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TRABALHO DIREITO DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL - INDÍGENA

Acadêmica: Ozenildo da Costa dos Santos


Direito 5° Período Noturno

O que foi a guerra justa no Brasil, e o extermínios dos povos indígenas e as invasão das
terras ao longos do tempo?

A expressão guerra justa no brasil de tem sua origem na Roma antiga, foi o empregada como
meio de justificar a captura, aprisionamento e escravização dos indígenas durante a ocupação no
Brasil nos séculos XVI ao XVII. Onde a ideologia expansionista onde quem se opusessem aos
trabalhos forçados, a aculturação e a ocupação dessas terras indígenas, eram considerados
inimigos da coroa.

Pois nesse momento o que mais importava a coroa portuguesa era a ideia de catequizar almas
supostamente perdidas e os tornar mais dócil ao colonizador. Nesse período tiveram várias leis
promulgadas com a finalidade de conferir maior rigor ao usos da chamada guerra justa.

Os principais critérios invocados tinham como ideia a catequização como forma de dominação,
entre eles podemos citar:

 Houvesse oposição dos gentios à pregação do Evangelho, da sua recusa em defender a


vida e os bens dos vassalos do rei, ou quando se aliavam aos inimigos da coroa;
 Quando o gentio estivesse envolvido em práticas que lesassem o comércio dos
vassalos do rei;
 Quando fugissem às obrigações fiscais e recusa de serviços agrícolas ordenados pela
coroa;
 Quando houvesse prática de antropofagia.

Assim podemos ver que a expressão guerra justa foi apenas um modo da coroa portuguesa de
escravizar índios e torná-los mais dócil, para que conseguisse extrair todas as riquezas
encontradas nas terras brasileiras abitadas por muitos tempos pelos nativos indígenas que ali
viviam. Sem se respeitar raças, crenças e cultura do lugar, como se fossem animais a qual
pudessem ser domesticados.

Com isso surge um conflito entre os povos indígenas que ali viviam e os portugueses
colonizadores, esse embate trouxe serias consequências, como mortes de vários indígenas e
também a disseminação de doenças trazidas pelos brancos. Esses embates duraram vários anos,
e se enganam quem acha que hoje em pleno século 21 não existam conflitos entre índios e os
povos de hoje. Os povos indígenas sofreram em todos os ciclos econômicos brasileiro, e até
hoje com a expansão agronegócios eles vem sofrendo.
Em 20 de julho de 1910 foi criado “Serviço de Proteção ao Índio” com intuito de garantir
assistência a todos os índios do território nacional, tinha como um de seus objetivos afastar a
igreja católica da catequização dos índios. Rondon um dos maiores defensor do povos indígenas
propôs que fosse criada uma agência indigenista do Estado brasileiro tendo por finalidades: a)
estabelecer de uma convivência pacífica com os índios; b) garantir a sobrevivência física dos
povos indígenas; c) estimular os índios a adotarem gradualmente hábitos "civilizados"; d) influir
"amistosamente" na vida indígena; e) fixar o índio à terra; f) contribuir para o povoamento do
interior do Brasil; g) possibilitar o acesso e a produção de bens econômicos nas terras dos
índios; h) empregar a força de trabalho indígena no aumento da produtividade agrícola; i)
fortalecer as iniciativas cívicas e o sentimento indígena de pertencer à nação brasileira

Mais a má gestão, corrupção funcional e a falta de recursos acabaram extinguindo a SPI algum
tempo depois, mais nesse mesmo período ocorreu um grande massacre, o massacre do paralelo
11. O Massacre do Paralelo 11, ocorrido em 1960, quando morreram cerca de 3.500 Cinta
Larga, envenenados por arsênico. "Esse assassinato em massa dos índios Cinta Larga foi
cometido por pistoleiros a mando de empresários, com a cobertura de funcionários do então
Serviço de Proteção ao Índio (SPI), entre eles o major da Aeronáutica, Luiz Vinhas Neves. O
Massacre do Paralelo 11, como ficou conhecido um dos mais horrendos episódios de que se tem
notícia até hoje no Brasil, incluiu do roubo ao estupro, passando por grilagem, assassinato,
suborno, tortura e outras agressões, o então general Albuquerque Lima mandou demitir um dos
principais envolvidos no incidente, o então chefe do SPI, major Luiz Vinhas Neves, responsável
pela chacina dos Cinta Larga. Segundo Site Terras Indígenas no Brasil, fazendeiros, com ajuda
de funcionários do SPI, presentearam os índios com alimentos misturados a arsênico, veneno
letal. "Em algumas aldeias aviões atiraram brinquedos contaminados com vírus da gripe,
sarampo e varíola". Essa foi considerada um dos maiores massacre já acontecido. Há também
relatos que durante a ditadura militar houveram mais de 8.350 mortes de índios segundo a
comissão da verdade.

Nem mesmo após a constituição brasileira de 1988 onde tiveram em seu texto várias garantias
aos povos indígenas como o Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social,
costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que
tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os
seus bens; Art. 232. Os índios, suas comunidades e organizações são partes legítimas para
ingressar em juízo em defesa de seus direitos e interesses, intervindo o Ministério Público em
todos os atos do processo; Artigo 129, V; Artigo 22, XIV; Artigo 109, XI; Artigo 176;
Convenção 169 da OIT. Estatuto do Índio. Mesmo assim os índios continuam tendo seus
direitos violados, seja eles por garimpeiros e poceiros, como no massacre de Haximu de 1993
onde garimpeiros assassinaram 16 índios da etnia Yanomami, ou perseguido por políticos com
intuitos de diminuir suas terras, como fez a bancada ruralista com a PEC215 de 2017onde eles
pedem a paralização da demarcação de terras, bem como para abrir a exploração das mesmas
por outros povos, demarcação essa que já está estabelecida na constituição federal.

Como vimos a invasão e escravização e o extermino dos povos indígenas faz parte do processo
histórico brasileiro, povo esse que sempre viveu em busca de espaço na sociedade brasileira.

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