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A ética normativa é o ramo da ética que lida diretamente com o problema do critério ético
da moralidade de uma ação: “O que é que torna uma ação moralmente certa ou
errada?”.
★ Algo tem valor intrínseco se, e só se, tem valor em si mesmo e por si mesmo, isto
é, independentemente daquilo que possa por seu intermédio ser alcançado.
★ Algo tem valor instrumental se, e só se, tem valor apenas como meio para alcançar
certos fins. ex: dinheiro
- Argumento da felicidade
1) A única prova de que algo é visível (ou audível) é o facto de ser visto (ou
ouvido) por alguém.
2) Logo, a única prova de que algo é desejável é o facto de ser desejado por
alguém.
3) A única coisa que cada pessoa deseja, por si mesma, é a sua felicidade.
4) Se a única prova de que algo é desejável é o facto de ser desejado por
alguém, e a única coisa que cada pessoa deseja, por si mesma, é a sua
felicidade, então a felicidade individual é a única coisa que é, por si mesma,
desejável para cada pessoa.
5) Logo, a felicidade individual é a única coisa que é, por si mesma, desejável
para cada pessoa.
- Outros filósofos criticam Mill, pois apesar da felicidade ser boa para um indivíduo,
isso não implica que seja bom para um todo.
O hedonismo de Mill
- O utilitarismo de Mill é uma teoria hedonista, o que significa que considera que a
felicidade consiste apenas no prazer e na ausência de dor. Contudo, segundo Mill,
os prazeres não valem todos o mesmo, existem prazeres qualitativamente
superiores e prazeres qualitativamente inferiores.
- Mill, na sua opinião, além da quantidade de prazeres era fundamental ter em conta a
sua qualidade.Isto significa que, contrariamente ao seu antecessor, Mill defendeu
uma versão qualitativa de hedonismo. Segundo Mill, existem prazeres
qualitativamente superiores a outros.
- Os prazeres superiores correspondem aos prazeres intelectuais/espirituais, e os
prazeres inferiores correspondem aos prazeres corporais.
- Críticas ao agregacionismo
- Para Kant, a boa vontade é aquela que age motivada pelo puro cumprimento do
dever, e não por qualquer interesse ou inclinação pessoal. Ou seja, a boa vontade
faz a coisa certa por reconhecer que é a coisa certa, por reconhecer que é a coisa
certa e não porque espera obter algum tipo de benefício em troca.
- Argumento de Kant
1) Quer os dons naturais (como os talentos de espírito e as qualidades do
temperamento), quer os dons da fortuna (como a riqueza,a honra, a saúde e
a felicidade) só têm valor se estiverem associados a uma boa vontade.
2) Se quer os dons naturais (como os talentos do espírito e as qualidades do
temperamento), quer os dons da fortuna (como a riqueza, a honra, a saúde e
a felicidade) só têm valor se estiverem associados a uma boa vontade, então
a boa vontade é apenas instrumentalmente valiosa como meio para outra
coisa que tem valor intrínseco, ou é ela própria a única coisa que tem valor
intrínseco.
3) A boa vontade é apenas instrumentalmente valiosa como meio para outra
coisa que tem valor intrínseco, ou é ela própria a única coisa que tem valor
intrínseco. (De 1 e 2, por Modus Ponens)
4) A boa vontade não é apenas instrumentalmente valiosa como meio para
outra coisa que tem valor intrínseco.
5) Logo, a boa vontade é a única coisa que tem valor intrínseco. (De 3 e 4 por
Silogismo Disjuntivo).
- Para Kant, a própria felicidade não possui valor intrínseco,pois só pode ser
considerada boa se estiver associada a uma boa vontade; caso contrário, pode ter
uma má influência sobre o nosso comportamento, pois esse tipo de satisfação e
contentamento pode tornar-nos desleixados e preguiçosos. Além disso, se a
felicidade não estiver associada a uma boa vontade não tem qualquer tipo de valor,
pois não é merecida.
- Ações contrárias ao dever: ações imorais, que violam a lei, que não cumprem o
dever e surgem sempre por inclinações sensíveis. Ex: Mentir.
- Ações conformes ao dever movidas por inclinações sensíveis: ações que
cumprem o dever, não por respeito puro pelo dever, mas porque o agente pode
retirar algum benefício ou satisfação pessoal. São ações movidas pelas inclinações
sensíveis. Ex: Não mentir apenas para ser reconhecido socialmente como uma
pessoa honesta.
- Ações realizadas por puro respeito pelo dever (motivadas pelo cumprimento
do dever: ações que cumprem o dever porque assim o dever o indica. O único
motivo da ação é o cumprimento da lei moral (valor moral intrínseco). São ações que
decorrem de uma exigência puramente racional. Ex: Não mentir porque é errado
mentir.
- Uma máxima é uma regra ou um princípio que nos manda agir de uma determinada
maneira.
- Assim, as máximas correspondem a imperativos que seguimos quando agimos.
- Imperativos hipotéticos: “Faz x, se queres y!” (ou “Não faças x, se não queres y!”)
- Nestes casos, a ação não é realizada por si mesma, mas sim tendo em vista um
determinado fim. Só subscrevemos os imperativos hipotéticos se tivermos adotado
certos desejos ou se tivermos adotado certos desejos ou se tivermos certos fins em
vista.
- Isto significa que uma ação prescrita por um imperativo hipotético pode, na melhor
das hipóteses, ser uma ação conforme o dever, mas nunca será uma ação realizada
por dever e, por conseguinte, nunca poderá ter qualquer tipo de valor moral.
- A ética de Kant é uma ética deontológica, pois sustenta que as consequências não
são o único fator relevante para determinar o estatuto moral das nossas ações.
- Os deveres perfeitos são indicados por máximas que não passam no testes de
consistência da máxima, isto é, por máximas que nem sequer podem ser concebidas
como leis universais, pois seriam autocontraditórias.
- Não admitem qualquer exceção em favor da inclinação, isto é, devem ser
observados em toda e qualquer circunstância. Os deveres deste tipo prescrevem um
respeito total pelos direitos fundamentais das pessoas e, por conseguinte,
estabelecem, de uma forma perfeitamente delineada, um conjunto de restrições
absolutas, ou seja, de coisas que nunca podemos intencionalmente realizar,
independentemente das suas consequências. Por esse motivo, os deveres perfeitos
são, geralmente, formulados na negativa.
- Os deveres imperfeitos são indicados por máximas que não passam no teste da
consistência da vontade, isto é, por máximas que, embora possam ser concebidas
como leis universais, nenhuma vontade pode consistentemente querer que isso
aconteça, pois, nesse caso, estaria a cair em contradição consigo mesma.
- Estes deveres são considerados imperfeitos, pois limitam-se a estabelecer certos
fins obrigatórios , isto é, dizem-nos que devemos procurar alcançar certas coisas,
designadamente o nosso aperfeiçoamento pessoal e felicidade geral. Os deveres
imperfeitos são, geralmente, formulados na positiva, porque recomendam que se
procure fazer certas coisas.