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Aula 6

A ética utilitarista
Fundamentação da moral
A fundamentação da moral implica procurar determinar
as origens e condições da moral, dando resposta a
questões como:

• Porque sentimos necessidade da


moral?
• Que critérios permitem distinguir o
bem do mal, o certo do errado?
Na história da Filosofia surgem duas grandes correntes que
procuram resolver estas questões:

Define o bem em função do fim a atingir. Se a finalidade da


Ética
ética for a felicidade do ser humano, as ações são boas sempre
teleológica que contribuem para que a humanidade atinja esse bem.

Define o conjunto de normas que nos permitem definir o que é o


Ética bem sem ter em conta um fim específico exterior à moral. As
deontológica ações são boas na medida em que se adequam ao dever
definido pelas leis e princípios estabelecidos.
Utilitarismo
A ética utilitarista foi adotada por vários filósofos, tendo como ideia
geral o seguinte princípio:
• Uma ação é boa desde que seja útil para se atingir a
finalidade estabelecida.
Exemplo:
Para John Stuart Mill a finalidade da moral é a
promoção da felicidade.

Felicidade: o máximo prazer e ausência de dor.


Para Stuart Mill, a ação humana é boa na medida em que
promove o melhor bem para o maior número de pessoas possível.
Utilitarismo
Aquilo que determina se uma ação é moralmente boa é a forma
como esta contribui para a felicidade.
A felicidade deve ser definida como:
Cada indivíduo deve
Mais do que a simples
dar primazia à
procura egoísta da
felicidade do maior
felicidade do agente.
número de pessoas.

O agente moral deve ser maximamente imparcial,


deve agir como espectador desinteressado e
benevolente.
Utilitarismo
Para garantir a aplicação prática da ética
utilitarista devem verificar-se duas condições:

• As leis e a organização social devem ter um papel na criação


de uma harmonia entre os interesses do indivíduo e os de todos
os outros.

• A ideia de que a sua própria felicidade e a de todos estão


associadas de forma inseparável deve ser fomentada pela
educação.
Utilitarismo

No exercício do “princípio da maior felicidade”, pode ser


necessário que o sujeito sacrifique a sua própria felicidade em
nome de um ideal que é considerado um bem maior.

Para Stuart Mill, o sacrifício por si só é um desperdício e só


deve ser valorizado nos casos em que contribua para
incrementar a felicidade.
Utilitarismo e hedonismo
Hedonismo

O valor da ação é
avaliado exclusivamente
em função da quantidade
de prazer que provoca.

Os critérios de avaliação
da ação são: intensidade,
duração, certeza,
proximidade e extensão.
Hedonismo – Jeremy Bentham
Intensidade:
O prazer visado deveria ser o mais forte possível.

Duração:
Deveria escolher-se o prazer mais duradouro.

Certeza:
Entre dois prazeres, o escolhido deveria ser aquele que temos maior
probabilidade de conseguir atingir.

Proximidade:
Se podemos escolher entre um prazer muito distante e outro que está
próximo, devemos escolher este último.

Extensão:
Quantas pessoas irão beneficiar da ação.
Utilitarismo e hedonismo
Hedonismo Utilitarismo

O valor da ação é
O valor da ação é
avaliado exclusivamente
avaliado em função da
em função da
quantidade e da
quantidade de prazer
qualidade de prazer
que provoca.
que provoca.
Os critérios de avaliação
Há prazeres superiores
da ação são:
e prazeres inferiores,
intensidade, duração,
devendo o sujeito dar
certeza, proximidade e
primazia aos primeiros.
extensão.
Utilitarismo
Prazeres superiores e inferiores:
PRAZERES SUPERIORES
Associados ao intelecto, à dignidade, ao amor pela
liberdade e independência pessoais. Resultam do exercício
das capacidades intelectuais do ser humano.

PRAZERES INFERIORES
Associados ao prazer físico e imediato de
natureza animal.

“É melhor ser um ser humano insatisfeito do


que um porco satisfeito.”
FILOSOFIA MORAL UTILITARISTA DE STUART MILL

UTILITARISMO

Corrente filosófica que avalia a moralidade das


ações pela sua utilidade

A moralidade das ações depende bem-estar ou estado de prazer e de


ausência de dor ou
das vantagens ou desvantagens que felicidade sofrimento
os seus efeitos comportam.

PRINCÍPIO DA MAIOR FELICIDADE


TIPOS DE PRAZERES
(S. Mill)

Prazeres Prazeres
inferiores superiores

Prazeres ligados ao corpo, Prazeres ligados ao espírito,


provenientes das sensações. potenciadores de bons
Não permitem a realização plena da sentimentos morais. Permitem
natureza humana. a realização do ser humano.

Aquele que usufrui dos mais altos prazeres


espirituais não poderá senão desejar o bem-estar
comum, onde se inclui a felicidade do outro.

Existência em todo o ser humano de um sentimento natural (sentimento moral


de humanidade) ou de simpatia social que o leva a cooperar com os outros.
Aula 6

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