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Revisão
Antes de mais nada, cabe saudar a todas, todos e todes pela entrega ao
longo da disciplina e por chegarmos a esta última semana com bons índices de
participação e envolvimento!
Lembro que iniciamos nossa caminhada, na Semana 1, indicando que
todos nós temos um acervo bastante significativo de histórias infantojuvenis e
que devemos lançar mão desse acervo ao pensar sobre o campo. Conhecer
essas histórias não significa que podemos dispensar uma reflexão sobre elas.
Em seguida, começamos um percurso histórico indicando que a matriz
da literatura infantojuvenil é indo-europeia. Livros como Kalila e Dimna (ou Calila
e Dimna) e Hitopadesa, de origem indiana mas adaptados ao árabe, proveram
histórias que povoaram as mentes europeias ao longo da Idade Média. Um
pouco mais tarde, desde o século IX, o mesmo se deu com As mil e uma noites.
Aqueles que chamamos, portanto, de “pais da literatura infantojuvenil”, La
Fontaine, Charles Perrault, Hans Christian Andersen e os Irmãos Grimm
recolheram, coligiram e adaptaram essas narrativas para as crianças a partir do
final do século XVII e começo do século XVIII. A mesma base de histórias formou
a literatura infantojuvenil e o folclore, veios que voltaram a estabelecer um
diálogo mais forte no começo do século XX.
Não é simples separarmos a literatura infantojuvenil da literatura feita
para adultos, mas podemos indicar algumas características principais da
literatura pensada para as crianças, como: o primado da imaginação sobre a
razão, a preocupação mais presente com os valores civilizacionais e a
construção de certa moralidade e histórias centradas mais no enredo, nos fatos,
do que no que as personagens pensam ou sentem. São generalizações, é claro,
mas nos ajudam a pensar nesse campo da literatura.
familiares com as pessoas mais velhas e o valor da memória. Este livro foi Jabuti
de Literatura Infantil de 2019.
Por fim, para além das questões tecnológicas, dos costumes, dos debates
contemporâneos, do apuro técnico e da maturação dos estilos, sem subestimar
os pequenos, não se poderia deixar de apontar a quantidade e a qualidade
notável da literatura infantojuvenil traduzida. Não só a literatura de massa, como
Harry Potter e Percy Jackson, mas também de literatura criativa e artística, como
A árvore generosa e O monstro que adorava ler.