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Universidade Save

Faculdade de Letras e Ciências Sociais

Curso de Licenciatura em Direito

Cadeira de: Métodos de Estudo

Docente: Crimildo Muhache

Discente: Isabel Ubisse

Referencia. Bibliográfica: RUIZ, J.A. Metodologia científica: guia para eficiência nos estudos.
6.ed. São Paulo: Atlas,2008.

Ideia central do texto

O presente capitulo tem como objetivo ou ideia principal a perspectiva de dar aos calouros das
faculdades directrizes sobre a maneira como deverão se guiar para melhor aproveitamento do
curso que irão fazer.

1. Método, economia e eficiência nos Estudos

1.1. Aprender a aprender na faculdade


Quem acaba de ingressar numa faculdade precisa ser informado sobre a maneira de tirar proveito
do curso que vai fazer. No curso médio, o estudante deve estar na sala de aula no horário exato e
não pode ausentar-se antes da saída do professor. Já nos cursos universitários quem não chega a
tempo pode assistir as aulas seguintes, ou ausentar-se antes do término da última aula. No curso
médio os alunos andam uniformizados, não podem fumar, as classes são bastante homogêneas, já
no curso superior nada disso acontece. Como as classes do curso superior são de formação
heterogênea os programas não apresentam dificuldades iguais para todos (pág. 20).

Quem acaba de entrar para a faculdade percebe que muita coisa mudou especialmente na
responsabilidade, na autodisciplina e na maneira de conduzir sua vida de estudos.

Muitos calouros confessam que aprenderam muita coisa, mas que nunca aprenderam a estudar,
isto é, nunca aprenderam a aprender. Quem reconhece a própria carência já deu o passo mais
importante para se dispor a tomar o remédio adequado. Fazer um curso superior não é ouvir aulas
para conseguir adivinhar testes, mas instrumentar-se para o trabalho científico.

O aluno que fizer isso terá realizado um bom curso superior e quando estiver à frente de novos
problemas será capaz de fazer uma pesquisa séria e profunda. Existe uma curiosidade sobre o
método de estudar e aprender muito. Porem não se verifica o mesmo interesse em adotar e pôr em
prática esses métodos.

Não será fácil pô-lo em prática com perseverança. Pondo em prática facilitara a assimilação e a
retenção, desenvolverá a capacidade de análise e o poder de síntese, exercitar a mente.

1.2. Tempo para estudar


O progresso é, em grande parte, uma luta contra os ponteiros do relógio. Pergunte-se ao
empresário e ao industrial quanto vale o tempo, isto é, quanto vale o bom aproveitamento do
tempo como fator de produção, custo e comercialização de seus produtos. O primeiro passo para
quem quer estudar consiste em reorganizar a vida, de maneira a abrir espaços para o estudo e
planejar o melhor aproveitamento possível de seu tempo. (pág. 21).

É preciso descobrir tempo. Tempo para frequentar as aulas dos diversos cursos, e tempo para
estudos particulares. Se procurarmos, o tempo aparecerá. E lembremo-nos de que meia hora por
dia representa três horas e meia por semana, quinze horas por mês e cento e oitenta horas por ano.
Quem quer descobre tempo, cria tempo (pág. 22).

1.3. Para descobrir tempo


A maneira mais prática de descobrir ou fazer aparecer o tempo consiste em tomar uma folha de
papel, anotar os diversos dias da semana em linha horizontal e os diversos afazeres em linha
vertical; registrar depois, na coluna de cada dia da semana, as horas plenas e os possíveis espaços
ociosos, como segue:

 SEGUNDA-FEIRA... (demais dias da semana)


 AFAZERES:
Início, Término e Tempo
 Levantar 7:00 7:00
 Higiene 7:00 7:30 Meia hora
 Transporte 7:30 8:00 Meia hora
 Trabalho 8:00 12:00 quatro horas
 Almoço 12:00 14:00 Duas horas

Entenda-se que não basta descobrir tempo: é necessário desenvolver técnicas para tornar qualquer
tempo produtivo. Por ora, entretanto, nossa preocupação consistirá mima revisão de nossa
jornada, com o propósito de descobrir ou de fazer aparecer qualquer porção de tempo que possa
ser reservada aos nossos planos de estudo. Quanto menos tempo tivermos, mais motivados
deveremos estar para aproveitá-lo ao máximo. Há alunos de períodos noturnos que trabalham oito
ou mais horas por dia, e que conseguem resultados, em seus estudos, bem maiores que alunos de
outros períodos que não trabalham ou que só trabalham em regime de meio expediente. Isso não
se explica pelo tempo disponível, mas pelo seu melhor aproveitamento. não raro o estudante se
esquece de considerar, como tempo para estudo, as horas que passa nas salas de aula, como se
não devesse cuidar do aproveitamento máximo de tempo tão precioso (pág. 23).

1.4. Programar utilização do tempo


Não basta determinar, ao longo de nossa jornada, espaços para estudar. É preciso que se
determine o que estudar em cada horário de maneira programática, embora se alterem planos em
determinadas circunstâncias ou se façam remanejamentos periódicos, ou se deixem alguns
horários opcionais. A programação do que fazer em cada horário evita vacilações, indecisões,
adiamentos; evita, exatamente, a perda do tempo reservado ao estudo, ou sua má utilização. Se
não houver uma prévia determinação programática, não aproveitaremos o tempo simplesmente,
ou estudaremos só o que mais nos agrada, o que é um mal muito menor (pág. 24).

1.5. Horário de preparação para a aula


O estudante deve ter à mão o programa, bem como seu material de estudo, tais como: livros de
texto, bloco para anotações, um bom dicionário, apostilas ou fontes indicadas para leitura de
aprofundamento. O estudante deverá ler previamente a matéria que será desenvolvida durante a
aula, por uma série de razões; em primeiro lugar, essa leitura será feita em poucos minutos e
aumentará o rendimento das várias horas de aula que o professor utilizará para o seu
desenvolvimento em classe. Ora, se é possível conseguir, com trabalho prévio de meia hora,
aumentar o rendimento de várias horas de trabalho posterior, essa leitura prévia representa
economia e eficiência no trabalho. Além disso, esta leitura prévia permitirá que se assinalem à
margem do texto, com simples sinal de interrogação, problemas que exigirão entendimento
durante a aula (pág. 24).
Quem não preparou sua aula não pode distribuir convenientemente a intensidade de sua atenção e
pode não fazer perguntas, porque nem sabe que não entendeu. Os apontamentos dos alunos que
vão para a aula preparados são sóbrios, claros e localizam o essencial, enquanto os apontamentos
dos que estão tendo contato pela primeiríssima vez com o assunto da aula são difusos,
desordenados, obscuros, captam passagens secundárias e omitem o principal. Não deve restar
dúvida sobre a importância de se reservar no próprio horário de estudo espaço suficiente para a
leitura prévia dos assuntos de aula. Essa leitura, que poderá ser feita em poucos minutos,
determinará melhor rendimento durante as aulas, inteligente distribuição da atenção, ordem,
clareza e perfeição nos apontamentos e grande economia de tempo e trabalho nas revisões.
preciso decidir-se a começar, fixar o hábito e sentir de perto as vantagens de tal disciplina de trabalho.
Quem tem muito tempo pode proceder desta forma; quem tem pouco tempo deve agir deste modo,
pois representa extraordinária economia de tempo, especialmente nas revisões, e é fator de eficiência
na vida escolar (pág. 25).
1.6. Horário das revisões das aulas
Não basta preparar-se para a aula e conseguir entender tudo enquanto o professor desenvolve o
assunto. É claro que isso é muito importante; mas não é tudo. É necessário fazer revisões, e
nestas revisões procurar questionar o assunto da aula e responder claramente às questões ao
menos mentalmente. Dizemos ao menos mentalmente porque seria melhor reproduzir por escrito
as questões fundamentais. Às vezes nos iludimos pensando que entendemos tudo muito bem,
mas, ao procurar formular questões precisas sobre o assunto da aula e ao respondê-las por escrito,
percebemos que não conseguimos. E não vale a desculpa de que entendemos, mas temos
dificuldade de expressão. Temos vocabulário e recursos suficientes para exprimir tudo que
entendemos, embora nos faltem recursos para traduzir tudo que sentimos. Ninguém pode ter
dificuldade de exprimir ideias claras e distintas; a presença da dificuldade, pois, atesta que nossas
ideias não estão tão claras e distintas. Quando o aluno se prepara para a aula e, por isso mesmo,
aproveita-a ao máximo, o trabalho de revisão torna-se fácil e não toma muito tempo (pág. 25).

Devemos distinguir duas espécies de revisão, e planejar espaços para ambas em nosso programa
de horários reservados para o estudo. À primeira denominamos revisão imediata; essa é a revisão
que se faz da aula anterior, antes da aula subsequente, ou por ocasião da preparação dessa. (pág.
28).
1.7. Horário das revisões para provas e exames.
As provas e sabatinas são, exatamente, recursos pedagógicos utilizados não só para efeito de
avaliação dos alunos, mas para induzi-los a fazer revisões globalizadas periódicas. Pode, pois, o
acadêmico programar suas revisões globais para a época das provas e sabatinas. Há alunos que
vão acumulando matéria pouco elaborada e problemas não compreendidos nem durante a preparação
da aula, nem durante a aula, nem nas revisões imediatas, que, neste caso, não estariam totalmente
sendo feitas, e que deixam tudo para as vésperas das provas e sabatinas; isto é um erro de
consequências nefastas para a eficiência dos cursos e até para a saúde física dos desorganizados e
imprudentes, que se vêm na contingência de serem reprovados ou de intensificarem
extraordinariamente seus esforços de última hora, que trazem muitos prejuízos para a saúde e muito
poucos benefícios para o estudo (pág. 27).
Quem se preparou para as aulas, quem trabalhou em classe como adiante reveremos, quem fez
revisões imediatas e revisões periódicas globalizadas aproveitará muito bem o tempo de preparação
para os exames e as revisões de fim de curso, que são extraordinariamente vantajosas (pág. 27).
1.8. O grande tempo do estudante
O grande tempo de todo estudante são as aulas. aluno que, após um dia de trabalho, ao invés de ir
para sua casa, toma o rumo da faculdade, às vezes, mesmo sem tempo para uma refeição, e,
contrariamente a tudo que se poderia supor, não aproveita as aulas, é um incoerente. Nunca será
demasiadamente encarecida aos estudantes, especialmente aos principiantes dos cursos
universitários, a importância do tempo-aula. Na generalidade dos casos, é indispensável a
frequência às aulas, onde terá o aluno a orientação do professor. A causa principal da
aprendizagem é o aluno, é o próprio aprendiz. De fato, a aprendizagem, concebida como
resultado do processo da educação formal institucionalizada na escola, tem por agente principal o
próprio aluno (pág. 27).

Deve haver no enfermo e no aluno um princípio intrínseco, ativo, operante, capaz de produzir os
efeitos da aprendizagem. A ação do mestre tem caráter de causa eficiente auxiliar, coadjuvante
apenas. Quem aprende ou não é o aluno.

Há quem se ilude imaginando que aproveitaria melhor seu tempo ficando a estudar em casa ao
invés de ir às aulas. Isto pode ser até verdade em alguns casos, em alguns dias, quando já se está
orientado para determinados estudos. Mas tomando-se o curso como um todo, pensar que se
aproveita mais ficando em casa, sem orientação, sem a ajuda que as aulas prestam no complexo
fenômeno da aprendizagem metódica, é uma grande ilusão (pág. 28).

1.9. Como aproveitar o tempo das aulas


O aluno que não aproveita o tempo das aulas com empenho já está julgado: não leva a sério sua
vida de estudos. para aproveitar o tempo das aulas, é preciso frequentá-las. E é muito importante
que se esteja em sala desde o início das aulas, primeiro porque aquele que chega depois do início
da aula tem dificuldade de apanhar-lhe o fio e, em segundo lugar, porque geralmente quem chega
atrasado causa certa perturbação e prejudica o andamento da aula. Quando não houver outra
opção senão a de chegar atrasado, seja discreto e sente-se logo, sem chamar muito a atenção. Há
tipos que batem à porta, pedem licença, cumprimentam o professor, justificam-se do atraso e
caminham lentamente até à última cadeira, parando de quando em quando para murmurar aos
ouvidos deste ou daquele colega, sentando-se finalmente, após alinhar melhor sua cadeira com
um razoável estrépito! E quando alguns daqueles que estão sempre prontos para tudo que
represente perda de tempo se voltam para vê-lo, o ridículo autodespoliciado está sorrindo de
felicidade por ter sido objeto de alguma consideração (pág. 29).

É preciso levar consigo material adequado ao trabalho do dia. Quem só leva o jornal ou alguma
revista ilustrada carrega consigo estímulos à distração própria e à dos companheiros. É preciso
levar os livros recomendados pelo professor, o texto que serviu para preparação da aula, bem
como o material para apontamentos. É muito importante guardar silêncio exterior para não
distrair os outros e silêncio interior para não distrair a si próprio. O silêncio interior consiste em
deixar fora da sala todo problema que nada tem a ver com a aula. É este silêncio interior que
permite concentração mais profunda e menos cansativa. O silêncio exterior cria o clima
necessário ao bom rendimento da aula. Não é fácil manter-se em ritmo de trabalho, de dedicação
e concentração diante de uma classe barulhenta e de alunos conversadores (pág. 29).

O silêncio exterior e o interior não devem ser entendidos como imposição externa, mas como
autodisciplina de alunos conscientes de sua necessidade. Neste clima e nesta atitude favorável ao
trabalho o aluno acompanha a exposição do mestre, participa ativamente dos debates, toma
apontamentos e, principalmente, não deixa sem esclarecimento nenhum ponto obscuro ou
duvidoso. É muito importante não levar dúvidas ou pontos obscuros para casa. Às vezes,
determinado assunto constitui ponto de particular interesse deste ou daquele aluno, mas não
interessa aos demais. Em casos semelhantes, o professor poderia ser procurado em particular,
dentro de sua disponibilidade de tempo, fora do horário de aula.

O trabalho em sala de aula é cansativo tanto para os alunos como para os professores, mas o peso
normal do trabalho ficará agravado, e chegará, por vezes, a se tomar insuportável se não houver
cordialidade. Trabalhar com aluno atento, empenhado, participante e cordial causa uma satisfação
íntima que, de certa forma, diminui ou compensa o peso do trabalho e os alunos beneficiar-se-ão,
porque um professor animado com sua classe produz muito mais; esse aspecto concorre também
para o crescimento da cordialidade. Caso haja problema entre o aluno e o professor, o problema
deve ser enfrentado com elegância e correção. Nem se deve fugir dele, nem se deve ultrapassar os
limites do comedimento. Em primeiro lugar, o representante da classe poderá abordar o professor
e dialogar com ele em particular, caso o problema seja de toda a classe. A segunda instância
poderá ser a exposição objetiva do problema ao coordenador do departamento, que deverá falar
com o professor e, eventualmente, com a classe. Em terceiro lugar, o assunto poderia chegar ao
diretor pedagógico, ao diretor administrativo, e assim por diante, até ao Ministério da Educação.
O que não se deve é levar o problema diretamente ao presidente ou aos diretores da faculdade.
Normalmente, o assunto ficará encerrado no primeiro contato com o professor. Da mesma forma
o professor deverá, em primeiro lugar, entender-se com o representante da classe ou com a classe
toda, em diálogo franco e comedido; sua segunda instância será o coordenador do departamento,
e assim por diante. A experiência ensina que um diálogo franco, honesto e comedido entre
professor e alunos, ou seu representante, não só resolve os problemas, mas estreita os laços de
respeito e de cordialidade mútuos (pág. 30).
1.10. Como aproveitar o tempo em reuniões
Logo no início do semestre, a classe deve distribuir-se em grupos de sete ou oito participantes,
aproximadamente, e é aconselhável que cada grupo escolha um coordenador. Incumbiria ao
coordenador entrar em contato com os professores quando for conveniente, tratar dos interesses
de seu grupo junto ao representante de classe, presidir e coordenar reuniões, organizar e distribuir
funções, anotar e cobrar a colaboração de cada integrante do grupo.
A primeira exigência para que um grupo funcione e atinja em suas reuniões os objetivos previstos
por esta estratégia de trabalho consiste exatamente na organização prévia do próprio grupo, que
deve reunir alunos que tenham facilidade de se comunicar e de se encontrar fora da escola
também.
Outras exigências ou normas necessárias ao bom andamento dos trabalhos dos grupos para que
haja bom aproveitamento do tempo consagrado a reuniões:
1.10.1. Ao receber um tema para trabalho, o grupo deve reunir-se o mais rapidamente
possível para programar suas reuniões e proceder a uma primeira distribuição de
tarefas preparatórias à primeira sessão de trabalho.
1.10.2. Todos deverão providenciar os textos pelos quais se responsabilizaram, e deverão
estudá-los conforme será explicado em nosso capítulo a respeito do "estudo pela
leitura trabalhada". Sempre que se tratar de pesquisa bibliográfica, como geralmente
acontece, o primeiro passo é providenciar a bibliografia, os livros e os textos.
1.10.3. Há uma ordem para que os participantes apresentem os textos pelos quais se
responsabilizaram e comuniquem brevemente seu conteúdo.
1.10.4. Não se deve alongar debates antes que se chegue ao final de uma primeira
apresentação de generalidades da leitura do texto básico.
1.10.5. De acordo com o nível do grupo ou de sua familiaridade com o assunto em pauta,
espera-se que os debates, ao final, ultrapassem o texto, ou seja, caminhem além do
texto numa reabordagem crítica de sua tese e de seus argumentos.
1.10.6. Nenhuma reunião de equipe funcionará se seus componentes não providenciarem o
material necessário, ou não comparecerem preparados para contribuir e participar
ativamente.

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