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A poesia e história
2.2.5 A formação de uma rede escolar urbana uniformizada e a difusão da rede escolar
No império romano existia uma rede de escolas distribuída e implementada pelo Estado. Estes
viam as escolas como um importante instrumento de unificação cultural das populações. Roma
incentivava as cidades a criar as suas escolas e a conceder privilégios e regalias aos
professores. A administração central responsabilizava-se pelo pagamento de alguns
professores.
- A partir dos 17 e só para rapazes ou elites, aprendia-se a retórica e direito para proporcionar
bases para a carreira pública.
2.3.1 A conquista
Município: Cidade dotada de ampla autonomia administrativa, que se rege por instituições
semelhantes às da cidade de Roma. Aos municípios pode ser atribuído o Direito Latino (que
equivale à cidadania incompleta) ou o Direito Romano (a plena cidadania), o que, em ambos os
casos, corresponde a um estatuto elevado. Por isso se considera que a proliferação deste tipo
de cidades favoreceu o processo de romanização.
A expansão da cultura romana deu-se, na Hispânia, mais rapidamente no Sul do que Norte
devido à resistência dos povos autóctones.
Apesar disso, o processo de romanização foi bem aceite devido a diversos fatores:
- À medida de que o exército chegava, estes foram-se instalando e criando contacto com os
povos locais, trazendo a cultura romana e partilhando-a, tendo a participação de hispânicos no
exército o mesmo sentido assim como a chegada de imigrantes italianos;
- A ação das autoridades provinciais foi um fator que permitiu uma pacificação geral visto que
mostravam uma atitude de tolerância e respeito pelos nativos. Estas promoveram a
construção de obras públicas e atraiam os filhos dos chefes indígenas a terem uma educação
tipicamente romana;
- A densa rede de estradas permitiu a fácil ligação entre os diversos municípios e colónias, que
com governos e órgãos de decisão própria, eram autênticas cidades romanas. O seu
desenvolvimento (de cidades preexistentes) e a criação de novas cidades urbanas atraíram as
populações mais rurais.
Com a chegada dos Romanos, houve profundas alterações a nível económico no território
português. Antes, predominava uma economia pobre, sustentada pela pastorícia, onde o
comércio era raro e a moeda praticamente não circulava. A agricultura passou a ser intensiva,
virada para a exportação. Produzia-se principalmente os cereais, o vinho e o azeite de alta
qualidade. Manteve-se uma criação pecuária abundante, com excelentes bovinos, suínos e boa
qualidade de lã. Desenvolveram-se indústrias, de extração mineira, as forjas, olarias,
tecnologias e conserveiras e o famoso garum (conservas de peixe). Cresceram as feiras,
multiplicaram-se os mercados. A moeda circulava abundantemente. Tudo isto não era
conseguido se não existisse a excelente rede de estradas de Roma, que formaram um só
espaço económico e partilhavam o dinamismo de todo o Império, um espasço económico
vasto, articulado e coeso.
Fator de mudança, a Igreja surgiu também como um veículo transmissor do legado clássico:
- Os métodos e conceitos da Filosofia antiga foram utilizados pelos teólogos para fundamentar
a nova fé;
- O Direito Romano esteve na base do Direito Canónico que regula, no interior da Igreja, as
questões administrativas e disciplinares;
- A arquitetura religiosa tomou como modelo as construções romanas, quer públicas quer
privadas: as basílicas cristãs reúnem elementos inspirados nos palácios imperiais, nas termas,
nas basílicas romanas e em outros edifícios religiosos anteriores;
Porém, todas as soluções se revelam infrutíferas face ao ímpeto dos invasores, que, numa
avalanche, percorrem e devastam o espaço romano. O império do Ocidente cai
definitivamente em 476 e a Europa sofre um fracionamento. A queda do império do Ocidente
significou o fim da Época Clássica e o início da Idade Média. A Igreja torna-se o centro das
decisões, visto que foi a única instituição que se manteve organizada no meio de toda esta
revolução.