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A teoria utilitarista de Stuart Mill

PRINCÍPIO DA MAIOR FELICIDADE


Uma ação é moralmente correta se, e só se, tendo em conta as
alternativas, for aquela que resulta numa maior felicidade geral. Caso
contrário, a ação é moralmente errada.
O utilitarismo é:
 uma conceção teológica da ética, pois concebe um fim do último e
define o bem em função desse fim
 uma teoria eudemonista, porque concebe a felicidade como o
objetivo da vida humana, e hedonista pois identifica a felicidade
com um estado de bem-estar ou de prazer
 uma teoria consequencialista, porque as consequências da ação são
o critério de moralidade, isto é, o padrão usado para determinar se
a ação é boa ou má
Resumindo:
 o utilitarismo defende o princípio da maior felicidade
 de acordo com o PMF, uma ação é correta quando produz a maior
felicidade para o maior número
 aquilo que importa produzir não é a felicidade do próprio agente
(egoísmo ético), mas sim a felicidade geral
 a melhor escolha será aquela que, de um ponto de vista
imparcial, promove a maior felicidade geral. Ou seja, aquela que
mais felicidade trouxer a um maior número de agentes morais
 na avaliação de um ato, o que interessa são as melhores
consequências; sendo irrelevante o motivo ou a intenção do
agente
 assim, o utilitarista defende uma perspetiva consequencialista-
são as consequências de um ato que determinam se este é certo
ou errado
 por isso, também não há regras morais absolutas ou invioláveis
Egoísmo (valorização dos interesses individuais)
 Ético: explicação do nosso comportamento tal como deve ocorrer (o
que devo fazer?)
 Psicológico: explicação do nosso comportamento tal como ocorre
(o que quero fazer?)
Utilitarismo objetivo
 O melhor ato é sempre aquele que efetivamente maximiza a
felicidade geral, independentemente daquilo que o agente previu
ou poderia ter previsto.
Utilitarismo subjetivo
 Agir da melhor maneira é seguir o curso de ação que,
ponderadas as probabilidades à luz dos dados disponíveis, se
apresenta para o agente como aquele que maximiza a felicidade
geral. 
HEDONISMO
A felicidade ou bem-estar de um indivíduo consiste unicamente no prazer
e na ausência de dor ou sofrimento. Assim, a felicidade consiste apenas
em experiências aprazíveis (e a ausência de experiências dolorosas).
Hedonismo quantitativo
 O valor intrínseco de um prazer depende apenas da sua duração e
intensidade
Hedonismo qualitativo
 O valor intrínseco de um prazer depende sobretudo da sua
qualidade
Objeções ao hedonismo:
Quantitativo: a avaliação dos prazeres não depende apenas da
quantidade
Qualitativo: alguns prazeres são qualitativamente superiores a outros

Prazeres inferiores:
Os prazeres inferiores correspondem aos prazeres corpóreos, ou seja,
dizem respeito à satisfação das necessidades primárias (comer, dormir,
etc.)
Prazeres superiores:
Os prazeres superiores correspondem aos prazeres intelectuais e
emocionais, ou seja, dizem respeito à satisfação das necessidades
mentais/espirituais (como a fruição da beleza, do conhecimento, da
amizade e do amor)
Objeções à ética utilitarista de Mill:
1. Falácias no argumento a favor do utilitarismo (Falácia da Falsa
Analogia)
1) Se as pessoas conseguem ouvir um som, isso prova que este é
audível.
2) Logo, se as pessoas desejam uma coisa, isso prova que tal coisa é
desejável.
2. Críticas ao hedonismo (máquina de experiências)
1) Se o hedonismo fosse verdadeiro, então o mundo da máquina de
experiências seria melhor do que o nosso.
2) Mas o mundo da máquina da experiências não é melhor. (Aliás,
seria um mundo bastante pior porque seria uma farsa,
constituído por experiências ilusórias)
3) Logo, o hedonismo é falso.
3. O utilitarismo é uma ética demasiado exigente
1) Se o utilitarismo fosse verdadeiro, então teríamos o dever de
dedicar a nossa vida a gerar o melhor estado de coisas possível, e
não teríamos muita oportunidade para tentar desenvolver os
nossos projetos pessoais
2) Assim, se seguirmos o utilitarismo, parece que teremos que
redefinir radicalmente a nossa vida, prescindindo de quase tudo
o que apreciamos para benefício dos outros.
3) Teremos de sacrificar o nosso bem-estar até àquele ponto em
que sacrificá-lo ainda mais não resultaria numa maior felicidade
geral.
4. O utilitarismo é uma ética demasiado permissiva
A felicidade geral pode ser o melhor dos fins, mas nem sempre os
fins justificam os meios; ou seja, existem certas formas de
maximizar o bem que não são eticamente permissíveis.
5. Problemas do cálculo da utilidade
Segundo o utilitarismo dos atos temos de realizar o cálculo das
consequências favoráveis e desfavoráveis de uma ação.

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