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Técnicas de Manipulação de Objetos Animados

Modulo 10661

Escola Profissional Alda Brandão de Vasconcelos


Carla Túlio
2022/2023
Introdução
 A educação é criar pessoas capazes de fazer coisas novas, não simplesmente
repetir o que outras gerações fizeram… (Piaget)
Isto a propósito da criatividade, inteligência e pensamento divergente, diferente
Este modulo tem como objetivo que os formandos aprendam a planificar e
dinamizar técnicas de animação com carácter interdisciplinar em
atividades de tempos livres.

E quando falamos de interdisciplinaridade falamos de criar combinações


de disciplinas, e para tal, é necessária criatividade
E para criar, ter criatividade, é preciso planificar, o que serve-se de várias técnicas de
expressões como desenho, pintura, modelagem, construção de fantoches, tapeçaria
entre outras técnicas (recorte, estampagem, raspagem, etc.).

Estas técnicas, isoladas ou conjugadas entre si podem ser utilizadas em atividades


(jogos, dramatizações, etc.) através das quais as crianças desenvolvem a capacidade
de comunicação e expressão não verbal.

Assim o que se espera é que os formandos aprendam e planifiquem algumas


atividades lúdicas e livres de formas animadas (porque serão utilizadas em tempos
livres) criando combinações de disciplinas com base em técnicas de objetos
animados.
Objetivos:
• Reconhecer os diferentes tipos de objetos animados
• Caraterizar o conceito de objeto animado
• Caraterizar as noções de tempo e espaço
• Aplicar a construção de bonecos, máscaras e silhuetas
• Planificar e desenvolver técnicas de animação com recurso a linguagem
plástica
• Conceber situações de animação através das técnicas de manipulação.
Conteúdos

Corpo em movimento no tempo


* Adaptação corporal ao tempo
* Adaptação auditiva ao tempo
* Adaptação motora ao tempo
* Representação mental do tempo
* Cinetismo e quinestesias

Ações corporais
* Ações e dinâmicas

Máscara
* Identidade e disfarce
* Máscara que se faz e que se usa
* Jogos de máscaras
Objeto animado – conceito
Objetos animado – Conceito

Inanimado é tudo aquilo que convive com o homem, mas é destituído de volição e
de movimento racional. Ao receber energia do ator, através de movimentos, cria-se
na matéria a ilusão de vida, e, aparentemente, passa-se a ter a impressão de ter
ela adquirido vontade própria, raciocínio. (AMARAL, 1997, p.21)

A Expressão das Emoções em Objetos Animados

Assim, de acordo com Amaral, o objeto animado – ou seja, que possui ânima, alma
– destaca-se por algo a mais do que somente o movimento, denotando vontade e
racionalidade. Ou como afirma Paulo Balardim: Para simular a vida é importante ter
clareza do que caracteriza um ser vivo, do que caracteriza a vida. Essa consciência
é o que diferencia uma manipulação “pastiche” de um fato único, de uma
experiência mágica e de uma identificação do humano com o objeto animado. [...]
Portanto, humanizar a forma animada é um modo de criar empatia e assim,
criar um meio de comunicação entre artista e espectador.

Com a capacidade da comunicação não verbal bem ajustada entre as partes, é


possível criar relações que transcendam a cognição rasa. Neste ponto,
encontra-se o “algo a mais” na expressão de um boneco, que mesmo sem olhos,
faz o público se emocionar com seu olhar triste.

A expressividade do objeto animado não reside na sua extrema semelhança


física com os seres vivos, mas em sua capacidade de com o mínimo de
movimentos, sintetizar uma grande variedade de expressões realizadas por
seres vivos.
Objetos animados e inanimados

O que é Animado:
Empolgado! Alegre! Excitado!
Uma pessoa animada, feliz, contente.

O que é Inanimado:
Inerte, parado, sem vida, sem ânimo
"Tudo se move. Tudo evolui, progride. Tudo ricocheteia e
reverbera. De um ponto a outro, nada de linha reta. De
um porto a um porto, uma viagem. Tudo se move,
também eu! A alegria e a tristeza, e também o embate.
Um ponto indeciso, desfocado, confuso, se desenha,
Ponto de convergências, Tentação de um ponto fixo,
Numa calma de todas as paixões, Ponto de apoio e ponto
de chegada, Naquilo que não tem nem começo, nem fim.
Nomeá-lo, Torná-lo vivo, Dar-lhe autoridade Para
compreender melhor aquilo que se move, Para
compreender melhor o Movimento.”
Tipos de Objetos Animados

• A animação dá vida aos objetos, uma vez animados,


os objetos passam a representar personagens,
contando diferentes histórias.

• O teatro de formas animadas pode incluir todo o tipo


objetos, como: máscaras, sombras, brinquedos, sacos,
lápis, papel, as próprias mãos, vasilhas, copos
plásticos, talheres, etc.

• Teatro do Inanimado é um teatro onde o foco de


atenção é dirigido para um objeto inanimado e não
para o ser vivo/ator.

• Objeto é todo e qualquer matéria inerte. Em cena


representa o homem, ideias abstratas, conceitos.
• Inanimado é tudo aquilo que convive com o homem,
mas é destituído de vontade e de movimento racional.
Ao receber a energia do ator, através de movimentos,
cria-se na matéria a ilusão de vida, e, aparentemente,
passa-se a ter a impressão de ter ela adquirido
vontade própria, raciocínio.

• Animar um objeto é deixar-se refletir nele, disse


Mássimo Schuster. Boneco/objeto animado não é
senão energia refletida do ator-manipulador. O que
confere vida emotiva e racional ao objeto animado,
durante o ato teatral, é a presença direta e atuante do
ator sobre o objeto.
Animação e a Infância

• O teatro de animação na educação infantil, a infância é


compreendida pela visão de criança como sujeito
social inserido numa determinada cultura, imersa num
contexto pleno de trocas interativas com seus pares.

• As crianças podem imitar uma variedade de ações que


vão muito além dos limites de suas próprias
capacidades. Numa atividade coletiva ou sob a
orientação de adultos, usando a imitação, as crianças
são capazes de fazer muito mais coisas.
O que são fantoches?

Os fantoches são uma forma muito divertida de fazer um


teatro. São manuseados por pessoas, os grandes
apreciadores de fantoches são os mais pequeninos.

Atualmente existem muitas formas de fantoches e de


serem representados, como por exemplo, o teatro de
máscaras, o teatro de sombras, o teatro de fantoches, o
teatro de varas, entre outros.
Teatro de fantoches

Este tipo de teatro de fantoches tem várias vantagens,


como poder utilizar todo o tipo de material para a sua
construção e permite à criança explorar os movimentos
do corpo, como o dos dedos, mãos e braços.

Este tipo de teatro é o mais utilizado pelas crianças, pois


é bastante divertida e é uma forma fácil de perceberem
a história.
Valor pedagógico e educativo

Os fantoches não são apenas uma brincadeira infantil,


tem um valor pedagógico e educativo, e são uma
excelente escolha para contar uma história às crianças e
que as faz estar mais atentas à história, esta tarefa
desenvolve a imaginação, a criatividade, a oralidade e o
espírito de grupo, pois as crianças em conjunto também
podem fazer um pequeno teatro com fantoches.
Através dos fantoches as crianças podem exprimir as
suas emoções e sentimentos, ao construírem os
fantoches estão a desenvolver as atividades manuais. E
assim, juntar três das coisas mais importantes no
desenvolvimento da criança, a expressão plástica, oral e
as emoções.
O Fantoche como Recurso para o
Desenvolvimento da Expressão,
Comunicação e Socialização da Criança

• Segundo Leenhardt (1974) os jogos espontâneos com


fantoches são um dos principais elementos de
expressão e comunicação e devem ser introduzidos na
idade do jardim-de-infância.

• A criança quando recorre livremente, no meio das


suas brincadeiras, ao fantoche, faz com que este
ganhe uma vida
• No decorrer da manipulação do fantoche quando procura transmitir ao(s)
observador(es) o que sente necessidade de dar a conhecer do seu Eu e que, por
vergonha, medo..., não o faz, sem recorrer a um fantoche, é notório que a criança
recorreu a este com um propósito específico.

• Nesta situação, cabe ao Educador ter em conta os propósitos da criança, de


maneira a minimizar as suas dificuldades.

• Quando a criança manipula o fantoche e lhe atribui uma voz, as outras crianças
da sala (observadoras) apesar de reconhecerem a criança que está por detrás do
fantoche, esquecem na para vivenciarem a história apresentada pelo fantoche.

• É este esquecimento que permite à criança uma aproximação com as outras


crianças, caso esta não exista, e, simultaneamente, contribuirá para que a criança
(manipuladora) através da sua expressão projetada no fantoche evolua neste
campo e ultrapasse a dificuldade de comunicação.
• (…) através de um fantoche: pode ser superada uma
timidez que dificultava a comunicação. Podem ser
expressos sentimentos antes difíceis de exprimir,
porque o fantoche passa a ser o foco da atenção, em
vez da criança que o manipula. Ela fala através dele,
fala com ele e às vezes atribui-lhe papéis que não têm
nada a ver com a sua caraterização. O processo
criativo que envolve a manipulação de fantoches
estimula o desenvolvimento da linguagem e do
pensamento e faz com que a criança aprenda a tomar
decisões, a expressar-se, para além de: canalizar a
imaginação infantil; descarregar tensões emocionais;
resolver conflitos de ordem afetivo emocional; ampliar
as experiências; ampliar o vocabulário; desenvolver a
atenção, a observação, a imaginação, a perceção da
relação entre causa e efeito, a perceção do BEM e do
MAL, de outros valores e o interesse por histórias e
teatro”
• No ponto de vista de Leenhardt o recurso ao fantoche
é uma expressão libertadora e é muito rica para o
desenvolvimento das competências sociais. Pois a
atividade com fantoches " (...) é uma fonte de
enriquecimento: da linguagem da criança, através do
diálogo dos bonecos; da precisão do seu gesto e do
seu poder evocador, através da animação;

• A criança nas suas conversas utiliza a mimica, a


onomatopeia, o gesto, o que permite que a percebam
sem recorrer ao uso de muitas palavras. Além disso,
para uma criança de tenra idade é difícil construir um
discurso coerente, assim como é-lhe difícil contar
pormenorizadamente uma história com todo o seu
desenvolvimento e articulação de ideias. Através dos
fantoches e atrás do teatrinho não é possível recorrer à
mimica para se fazer compreender, a criança terá de
expressar-se através do fantoche não só pelo
movimento que lhe imprime como também pela
linguagem verbal que cria.
• As crianças que se expressam através do fantoche e
as que observam, tomando consciência da
necessidade da linguagem verbal para se fazerem
entender, aperfeiçoam essa forma de comunicação.
Igualmente, a necessidade de transmitir ao fantoche o
movimento que se torne visível e compreensível lhes
promoverá determinadas capacidades motoras (Idem).
De referir, que os fantoches sejam usados pelos
educadores com determinados objetivos,
nomeadamente para o aperfeiçoamento das
habilidades acima referidas.
Construção de fantoches

Existe vários tipos de fantoches, deixo aqui alguns


exemplos de fantoches mais adequados para as próprias
crianças construírem.

Uma das vantagens de construirmos os fantoches é que


podemos usar material reciclado.
Fantoche de meia
Para fazer um fantoche de meia é necessário:

- Meias (poucos definidas),


- Cartolinas,
- Lã,
- Tesoura,
- Cola,
- Papel de jornal ou revista.
Como fazer?

Desenhe na cartolina, a boca, os olhos e outros


acessórios que queira nos fantoches, de seguida enfie a
mão na meia para ter uma noção onde se vai colar. Pode
ou não, fica ao critério de cada pessoa, meter uma ou
duas folhas de revistas amachucadas dentro da meia
para ser a cabeça do fantoche. Colar a lã para fazer o
fantoche, deixar a lã mais ou menos cumpridas consoante
ser menino ou menina. Para podermos colar sem passar
a cola, devemos meter um pouco de cartão para não
deixar passar a cola.
Fantoche de dedo
Para fazer um fantoche de dedo, é necessário:

- Cartolina/Tecido/EVA/Feltro,
- Lápis cor,
- Lã,
- Tinta
- Cola UHU liquida e quente

Como fazer?

Depois de escolher o material, recortar 2 vezes o molde


da personagem, fazer os olhos, que podem ser
desenhados ou colados, nariz, boca, orelhas se for
animal, etc. e decore de acordo com o personagem
utilizando diversos materiais.
Fantoche de colher de pau

Para este fantoche de colher de pau é preciso:

- Colher de pau,
- Cola quente,
- Lã ou restos de linha,
- Cartolina,
- Caneta preta de acetato
- Restos de Tecidos.
Como fazer?

Colar a lã ou restos de linhas para fazer o cabelo do


fantoche, com a caneta preta desenhar a boca e os olhos
do fantoche e com o lápis de cera vermelho pode dar cor
ao fantoche. Faça um buraco pequeno no tecido para o
cabo da colher de pau poder passar e cole o tecido. Faça
duas mãos na cartolina e cole-as ao tecido.
O tecido tem duas funções fazer a roupa do fantoche e
tapar a mão da pessoa que esta a manipular o fantoche.
Fantoche de pasta de papel
Para fazer um fantoche de pasta de papel é preciso:

- Jornal
- Cola branca, Como fazer?
- Água quente,
- Meia de nylon, Começa-se por rasgar as folhas de jornal num recipiente,
- Tinta, junta-se água quente e cola branca, depois enche-se um
- Lã pouco da meia com jornal amachucado, tipo bola e ata-se
- Pau ou ramo de árvore ao pau, cobrir a bola com pasta de papel e moldar para
- Tecido fazer uma cara. Deixa-se secar bem e pinta-se o boneco,
faz-se o cabelo com lã, restos de linhas ou fitas de restos
de tecido. Com o tecido faz-se uma roupa.
Fantoche de tecido

Para a realização deste fantoche de tecido é necessário:

- 20 cm de tecido,
- Tesoura,
- Cola quente,
- Lã,
- Cartolinas de cor,
- Restos de tecido

Como fazer?

Cortar dois moldes no tecido, para fazer o corpo do


fantoche, colar as laterais, deixando as extremidades
livres para meter a mãos e os dedos. Para o fantoche
ficar mais bonito pode colar roupa de tecido ou outros
detalhes. Para fazer a cabeça, faça 2 moldes da cabeça
no tecido e cole ao resto do corpo do fantoche. Para
finalizar o fantoche faça os olhos e a boca em cartolina e
cole ao fantoche.
Fantoches de pratos
Os materiais necessários para fazer os fantoches de
pratos são:

- Pratos de papel,
- Paus de Espetada,
- Guache,
- Cartolina,
- Cola UHU liquida

Como fazer?

Este tipo de fantoche também são bastante fáceis de se


construir, começa-se por colar o pau de espetada ao prato
com cola e depois basta decorar o prato consoante a
personagem que quer fazer, para isso deve usar várias
cores de cartolina e guache.
Fantoches de saco de papel

O material para fazer fantoche de saco de papel é:

-Saco de papel,
-Cartolina,
-Guaches,
-Cola,
-Tesoura.
 

Como fazer?

Pode-se pintar o saco ou não dependente do resultado


que se quer obter, depois fazer um molde em cartolina e
colar no saco. Pode enfeitar o fantoche com botões,
penas, pedaços de tecido.
Fantoche de dedo com cartolina

Para fazer o fantoche de dedo vamos precisar de:

-Cartolina/EVA/Tecido
-Cola
-Restos de papel
-Tesoura
-Fita-cola
-Lã

Como fazer?
Recorte um quadrado de 7,5 cm de lado numa folha de
cartolina e enrole à volta do dedo para formar um tubo e
cole com fita-cola. Aperte o topo do rolo para o fechar e
cole bocados de lã para fazer o cabelo. Desenhe os
olhos, o nariz e a boca com canetas.
Pode fazer o fato do fantoche com papel de várias cores
colado ao rolo.
Fantoche de copo

Para fazer os fantoches de copo é necessário os


seguintes materiais:

- Copo de plástico/papel
- Tinta guache
- Pincéis
- Cartolina ou papel de lustro
- Pau de espetada Como fazer?

Pinta-se o copo com a cor que quiser, consoante a


personagem que quer construir e pode usar cartolina ou
papel de lustro para fazer orelhas. Colar o pau de
espetada no fundo do copo.
Fantoche de garrafa

Para fazer fantoches de garrafa vamos precisar:

- Garrafa de plástico
- Restos de tecido
- Lã ou ráfia
- Tinta guache ou acrílica
- Cartolinas
- Cola (pode ser necessário cola quente)

Como fazer?

Pintar a garrafa com a cor que quiser, consoante a


personagem que quer construir. Decorar como quiser,
pode usar cartolina ou papel de lustro. Para os cabelos
usar a lã ou ráfia.

Nota: Para o guache aderir ao plástico é preciso meter


um pouco de detergente da loiça
Fantoches de esponja

Para fazer os fantoches de esponja é necessário os


seguintes materiais:

- Esponja
- Tinta guache
- Pau de espetada
- Cartolina
- Tecidos
- Tesoura e X-Ato

Como fazer?

Recortar a esponja de variadas formas e decorar com diferentes materiais


de acordo com o personagem escolhido. No fim colocar o pau de espetada.
Fantocheiro
Teatro Marioneta de fios:

A Marioneta de fios, feita normalmente em madeira, pode


ser completamente articulada, assim leve maior
quantidade de fios, os fios são comandados através de
uma cruzeta, ligados às articulações ou a outros órgãos.

O teatro de marionetas é, vocacionalmente, um teatro de


itinerância, pois na maior parte dos casos a língua não é
entrave para a compreensão dos espetáculos.
Marionete ou Boneco de Fio

• Boneco de fio ou marionete , do termo francês “marionette”, tipo de boneco


manipulado por fios ou cabos, conectados a uma estrutura de madeira [cruz]. A
manipulação é feita por movimentos e mecanismos da cruz ou manipulando
diretamente os fios.

• Uma característica da marionete é a possibilidade de coordenar peso[altura], 


eixos e pernas do boneco em apenas uma mão que manipula a cruz, deixando
livre a outra mão para manipular outros fios e mecanismos. A manipulação de
bonecos de fio é uma técnica delicada que requer prática e apurado
conhecimento do boneco, seus eixos, mecanismos e possibilidades de
movimentos.

• Uma marionete simples pode chegar a ter nove fios.


Teatro de máscaras

No teatro de mascaras o ator está com a cara coberta por


uma máscara.

A máscara pode apenas cobrir os olhos e o nariz ou todo


o rosto.

Este tipo de teatro é o adequado para as crianças mais


tímidas.
Teatro de sombras

Este tipo de teatro surgiu na china há muito tempo atrás e


foi se espalhando pela Europa.
É um teatro muito simples e divertida para as crianças,
que as ajuda no desenvolvimento da sua criatividade e
motricidade.
Para a realização deste teatro é necessário, uma
lâmpada, um lençol fino branco e as personagens feitas
em cartolina preta.

O teatro deve ser representado em um local escuro,


apenas com uma luz projetada no lençol branco.
Boneco de Sombra

Consiste em manipular figuras em focos de luz projetando


suas sombras em uma tela.
As figuras de sombras são chamadas de silhuetas ou
bonecos de sombra, podem ser silhuetas chapadas ou
tridimensionais, articuláveis ou não.
Curiosidade sobre o teatro de sombras

Lenda
Existe uma lenda chinesa a respeito da origem do teatro de sombras. No ano
121, o imperador Wu Ti, da dinastia Han, desesperado com a morte de sua
bailarina favorita, teria ordenado ao mago da corte que a trouxesse de volta do
"Reino das Sombras", caso contrário ele seria decapitado. O mago usou a sua
imaginação e, com uma pele de peixe macia e transparente, confecionou a
silhueta de uma bailarina. Depois, ordenou que, no jardim do palácio, fosse
armada uma cortina branca contra a luz do sol, de modo que deixasse
transparecer a luz. No dia da apresentação ao imperador e sua corte, o mago fez
surgir, ao som de uma flauta, a sombra de uma bailarina movimentando-se com
leveza e graciosidade. Neste momento, teria surgido o teatro de sombras.
Teatro de varas

O teatro de varas é parecido ao teatro de fantoches, no


teatro de varas os fantoches são feitos com umas varas
(paus de espetada).

Este tipo de teatro é um pouco menos comum, por isso


mesmo pode se tornar mais interessante.
Boneco de Vara

• Mecanismo de manipulação por varas ou hastes, pode ser um objeto acoplado


às varas ou bonecos projetados com mecanismos de boca e olhos. No caso de
bonecos de figura humana, normalmente, possui uma vara como eixo central e
outras duas para os braços.

• Na manipulação, pode se obter tanto movimentos bruscos quanto delicados,


uma dificuldade pode estar relacionada a sustentar o peso do boneco para que
mantenha os eixos, conciliando com a manipulação das varas. Em bonecos
mais complexos e pesados pode ser necessário mais de um manipulador para
operar todos os mecanismos.
Boneco de Luva
 Boneco que o manipulador calça na mão, como os mamulengos. Normalmente,
possui corpo de tecido onde o indicador manipula a cabeça e dedos polegar e
médio manipulam braços.
 Cabeça e mãos podem ser esculpidas ou modeladas em diversos tipos de
materiais, no mamulengo é mais comum o uso de madeira e papel machê.
 A principal característica da manipulação de bonecos de luva é a agilidade dos
movimentos, apesar das limitações de movimentos dos braços do boneco.
Noção de espaço
Ao explorar objetos e ambientes variados, a criança vai montando uma
representação do espaço e aprende a se orientar por pontos de referência. Logo
nos primeiros dias de vida, o bebé inicia-se numa jornada digna de um
desbravador. Sem experiência, ele precisa distinguir e compreender as formas
estáticas e em movimento que aparecem no seu campo de visão. Em outras
palavras, para ele, o espaço ao redor ainda está por se constituir.
"Lidar com o mundo, nessa fase, é reconhecer objetos e interagir com eles",
explica Lino de Macedo, professor do Instituto de Psicologia da Universidade de
São Paulo (USP). "O desafio é grande porque o espaço é algo contínuo, sem
separações." As ruturas entre os objetos e as relações entre eles são construídas
ao longo do desenvolvimento infantil e se estendem ao menos até a adolescência.
Essa criação pessoal do mundo ocorre em paralelo com outro processo importante: a
construção da subjetividade, que se dá em grande parte pela exploração dos limites do
próprio corpo. Uma elaboração colabora para o avanço da outra, tornando o
entendimento sobre o entorno cada vez mais complexo e abrangente.

Um aspeto fundamental para esse desenvolvimento em duas frentes é a ideia de


permanência do objeto. Trata-se da capacidade de criar uma imagem mental de algo,
mesmo sem tê-lo diante dos olhos. Ao ser capaz de fazer isso, o bebê tem a primeira
questão espacial - onde está o objeto que ele sabe existir, mas está ausente? Essa
noção ganha um impulso quando ele começa a deslocar-se com autonomia.

Assim que aprende a gatinhar, a criança não só pode pensar numa bola, por exemplo,
mas propõe-se a encontrá-la. Assim, vem uma sequência: achar o brinquedo no
ambiente em que ele está, entender onde ela própria se encontra e elaborar uma
trajetória de deslocamento para chegar ao objetivo. Para isso, são necessárias
referências para a orientação. Surge aí a exigência de estabelecer relações posicionais
entre os objetos - se a bola rolou para trás do sofá, como deslocar-se para alcançá-la?

De início, os pequenos brincam com o próprio corpo - as mãos e os pés - e as roupas,


que vestem como se explorassem objetos distintos. Depois, passam a manipular tudo o
que veem, observando o resultado das suas ações sobre essas coisas. Quem nunca
presenciou um bebé sentado num cadeirão a atirar para o chão todos os objetos ao seu
alcance? Com isso, ele observa as diferentes consequências de seu ato: há coisas que
rolam, que ficam estáticas e que pulam.
Dos 4 aos 6 anos, a criança, expande a experimentação para a representação do espaço
em desenhos e brincadeiras, por exemplo. Isso percebe-se nos traços de uma criança de
6 anos, quando desenho, por exemplo, o apartamento onde mora demonstra que tem
uma boa capacidade de relacionar as diferentes divisões com base em coordenadas
espaciais ou pontos de referência, ou seja, conseguimos perceber as várias divisões e
estando estas por ordem correta.
O mesmo princípio ocorre com a representação que os pequenos têm do próprio corpo.
Nesse processo, eles desenvolvem ainda a perceção de que ele tem dois lados - o
esquerdo e o direito. Esse conceito, da lateralidade, desenvolve-se, em geral, por volta
dos 7 anos (a idade pode variar) e permite que a criança diga se um objeto se localiza
mais próximo da sua esquerda ou direita - embora nomear os dois campos seja difícil
num primeiro momento.

A criança utiliza noções espaciais ao remontar cenas


domésticas, enquanto brinca às casinhas, por exemplo, e
ao ouvir contos de fadas, quando cria na sua mente como
seria o assustador castelo da bruxa.
Numa época em que as crianças têm cada vez menos
chances de explorar ruas e quintais, o papel da escola
torna-se decisivo. Há a tendência de evitar que eles se
arrisquem do lado de fora, restringindo-os a ambientes em
que não existem chances de acidentes e quedas - ou
seja, espaços artificializados.
Noção de tempo

Para entender alguns dos mais importantes conceitos da Ciência, precisamos ter
uma boa noção de tempo. O grande problema é que a nossa noção de tempo é
muito limitada.
Acha que a afirmação está errada?
Desafio a pensar nas duas perguntas abaixo:
Quando aconteceu a última morte por guilhotina na França?
Quando a saga “Star Wars” estreou no cinema?
Parece que um evento aconteceu muito antes do outro, certo? Na verdade, Star
Wars estreou em 1977 e a última morte por guilhotina na França aconteceu dia 10
de setembro de... 1977!
O tempo é o contínuo e indefinido progresso da existência, transformando eventos em
passado. O presente é considerado o agora, tempo que as perceções são relatadas. A
perceção do tempo difere dos outros sentidos, já que é diferente do tato, da audição, da
visão, do paladar e do olfato, o tempo não pode ser percebido diretamente. Assim, ele
deve ser construído de outra forma no nosso cérebro.

• mecanismo real pelo qual o cérebro percebe e processa o conceito de tempo é


complexo e não totalmente compreendido.

• Sabe-se que o julgamento e a perceção do tempo envolvem diferentes partes do


cérebro num sistema altamente distribuído, e que o córtex cerebral, o cerebelo e os
gânglios da base estão todos envolvidos até certo ponto.

Em resumo: não sabemos como percebemos o tempo, e nossa perceção é bem


limitada.
Quando é que a criança tem noção do tempo?

A noção da sequência temporal, horas, dias, semanas, … evolui gradualmente e vai-se


consolidando nos primeiros anos de vida em conjunto com as memórias.
O desenvolvimento da linguagem é um fator essencial da estruturação da noção temporal:
- o emprego de pronomes (eu, tu, ele), verbos auxiliares sobretudo (ser e ter) e do tempo
verbal (presente, imperfeito, futuro) permitem que a criança adquira gradualmente a noção
da temporalidade.
Noção de temporalidade (idades aproximadas):
Reconhecer um dia da semana: 4 anos;
Reconhecer a manhã, tarde: 5 anos;
Indicar o dia da semana: 6 anos;
Indicar o mês: 7 anos;
Indicar o ano: 8 anos;
Indicar o dia do mês: 8-9 anos;
Avaliar a duração de uma conversa: 12 anos;
Indicar a hora, com uma aproximação de 20 minutos: 12 anos.
Outro exemplo, só pra provar que a nossa noção de tempo é enganadora. Cleópatra, a
rainha do Egito, viveu 30 a.C. As pirâmides do Egito foram construídas em 2560 a.C., o
que dá uma diferença de 2.530 anos. Eu nasci em 1970. Isso significa que Cleópatra
está mais perto do meu nascimento (2.000 anos) do que da construção das pirâmides.
O tempo é o contínuo e indefinido progresso da existência, transformando eventos
em passado. O presente é considerado o agora, tempo que as perceções são
relatadas. A perceção do tempo difere dos outros sentidos, já que é diferente do
tato, da audição, da visão, do paladar e do olfato, o tempo não pode ser percebido
diretamente. Assim, ele deve ser construído de outra forma no nosso cérebro.

• mecanismo real pelo qual o cérebro percebe e processa o conceito de tempo é


complexo e não totalmente compreendido.
• Sabe-se que o julgamento e a perceção do tempo envolvem diferentes partes do
cérebro num sistema altamente distribuído, e que o córtex cerebral, o cerebelo
e os gânglios da base estão todos envolvidos até certo ponto.

Em resumo: não sabemos como percebemos o tempo, e nossa perceção é bem


limitada.
A adaptação ao tempo é função do desenvolvimento do conjunto da
personalidade. Só por volta dos 13-14 anos é que a criança possui um
conjunto consistente de lembranças pessoais apesar de manter muitas
memórias da infância.

Estas memórias são muitas vezes dispersas no tempo. Aconteceram algures,


mas sem precisão.

Pensamento Infantil - A noção de tempo - YouTube


Tarefa Fazer reflexão escrita sobre esta questão, baseada no
filme (link abaixo) e na sua experiência pessoal. O que é,
para mim, o conceito de tempo?

Filme de viagem do tempo completo dublado ☆★☆ - YouTub


e

Bom trabalho!
Corpo em movimento no espaço

 Cinetismo e quinestesias
 Adaptação visual ao espaço
 Adaptação motora ao espaço
 Representação mental do espaço
Cinetismo
A arte cinética procura romper com a condição estática da pintura e da
escultura, apresentando a obra como um objeto móvel, que não apenas traduz
ou representa o movimento, mas está em movimento. Arte relacionada com o
movimento. A primeira mostra de Arte Cinética foi realizada em 1955 pela
galeria Denise René, de Paris, intitulada de "Le Mouvement" reuniu trabalhos de
Calder, Duchamp, Agam, Pol Bury, Tinguely e Yves Klein.
A especificidade da arte cinética, dizem os estudiosos, é que nela o movimento
constitui o princípio de estruturação. O cinetismo rompe assim com a condição
estática da pintura, apresentando a obra como um objeto móvel, que não apenas
traduz ou representa o movimento, mas está em movimento. É o caso dos
famosos móbiles de Calder, cujo movimento depende da posição e do olhar do
observador, ou seja, a arte cinética, também conhecida como Cinetismo, explora
efeitos visuais por meio de movimentos físicos ou ilusão de ótica ou truques de
posicionamento de peças.
Quinestesias
O movimento, o tato e, frequentemente, o sentido de orientação são áreas fortes
da inteligência corporal-quinestésica. " Parece que tens 'bichinhos carpinteiros'."
"Nunca estás quieto." "Tens olhos nas pontas dos dedos? Não consegues ver só
com os olhos? É preciso pegar em tudo?“

Inteligência corporal-quinestésica
Características: As pessoas com este tipo de inteligência interagem com o mundo
preferencialmente através do corpo, mobilizando os seus sentidos. O movimento
é também importante para a aprendizagem. Habitualmente têm um bom
controlo dos movimentos e manipulam objetos com muita eficácia. O
movimento, o tato e, frequentemente, o sentido de orientação são áreas fortes
da inteligência corporal-quinestésica.

Trata-se de um tipo de inteligência vulgarmente relacionado com os desportistas.


No entanto, ela é muito mais abrangente. Profissionais de uma diversidade de
muitos outros domínios necessitam de fazer uso de competências relacionadas
com este tipo de inteligência. É o caso dos cirurgiões, dos bailarinos, dos
fisioterapeutas ou dos carpinteiros, por exemplo
Como podem os professores/educadores ajudar os
alunos/crianças/jovens no desenvolvimento desta
inteligência:
 Levá-los a dramatizar aspetos da matéria a aprender, por exemplo na
disciplina de História.
 Utilizar materiais manipulativos para o estudo de matérias mais abstratas e
para a resolução de problemas, por exemplo no domínio da Matemática.
 Promover visitas de estudo.
 Sugerir que, durante a leitura, sigam o texto com o dedo ou uma caneta, no
caso de terem dificuldade e de perderem o fio condutor do que leem. Esta
estratégia facilita a concentração na tarefa e ajuda até a imprimir um ritmo
mais rápido à leitura, através de um movimento gradualmente mais rápido do
dedo/lápis.
 Utilizar jogos com gestos (ex.: O gesto é tudo) para estudar vocabulário
estrangeiro ou para estudar/rever outras matérias com outros colegas ou
familiares.
 Promover a realização de experiências. Estas podem (e devem) ser feitas na
escola, visto que os programas das disciplinas assim o preveem.
 No entanto, há muitas experiências que podem ser feitas em casa. Existem
muitos livros disponíveis nas livrarias com experiências que podem ser feitas
em casa e que se inserem no âmbito de diversas disciplinas escolares.
Adaptação corporal no espaço
É por meio do corpo que as crianças exploram o espaço ao seu redor. Quando ainda
bebés eles esticam-se, gatinham, escalam, etc.. Á medida que vão crescendo, os
movimentos ficam mais eficientes na procura dos mais diversos objetivos :
 podem correr para fugir ou brincar, saltar cordas ou obstáculos e abraçar.
Assim, entendem que o outro também faz parte desse mundo que eles estão a
conhecer.
Todos esses movimentos e gestos contribuem para que as crianças se tornem
conscientes do seu coro. Por meio dessas experiências elas identificam as suas
potencialidades e os seus limites, desenvolvendo a consciência sobre o que é
seguro e o que pode causar dano ao seu corpo.
Depois que aprendem a andar e fazer movimentos mais complexos, como saltar, e
dançar, as crianças estão preparadas para atividades que trabalham ainda mais o
campo do corpo, movimentos e gestos. Nesse momento elas já conseguem deslocar
o corpo a partir de orientações como: frente, atrás, em cima e em baixo. Também
começam a desenvolver habilidades manuais, como desenhar, pintar e rasgar. À
medida que crescem também adquirem maior conhecimento do próprio corpo,
adotando ações de autocuidado.
Atividades que trabalham a adaptação visual,
motora, orientação e representação mental do
espaço:
 Músicas com comando de ações
Há diversas melodias que instigam movimentos simultâneos, indicando para as
crianças pularem, agacharem, rodopiarem, entre outras ações. Além de
estimular o movimento e o equilíbrio, elas trabalham a atenção, uma vez que a
criança precisa ficar atenta à próxima ordem/comando.
 Circuitos
Montar pequenos circuitos com diferentes obstáculos e caminhos é uma
excelente proposta para conduzir a criança em diversos desafios de movimento,
equilíbrio e conhecimento do próprio corpo. Os obstáculos podem ser construídos
com objetos como: colchões empilhados, caixas de papelão, túneis de pano,
penduricalhos e almofadas. Se o espaço for maior também podemos montar
caminhos que exijam força, velocidade, resistência e flexibilidade das crianças.
 Brincadeiras de imitação
Algumas brincadeiras de imitação como “O Rei manda” estimulam o
reconhecimento dos movimentos do outro e do próprio corpo. Além disso, os
educadores podem propor representações de experiências vividas no dia a dia
pelas crianças, como “derreter como um gelado”; “flutuar como uma pena”,
“balançar como as folhas de uma árvore” ou “cair como um raio”. Além de
arrancar boas gargalhadas das crianças, a atividade vai estimular a associação de
conhecimento e a criatividade.

 Montagem com diferentes objetos


A partir de materiais como desperdícios, tecidos ou caixas de papelão, as
crianças são convidadas a experimentarem no corpo as diferentes texturas. Elas
podem ser desafiadas a montarem brinquedos ou ambientes, como um barco, um
túnel ou um castelo. À medida que montam essas estruturas, elas também são
estimuladas a desenvolverem movimentos mais precisos, como recortar,
empilhar ou encaixar.
 Parque
Presente na maioria das escolas, o espaço conhecido como parque também é um
ambiente onde o corpo pode ser exercitado. A tarefa de subir as escadas do
escorrega, assim como o movimento de escorregar permite que a criança se
desloque no espaço de maneira totalmente diferente. Da mesma forma,
brinquedos como balances ou circuitos de pneus exigem equilíbrio e movimentos
bem específicos para que a brincadeira dê certo. Na medida em que brinca e
desafia-se em cada brinquedo, a criança também aprende sobre os limites do seu
próprio corpo.

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