não basta deixar as crianças na frente da televisão
e sem selecionar os programas a serem assistidos. Perguntando as crianças sobre
quais desenhos elas gostam e quais os personagens preferidos, lendo histórias
relacionadas aos desenhos animados como o “Vida de Inseto” ou “Cinderela”
fazendo comparações e depois pedindo que as crianças recontem a história, os
responsáveis estarão contribuindo não apenas para o desenvolvimento oral mas
também para a vida emocional e afetiva.
Momentos de leitura, organização da rotina, manusear revistas, brincadeiras
faladas e cantorias, são imprescindíveis para o desenvolvimento do afeto e da
linguagem oral, tais práticas que não são exclusividade da escola tampouco da
televisão. No reconto de histórias as crianças podem recontar e ouvir histórias,
produzindo-as e enriquecendo sua oralidade, estimulando sua imaginação.

6.4 DESENVOLVIMENTO LINGUÍSTICO ATRAVÉS DA NARRATIVA

A atividade do reconto de histórias além de estimular o gosto pela oralidade


também poderá ser de grande valia para a avaliação do desenvolvimento linguístico
da criança. Perroni (apud AUGUSTO, 2011, p. 21), aponta três fases do
desenvolvimento narrativo na criança:

[...] Na primeira fase, a presença do adulto é fundamental no momento de


contar histórias e no jogo de contar, na primeira situação a criança assume
um papel de ouvinte, e na segunda ela se apoia no discurso do adulto e
através de perguntas feitas pelo adulto vai dando significado a fala e
compondo uma pro narrativa. Na segunda fase, a criança se separa da fala
do adulto e através de memorização e conhecimento ela relata experiências
pessoais. Na terceira fase, a criança passa a narrar autonomamente
reconhecendo-se como próprio locutor. Partindo dessa perspectiva
podemos entender que o papel do professor é fundamental para assegurar
a construção da narrativa, podendo organizar situações que promova as
primeiras pro narrativas.

Segundo Garcia et. al. (2003, p. 39), “não há exagero nenhum em dizer que
quando uma história é bem contada ela marca profundamente a alma do ouvinte”.
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Assim, o educador deve aprimorar seu conhecimento e suas competências para


contar histórias às crianças. Poderá ser um momento mágico e de uma riqueza de
detalhes incontáveis.
A voz é um dos recursos do contador de história. Portanto, o narrador deve
expressar-se numa voz marcada, compreensível e modificá-la conforme os aspectos
da história que está contando. Garcia et al (2003), esclarece que a voz é muito
importante para o contador de histórias, pois ela materializa não só as sucessivas
fases do conto (momentos de alegria, tristeza, euforia, suspense, tranquilidade, etc.),
como também os personagens, uma vez que cada um possui uma voz típica e fácil
de ser identificada. O olhar é tão importante quanto a fala, é o elo principal do
contador de histórias. Através do olhar pode-se expressar sentimentos.

7 METODOLOGIA
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1ª Etapa: Preparação para a Contação de História: A escolha de narrativas


leves e lúdicas é a mais indicada, contribuindo assim para a compreensão e o
interesse. O uso de repetição na narração é essencial, é ela que conquista e
mantém a atenção da criança, de maneira que a mesma possa assimilar melhor o
enredo. Quanto aos personagens, os animais com características humanas e seres
com poderes mágicos são mais atraentes. Nas salas das Instituições de Educação
Infantil tem-se o “Cantinho da Leitura”, neste espaço deve ser colocado um cartaz
referente a história que será contada no dia. O educador deve se apropriar de algum
adereço que represente a história contada, por exemplo, uma cestinha de
piquenique no conto da Chapeuzinho Vermelho.
2ª Etapa: Acolhida: Receber as crianças na porta da sala com um abraço
(afeto) e encaminha-las ao tapete para se sentarem. Deve-se cantar a música Bom
dia coleguinha, como vai?, nomeando os colegas e os interrogando: “Bom dia
coleguinha, como vai? Vou bem! Faremos o possível para sermos bons amigos;
Bom dia coleguinha, como vai? Vou bem!”
3ª Etapa: Roda de conversas: Sentados em uma rodinha no tapete do
Cantinho da Leitura, conversar sobre os combinados e instigar o educando a ouvir
quando o colega estiver falando. Enfatizar que durante a contação não devem ser
feitas perguntas ou interrupções, este momento de interação ocorrerá após a
contação. Estimular a sugestão da história que será contada a partir do cartaz
colocado na parede. Ouvir todas as sugestões, mostrar o adereço e esperar as
reações.
4ª Etapa: Hora da história: Antes de iniciar, apresentar o livro (ler a capa, falar
sobre o autor, a ilustração e a editora, etc.) e a história que irá contar, explicar que
neste momento não terão imagens para observar, mas que podem usar a
imaginação para acompanhar o que está acontecendo na narrativa. É importante
também salientar o gênero do texto escolhido, para que o grupo vá se apropriando
das características de diferentes gêneros: o conto é uma obra de ficção, por
exemplo. Depois, cantar a música Era uma vez: “Era uma vez...” assim vai começar
a historinha que o aluno vai contar. Iniciar a narração, pois ao invés de ler, narrar é
mais aconchegante, proporciona maior interação entre narrador e ouvinte; irá
permitir certos comentários, realçar algumas características e incentivar a
criatividade. Bettelheim (2002) ensina que devido às importantes emoções que a
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história desperta na criança, a narração é mais adequada por permitir maior


envolvimento e maior flexibilidade. Importante se torna então, o conhecimento do
texto, um espaço organizado e a escolha de elementos de apoio para angariar um
retorno positivo por parte das crianças. Outra dica é não interromper a contação
para responder perguntas, atrapalhando a continuidade da história ou propiciando a
perca dos fatos durante a narração. Por isso os combinados são importantes.
5ª Etapa: Final da história: Após a contação, as crianças devem comentar a
história, é a oportunidade de dialogar sobre as impressões que tiveram ao escuta-la.
Esta troca pode ser iniciada pelo educador ou pelas crianças, deve-se ser atencioso
e acolher as diversas percepções. É importante fazer questionamentos para verificar
o entendimento e o raciocínio dos alunos sobre os conhecimentos adquiridos na
história. O reconto deve ser permitido. Se a história envolver animais, é interessante
fazer mascaras para que os alunos possam utilizar.

8 CRONOGRAMA
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O projeto contação de história será realizado durante todo o ano letivo, duas
vezes por semana. E a atividade do conto, como Os Três Porquinhos, poderá
ocorrer em todas as turmas, uma hora no dia e uma vez ao mês em local apropriado
na instituição, como o pátio. Sendo diversificada a história a cada mês.
No plano de aula semanal, as terças e quintas-feiras, as aulas começarão
com a 1ª etapa que será de aproximadamente 20 minutos; a 2ª etapa de 5 minutos;
a 3ª etapa com aproximadamente 10 minutos; a 4ª etapa com 10 minutos e a 5ª
etapa com aproximadamente 30 minutos. Total de 1 hora e 15 minutos por dia.

9 RECURSOS
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Livros impressos, revistas, revistinhas em quadrinho, cartolinas, tesouras,


colas, cartazes, fantoches, mesas, máscaras de porquinho, fantasia de lobo.
Adereços diversos: cestinha de piquenique, lenços de cabelo, óculos de brinquedo,
chapéu, entre outros.

10 AVALIAÇÃO
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A avaliação acontece através da observação, levando em conta: a atenção e


o entendimento da história por parte da criança; o interesse em participar das
atividades; o cuidado no manuseio e exploração do material disponibilizado; a
elaboração e articulação dos pensamentos e ideias, a interação com os colegas e a
afetividade. Ao educador cabe mediar esse processo de forma acolhedora, criativa e
lúdica.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Observou-se em uma aula de aplicação desta proposta, o interesse das


crianças pelas histórias. No início havia certa dificuldade de atenção, muitas não
haviam passado por essa experiência, nem obtido contato com livros. Queriam
manusear o livro antes da história acabar ou buscar um brinquedo. Algum tempo
depois percebeu-se que estavam se envolvendo com o texto narrado e a atenção na
história provocava diversas reações, sorriam, davam gargalhadas, preocupavam-se,
ficavam tristes, entre outras manifestações de sentimentos. Olhos, ouvidos e corpos
atentos para escutar. Por fim, fizeram o reconto da história à nível do entendimento
de cada um.
Entendeu-se através da exploração dos livros infantis, bem como a partir da
oportunidade de contar e recontar histórias, que as crianças desenvolveram a
capacidade de construção de narrativas, e passaram a compreender o mundo, o
tempo, os relacionamentos, assim como os papéis que desempenham nessas
relações. Outras situações como imitação, imaginação, resolução de conflitos, criam
e recriam falas do dia a dia, coordenam papéis, desenvolvem a empatia, o respeito
aos momentos de ouvir e de falar, entre outros fatores. Todas essas situações foram
acontecendo de forma gradativa e de acordo com o tempo e o ritmo de cada criança.
A construção da linguagem por meio da experiência de contação, é resultado
da interação entre a criança, o contexto social, físico e cultural. Varia também em
razão da diversidade existente no contexto educativo. Em razão dessa diversidade,
a metodologia precisa instigar a curiosidade e estimular o interesse, como uma
fantasia, um teatrinho, o conto da história com entonação, pausas, ênfases e
repetições, além de outras estratégias importantes para o processo.
Conclui-se assim, que a contação de história enquanto ferramenta
pedagógica na educação Infantil, exerce papel essencial no que diz respeito ao
processo de desenvolvimento e agregação não só de habilidades de comunicação
básicas - como: ler, escrever, ouvir e falar - mas também de valores importantes
para a construção do sujeito social, crítico e reflexivo. Espera-se que este estudo
contribua para com o desenvolvimento de pesquisas futuras relacionadas ao
assunto.

REFERÊNCIAS
22

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Scipione,1993.

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trabalho na educação infantil. Educação Infantil: diferentes formas de linguagem
expressivas e comunicativas. Caderno de formação: didática dos conteúdos
formação de professores. Universidade Estadual Paulista. Pró-Reitoria de
Graduação. UNIVESP, São Paulo: Cultura Acadêmica, 2011, v. 1, p. 52-64.

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Disponível em https://brasilescola.uol.com.br/literatura/historia-dos-contos-fadas.htm
Acesso em 05 ago. de 2021.

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23

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