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PROJETO DE IMPELIDOR E VOLUTA DE BOMBA CENTRÍFUGA PARA

TRANSPORTE DE PETRÓLEO

Lucas Soares de Carvalho

Projeto de Graduação apresentado ao Curso de


Engenharia Mecânica da Escola Politécnica,
Universidade Federal do Rio de Janeiro, como
parte dos requisitos necessários à obtenção do
título de Engenheiro.

Orientador: Prof. Reinaldo de Falco, Eng.

Rio de Janeiro, RJ - Brasil


Outubro de 2020
Hdd
Carvalho, Lucas Soares de

Projeto de Impelidor e Voluta de Bomba Centrífuga


para Transporte de Petróleo / Lucas Soares de Carvalho
Rio de Janeiro: UFRJ / Escola Politécnica, 2020.

VIII, 96.: il.; 29,7 cm

Orientador: Reinaldo de Falco

Projeto de Graduação UFRJ / Escola Politécnica /


Curso de Engenharia Mecânica, 2020.

Referências Bibliográficas: p. 90

1. Bomba Centrífuga. 2. Projeto de Impelidor. 3.


Projeto de Voluta. I. de Falco, Reinaldo. II. Universidade
Federal do Rio de Janeiro, Escola Politécnica, Curso de
Engenharia Mecânica. III. Projeto de Impelidor e Voluta de
Bomba Centrífuga para Transporte de Petróleo.

ii
não

Sócrates.

iii
Agradecimentos
Ao meu filho, pois sem ele, nenhum desafio faria sentido.

À minha esposa, por todo o companheirismo durante toda esta caminhada, me


acompanhando em caminhos difíceis, transpondo barreiras inimagináveis que só nos fizeram
crescer e amadurecer.

Aos meus pais, pelo dom da vida e por todo o suporte dado em todas as decisões
tomadas no curso da vida.

Ao Professor Reinaldo de Falco, por toda a mentoria e compreensão.

A todos que estiveram envolvidos direta e indiretamente, possibilitando esta


conquista.

iv
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte dos
requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Mecânico.

Projeto de Impelidor e Voluta de Bomba Centrífuga para Transporte de Petróleo

Lucas Soares de Carvalho

Outubro/2020

Orientador: Reinaldo de Falco, Eng.

Curso: Engenharia Mecânica

Bomba centrífuga é um tipo de máquina hidráulica que visa o transporte de fluidos. Esse tipo
de bomba é amplamente utilizado desde aplicações cotidianas, como o transporte de água em
edifícios, até as mais variadas aplicações de transporte de fluidos nos mais diversos tipos de
indústria, onde necessita-se de sua aplicação ótima. Com tal necessidade, foram
desenvolvidos estudos sobre o projeto de bombas centrífugas. O presente trabalho visa
projetar uma bomba centrífuga para a indústria de óleo e gás para o transporte de petróleo
com parâmetros específicos, com foco no dimensionamento e no desenho do impelidor e da
voluta da bomba, além da comparação da bomba projetada com outras bombas vendidas
comercialmente.

Palavras-chave: Bombas Centrífugas, Projeto de Impelidor, Projeto de Voluta, Transporte de


Petróleo

v
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Mechanical Engineer.

Impeller and Diffuser Design for Centrifugal Hydraulic Pump for Oil Transport

Lucas Soares de Carvalho

October/2020

Advisor: Reinaldo de Falco, Eng.

Course: Mechanical Engineering

Centrifugal pump is a hydraulic machine type to fluid transport. This type of pump is widely
used since daily applications, like water transportation in buildings, until many different
applications in a variety of industries, where the maximum optimization is demanded. Due
to this need, many studies on centrifugal pump design were developed. This work focuses on
a centrifugal pump design for the oil and gas industry, focusing on the impeller and diffuser
dimensions and design, in addition to a comparison between the designed pump and sold
commercially ones.

Keywords: Centrifugal Pump, Impeller Design, Volute Design, Oil Transport

vi
Sumário
1. Objetivo e Parâmetros do Projeto ........................................................................................... 1
2. Introdução ................................................................................................................................. 2
2.1. Tipos de Máquinas Hidráulicas ........................................................................................ 2
2.2. Classificação das bombas ................................................................................................. 3
2.2.1. Dinâmicas ou Turbobombas ......................................................................................... 4
2.2.2. Volumétricas ................................................................................................................ 5
2.3. Definição do Tipo de Bomba do Projeto ........................................................................... 7
2.4. Revisão de Outros Trabalhos ............................................................................................ 8
3. Embasamento Teórico .............................................................................................................. 9
3.1. Princípio de Funcionamento de Bombas Centrífugas....................................................... 9
3.1.1. Impelidor .................................................................................................................... 10
3.1.2. Região Difusora.......................................................................................................... 10
3.2. Diagrama de Velocidades ............................................................................................... 12
3.3. Teoria da Ação do Impelidor .......................................................................................... 15
3.4. Curvas Teóricas de Funcionamento ............................................................................... 15
3.5. Curvas Reais de Funcionamento..................................................................................... 19
3.5.1. Curva Característica Carga Real (H) x Vazão (Q) .................................................. 19
3.5.2. Curva Característica Potência Absorvida x Vazão .................................................. 21
3.6. Cavitação e NPSH Requerido ......................................................................................... 23
3.6.1. Fenômeno da Cavitação ............................................................................................. 23
3.6.2. NPSH.......................................................................................................................... 24
4. Projeto do Impelidor e da Voluta .......................................................................................... 25
4.1. Projeto do Impelidor ....................................................................................................... 28
4.1.1. Cálculo de Grandezas Gerais ..................................................................................... 29
4.1.1.1. Escolha do Tipo de Rotor .................................................................................... 30
4.1.1.2. Número de Estágios (i) ........................................................................................ 31
4.1.1.3. Rendimentos Volumétrico ( , Hidráulico ( e Mecânico ( ................. 32
4.1.1.4. Descarga corrigida ( ) ....................................................................................... 33
4.1.1.5. Energia teórica ( ) ............................................................................................ 34
4.1.1.6. Potência motriz ( ) .......................................................................................... 34
4.1.1.7. Diâmetro do eixo ( ......................................................................................... 34
4.1.1.8. Diâmetro do núcleo de fixação do impelidor ao eixo ( ................................. 35
4.1.2. Cálculo de Grandezas à Entrada do Impelidor ........................................................... 35
4.1.2.1. Velocidade média na boca de entrada do impelidor ( ) ................................... 35
4.1.2.2. Diâmetro da boca de entrada do impelidor ( )................................................. 36
4.1.2.3. Diâmetro médio da superfície de revolução gerada pela rotação do bordo de
entrada das pás ( ) ........................................................................................................................ 36
4.1.2.4. Velocidade radial na entrada do impelidor ( )............................................... 37
4.1.2.5. Velocidade periférica na entrada do impelidor ( ........................................... 39
4.1.2.6. Largura do bordo de entrada da pá ( .............................................................. 39
4.1.2.7. Inclinação das pás na entrada do impelidor ( )................................................. 39
4.1.2.8. Definição do número de pás (Z) .......................................................................... 40
4.1.2.9. Obstrução devido à espessura das pás à entrada ( ).......................................... 43
4.1.2.10. Coeficiente de contração à entrada ( ) ............................................................ 44
4.1.3. Cálculo de Grandezas à Saída do Impelidor ............................................................... 45
4.1.3.1. Diâmetro Externo do Impelidor ( ) .................................................................. 45
4.1.3.2. Velocidade Periférica na saída do impelidor ( ) ............................................... 45
4.1.3.3. Velocidade radial na saída do impelidor ( ) .................................................. 45
4.1.3.4. Correção da velocidade periférica na saída do impelidor ( ........................... 46
4.1.3.5. Correção do diâmetro externo ( ..................................................................... 48
4.1.3.6. Obstrução devido à espessura das pás à saída ( ............................................. 48

vii
4.1.3.7. Coeficiente de contração à saída ( ................................................................. 48
4.1.3.8. Largura do bordo de saída da pá ( ................................................................. 49
4.1.4. Consolidação dos Resultados ..................................................................................... 49
4.1.5. Determinação do Perfil das Pás pelo Método por Pontos ........................................... 50
4.1.5.1. Escolha do traçado por pontos ............................................................................. 50
4.1.5.2. Metodologia do traçado por pontos ..................................................................... 53
4.1.5.3. Traçado da curva de variação da velocidade radial ( ) .................................... 54
4.1.5.4. Traçado da curva do inverso do coeficiente de contração ( ) ............................. 55
4.1.5.5. Traçado da curva de variação da velocidade tangencial ( ) ................................ 57
4.1.5.6. Traçado da curva de variação do produto entre a velocidade tangencial ( ) e a
projeção tangencial da velocidade absoluta ( ) ............................................................................... 57
4.1.5.7. Traçado da curva de variação da projeção tangencial da velocidade relativa ( )
59
4.1.5.8. Traçado do perfil da pá ........................................................................................ 61
4.2. Projeto da Voluta ............................................................................................................ 66
4.2.1. Escolha da Carcaça em Voluta ................................................................................... 66
4.2.2. Cálculo das Grandezas Gerais .................................................................................... 67
4.2.2.1. Velocidade média na voluta ( ) ........................................................................ 69
4.2.2.2. Largura da voluta ( )......................................................................................... 69
4.2.2.3. Diâmetro do círculo base para o traçado da voluta ( )...................................... 70
4.2.2.4. Diâmetro da ponta da cauda da voluta ( ) ........................................................ 70
4.2.3. Determinação do Perfil da Voluta .............................................................................. 70
4.3. Desempenho da Bomba ................................................................................................... 71
4.3.1. Curvas Características Operando com Água .............................................................. 74
4.3.2. Curvas Características Operando com Petróleo ......................................................... 76
4.3.3. NPSH Requerido ........................................................................................................ 79
5. Validação do Projeto e Conclusão ......................................................................................... 85
5.1. Validação do Projeto ...................................................................................................... 85
5.2. Conclusão ....................................................................................................................... 88
Referências Bibliográficas ............................................................................................................... 90
Anexo I Resumo dos passos para o projeto do impelidor e da voluta....................................... 91
Anexo II Desenho .......................................................................................................................... 95

viii
1.
O objetivo do trabalho é o projeto do impelidor e da voluta de uma bomba centrífuga
para operar em uma aplicação específica da indústria de óleo e gás.

O problema consiste no projeto de uma bomba para fornecer energia e,


consequentemente, promover o deslocamento de petróleo em um poço, cujos parâmetros
desejados de vazão, carga, viscosidade, densidade e temperatura são descritos na Tabela 1.

Tabela 1. Parâmetros do projeto

Fluido Vazão (Q) Carga (H) Rotação (n) Viscosidade Densidade Temperatura
Petróleo 110 m³/h 90 m 3600 rpm 500 SSU 0,85 20ºC

Assim, com o projeto do impelidor e da voluta da bomba centrífuga a ser realizado


neste trabalho, atende-se à demanda por uma bomba feita sob medida de acordo com os
parâmetros do projeto.

1
2.
Este capítulo tem como objetivo apresentar os principais tipos de máquinas
hidráulicas, definir os tipos de bombas e mostrar os principais componentes de uma bomba
centrífuga radial, que é o tipo de bomba escolhida para o projeto

2.1. Tipos de Máquinas Hidráulicas


Segundo Macintyre (1997), as máquinas hidráulicas são classificadas em motrizes e
operatrizes. As máquinas motrizes são as que transformam a energia hidráulica em trabalho
mecânico, destinando-se a acionar outras máquinas, principalmente gerando energia elétrica.
As principais são as turbinas e rodas hidráulicas.

Já as máquinas operatrizes hidráulicas (bombas) têm a função de fornecer energia a


um líquido, possibilitando sua movimentação de um ponto a outro dadas as condições do
processo (FALCO; MATTOS, 1998). Estas recebem energia de uma fonte motora e a
transmitem para o fluido na forma de pressão e/ou velocidade.

As bombas são usadas desde os tempos primórdios devido à necessidade da


movimentação de água para irrigação na agricultura. Dada sua versatilidade e eficácia, as
bombas são utilizadas até os tempos atuais para as mais diversas soluções, desde aplicações
cotidianas, como o abastecimento de água em prédios residenciais, até aplicações mais
complexas e com maior exigência de otimização, como nas indústrias químicas e de óleo e
gás.

A Figura 1 mostra as principais aplicações das bombas.

2
Figura 1. Principais aplicações das bombas (FALCO; MATTOS, 1998)

2.2. Classificação das bombas


A Figura 2 mostra a classificação dos principais tipos de bombas.

Figura 2. Classificação dos principais tipos de bombas (FALCO; MATTOS, 1998)

3
2.2.1. Dinâmicas ou Turbobombas
Conforme Falco e Mattos (1998), turbobombas são máquinas que proporcionam a
movimentação do fluido por meio da rotação de uma roda (impelidor) com um certo número
de pás. Estas são divididas, principalmente, entre bombas centrífugas, axiais ou mistas, de
acordo com o ângulo entre a entrada e a saída do fluido no impelidor.

Nas bombas centrífugas (fluxo radial), fornece-se cargas relativamente elevadas ao


fluido com vazões relativamente baixas. O fluxo é expelido de forma radial ao passar pelas
pás, formando um ângulo de 90º com a direção de entrada.

Figura 3. Bomba centrífuga radial (MACINTYRE, 1997)

Nas bombas de fluxo axial, fornece-se uma grande velocidade ao fluido e,


consequentemente, uma alta vazão, proporcionando uma carga relativamente baixa ao fluido.
Neste tipo de bomba, o fluido deixa o impelidor na mesma direção da entrada do fluxo.

4
Figura 4. Bomba de fluxo axial sentido de fluxo à esquerda e impelidor à direita (FALCO;
MATTOS, 1998)

As bombas mistas, por sua vez, fornecem cargas e vazões intermediárias ao fluido.
Nestas, a saída do fluido é dada em um ângulo intermediário (entre 0º e 90º) entre as direções
de entrada e saída do fluxo.

Figura 5. Bomba de fluxo misto (FALCO; MATTOS, 1998)

2.2.2. Volumétricas
As bombas volumétricas, segundo Falco e Mattos (1998), a energia cedida ao fluido
se dá na forma de pressão, não havendo a necessidade de transformação de energia cinética

5
em energia de pressão. Este tipo de bomba é classificado em dois principais tipos: bombas
volumétricas alternativas e bombas rotativas.

As bombas alternativas são recomendadas para situações onde necessita-se de uma


alta pressão de descarga, com baixas vazões. Seu funcionamento se dá por meio de um pistão,
cujo movimento gera o deslocamento do fluido.

Figura 6. Bomba volumétrica alternativa (MACINTYRE, 1997)

As bombas rotativas, por sua vez, são indicadas para fluidos de elevada viscosidade.
Sua dinâmica de funcionamento se dá pela movimentação de engrenagens ou lóbulos, cuja
rotação propicia um movimento relativo ao fluido.

6
Figura 7. Bomba volumétrica rotativa (MACINTYRE, 1997)

2.3. Definição do Tipo de Bomba do Projeto


Para o presente projeto, foram consideradas como opções tanto as bombas
volumétricas quanto as dinâmicas.

Em geral, as bombas dinâmicas ocupam a maior parcela do mercado, especialmente


as centrífugas. Segundo Falco e Mattos (1998), tal preferência existe devido aos seguintes
fatores:

podem ser acionadas diretamente por motor elétrico sem necessidade de modificadores
de velocidade, sendo comum operarem a velocidades dos motores comerciais de 1.750
rpm e 3.550 rpm;
trabalham em regime permanente;
apresentam grande flexibilidade, por poder alterar a vazão por recirculação do fluido,
fechamento parcial da válvula de descarga, mudança de rotação ou alteração do diâmetro
externo do impelidor;
geralmente requerem menos manutenção que as alternativas;
cobrem uma ampla faixa de vazões, sendo as centrífugas indicadas para vazões
moderadas e as axiais para altas descargas;
preço considerado mais atrativo em função das vazões obtidas.
7
Com o conhecimento de tais vantagens, estuda-se os limites de aplicação das bombas
dinâmicas para o presente projeto. Para o projeto em questão, as principais limitações a serem
estudadas são:

Para baixas vazões (particularmente se menores que 45 m³/h), faz-se necessária a


comparação com as bombas volumétricas, as quais têm grande presença para essas faixas
de vazão;
O limite máximo de carga para bombas centrífugas de simples estágio é da ordem de 75
m a 150 m;
Tais bombas tendem a perder eficiência com o aumento da viscosidade. Entretanto,
geralmente, não há problemas para viscosidades de até 500 SSU, devendo-se realizar uma
análise comparativa com bombas volumétricas na faixa de 500 SSU a 2.550 SSU.

Como os parâmetros do projeto estão em faixas onde normalmente as bombas


centrífugas são escolhidas, adota-se esse tipo de bomba para o projeto. Assim, deseja-se
projetar os principais componentes das bombas centrífugas: o impelidor e a voluta.

2.4. Revisão de Outros Trabalhos

8
3.
O objetivo deste capítulo é definir o embasamento teórico para o projeto em questão,
como o princípio de funcionamento, a teoria da ação do impelidor e as curvas de
funcionamento de bombas centrífugas.

3.1. Princípio de Funcionamento de Bombas


Centrífugas
Segundo Falco e Mattos (1998), o funcionamento de uma bomba se dá pela criação
de zonas de alta e baixa pressão gerados na passagem do fluido pelo impelidor e pela voluta.
A Figura 8 mostra a trajetória do fluido em uma bomba centrífuga.

Figura 8. Corte da bomba centrífuga mostrando a linha de fluxo de líquido (FALCO; MATTOS,
1998)

9
3.1.1. Impelidor
O impelidor é um órgão essencial em uma bomba centrífuga, pois é devido à sua
rotação que movimento do fluido ocorre através de forças de arraste. Conforme Falco e
Mattos (1998), o impelidor é uma roda contendo um certo número de pás especiais, cuja
rotação fornece energia ao fluido através da aceleração imprimida com sua rotação. Pode-se
observar a estrutura de um impelidor de bomba centrífuga na Figura 9.

Figura 9. Impelidores de bomba centrífuga


(Fonte: http://www.alexbrasil.com.br/diretorio/engenharia-mecanica-maquinas-de-fluxo-
capitulos-da-apostila-2018.html, acesso em 05-Setembro-2020)

Com tal rotação, o fluido é acelerado do centro para a periferia do impelidor devido
à força centrífuga atuante. Este (zona de
baixa pressão), forçando uma quantidade adicional do fluido da fonte a ocupar aquele espaço.
Tal fenômeno garante a continuidade do fluxo.

3.1.2. Região Difusora


Além da ação do impelidor que proporciona a aceleração do fluido, necessita-se de
uma região difusora para a transformação da energia cinética proveniente da rotação do
impelidor em energia de pressão, visando a elevação da coluna de líquido.

O aumento progressivo de área na carcaça pode ser obtido de duas formas: utilizando-
se uma carcaça em voluta ou uma carcaça com pás difusoras. Observam-se uma carcaça em
voluta e uma carcaça com pás difusoras nas Figuras 10 e 11, respectivamente.

10
Figura 10. Bomba centrífuga com carcaça em voluta (FALCO; MATTOS, 1998)

Figura 11. Bomba centrífuga com carcaça com pás difusoras (FALCO; MATTOS, 1998)

11
3.2. Diagrama de Velocidades
Para se estudar a teoria da ação do impelidor, faz-se necessário o estudo do conceito
do diagrama de velocidades.

Conforme Macintyre (1997), há duas formas de se observar o movimento de uma


partícula sujeita à ação do impelidor: a trajetória relativa e a trajetória absoluta.

A trajetória relativa é o movimento percebido da partícula por um observador que


gira com a pá, observando-se apenas o movimento que a partícula faz em relação a esta,
acompanhando seu perfil.

Já a trajetória absoluta é o movimento da partícula percebido por um observador em


um sistema fixo (base da bomba), o qual considera tanto o movimento da partícula no perfil

Em uma projeção ao longo do eixo do rotor, a qual é denominada projeção meridiana,


a trajetória absoluta é a mesma que a relativa, como nota-se na Figura 12. Já na projeção
normal ao eixo do rotor, chamada de projeção normal, observa-se movimentos diferentes

12
Figura 12. Projeções meridiana e horizontal das trajetórias absoluta e relativa e respectivas
velocidades (MACINTYRE, 1997)
Da Mecânica, sabe-se que o vetor velocidade absoluta V (tangente à trajetória
absoluta da partícula) é formado pela composição do vetor velocidade tangencial (ou
circunferencial) U tangente à trajetória circular de arrastamento e o vetor velocidade relativa
W tangente à trajetória relativa da partícula no perfil da pá.

O diagrama formado pelos vetores U, V e W é chamado diagrama de velocidades e


também pode ser observado na Figura 12.

Segundo Macintyre (1997), para o projeto de bombas, deseja-se conhecer as seguintes


grandezas (Figura 13):
ângulo formado pelo vetor velocidade absoluta V e pelo vetor velocidade
circunferencial U;
ângulo formado pelo vetor velocidade relativa W e pelo prolongamento em sentido
oposto ao vetor U, o qual é chamado de ângulo de inclinação da pá;
e componentes meridianas ou radiais de W e V;
e componentes periféricas ou de arrastamento de W e V, isto é, na direção de
U.

13
Figura 13. Diagrama de velocidades para uma partícula sob a ação do impelidor (MACINTYRE,
1997)

Assim, escreve-se:

(1)

(2)

14
Portanto, da Figura 13, a partícula entra no impelidor no ponto com velocidade
e entra em contato com uma pá em movimento rotativo de velocidade circunferencial ,
cujo módulo é e com uma velocidade relativa . Assim:

(3)

Analogamente, encontram-se os vetores do diagrama de velocidades para o ponto 2


que, na figura, está na região de saída do impelidor.

3.3. Teoria da Ação do Impelidor


A variação no valor da velocidade tangencial está diretamente relacionada ao
torque do equipamento através de uma extensão da segunda lei de Newton, que estabelece
que a variação do momento da quantidade de movimento é igual ao momento resultante de
todas as forças aplicadas no líquido, isto é, o torque (
(FALCO; MATTOS, 1998)

Assim, o torque ( ) é uma função da vazão mássica ( ), do vetor velocidade absoluta


(V) e do raio (r):

(4)

Sendo a potência ( ) igual ao torque ( ) vezes a rotação ( ), temos:

(5)

Dividindo-se a equação (5) pela vazão mássica e pela gravidade ( ), encontra-se a


carga (H) da bomba (também chamada como head), cujo resultado se dá em unidades de
comprimento (metros no sistema métrico), seguindo a convenção técnica.

(6)

3.4. Curvas Teóricas de Funcionamento

15
Conforme Falco e Mattos (1998), consegue-se estabelecer a relação entre o head e a
vazão trabalhando-se a Eq. (6). Para isto, consideram-se três hipóteses distintas para o ângulo
(saída do impelidor), as quais são exemplificadas na Figura 14.

Figura 14. Diagrama de velocidades na entrada e na saída do impelidor para diferentes


configurações (FALCO; MATTOS, 1998)

As três possibilidades distintas são:


< 90º, pás para trás: pás com curvatura de orientação contrária ao sentido de
rotação;
= 90º, pás retas ou radiais;
> 90º, pás para frente: pás com curvatura de orientação voltada para o mesmo
sentido de rotação.

Conforme a Figura 14, adota-se a velocidade orientada de forma radial, não


existindo velocidade na direção periférica ( = 0). Portanto:

(7)

Da Figura 14, temos que:

cotg (8)

Substituindo a Eq. (8) na Eq. (7), temos:


16
(9)

Sendo a vazão volumétrica (Q) igual à velocidade radial (ou meridiana) vezes a área
na saída do impelidor ( ), tem-se:

(10)

onde:

(11)

(12)

Assim, a Figura 15 esboça o comportamento do head segundo a vazão aplicada para


as três diferentes configurações.

Figura 15. Curvas teóricas da carga ( ) x vazão ( ) em uma bomba centrífuga para diferentes
configurações do perfil da pá (FALCO; MATTOS, 1998)

Pode-se obter as curvas para a potência ( ) com a vazão mássica ( ) e a carga ( ).

(13)

(14)

17
Desta forma, a Figura 16 comportamento da potência de acordo com a vazão para as
três configurações.

Figura 16. Curvas teóricas da potência ( ) x vazão ( ) em uma bomba centrífuga para diferentes
configurações do perfil da pá

Opta-se, geralmente, por perfis de pás com menor que 90º para bombas centrífugas
pois, para ângulos maiores que 90º:

Demanda-se uma crescente potência do acionador à medida que a vazão


aumenta (Figura 16);
Atinge-se altas velocidades absolutas na saída do impelidor ( ) (Figura 14).

Na prática, segundo Falco e Mattos (1998), os ângulos e variam na seguinte


faixa:
15º < < 35º
15º < < 50º

18
3.5. Curvas Reais de Funcionamento
As curvas reais de funcionamento (ou curvas características) são obtidas através das
curvas teóricas do item 3.4 com a inclusão das perdas do sistema, as quais são relacionadas
ao escorregamento, à velocidade não uniforme, ao atrito interno e à turbulência (choques).

3.5.1. Curva Característica Carga Real (H) x Vazão (Q)


Para se obter a carga real (H) e, consequentemente, a curva característica, devem-se
aplicar fatores de perda de carga à carga teórica ( ).

As perdas por escorregamento aparecem devido à tendência das partículas de


manterem sua orientação com relação aos eixos fixos pela inércia, cujo resultado é um
movimento circulatório em relação ao canal (FALCO; MATTOS, 1998). Assim, a partícula
deixa o impelidor em um ângulo menor que o , como mostra a Figura 17.

Figura 17. Escorregamento da velocidade relativa (FALCO; MATTOS, 1998)

Essa redução do ângulo de saída causa uma redução na velocidade tangencial ,


causando uma perda de carga na bomba, como demonstra a Figura 18.

19
Figura 18. Efeito do escorregamento da velocidade relativa (FALCO; MATTOS, 1998)

Além da perda de carga devido à redução da velocidade tangencial, há outra perda


relacionada à variação da velocidade radial ( ) ao longo da periferia do impelidor, a qual
proporciona uma carga menor se comparada à que se faria presente com uma velocidade
radial constante.

Porém, segundo Falco e Mattos (1998), as duas perdas abordadas até aqui não
representam perdas de eficiência, visto que há uma redução da potência requerida dada a
redução de carga máxima da bomba.

Por sua vez, os efeitos do escorregamento ( ) e da velocidade não uniforme ( )


podem ser acoplados em um único fator ( ), cuja aplicação à carga de Euler ( ) obtida pelo
diagrama de velocidades dá origem à carga ideal ( ).

(15)

Segundo Falco e Mattos (1998), o valor de para bombas centrífugas é em torno de


0,7.

As perdas por atrito e turbulência também podem ser acopladas em um único fator,
chamado de eficiência hidráulica ( ). Assim, a carga real se dá pela aplicação deste fator à
carga ideal ( ).

(16)

20
A Figura 19 esboça a curva da carga real ( ) de acordo com a vazão ( ) considerando
as perdas abordadas até aqui. Vale observar que, enquanto as perdas por escorregamento e
não uniformidade das velocidades são relativamente constantes com o aumento da vazão, a
perda por atrito interno aumenta e as perdas por choques/turbulência são mínimas na vazão
de projeto.

Figura 19. Curva real da carga ( ) versus vazão ( ) (FALCO; MATTOS, 1998)

3.5.2. Curva Característica Potência Absorvida x Vazão


Além do rendimento hidráulico considerado para se chegar à carga real (H) no item
anterior, para se chegar à potência total absorvida, deve-se considerar também o rendimento
volumétrico e o rendimento mecânico.

O rendimento volumétrico ( ) deve ser aplicado para compensar as perdas devido à


pequena parte do fluido que não chega à linha de descarga e é recirculada para a sucção da
bomba. Assim, o rendimento volumétrico é encontrado pela Eq. (15),

(17)

onde:
Q = vazão real
= vazão recirculada

21
(FALCO; MATTOS, 1998)

Ainda segundo Falco e Mattos (1998), o rendimento mecânico ( ) leva em


consideração a fricção no disco (perda devido ao atrito pela circulação do fluido entre os
discos rotativos que envolvem lateralmente as pás do impelidor e a carcaça) e as perdas nos
mancais e sistemas de vedação (atrito nessas partes que geram perdas que variam de 1% para
bombas grandes e 5% para bombas pequenas).

Assim, a eficiência global é mostrada na Eq. (18).

(18)

A potência absorvida é, portanto:

(19)

A potência real absorvida considerando os três fatores de rendimento pode ser


observada na Figura 20.

Figura 20. Curva de potência absorvida versus vazão (FALCO; MATTOS, 1998)

22
3.6. Cavitação e NPSH Requerido
A cavitação é um dos tópicos mais relevantes no projeto e aplicação de bombas
centrífugas.

3.6.1. Fenômeno da Cavitação


Segundo Falco
absoluta em qualquer ponto de um sistema de bombeamento atingir valor igual ou inferior à
pressão de vapor do líquido na temperatura do bombeamento, parte deste líquido se
vaporizará

Tal vaporização se torna um problema para o funcionamento da bomba pois, ao


atingir novamente uma região de pressão acima da pressão de vaporização, as bolhas se
colapsam. Como o volume específico do fluido totalmente em fase líquida é menor que o
volume do fluido com a presença de bolhas, origina-se um vazio. Parte do líquido se acelera
para ocupar o espaço vazio, gerando ondas de choque. A Figura 21 demonstra o processo da
formação da cavitação para três regiões distintas.

Figura 21. Ocorrência da cavitação em três situações características (FALCO; MATTOS, 1998)

Para bombas centrífugas, o ponto que merece a maior atenção em se tratando da


origem da cavitação é a entrada do impelidor, pois tal região já se trata de uma zona de baixa
23
pressão. Como já visto no item 3.1.1, o princípio de funcionamento da bomba centrífuga
depende da baixa pressão na entrada do impelidor causada pela aceleração do fluxo nas pás,
o que proporciona a continuidade do fluxo. O colapso das bolhas, porém, não tende a ocorrer
nas zonas de baixa pressão, mas nas zonas de pressão mais elevada, onde ocorre a
condensação.

Segundo Macintyre (1997), várias são as consequências associadas ao fenômeno da


cavitação. Dentre estas, destacam-se:

Corrosão do material da superfície;


Queda de rendimento (alterações nas curvas características);
Marcha irregular, trepidação e vibração devido ao desbalanceamento que
acarreta;
, pelo qual o líquido se precipita nas bolsas
quando a pressão externa supera a existente em seu interior.

3.6.2. NPSH
Visando caracterizar as condições de aspiração do fluido sem a ocorrência da
cavitação, foi estabelecido o conceito de NPSH.

A sigla significa, do inglês, Net Positive Suction Head. Alguns autores traduzem tal

a disponibilidade de energia do líquido que penetra na boca de entrada da bomba.

A bomba necessita do fluido com uma determinada quantidade mínima de energia


para que não ocorra a cavitação. Esta necessidade é representada pelo termo . Tal
necessidade deve ser suprida pelo sistema. A energia disponível no fluido na entrada da
bomba para suprir tal necessidade é representada pelo termo , e depende da maneira
como é projetada a instalação.

Desta forma, para se evitar a cavitação, deve-se satisfazer a seguinte condição:

24
4.
Neste capítulo, deseja-se definir o projeto preliminar do impelidor e da voluta com
base nas bibliografias que abordam tal processo.

As bibliografias disponíveis para o projeto de bombas utilizam, em geral, a água como


o fluido base. Com isso, faz-se necessário encontrar a carga e vazão equivalentes para a água,
dados os parâmetros do projeto para o Petróleo.

Para encontrar os parâmetros equivalentes para a água, aplicam-se os parâmetros do


projeto na carta de correção proposta pelo Hydraulic Institute (1975) obtida através de dados
empíricos para diversas bombas em variadas situações. A carta de correção pode ser
observada na Figura 22.

Na carta de correção, entra-se com a vazão desejada para o líquido viscoso no eixo
das abscissas e percorre-se o gráfico verticalmente até encontrar a carga desejada com o
mesmo líquido. Então, percorre-se o gráfico horizontalmente até que se encontre a
viscosidade do fluido, percorrendo, então, o gráfico verticalmente para se encontrar os fatores
de correção para a capacidade ( ), para a carga ( ) e para a eficiência ( ).

O fator de correção para a capacidade ( ) é utilizado para encontrar-se a capacidade


operando com água ( ) dada a capacidade de operação do líquido viscoso ( ) com a Eq.
(20).

(20)

Analogamente, o fator de correção para a carga ( ) é utilizado para encontrar-se a


carga operando com água ( ) dada a carga de operação do líquido viscoso ( ) com a Eq.
(21).

(21)

25
Já o fator de correção para a eficiência ( ) é utilizado para se encontrar a eficiência
operando com o líquido viscoso ( ) quando se tem a eficiência operando com água
( através da Eq. (22).

(22)

Para acessar os parâmetros de correção, foi utilizado o método por pontos, que é um
método de automatização da leitura convencional da carta. Em sua tese, Rodrigo Jaime
avaliou os métodos de obtenção de fatores de correção para líquidos viscosos em bombas
centrífugas obtidos através da carta de correção do Hydraulic Institute e constatou que o
método por pontos reflete com muita acurácia os resultados da carta de correção. (JAIME,
2018)

26
Figura 22. Carta de correção do Hydraulic Institute para bombas operando com líquidos viscosos
(FALCO; MATTOS, 1998)

27
Encontrando os valores dos parâmetros de projeto nas unidades utilizadas na carta de
correção e seguindo o procedimento estabelecido, encontram-se os seguintes fatores:

Vazão ( ) = 110 m³/h 485 gpm


Head ( ) = 90 m 295 ft
Viscosidade = 500 SSU
= 0,97
= 0,94
= 0,76

Com a Eq. (20) e a Eq. (21), encontram-se o head e a vazão para se projetar os
componentes da bomba para operar com água, de acordo com o que geralmente é adotado
por bibliografias que demonstram o projeto dos componentes de bombas centrífugas.
500 gpm 114 m³/h
315 ft 97 m
O parâmetro será utilizado após o projeto da bomba para determinar sua eficiência
e potência requerida.

4.1. Projeto do Impelidor


Como se sabe, o impelidor é o principal componente de uma bomba centrífuga, pois
este é o agente que concede energia ao líquido através de sua rotação.

De acordo com Macintyre (1997), não existe um processo único para o projeto do
impelidor das bombas centrífugas seguido por todos os fabricantes, os quais projetaram,
fabricaram e testaram inúmeros parâmetros e desenvolveram seus próprios métodos. Porém,
o autor propõe uma metodologia para tal projeto.

Em sua tese, Artur Ueta utilizou esta metodologia como base para o projeto de uma
bomba centrífuga para operar com água à vazão de 70 m³/h e à carga de 70 m e obteve bons
resultados, visto que a bomba projetada apresentou parâmetros satisfatórios quando comparada a
produtos fabricados e comercializados por fabricantes tradicionais do mercado de bombas. (UETA,
2018)

28
Como o método proposto pelo autor leva em conta a água como fluido de trabalho,
utilizam-se os parâmetros já corrigidos anteriormente para o projeto do impelidor.

Tabela 2. Parâmetros de projeto corrigidos para a água

Fluido Vazão (Q) Carga (H) Rotação (n) Temperatura


Água 114 m³/h 97 m 3600 rpm 20ºC

O projeto do impelidor pode ser dividido em cinco fases:

1) Cálculo de grandezas gerais;


2) Cálculo de grandezas à entrada do impelidor;
3) Cálculo de grandezas à saída do impelidor;
4) Consolidação dos resultados;
5) Determinação do perfil das pás.

4.1.1. Cálculo de Grandezas Gerais


A Figura 23 mostra os parâmetros a serem calculados relacionados ao eixo e à entrada
do impelidor:

29
Figura 23. Condições de escoamento à entrada do impelidor (MACINTYRE, 1997)

4.1.1.1. Escolha do Tipo de Rotor

Para a escolha do tipo de rotor, é importante calcular-se a velocidade específica.

A velocidade específica ( ) é um termo que pode ser interpretado como a rotação


que originaria carga e vazão unitárias. Este termo pode ser calculado no sistema métrico,
segundo Falco e Mattos (1998), com a Eq. (23).

(23)

Portanto, a velocidade específica da bomba no sistema métrico é:

Nota-se que a Eq. (23) dá origem a um termo adimensional.

Entretanto, Macintyre (1997) sugere a velocidade específica ( ) no sistema inglês, a


qual é dada em rpm. Seu cálculo é dado pela Eq. (24).

(24)

30
Com os parâmetros do projeto da Tabela 2, chega-se em:

Ainda de acordo com Macintyre (1997), o tipo de rotor pode ser definido de acordo
com a velocidade específica ( ) conforme ilustrado na Figura 24.

Figura 24. Emprego dos diversos tipos de impelidores (MACINTYRE, 1997)

Assim, como tem-se < 90 opta-se por um rotor característico de bombas


centrífugas lentas
radiais, para pequenas e médias descargas, possuindo >2 1997).

4.1.1.2. Número de Estágios (i)

Em relação ao número de estágios (i) de bombas centrífugas, como introduzido no


item 2.3, os limites para a utilização de apenas 1 estágio para bombas centrífugas são cargas
de 75m a 150m, apesar de que alguns fabricantes projetarem bombas de até 500 m de alcance
com 1 único estágio.

Como a carga desejada neste projeto é H = 96 m, opta-se por uma bomba de simples
estágio (i = 1).

31
4.1.1.3. Rendimentos Volumétrico ( , Hidráulico ( e Mecânico (

O rendimento volumétrico ( , conforme Macintyre (1997), é um fator para a


correção da vazão devido, principalmente, à recirculação de fluido entre o rotor e a caixa e
da fuga nas gaxetas (dispositivo de vedação), conforme mostrado na Figura 25.

Figura 25. Descargas a considerar no interior da bomba (MACINTYRE, 1997)

Segundo Macintyre (1997), a correção deve ser em torno de:

3% para bombas de grandes descargas e baixa pressão;


5% para bombas de descargas e pressões médias;
10% para bombas de pequenas descargas e alta pressão.

Tais valores para a correção condizem com o que estabelecem Falco e Mattos (1998):

Do item 4.1.1.1, vimos que o projeto deve ser de uma bomba centrífuga lenta, a qual
opera com pequenas e médias descargas. Com a altura manométrica de 96 m frente aos 150

32
m de limite para um estágio de bombas centrífugas (visto no item 4.1.1.2), pode-se considerar
pressões médias. Assim, com descargas e pressões médias, opta-se por utilizar a correção de
5%. Assim:

O rendimento hidráulico ( ) é o fator que leva em consideração as perdas por atrito


do líquido e turbulência. Segundo Macintyre (1997), adota-se:

= 0,50 a 0,70 para bombas pequenas, sem grandes cuidados de


fabricação;
= 0,70 a 0,85 para bombas com rotor e coletor bem projetados; fundição
e usinagem bem feitas;
= 0,85 a 0,95 para bombas de dimensões grandes, bem projetadas e
fabricadas.

Assim, adota-se

O rendimento mecânico ( ) está relacionado às perdas de fricção no disco, perdas


nos mancais e dispositivos de vedação (FALCO; MATTOS, 1998). Segundo Macintyre
(1997
maiores às bombas de maiores dimen -se:

Assim, o rendimento total ( ) é calculado com a Eq. (16):

0,95 x 0,85 x 0,92 0,70

4.1.1.4. Descarga corrigida ( )

A descarga deve ser corrigida com o rendimento volumétrico, como visto na Eq. (15).
Desta forma, utilizando a Eq. (15) e isolando-se o termo (que é igual ao termo ),
tem-se:

33
(25)

4.1.1.5. Energia teórica ( )

A energia teórica ( ) é a energia cedida pelo rotor ao líquido. Segundo Macintyre


(1997), calcula-se a energia teórica com o uso da carga desejada ( ) e o rendimento
hidráulico ( ).

(26)

4.1.1.6. Potência motriz ( )

A potência motriz, segundo Macintyre (1997), pode ser calculada segundo a seguinte
equação:

(27)

4.1.1.7. Diâmetro do eixo (

Para o cálculo do diâmetro do eixo ( ), -se o eixo com o rotor em


balanço em sua extremidade e a taxa de trabalho do aço a torção = 210 kgf x cm²,
pode- 1997):

(28)

34
Na Eq. (28), deve-se utilizar a potência motriz ( ) em c.v., e a rotação ( ) em rpm,
originando o resultado de em cm. O fator 12 leva em consideração os esforços de torção
no eixo.

Desta forma:

4.1.1.8. Diâmetro do núcleo de fixação do impelidor ao eixo (

O diâmetro de fixação, segundo Macintyre (1997), pode ser adotado acrescentando-


se um valor que varia de 10 mm a 30 mm ao diâmetro do eixo. Optando-se por adotar o valor
médio deste intervalo. Assim, tem-se:

(29)

4.1.2. Cálculo de Grandezas à Entrada do Impelidor


4.1.2.1. Velocidade média na boca de entrada do impelidor ( )

Para o cálculo da velocidade média na boca de entrada do impelidor ( ), pode-se


usar a seguinte equação (MACINTYRE, 1997):

(30)

Nesta equação, o fator é denominado fator de velocidade e pode ser determinado


de acordo com a velocidade específica ( ) conforme a Tabela 3.

Tabela 3. Valores de com relação à velocidade específica (MACINTYRE, 1997)

mínimo máximo mínimo Máximo


0,09 0,11 0 10
0,11 0,13 10 20
0,13 0,16 20 30
0,16 0,18 30 40

35
Como a velocidade específica ( calculada no item 4.1.1.1 é de aproximadamente
20,9, por interpolação, considera-se = 0,133. Assim:

4.1.2.2. Diâmetro da boca de entrada do impelidor ( )

A seção transversal de entrada do fluido no impelidor é parcialmente obstruída pelo


rotor e pelo seu núcleo de fixação no impelidor. Segundo Macintyre (1997), tal obstrução é
da ordem de 10 a 15% da seção circular do diâmetro da boca de entrada do impelidor ( )
em bombas de simples estágio. Pode-se calcular da seguinte forma:

(31)

4.1.2.3. Diâmetro médio da superfície de revolução gerada pela rotação do


bordo de entrada das pás ( )

1997).

Macintyre (1997) ainda estabelece:

Bombas lentas: = 1,0 a 1,1 x ;


Bombas normais: = 0,9 a 0,95 x ;
Bombas rápidas: = 0,8 a 0,9 x .

Nota-se a influência do tipo de bomba na grandeza na Figura 26.

36
Figura 26. Pás de três tipos de bombas (MACINTYRE, 1997)

Como visto no item 4.1.1.1, o presente projeto se baseia em uma bomba centrífuga
lenta. Assim, adota-se = 1,0 x :

4.1.2.4. Velocidade radial na entrada do impelidor ( )

Antes de terem contato com as pás do impelidor, pode-se admitir que as partículas de
fluido apresentam trajetórias na direção radial (em planos meridianos). Quando tais sofrem
influência das pás, a velocidade das partículas admite componentes de arrastamento (u) e
radiais ( ). Na situação hipotética onde consideram-se as pás com espessura infinitesimal
e a entrada do impelidor em direção meridiana, a velocidade radial ( ) das partículas à
entrada será igual à sua velocidade total ( ), enquanto o ângulo será igual a 90º, como
mostra a Figura 27.

Figura 27. Triângulo de velocidades com condição de entrada meridiana (MACINTYRE, 1997)

37
Entretanto, considerando-se a espessura das pás, a área de seção transversal livre será
menor, apresentando uma contração ( ) em relação à situação anterior. Assim:

(32)

onde

= área teórica, supondo pás sem espessura;


= área teórica, considerando-se a espessura das pás.

Porém, a vazão é a mesma para as duas situações. Desta forma:

(33)

Com as Eqs. (31) e (32), chega-se em:

(34)

Analogamente ao cálculo de no item 4.1.2.3, outro método de se calcular a


grandeza , segundo Macintyre (1997), é de acordo com a seguinte expressão:

(35)

Pode-se obter os valores de pela velocidade específica de acordo com a


Tabela 4, a qual já leva em consideração a espessura da pá.

Tabela 4. Valores de de acordo com (MACINTYRE, 1997)

Mínimo Máximo mínimo Máximo


0,11 0,12 0 10
0,125 0,14 10 20
0,145 0,175 20 30
0,175 0,195 30 40

Como a velocidade específica ( calculada no item 4.1.1.1 é de aproximadamente


20,9, por interpolação, considera-se = 0,145. Assim:

38
4.1.2.5. Velocidade periférica na entrada do impelidor (

Segundo Macintyre (1997), a velocidade periférica ou tangencial na entrada do


impelidor, considerando o filete médio, é dada por:

(36)

Aplicando-se o valor já calculado de e a rotação n dos parâmetros do projeto,


tem-se:

4.1.2.6. Largura do bordo de entrada da pá (

A largura do bordo de entrada, conforme Macintyre (1997), pode ser calculado por
meio da seguinte equação:

(37)

Aplicando-se os valores já conhecidos, chega-se em:

4.1.2.7. Inclinação das pás na entrada do impelidor ( )

De acordo com a Figura 24 apresentada no item 4.1.2.4, pode-se traçar o diagrama de


velocidades com os valores já calculados de e de . Assim, calcula-se o ângulo de
inclinação das pás na entrada ( ). Em geral, esse ângulo se encontra numa faixa entre 15º e
30º (MACINTYRE, 1997).

Assim, por relações trigonométricas:

(38)

39
4.1.2.8. Definição do número de pás (Z)

O número de pás (Z) é um fator de grande influência no rendimento hidráulico da


bomba. Observa-se, na tabela a seguir, os impactos deste número.

Tabela 5. Influência do número de pás do impelidor (MACINTYRE, 1997)

Nº de Pás Vantagens Desvantagens


- Má condução do fluido
Pequeno - Reduz superfícies de atrito - Pressão sobre as pás aumenta em canais
largos, aumentando as perdas
- Boa condução do fluido (saída uniforme,
perdas menores na região) - Aumenta efeitos do atrito, especialmente em
Grande - Reduz a energia de pressão na entrada, rotores pequenos e bombas com alta
melhorando a altura de aspiração e reduzindo velocidade específica
as perdas

Inicialmente, Macintyre (1997) sugere:

6 a 14 pás para rotores de médias e grandes dimensões, sendo os maiores


valores aplicados para bombas de pequena velocidade específica;
4 a 6 pás para rotores de pequenas dimensões e alta velocidade específica.

Como pode-se considerar que a velocidade específica e a dimensão da bomba se


encontram em faixas médias, espera-se que o número de pás esteja entre 6 e 14.

Alguns autores propõem diferentes métodos para se chegar ao número de pás ideal
do impelidor.

a) Segundo Macintyre (1997), Widmar sugere:

(39)

onde é o diâmetro na saída do impelidor expresso em metros.

b) Conforme Macintyre (1997), Carlo Malavasi recomenda:

40
1. Para Heads pequenos e médios e para o fator de 1,4 a 2 e de 15º a 35º:

Tabela 6. Valores de Z de acordo com para de 1,4 a 2

Z
15º a 20º 6a7
20º a 25º 7a8
25º a 35º 8 a 10

2. Para Heads grandes e para o fator de 1,8 a 2,5 e

Tabela 7. Valores de Z de acordo com para de 1,4 a 2

Z
6a7
30º a 35º 8a9
35º a 45º 9 a 10
c) Stepanoff (1957) sugere a seguinte regra:

(40)

sendo dado em graus.

d) Das notas de aula da disciplina de Máquinas de Fluxo I, disciplina obrigatória


para a obtenção do diploma de Engenheiro Mecânico na Universidade Federal do
Rio de Janeiro (UFRJ), cujo docente foi o Professor Reinaldo de Falco, tem-se
que é recomendado adotar um número primo para o número de pás de uma bomba
centrífuga.

Os métodos de Widmar e Carlo Malavasi requerem o cálculo prévio do diâmetro na


saída do impelidor ( ). Segundo Macintyre (1997), pode-se calcular o diâmetro na saída de
acordo com a velocidade específica e o diâmetro na entrada, conforme a Figura 28.

É importante, porém, notar que a grandeza se refere ao na nomenclatura


utilizada neste trabalho. Assim, com os valores de = 76,2 rpm e = 99,4 mm, tem-se:

41
Figura 28. Relação entre e versus a velocidade específica (MACINTYRE, 1997)

De posse dos valores calculados até então, pode-se escolher o número de pás ideal
segundo os métodos abordados. Assim:

1. Com as sugestões de Widmar, tem-se que:

Widmar:

2. Considerando a sugestão do Professor Reinaldo de Falco de se escolher um


número primo, as principais hipóteses para o número de pás são Z = 5 e Z = 7
3. Com a sugestão de Carlo Malavasi, para = 2,5, tem-se que o número mínimo

de pás sugerido é Z > 6. Levando em conta as hipóteses do passo 2, opta-se por Z

42
4. Com a regra de Stepanoff, calcula-se o valor de :

Como 21º está abaixo do limite inferior estabelecido por Carlo Malavasi, adota-se o
limite inferior deste. Assim:

Portanto, os valores adotados são:

Z=7
= 248,1 mm
= 23º

4.1.2.9. Obstrução devido à espessura das pás à entrada ( )

A obstrução causada pela espessura das pás ( ) pode ser calculada com o ângulo de
entrada do impelidor ( ) e a espessura da pá ( ), de acordo com a Eq. (41).

(41)

Na Figura 29, observa-se a obstrução causada pelas pás na entrada do impelidor.

Figura 29. Obstrução devido à espessura das pás na entrada do impelidor (MACINTYRE, 1997)

43
Segundo Macintyre (1997), os valores comumente utilizados para a espessura das pás
variam de acordo com o diâmetro externo do impelidor ( ), sendo recomendado:

3 a 4 mm para rotores com < 30 cm;


5 a 7 mm para rotores com entre 30 e 50 cm.

Como o já calculado anteriormente é da ordem de 25 cm, define-se = 4 mm.


Assim, aplicando os valores de e na Eq. 40, chega-se em:

12,5 mm

4.1.2.10. Coeficiente de contração à entrada ( )

Pode-se calcular o passo entre as pás segundo a seguinte equação:

(42)

De posse dos valores da obstrução devido à espessura das pás ( ) e o passo entre as
pás ( ), pode-se corrigir o coeficiente de contração ( ) através da Eq. (43) e recalcular os
parâmetros dependentes.

(43)

Desta forma, a partir das Equações de número 34, 37 e 38 corrigem-se a velocidade


radial , a largura do bordo de entrada da pá ( ) e o ângulo de entrada ( ).

m/s

13,3 mm

3,1º

44
4.1.3. Cálculo de Grandezas à Saída do Impelidor
4.1.3.1. Diâmetro Externo do Impelidor ( )

Inicialmente, conforme calculado no item 4.1.2.10, o diâmetro externo é:

O valor do diâmetro externo deve ser corrigido posteriormente levando-se em conta


o efeito do desvio angular.

4.1.3.2. Velocidade Periférica na saída do impelidor ( )

De posse do valor do diâmetro externo ( ) e da rotação ( ), pode-se calcular a


velocidade periférica à saída de acordo com a Eq. (44).

(44)

4.1.3.3. Velocidade radial na saída do impelidor ( )

Analogamente ao cálculo da velocidade radial na entrada do impelidor, calcula-se a


velocidade radial à saída através da seguinte equação:

(45)

Macintyre (1997) sugere valores para o de acordo com a velocidade específica,


conforme mostrado na Tabela 8.

45
Tabela 8. Valores de de acordo com (MACINTYRE, 1997)

Mínimo Máximo Mínimo Máximo


0,08 0,09 0 10
0,10 0,12 10 20
0,12 0,14 20 30
0,146 0,165 30 40

Como a velocidade específica ( calculada no item 4.1.1.1 é de aproximadamente


20,9, por interpolação, considera-se = 0,122. Assim:

4.1.3.4. Correção da velocidade periférica na saída do impelidor (

O item 3.5.1 explica que o fenômeno do escorregamento (desvio angular) causa perda
de carga na bomba devido à redução do ângulo de saída real das partículas, reduzindo-se a
velocidade periférica. Assim, deve-se considerar tal efeito no cálculo da velocidade periférica
à saída do impelidor ( ).

Dado tal fenômeno, caso projete-se a bomba para atender à altura desejada ( ) por
meio das equações de Euler, o ângulo obtido não seria suficiente para proporcionar a carga
requerida. Assim, deve-se projetar a bomba para operar com uma altura que convergirá
para durante a operação.

Para bombas com velocidade específica < 130, segundo Macintyre (1997), a altura
corrigida para se utilizar nas equações de Euler é dada pela seguinte equação:

(46)

onde é um fator de correção experimental variável com o valor de de acordo com a


Tabela 9.

46
Tabela 9. Valores de de acordo com para bombas sem pás guia (MACINTYRE, 1997)

20º 0,86
23º 0,90
25º 0,91
30º 0,95
35º 1,00
40º 1,04

Como o ângulo definido anteriormente é 23º, adota-se = 0,90. Isolando-se a


altura corrigida , e aplicando-se os valores de ,Ze , tem-se:

A Figura 30 a seguir mostra o diagrama de velocidades à saída do impelidor.

Figura 30. Diagrama de velocidades à saída do impelidor (MACINTYRE, 1997)

Do diagrama de velocidades, tem-se:

Porém,

Isolando-se , chega-se em:

47
(47)

Substituindo os valores dos termos da Eq. (46), tem-se o valor corrigido de

4.1.3.5. Correção do diâmetro externo (

Dado o valor corrigido da velocidade periférica à saída ( ), pode-se retificar o


diâmetro externo isolando-se na Eq. (43):

(48)

4.1.3.6. Obstrução devido à espessura das pás à saída (

Analogamente à obstrução à entrada ( ), a obstrução devido à espessura das pás à


saída pode ser calculada a partir da seguinte equação:

(49)

Aplicando-se os valores de S e , tem-se:

4.1.3.7. Coeficiente de contração à saída (

Pode-se calcular o passo entre as pás segundo a seguinte equação:

(50)

48
Com os valores da obstrução devido à espessura das pás ( ) e o passo entre as pás
( ), pode-se corrigir o coeficiente de contração ( ) através da seguinte equação:

(51)

4.1.3.8. Largura do bordo de saída da pá (

Com os valores de , , e , pode-se calcular a largura da pá à saída através


da seguinte equação:

(52)

4.1.4. Consolidação dos Resultados


Visando facilitar a visualização e o acesso aos valores calculados, as tabelas a seguir
consolidam os principais resultados.

A Tabela 10 resume os principais resultados gerais, enquanto as Tabelas 11 e 12


sintetizam os parâmetros à entrada e à saída do impelidor, respectivamente.

Tabela 10. Principais resultados para grandezas gerais


Grandeza Valor
20,9
0,70
119,7 m³/h
120 m
57,8 c.v.
30,3 mm
50,3 mm
7

49
Tabela 11. Principais resultados para grandezas à entrada do impelidor
Grandeza Valor
( ) 99,4 mm
18,7 m/s
8,0 m/s
13,3 mm
12,5 mm
0,719
23,1º

Tabela 12. Principais resultados para grandezas à saída do impelidor


Grandeza Valor
246,6 mm
46,5 m/s
5,3 m/s
8,9 mm
10,2 mm
0,908
23,0º

4.1.5. Determinação do Perfil das Pás pelo Método por Pontos


A equação de Euler diz que, teoricamente, a energia transmitida ao líquido pelo rotor
depende dos ângulos de inclinação das pás na entrada e na saída do impelidor ( e ), não
expondo exigências aos ângulos intermediários. Porém, Quantz (1943) estabelece que o

4.1.5.1. Escolha do traçado por pontos

Segundo Macintyre (1997), há dois principais métodos utilizados pelos fabricantes


de bombas para se determinar o perfil da pá:

1. Traçado por arcos de circunferência;

50
2. Traçado por pontos.

O método de traçado das pás por arco de circunferência é o mais antigo e ainda
bastante usado para o projeto de bombas lentas e normais. Segundo Macintyre (1997), este
-se na suposição de que as extremidades das pás sejam inativas e que as
velocidades relativas das partículas sejam iguais em quaisquer pontos de uma seção (xy)
normal aos filetes e não A Figura 31 mostra as
seções onde as partículas, na teoria, apresentam velocidades relativas iguais.

Figura 31. Princípio do traçado das pás por arco de circunferência (MACINTYRE, 1997)

Nesse método, o processo pode ser realizado em um ou mais arcos de circunferência.


Como exemplo, a Figura 32 mostra o traçado da curva da pá por um arco.

51
Figura 32. Traçado das pás por um arco de circunferência (MACINTYRE, 1997)

Já o traçado das pás por pontos é indicado quando se deseja uma pá traçada dentro
das exigências da melhor técnica (MACINTYRE, 1997). Tal método é baseado na teoria
elementar das turbobombas, utilizando a premissa de que as partículas equidistantes do eixo
de rotação apresentam condições de escoamento semelhantes.

Durante o traçado das pás por esse método, escolhe-se uma grandeza que defina o
fluxo, como uma das velocidades. Assim, determinam-se as velocidades para cada ponto,
definindo assim a posição ideal de cada ponto da pá. A Figura 33 mostra o diagrama de
velocidades de uma determinada partícula utilizado para determinar o ângulo da pá (

52
Figura 33. Diagrama de velocidades para um ponto da pá do rotor

Como o presente projeto visa o traçado das pás com a melhor técnica disponível, opta-
se por adotar o método do traçado da pá por pontos.

4.1.5.2. Metodologia do traçado por pontos

Por meio de relações simples, segundo Macintyre (1997), pode-se obter relações entre
as grandezas (velocidades e outras) para cada ponto do perfil da pá. Assim, de acordo com o
triângulo de velocidades e outros parâmetros, pode-se determinar para cada ponto:

1. Velocidade radial ( )

(53)

2. Velocidade relativa ( )

(54)

3. Velocidade tangencial ( )

53
(55)

4. Componente tangencial da velocidade absoluta ( )

(56)

5. Momento da quantidade de movimento (

(57)

Desta forma, deseja-se estabelecer as posições relativas destes pontos de acordo com
tais relações de grandezas. Ao ligar tais posições, tem-se a curva do perfil da pá. Para o
estabelecimento de tais posições, faz-se a suposição de que a projeção meridiana do
impelidor já tenha sido definida, conhecendo-se a largura da pá ( ) para cada valor do raio
( ).

Assim, traça-se as curvas de tais relações do raio interno ao raio externo (região de
atuação das pás). As curvas que serão traçadas nos próximos itens consideram vários pontos
fixos para o raio da pá, os quais tiveram intervalos adotados de forma conveniente para dar
maior precisão e aderência às curvas teóricas das bibliografias.

Os valores calculados para a obtenção das curvas de cada relação se encontram nas
Tabelas 13 e 14 no item 4.1.5.8.

4.1.5.3. Traçado da curva de variação da velocidade radial ( )

Das seções anteriores, têm-se calculados os valores da velocidade radial calculados


para as extremidades interna ( ) e externa ( ) do impelidor. Conforme estabelece
Macintyre (1997), o traçado das pás deve ser tal que a velocidade varie linearmente entre os
pontos extremos. Assim, traça-se a curva de variação da componente radial da velocidade
em toda a extensão da pá (Figura 34).

54
8,5
8,0
m = -0,0368r + 9,8375
7,5
7,0
[m/s]

6,5
6,0
m

5,5
5,0
4,5
4,0
40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
Raio (r) [mm]

Figura 34. Variação da velocidade radial ( ) da entrada à saída da pá com o raio ( )

4.1.5.4. Traçado da curva do inverso do coeficiente de contração ( )

Nas seções anteriores, calculou-se os valores do coeficiente de contração ( ). No


projeto de bombas centrífugas, as pás geralemente apresentam um aguçamento na
extremidade da saída do impelidor, fazendo com que a curva do coeficiente apresente um
decaimento não linear até chegar a 1. Tal comportamento pode ser verificado na Figura 35.

55
Figura 35. Perfil da variação do inverso do coeficiente de contração com o raio (MACINTYRE,
1997)

Aplicando-se os valores das extremidades já calculados e reproduzindo o


comportamento da curva da Figura 35, tem-se o seguinte perfil para o inverso do coeficiente
de contração representado na Figura 36.

1,45
1,40
1,35 Parte linear: 1/ = -0,0039r + 1,5857
1,30
1,25
1,20
1,15
1,10
1,05
1,00
40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
Raio [mm]

Figura 36. Variação do inverso do coeficiente de contração (1/ ) com o raio ( )

56
4.1.5.5. Traçado da curva de variação da velocidade tangencial ( )

Os valores da velocidade tangencial ( ) para as extremidades das pás já foram


calculados nos itens anteriores. Sabe-se que a variação de apresenta comportamento linear,
cujas variáveis são o raio e a rotação do impelidor. Assim, pode-se calcular a velocidade
tangencial através da seguinte equação:

(58)

Assim, traça-se a curva para a velocidade tangencial em relação ao raio de cada ponto
da pá, conforme mostrado na Figura 37.

50

45

40

35
u [m/s]

30

25

20 u = 0,3770r

15

10
40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
Raio [mm]

Figura 37. Variação da velocidade tangencial ( ) com o raio ( )

4.1.5.6. Traçado da curva de variação do produto entre a velocidade


tangencial ( ) e a projeção tangencial da velocidade absoluta ( )

Como considera-se a hipótese de velocidade apenas na direção meridiana na entrada


da pá (sem velocidade tangencial), o produto é igual a 0 em tal posição. Segundo
57
Macintyre (1997 as pás
são inativas, guiando apenas o líquido, sem exercer qualquer tipo de esforço sobre o mesmo,

Na Figura 38, observa-se o comportamento da curva resultante de tais considerações.

Figura 38. Comportamento da variação de com o raio ( ) (MACINTYRE, 1997)

O produto das duas grandezas à saída será:

(59)

Replicando o comportamento da curva sugerida na Figura 38 e aplicando os valores


para as extremidades, chega-se à curva representada na Figura 39.

58
1.800

1.600

1.400

1.200
u vu [m²/s²]

1.000

800
600

400
200

0
40 60 80 100 120
Raio [mm]

Figura 39. Variação da grandeza com o raio ( )

4.1.5.7. Traçado da curva de variação da projeção tangencial da velocidade


relativa ( )

Através do diagrama de velocidades da Figura 40, pode-se inferir a seguinte relação


para o valor absoluto da projeção da velocidade relativa na direção tangencial:

(60)

59
Figura 40. Diagrama de velocidades com as relações de (MACINTYRE, 1997)

Aplicando-se os valores de e na equação anterior para cada ponto do raio, tem-


se a curva da Figura 41.

25,0

20,0

15,0
wu [m/s]

10,0

5,0

-
40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
Raio [mm]

Figura 41. Variação da projeção tangencial da velocidade relativa ( com o raio ( )

60
4.1.5.8. Traçado do perfil da pá

De posse das curvas de variação das velocidades, pode-se traçar o perfil da pá.
Segundo Macintyre (1997), dois têm sido os métodos mais usualmente empregados para se
traçar o perfil da pá:

1. Processo baseado no uso do ângulo ;


2. Processo baseado no uso do ângulo .

No processo baseado no uso do ângulo , para cada ponto, obtém-se o ângulo


através da relação entre a velocidade radial ( ) e a projeção tangencial da velocidade relativa
( ):

(61)

Desta forma, calculam-se os valores de para cada valor do raio, cujos resultados
são mostrados na Tabela 13.

Tabela 13. Grandezas calculadas para a obtenção do ângulo em função do raio

[º]
[mm] [m/s] [m/s] [m/s] [m²/s²] [m/s]
49,70 8,0 1,391 18,7 18,7 0,427 23,1
49,99 8,0 1,390 18,8 18,8 0,424 23,0
51,56 7,9 1,383 19,4 0,1 2,9 19,3 0,412 22,4
53,44 7,9 1,376 20,1 0,3 6,2 19,8 0,397 21,6
55,32 7,8 1,369 20,9 0,9 18,7 20,0 0,391 21,3
56,88 7,7 1,363 21,4 1,8 38,0 19,7 0,394 21,5
58,76 7,7 1,355 22,2 2,9 64,8 19,2 0,399 21,8
60,64 7,6 1,348 22,9 4,5 101,9 18,4 0,413 22,5
62,52 7,5 1,340 23,6 5,9 140,0 17,6 0,427 23,1
64,09 7,5 1,334 24,2 7,2 174,0 17,0 0,441 23,8
65,65 7,4 1,328 24,8 8,4 208,0 16,3 0,454 24,4
66,90 7,4 1,323 25,2 9,6 241,4 15,7 0,471 25,2
68,47 7,3 1,317 25,8 11,1 285,6 14,7 0,496 26,4
69,41 7,3 1,313 26,2 11,9 312,2 14,2 0,511 27,1
70,66 7,2 1,308 26,6 13,0 347,6 13,6 0,532 28,0
72,23 7,2 1,302 27,2 14,4 391,9 12,8 0,559 29,2
73,80 7,1 1,296 27,8 15,7 436,1 12,1 0,586 30,4

61
75,67 7,1 1,289 28,5 17,1 489,2 11,4 0,620 31,8
77,24 7,0 1,283 29,1 18,3 533,5 10,8 0,648 32,9
79,12 6,9 1,275 29,8 19,7 586,6 10,2 0,681 34,3
81,00 6,9 1,268 30,5 21,0 639,8 9,6 0,715 35,6
82,88 6,8 1,261 31,2 22,2 692,9 9,1 0,748 36,8
84,44 6,7 1,254 31,8 23,2 737,1 8,7 0,775 37,8
86,64 6,6 1,246 32,7 24,5 799,1 8,2 0,811 39,0
89,46 6,5 1,235 33,7 26,1 878,8 7,7 0,854 40,5
91,65 6,5 1,226 34,6 27,2 940,8 7,3 0,883 41,4
94,15 6,4 1,216 35,5 28,5 1.011,6 7,0 0,911 42,3
96,03 6,3 1,209 36,2 29,4 1.064,7 6,8 0,927 42,8
98,85 6,2 1,198 37,3 30,7 1.144,4 6,6 0,945 43,4
101,36 6,1 1,188 38,2 31,8 1.215,2 6,4 0,953 43,6
103,24 6,0 1,180 38,9 32,6 1.268,3 6,3 0,953 43,6
104,18 6,0 1,176 39,3 33,0 1.294,9 6,3 0,952 43,6
105,74 5,9 1,168 39,9 33,6 1.339,2 6,3 0,948 43,5
107,62 5,9 1,159 40,6 34,2 1.387,9 6,4 0,923 42,7
108,87 5,8 1,153 41,0 34,5 1.415,1 6,6 0,887 41,6
110,75 5,8 1,141 41,8 34,9 1.455,5 6,9 0,835 39,9
112,32 5,7 1,132 42,3 35,1 1.487,2 7,2 0,790 38,3
114,20 5,6 1,117 43,1 35,5 1.526,3 7,6 0,741 36,5
115,76 5,6 1,105 43,6 35,4 1.545,3 8,2 0,677 34,1
117,33 5,5 1,091 44,2 35,3 1.561,1 8,9 0,617 31,7
118,90 5,5 1,074 44,8 35,1 1.572,7 9,7 0,561 29,3
120,46 5,4 1,054 45,4 34,7 1.577,6 10,7 0,506 26,8
121,40 5,4 1,042 45,8 34,5 1.580,8 11,2 0,478 25,5
123,31 5,3 1,000 46,5 34,0 1.580,8 12,5 0,424 23,0

Uma vez obtidos os valores do ângulo para cada posição do raio, pode-se traçar o
perfil da pá. Porém, Macintyre (1997) afirma que, apesar de ser um processo amplamente
utilizado, apresenta precisão relativamente baixa. Por isso, opta-se por adotar o segundo
método para o traçado do impelidor.

Neste processo baseado no uso do ângulo , método que será utilizado no presente
projeto, pode-se achar, através do ângulo e do raio, um ângulo que representa a posição
angular de um ponto em relação ao ponto de entrada da pá, como mostra a Figura 42.

62
Figura 42. Diagrama de velocidades e ângulo para um determinado ponto C da pá
(MACINTYRE, 1997)

Para se encontrar o ângulo em função do ângulo , pode-se considerar o triângulo


CDE. Neste triângulo, pode-se notar a seguinte relação:

Porém, sabe-se também que:

Mas DE representa o aumento do raio. Então:

Isolando-se o termo e integrando entre e , tem-se:

Multiplicando por , obtém-se o valor de em graus:

63
(62)

A curva pode ser obtida traçando-se uma curva e calculando-

se a área abaixo dessa curva, conforme mostra a figura 43.

Figura 43. Obtenção da variação de com o raio através da curva (MACINTYRE, 1997)

Assim, o valor de correspondente a um determinado valor do raio pode ser


calculado pela expressão:

(63)

onde:

64
A tabela a seguir mostra os resultados obtidos para as grandezas calculadas até se
chegar ao ângulo .

Tabela 14. Grandezas calculadas para a obtenção do ângulo em função do raio

[º] [º]
[mm] [mm] [mm] [mm]
49,70 0,427 23,1 0,0471
49,99 0,424 23,0 0,0471 0,29 0,0137 0,0137 0,8
51,56 0,412 22,4 0,0471 1,57 0,0738 0,0875 5,0
53,44 0,397 21,6 0,0472 1,88 0,0886 0,1761 10,1
55,32 0,391 21,3 0,0462 1,88 0,0878 0,2639 15,1
56,88 0,394 21,5 0,0447 1,57 0,0712 0,3351 19,2
58,76 0,399 21,8 0,0426 1,88 0,0820 0,4171 23,9
60,64 0,413 22,5 0,0399 1,88 0,0776 0,4947 28,3
62,52 0,427 23,1 0,0374 1,88 0,0727 0,5674 32,5
64,09 0,441 23,8 0,0354 1,57 0,0570 0,6244 35,8
65,65 0,454 24,4 0,0336 1,57 0,0540 0,6784 38,9
66,90 0,471 25,2 0,0317 1,25 0,0409 0,7193 41,2
68,47 0,496 26,4 0,0294 1,57 0,0479 0,7672 44,0
69,41 0,511 27,1 0,0282 0,94 0,0271 0,7942 45,5
70,66 0,532 28,0 0,0266 1,25 0,0343 0,8285 47,5
72,23 0,559 29,2 0,0248 1,57 0,0402 0,8687 49,8
73,80 0,586 30,4 0,0231 1,57 0,0375 0,9062 51,9
75,67 0,620 31,8 0,0213 1,88 0,0418 0,9480 54,3
77,24 0,648 32,9 0,0200 1,57 0,0324 0,9803 56,2
79,12 0,681 34,3 0,0185 1,88 0,0362 1,0165 58,2
81,00 0,715 35,6 0,0173 1,88 0,0336 1,0502 60,2
82,88 0,748 36,8 0,0161 1,88 0,0314 1,0815 62,0
84,44 0,775 37,8 0,0153 1,57 0,0246 1,1061 63,4
86,64 0,811 39,0 0,0142 2,19 0,0323 1,1385 65,2
89,46 0,854 40,5 0,0131 2,82 0,0385 1,1770 67,4
91,65 0,883 41,4 0,0124 2,19 0,0279 1,2049 69,0
94,15 0,911 42,3 0,0117 2,51 0,0301 1,2350 70,8
96,03 0,927 42,8 0,0112 1,88 0,0215 1,2565 72,0
98,85 0,945 43,4 0,0107 2,82 0,0309 1,2874 73,8
101,36 0,953 43,6 0,0104 2,51 0,0264 1,3138 75,3
103,24 0,953 43,6 0,0102 1,88 0,0193 1,3331 76,4
104,18 0,952 43,6 0,0101 0,94 0,0095 1,3426 76,9

65
105,74 0,948 43,5 0,0100 1,57 0,0157 1,3583 77,8
107,62 0,923 42,7 0,0101 1,88 0,0188 1,3771 78,9
108,87 0,887 41,6 0,0104 1,25 0,0128 1,3899 79,6
110,75 0,835 39,9 0,0108 1,88 0,0199 1,4098 80,8
112,32 0,790 38,3 0,0113 1,57 0,0173 1,4271 81,8
114,20 0,741 36,5 0,0118 1,88 0,0217 1,4488 83,0
115,76 0,677 34,1 0,0128 1,57 0,0192 1,4680 84,1
117,33 0,617 31,7 0,0138 1,57 0,0208 1,4888 85,3
118,90 0,561 29,3 0,0150 1,57 0,0226 1,5114 86,6
120,46 0,506 26,8 0,0164 1,57 0,0246 1,5360 88,0
121,40 0,478 25,5 0,0172 0,94 0,0158 1,5518 88,9
123,31 0,424 23,0 0,0191 1,90 0,0346 1,5864 90,9

Finalmente, traça-se o perfil da pá de acordo com os valores de para cada osição


do raio. O desenho do perfil pode ser consultado em anexo.

4.2. Projeto da Voluta


Conforme visto no item 3.1, necessita-se de uma carcaça na região de saída do
impelidor para proporcionar a transformação da energia cinética em energia de pressão. Tal
transformação é essencial para a elevação do fluido.

4.2.1. Escolha da Carcaça em Voluta


Como mostrado no item 3.1.2, a transformação da energia cinética em energia de
pressão geralmente é obtida através de duas principais formas: carcaça em voluta ou carcaça
com pás difusoras

Neste projeto, opta-se pela utilização de uma carcaça em voluta, uma vez que,
segundo Falco e Mattos (1998), para bombas de simples estágio, utiliza-se geralmente esse
tipo de carcaça para providenciar tal aumento de pressão devido, principalmente, à sua boa
eficiência, ao seu baixo custo e à sua simplicidade mecânica.

66
4.2.2. Cálculo das Grandezas Gerais
Com a utilização da carcaça em voluta, a transformação da energia cinética em
energia de pressão ocorre devido ao aumento gradativo da área de seção transversal, o qual
proporciona uma redução da velocidade média.

Porém, segundo Falco e Mattos (1998), é importante salientar que, em sua grande
maioria, a transformação de energia cinética em energia de pressão não ocorre no aumento
de área da voluta nos 360º em torno do impelidor. O objetivo desta região é, principalmente,
coletar a crescente quantidade de fluido na periferia do impelidor visto que, para um ângulo
crescente na direção de rotação, deve-se acomodar a quantidade de fluido das pás anteriores
em adição à quantidade de fluido saindo da pá atual.

Assim, a transformação substancial em energia de pressão ocorre na boca de saída da


voluta, dado o aumento gradativo da área de seção transversal para uma mesma quantidade
de fluido, reduzindo a velocidade e proporcionando o aumento de pressão.

Stepanoff (1957) propõe um método para o projeto de volutas baseado em dados


empíricos para a melhor performance hidráulica. Neste método, supõe-se que exista uma
velocidade média constante nas seções transversais da voluta. A Figura 44 expõe o desenho
esquemático da voluta seguindo este método.

O gráfico representado na Figura 45 é a base para a obtenção das principais variáveis


a serem utilizadas para se traçar a voluta seguindo o que recomenda Stepanoff (1957), sendo
que a velocidade específica utilizada no gráfico é estabelecida no sistema americano e
equivale a .

67
Figura 44. Desenho esquemático da voluta (STEPANOFF, 1957)

Figura 45. Dados de projeto para a voluta de acordo com a velocidade específica (STEPANOFF,
1957)

68
A velocidade específica no sistema americano ( é:

(64)

Desta forma, obtém-se os coeficientes:

4.2.2.1. Velocidade média na voluta ( )

A velocidade média constante nas seções da voluta ( ) é encontrada de acordo com


a seguinte equação:

(65)

Aplicando-se o , e já calculados, tem-se:

4.2.2.2. Largura da voluta ( )

Stepanoff (1957) recomenda:

Para bombas com baixa velocidade específica,


Para bombas com velocidade específica média,
Para bombas com alta velocidade específica,

sendo = +2

Como a velocidade específica do presente projeto é relativamente baixa, sendo a


bomba classificada como bomba centrífuga lenta, opta-se por utilizar . Assim,
considerando discos de espessura igual a , tem-se:

69
(66)

4.2.2.3. Diâmetro do círculo base para o traçado da voluta ( )

Para se traçar o perfil da voluta, determina-se previamente um círculo base de


diâmetro . Encontra-se tal diâmetro através de sua relação com o diâmetro na saída do
impelidor ( ). Isolando-se da relação já calculada, tem-se:

(67)

4.2.2.4. Diâmetro da ponta da cauda da voluta ( )

Trata-se do diâmetro de fixação da caixa da voluta no impelidor. Segundo Macintyre


(1997), pode-se considerar tal diâmetro alguns milímetros acima do diâmetro na saída do
impelidor ( ). Adotando-se um aumento de em relação a , tem-se:

(68)

4.2.3. Determinação do Perfil da Voluta


De posse das grandezas já calculadas, pode-se calcular os diâmetros das seções
transversais da voluta.

Para cada seção transversal ( ), determina-se o diâmetro em função da vazão de fluido


nesta seção, conforme a equação a seguir:

(69)

Isolando-se , tem-se:

70
Assim, calcula-se os valores de para cada valor de . Para este cálculo, utilizou-
se intervalos de 30º, sendo que os valores de aumentam linearmente do ângulo 0º a 360º
devido ao acúmulo de fluido já mencionado anteriormente, chegando-se no valor de .A
Tabela 15 mostra os resultados obtidos, e o desenho da voluta utilizando os dados calculados
se encontra em anexo.

Tabela 15. Valores de para cada posição angular


[º] [m³/s] [m] [mm]
30 0,0026 0,0134 13,4
60 0,0053 0,0190 19,0
90 0,0079 0,0232 23,2
120 0,0106 0,0268 26,8
150 0,0132 0,0300 30,0
180 0,0158 0,0329 32,9
210 0,0185 0,0355 35,5
240 0,0211 0,0380 38,0
270 0,0238 0,0403 40,3
300 0,0264 0,0424 42,4
330 0,0290 0,0445 44,5
360 0,0317 0,0465 46,5

De posse dos valores para todos os pontos ao redor do impelidor, calcula-se o


diâmetro da voluta na extremidade da boca de recalque. Considerando uma velocidade em
tal extremidade igual a 4 m/s, tem-se:

4.3. Desempenho da Bomba


Como já estudado nos itens 3.4 e 3.5, as curvas características são diagramas que
determinam o desempenho de uma bomba, sendo as principais: as curvas de head, de
eficiência e de potência.
71
De posse dos parâmetros de desempenho para a vazão de projeto já calculados e com
o auxílio das Figuras 45, 46 e 47, podem-se obter as curvas aproximadas de desempenho da
bomba projetada.

É importante notar que a velocidade específica utilizada nos gráficos das Figuras 46,
47 e 48 é dada no sistema americano, e pode ser calculada com em rotações por minuto
(rpm), pés (ft) e em galões por minuto (gpm). Assim, da Eq. (23), tem-se:

Figura 46. Percentual da carga em diferentes níveis de capacidade em relação à carga na vazão de
projeto em função da velocidade específica (FALCO; MATTOS, 1998)

72
Figura 47. Percentual da potência em diferentes níveis de capacidade em relação à potência na
vazão de projeto em função da velocidade específica (FALCO; MATTOS, 1998)

Figura 48. Percentual da eficiência em diferentes níveis de capacidade em relação à eficiência na


vazão de projeto em função da velocidade específica (FALCO; MATTOS, 1998)

73
4.3.1. Curvas Características Operando com Água
Para a determinação das curvas características estimadas, necessita-se dos valores já
calculados do head, da eficiência e da potência para a vazão de projeto. Das seções anteriores:

Das Figuras 45, 46 e 47, obtém-se a Tabela 16, que mostra a variação percentual dos
parâmetros para uma determinada vazão em relação a tais parâmetros na vazão de projeto. A
Tabela 17 mostra os valores das curvas características de head, eficiência e potência em
relação à vazão.

Tabela 16. Variação percentual dos parâmetros de acordo com a vazão

0% 110% 0% 43%
25% 49% 56%
50% 111% 77% 72%
75% 107% 94% 87%
100% 100% 100% 100%
110% 96% 98% 105%

Tabela 17. Variação dos parâmetros de head, eficiência e potência em função da razão
[m^3/h] [m] [C.V.]
0,0 105,6 0,0% 24,9
28,5 34,3% 32,4
57,0 106,6 53,8% 41,6
85,5 102,7 65,7% 50,3
114,0 96,0 70,0% 57,8
125,4 92,2 68,5% 60,7

74
Assim, obtêm-se as curvas características, as quais são apresentadas nas Figuras 49,
50 e 51.

120,0

100,0

80,0
H [m}

60,0

40,0

20,0

20 40 60 80 100 120 140


Q [m³/h]

Figura 49. Curva característica de head x vazão

80,0%

70,0%

60,0%

50,0%

40,0%

30,0%

20,0%

10,0%

0,0%
0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 140,0
Q [m³/h]

Figura 50. Curva característica eficiência x vazão

75
70,0

60,0

50,0
Pot [C.V.]
40,0

30,0

20,0

10,0

0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 140,0


Q [m³/h]

Figura 51. Curva característica potência x vazão

4.3.2. Curvas Características Operando com Petróleo


Segundo Falco e Mattos (1998), pode-se utilizar a Figura 22 novamente a fim de se
obter o desempenho da bomba operando com Petróleo. Para isso, constrói-se a Tabela 18,
que apresenta os valores de vazão, carga e eficiência para os pontos , ,
e nas curvas características operando com água, onde representa a
vazão no ponto de máxima eficiência, ou seja, a vazão de projeto no caso deste trabalho.

Tabela 18. Valores da bomba operando com água para diferentes níveis de vazão

Vazão para água [gpm] 301 402 502 552


Carga para água [ft] 344 331 315 302
Eficiência para água [%] 60,0% 67,0% 70,0% 68,5%

Utilizando-se a carta de correção da Figura 22, entra-se com o valor da vazão no


ponto de máxima eficiência no eixo das abcissas ( ), percorrendo a carta
verticalmente até a interseção com a linha que corresponde à carga no mesmo ponto (
e percorre-se horizontalmente até a linha correspondente à viscosidade do fluido ( .

76
Deste ponto, percorre-se a carta verticalmente para acessar os fatores de correção para
a eficiência ( ), para a vazão ( ) e os quatro valores para a carga ( ), sendo um para cada
patamar de vazão ( , , e ). Como a carta não apresenta curva
para a vazão , prossegue-se com a interpolação entre as curvas para e
. A Tabela 19 mostra os fatores obtidos para a correção.

Tabela 19. Fatores de correção para o Petróleo de 500 SSU para cada nível de vazão

Correção da Vazão ( ) 0,965 0,965 0,965 0,965


Correção da Carga ( 0,98 0,965 0,94 0,92
Correção da Eficiência ( ) 0,76 0,76 0,76 0,76

Aplicando-se os fatores de correção aos valores da Tabela 18 e transformando para o


sistema métrico, chega-se nos valores das curvas características operando com Petróleo,
como mostra a Tabela 20.

Tabela 20. Valores da bomba operando com Petróleo para diferentes níveis de vazão

Vazão para o Petróleo [m³/h] 66 88 110 121


Carga para o Petróleo [m] 103 97 90 85
Eficiência para o Petróleo [%] 45,6% 50,9% 53,2% 52,1%

As Figuras 52, 53 e 54 apresentam a comparação das curvas características operando


com água e petróleo.

77
Água Petróleo 500 SSU

120,0

100,0

80,0
H [m}

60,0

40,0

20,0

20 40 60 80 100 120 140


Q [m³/h]

Figura 52. Curva carga x vazão com correção para o Petróleo

Água Petróleo 500 SSU

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%
0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 140,0
Q [m³/h]

Figura 53. Curva eficiência x vazão com correção para o Petróleo

78
Água Petróleo 500 SSU

80,0

70,0

60,0

50,0
Pot [C.V.]

40,0

30,0

20,0

10,0

0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 140,0


Q [m³/h]

Figura 54. Curva potência x vazão com correção para o Petróleo

4.3.3. NPSH Requerido


Conforme já introduzido no item 3.6, necessita-se que a quantidade de energia
disponível no sistema ( ) seja superior à quantidade de energia requerida pela
bomba para que a cavitação não ocorra ( ). Assim, deseja-se determinar a energia
que será requerida para que não ocorra a cavitação.

Segundo Macintyre (1997), dados experimentais indicam que, para bombas que
funcionam com hidrocarbonetos, operam satisfatoriamente usando um inferior ao
que a bomba exigiria quando operando com água fria. Assim, pode-se utilizar a curva de
operando com a água fria para o presente projeto.

Em sua tese, Daniel Misquiati observa, após levantamento bibliográfico, que os


métodos indiretos para a determinação do NPSH requerido, como os que serão utilizados
neste trabalho, são muito úteis quando não há dados práticos disponíveis, mas são de menor
precisão em relação aos dados obtidos através de testes com a bomba real. (MISQUIATI,
2005). Porém, visto que o projeto já apresenta caráter conservador devido a operação com

79
petróleo necessitar de um NPSH requerido menor que o da água, opta-se por utilizar tais
métodos.

Stepanoff (1957) estabelece que a diferença de altura ( ) requerida pela bomba


depende da carga ( ) e do fator de cavitação de Thoma ( ).

(70)

O fator de cavitação de Thoma ( ) tem tal denominação em homenagem a Dieter

-se de um fator dependente da velocidade específica onde, quanto maior for


a velocidade específica, maior será o valor de e, consequentemente, maior será a altura de
fluido requerida para que não ocorra a cavitação.

Segundo Macintyre (1997), pode ser calculado pela seguinte fórmula empírica:

(71)

onde adota-se:

= 0,0011 para bombas centrífugas radiais, lentas e normais;


= 0,0013 para bombas helicoidais e hélico-axiais;
= 0,00145 para bombas axiais.

Assim, adotando-se = 0,0011, tem-se:

Aplicando-se o fator de Thoma na Eq. (70), tem-se:

Dado que o valor do coeficiente de cavitação ( ) é dependente da velocidade


específica da bomba, estabeleceu-se de tal dependência um parâmetro denominado
velocidade específica de aspiração ( ). Calcula-se de acordo com a seguinte expressão:

(72)

80
sendo que a velocidade específica no sistema americano já foi calculada anteriormente.

Realizando os cálculos, chega-se em:

O Hydraulic Institute (1969) publicou o gráfico da Figura 55, do qual pode-se acessar
o para uma bomba com de acordo com sua vazão e sua rotação. Para
bombas com diferente de 8000, utiliza-se o fator de correção obtido na Figura 56 da
seguinte forma:

(73)

81
Figura 55. Variação do NPSH requerido em função da vazão e da rotação com S = 8000
(MACINTYRE, 1997)

82
Figura 56. Valores do fator de correção K em função de S (MACINTYRE, 1997)

Do gráfico da Figura 56, tem-se:

(73)

Com o fator de correção obtido e o gráfico da Figura 55, determina-se os pontos da


curva do NPSH requerido pela bomba, os quais são mostrados na Tabela 21 e no gráfico da
Figura 57. Como o valor de NPSH requerido para o ponto de máxima eficiência calculado
através dos diagramas do Hidraulic Institute é maior que o calculado anteriormente pelo
método de Stepanoff, por conservadorismo, adota-se tal valor.

Tabela 21. Valores de NPSH requerido para a bomba projetada

Vazão [gpm] 291 387 484 533


NPSH req (S = 8000) [ft] 15,5 18,5 22 23,5
NPSH req (S = 8551) [ft] 14,6 17,5 20,8 22,2
NPSH req (S = 8551) [m] 4,5 5,3 6,3 6,8

83
8,0

7,0

6,0

5,0
NPSH req [m]

4,0

3,0

2,0

1,0

20 40 60 80 100 120 140


Q [m³/h]

Figura 57. NPSH requerido x vazão

84
5.
5.1. Validação do Projeto
A fim de validar se o projeto realizado é satisfatório frente às exigências do mercado
de bombas centrífugas, realizou-se a comparação dos principais parâmetros da bomba
projetada com bombas de dois dos mais tradicionais fabricantes do mundo para esta
aplicação.

A primeira bomba é a de modelo IRP 080x065x250 do fabricante RuhRPumpen, com


impelidor de diâmetro igual a 241 mm e parâmetros de performance mostrados nos gráficos
da Figura 58 para a rotação de n = 3600 rpm.

A segunda bomba é a de modelo PHL 3HPX11A do fabricante FlowServe, com


impelidor de diâmetro igual a 248 mm e parâmetros de performance mostrados nos gráficos
da Figura 59 para a rotação de n = 3540 rpm.

Construiu-se a Tabela 22 e os gráficos da Figura 60 para comparar as três bombas.


Nota-se que os parâmetros construtivos e de performance da bomba projetada estão em linha
com os das bombas utilizadas para comparação.

Assim, conclui-se que o projeto atende às expectativas, dado que a bomba projetada
possui parâmetros de construção e de performance semelhantes a produtos comercializados
por dois dos mais tradicionais fabricantes do mercado atual.

Tabela 22. Principais parâmetros da bomba projetada e de bombas comerciais


Diâmetro do
Eficiência [%} Potência [kW]
Impelidor [mm]
Bomba Projetada 246,6 53,2% 50,8
RuhRPumpen IRP 080x065x250 241 49,8% 48,5
FlowServe 3HPX11A 248 52,3% 44,0

85
Figura 58. Curvas características da bomba de modelo IRP 080x065x250 do fabricante
RuhRPumpen

86
Figura 59. Curvas características da bomba de modelo 3HPX11A do fabricante FlowServe

87
Diâmetro do Impelidor [mm]

FlowServe 3HPX11A

RuhRPumpen IRP 080x065x250

Bomba projetada

0 50 100 150 200 250 300

Eficiência [%]

FlowServe 3HPX11A

RuhRPumpen IRP 080x065x250

Bomba projetada

10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0%

Potência [kW]

FlowServe 3HPX11A

RuhRPumpen IRP 080x065x250

Bomba projetada

0 10 20 30 40 50 60

Figura 60. Principais parâmetros das bombas em comparação

5.2. Conclusão
A bomba do presente trabalho foi projetada utilizando-se o método tradicional
estabelecido pelas bibliografias utilizadas e apresentou parâmetros de projeto e de
performance satisfatórios.

Porém, pode-se dar continuidade ao trabalho por meio de duas frentes:

1. Automatização do passo a passo utilizado no presente trabalho, visando replicar o


trabalho automaticamente para projetos de bombas para diferentes parâmetros de operação;

88
2. Otimização dos parâmetros de projeto da bomba, principalmente, com o auxílio de
tecnologias computacionais para estudo de dinâmica dos fluidos, como a técnica
Computational Fluid Dynamic (CFD).

89
FALCO, R.d., MATTOS, E.E., 1998, Bombas Industriais. 2 ed. Rio de Janeiro,
Interciência.

Hydraulic Instutite Standards. Hydraulic Institute, 1969

Hydraulic Instutite Standards. Hydraulic Institute, 1975

JAIME, R., 2018, Validação de Métodos de Obtenção de Fatores de Correção para


Líquidos Viscosos em Bombas Centrífugas. Tese (Bacharelado em Engenharia
Mecânica) Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.

MACINTYRE, A.J., 1997, Bombas e Instalações de Bombeamento. 2 ed. Rio de Janeiro,


LTC.

MISQUIATI, D., 2005, Análise das Condições Operacionais de Bombas Hidráulicas de


Fluxo Radial de Grande Porte. Tese (Mestrado em Engenharia Mecânica) Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo.

QUANTZ, L., 1943, Bombas Centrífugas. Editorial Labor S.A.

STEPANOFF, A.J., 1957, Centrifugal and Axial Flow Pumps. 2 ed. New York, John
Wiley & Sons.

UETA, A., 2018, Projeto de Impelidor e Voluta para uma Bomba Centrífuga. Tese
(Bacharelado em Engenharia Mecânica) Escola Politécnica da Universidade Federal do
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.

90
91
1. Cálculo das Grandezas Gerais:

2. Cálculo das Grandezas à Entrada do Impelidor:

3. Cálculo das Grandezas à Saída do Impelidor:

92
4. Traçado do Perfil da Pá:
Traçado das curvas e :
- Traçado da reta com início em e e fim em e , respectivamente
Traçado da curva :
- Traçado da reta com início em e fim em e ajuste devido à influência
do aguçamento das pás conforme a figura abaixo

Traçado da curva :
- Traçado da curva que segue o modelo da figura abaixo, a qual tem início em
0 e fim em :

Traçado da curva e determinação de :


- Encontra-se das curvas e
- Encontra-se da equação = -
- Determina-se pela equação

Determinação do ângulo :

93
onde:

Traça-se o perfil da pá com os valores de para cada posição do raio

5. Traçado do Perfil da Voluta:


Da figura abaixo, encontram-se , e

Determina-se a velocidade média na voluta pela equação


Calcula-se o diâmetro da voluta para as posições em torno do impelidor e na saída

da cauda da voluta através da equação

94
95
Ø100,4

Ø30,3

Ø99,4
23,1º
23,0º

Ø8,9 Ø246,6

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Impelidor e Voluta - Desenho Orientador -


Ilustrativo Prof. Reinaldo
de Falco
Escala: 1:5 Projeto Final - Lucas Soares
Outubro de 2020
Cotas: mm de Carvalho

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