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TRANSPORTE DE PETRÓLEO
Referências Bibliográficas: p. 90
ii
não
Sócrates.
iii
Agradecimentos
Ao meu filho, pois sem ele, nenhum desafio faria sentido.
Aos meus pais, pelo dom da vida e por todo o suporte dado em todas as decisões
tomadas no curso da vida.
iv
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte dos
requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Mecânico.
Outubro/2020
Bomba centrífuga é um tipo de máquina hidráulica que visa o transporte de fluidos. Esse tipo
de bomba é amplamente utilizado desde aplicações cotidianas, como o transporte de água em
edifícios, até as mais variadas aplicações de transporte de fluidos nos mais diversos tipos de
indústria, onde necessita-se de sua aplicação ótima. Com tal necessidade, foram
desenvolvidos estudos sobre o projeto de bombas centrífugas. O presente trabalho visa
projetar uma bomba centrífuga para a indústria de óleo e gás para o transporte de petróleo
com parâmetros específicos, com foco no dimensionamento e no desenho do impelidor e da
voluta da bomba, além da comparação da bomba projetada com outras bombas vendidas
comercialmente.
v
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Mechanical Engineer.
Impeller and Diffuser Design for Centrifugal Hydraulic Pump for Oil Transport
October/2020
Centrifugal pump is a hydraulic machine type to fluid transport. This type of pump is widely
used since daily applications, like water transportation in buildings, until many different
applications in a variety of industries, where the maximum optimization is demanded. Due
to this need, many studies on centrifugal pump design were developed. This work focuses on
a centrifugal pump design for the oil and gas industry, focusing on the impeller and diffuser
dimensions and design, in addition to a comparison between the designed pump and sold
commercially ones.
vi
Sumário
1. Objetivo e Parâmetros do Projeto ........................................................................................... 1
2. Introdução ................................................................................................................................. 2
2.1. Tipos de Máquinas Hidráulicas ........................................................................................ 2
2.2. Classificação das bombas ................................................................................................. 3
2.2.1. Dinâmicas ou Turbobombas ......................................................................................... 4
2.2.2. Volumétricas ................................................................................................................ 5
2.3. Definição do Tipo de Bomba do Projeto ........................................................................... 7
2.4. Revisão de Outros Trabalhos ............................................................................................ 8
3. Embasamento Teórico .............................................................................................................. 9
3.1. Princípio de Funcionamento de Bombas Centrífugas....................................................... 9
3.1.1. Impelidor .................................................................................................................... 10
3.1.2. Região Difusora.......................................................................................................... 10
3.2. Diagrama de Velocidades ............................................................................................... 12
3.3. Teoria da Ação do Impelidor .......................................................................................... 15
3.4. Curvas Teóricas de Funcionamento ............................................................................... 15
3.5. Curvas Reais de Funcionamento..................................................................................... 19
3.5.1. Curva Característica Carga Real (H) x Vazão (Q) .................................................. 19
3.5.2. Curva Característica Potência Absorvida x Vazão .................................................. 21
3.6. Cavitação e NPSH Requerido ......................................................................................... 23
3.6.1. Fenômeno da Cavitação ............................................................................................. 23
3.6.2. NPSH.......................................................................................................................... 24
4. Projeto do Impelidor e da Voluta .......................................................................................... 25
4.1. Projeto do Impelidor ....................................................................................................... 28
4.1.1. Cálculo de Grandezas Gerais ..................................................................................... 29
4.1.1.1. Escolha do Tipo de Rotor .................................................................................... 30
4.1.1.2. Número de Estágios (i) ........................................................................................ 31
4.1.1.3. Rendimentos Volumétrico ( , Hidráulico ( e Mecânico ( ................. 32
4.1.1.4. Descarga corrigida ( ) ....................................................................................... 33
4.1.1.5. Energia teórica ( ) ............................................................................................ 34
4.1.1.6. Potência motriz ( ) .......................................................................................... 34
4.1.1.7. Diâmetro do eixo ( ......................................................................................... 34
4.1.1.8. Diâmetro do núcleo de fixação do impelidor ao eixo ( ................................. 35
4.1.2. Cálculo de Grandezas à Entrada do Impelidor ........................................................... 35
4.1.2.1. Velocidade média na boca de entrada do impelidor ( ) ................................... 35
4.1.2.2. Diâmetro da boca de entrada do impelidor ( )................................................. 36
4.1.2.3. Diâmetro médio da superfície de revolução gerada pela rotação do bordo de
entrada das pás ( ) ........................................................................................................................ 36
4.1.2.4. Velocidade radial na entrada do impelidor ( )............................................... 37
4.1.2.5. Velocidade periférica na entrada do impelidor ( ........................................... 39
4.1.2.6. Largura do bordo de entrada da pá ( .............................................................. 39
4.1.2.7. Inclinação das pás na entrada do impelidor ( )................................................. 39
4.1.2.8. Definição do número de pás (Z) .......................................................................... 40
4.1.2.9. Obstrução devido à espessura das pás à entrada ( ).......................................... 43
4.1.2.10. Coeficiente de contração à entrada ( ) ............................................................ 44
4.1.3. Cálculo de Grandezas à Saída do Impelidor ............................................................... 45
4.1.3.1. Diâmetro Externo do Impelidor ( ) .................................................................. 45
4.1.3.2. Velocidade Periférica na saída do impelidor ( ) ............................................... 45
4.1.3.3. Velocidade radial na saída do impelidor ( ) .................................................. 45
4.1.3.4. Correção da velocidade periférica na saída do impelidor ( ........................... 46
4.1.3.5. Correção do diâmetro externo ( ..................................................................... 48
4.1.3.6. Obstrução devido à espessura das pás à saída ( ............................................. 48
vii
4.1.3.7. Coeficiente de contração à saída ( ................................................................. 48
4.1.3.8. Largura do bordo de saída da pá ( ................................................................. 49
4.1.4. Consolidação dos Resultados ..................................................................................... 49
4.1.5. Determinação do Perfil das Pás pelo Método por Pontos ........................................... 50
4.1.5.1. Escolha do traçado por pontos ............................................................................. 50
4.1.5.2. Metodologia do traçado por pontos ..................................................................... 53
4.1.5.3. Traçado da curva de variação da velocidade radial ( ) .................................... 54
4.1.5.4. Traçado da curva do inverso do coeficiente de contração ( ) ............................. 55
4.1.5.5. Traçado da curva de variação da velocidade tangencial ( ) ................................ 57
4.1.5.6. Traçado da curva de variação do produto entre a velocidade tangencial ( ) e a
projeção tangencial da velocidade absoluta ( ) ............................................................................... 57
4.1.5.7. Traçado da curva de variação da projeção tangencial da velocidade relativa ( )
59
4.1.5.8. Traçado do perfil da pá ........................................................................................ 61
4.2. Projeto da Voluta ............................................................................................................ 66
4.2.1. Escolha da Carcaça em Voluta ................................................................................... 66
4.2.2. Cálculo das Grandezas Gerais .................................................................................... 67
4.2.2.1. Velocidade média na voluta ( ) ........................................................................ 69
4.2.2.2. Largura da voluta ( )......................................................................................... 69
4.2.2.3. Diâmetro do círculo base para o traçado da voluta ( )...................................... 70
4.2.2.4. Diâmetro da ponta da cauda da voluta ( ) ........................................................ 70
4.2.3. Determinação do Perfil da Voluta .............................................................................. 70
4.3. Desempenho da Bomba ................................................................................................... 71
4.3.1. Curvas Características Operando com Água .............................................................. 74
4.3.2. Curvas Características Operando com Petróleo ......................................................... 76
4.3.3. NPSH Requerido ........................................................................................................ 79
5. Validação do Projeto e Conclusão ......................................................................................... 85
5.1. Validação do Projeto ...................................................................................................... 85
5.2. Conclusão ....................................................................................................................... 88
Referências Bibliográficas ............................................................................................................... 90
Anexo I Resumo dos passos para o projeto do impelidor e da voluta....................................... 91
Anexo II Desenho .......................................................................................................................... 95
viii
1.
O objetivo do trabalho é o projeto do impelidor e da voluta de uma bomba centrífuga
para operar em uma aplicação específica da indústria de óleo e gás.
Fluido Vazão (Q) Carga (H) Rotação (n) Viscosidade Densidade Temperatura
Petróleo 110 m³/h 90 m 3600 rpm 500 SSU 0,85 20ºC
1
2.
Este capítulo tem como objetivo apresentar os principais tipos de máquinas
hidráulicas, definir os tipos de bombas e mostrar os principais componentes de uma bomba
centrífuga radial, que é o tipo de bomba escolhida para o projeto
2
Figura 1. Principais aplicações das bombas (FALCO; MATTOS, 1998)
3
2.2.1. Dinâmicas ou Turbobombas
Conforme Falco e Mattos (1998), turbobombas são máquinas que proporcionam a
movimentação do fluido por meio da rotação de uma roda (impelidor) com um certo número
de pás. Estas são divididas, principalmente, entre bombas centrífugas, axiais ou mistas, de
acordo com o ângulo entre a entrada e a saída do fluido no impelidor.
4
Figura 4. Bomba de fluxo axial sentido de fluxo à esquerda e impelidor à direita (FALCO;
MATTOS, 1998)
As bombas mistas, por sua vez, fornecem cargas e vazões intermediárias ao fluido.
Nestas, a saída do fluido é dada em um ângulo intermediário (entre 0º e 90º) entre as direções
de entrada e saída do fluxo.
2.2.2. Volumétricas
As bombas volumétricas, segundo Falco e Mattos (1998), a energia cedida ao fluido
se dá na forma de pressão, não havendo a necessidade de transformação de energia cinética
5
em energia de pressão. Este tipo de bomba é classificado em dois principais tipos: bombas
volumétricas alternativas e bombas rotativas.
As bombas rotativas, por sua vez, são indicadas para fluidos de elevada viscosidade.
Sua dinâmica de funcionamento se dá pela movimentação de engrenagens ou lóbulos, cuja
rotação propicia um movimento relativo ao fluido.
6
Figura 7. Bomba volumétrica rotativa (MACINTYRE, 1997)
podem ser acionadas diretamente por motor elétrico sem necessidade de modificadores
de velocidade, sendo comum operarem a velocidades dos motores comerciais de 1.750
rpm e 3.550 rpm;
trabalham em regime permanente;
apresentam grande flexibilidade, por poder alterar a vazão por recirculação do fluido,
fechamento parcial da válvula de descarga, mudança de rotação ou alteração do diâmetro
externo do impelidor;
geralmente requerem menos manutenção que as alternativas;
cobrem uma ampla faixa de vazões, sendo as centrífugas indicadas para vazões
moderadas e as axiais para altas descargas;
preço considerado mais atrativo em função das vazões obtidas.
7
Com o conhecimento de tais vantagens, estuda-se os limites de aplicação das bombas
dinâmicas para o presente projeto. Para o projeto em questão, as principais limitações a serem
estudadas são:
8
3.
O objetivo deste capítulo é definir o embasamento teórico para o projeto em questão,
como o princípio de funcionamento, a teoria da ação do impelidor e as curvas de
funcionamento de bombas centrífugas.
Figura 8. Corte da bomba centrífuga mostrando a linha de fluxo de líquido (FALCO; MATTOS,
1998)
9
3.1.1. Impelidor
O impelidor é um órgão essencial em uma bomba centrífuga, pois é devido à sua
rotação que movimento do fluido ocorre através de forças de arraste. Conforme Falco e
Mattos (1998), o impelidor é uma roda contendo um certo número de pás especiais, cuja
rotação fornece energia ao fluido através da aceleração imprimida com sua rotação. Pode-se
observar a estrutura de um impelidor de bomba centrífuga na Figura 9.
Com tal rotação, o fluido é acelerado do centro para a periferia do impelidor devido
à força centrífuga atuante. Este (zona de
baixa pressão), forçando uma quantidade adicional do fluido da fonte a ocupar aquele espaço.
Tal fenômeno garante a continuidade do fluxo.
O aumento progressivo de área na carcaça pode ser obtido de duas formas: utilizando-
se uma carcaça em voluta ou uma carcaça com pás difusoras. Observam-se uma carcaça em
voluta e uma carcaça com pás difusoras nas Figuras 10 e 11, respectivamente.
10
Figura 10. Bomba centrífuga com carcaça em voluta (FALCO; MATTOS, 1998)
Figura 11. Bomba centrífuga com carcaça com pás difusoras (FALCO; MATTOS, 1998)
11
3.2. Diagrama de Velocidades
Para se estudar a teoria da ação do impelidor, faz-se necessário o estudo do conceito
do diagrama de velocidades.
12
Figura 12. Projeções meridiana e horizontal das trajetórias absoluta e relativa e respectivas
velocidades (MACINTYRE, 1997)
Da Mecânica, sabe-se que o vetor velocidade absoluta V (tangente à trajetória
absoluta da partícula) é formado pela composição do vetor velocidade tangencial (ou
circunferencial) U tangente à trajetória circular de arrastamento e o vetor velocidade relativa
W tangente à trajetória relativa da partícula no perfil da pá.
13
Figura 13. Diagrama de velocidades para uma partícula sob a ação do impelidor (MACINTYRE,
1997)
Assim, escreve-se:
(1)
(2)
14
Portanto, da Figura 13, a partícula entra no impelidor no ponto com velocidade
e entra em contato com uma pá em movimento rotativo de velocidade circunferencial ,
cujo módulo é e com uma velocidade relativa . Assim:
(3)
(4)
(5)
(6)
15
Conforme Falco e Mattos (1998), consegue-se estabelecer a relação entre o head e a
vazão trabalhando-se a Eq. (6). Para isto, consideram-se três hipóteses distintas para o ângulo
(saída do impelidor), as quais são exemplificadas na Figura 14.
(7)
cotg (8)
Sendo a vazão volumétrica (Q) igual à velocidade radial (ou meridiana) vezes a área
na saída do impelidor ( ), tem-se:
(10)
onde:
(11)
(12)
Figura 15. Curvas teóricas da carga ( ) x vazão ( ) em uma bomba centrífuga para diferentes
configurações do perfil da pá (FALCO; MATTOS, 1998)
(13)
(14)
17
Desta forma, a Figura 16 comportamento da potência de acordo com a vazão para as
três configurações.
Figura 16. Curvas teóricas da potência ( ) x vazão ( ) em uma bomba centrífuga para diferentes
configurações do perfil da pá
Opta-se, geralmente, por perfis de pás com menor que 90º para bombas centrífugas
pois, para ângulos maiores que 90º:
18
3.5. Curvas Reais de Funcionamento
As curvas reais de funcionamento (ou curvas características) são obtidas através das
curvas teóricas do item 3.4 com a inclusão das perdas do sistema, as quais são relacionadas
ao escorregamento, à velocidade não uniforme, ao atrito interno e à turbulência (choques).
19
Figura 18. Efeito do escorregamento da velocidade relativa (FALCO; MATTOS, 1998)
Porém, segundo Falco e Mattos (1998), as duas perdas abordadas até aqui não
representam perdas de eficiência, visto que há uma redução da potência requerida dada a
redução de carga máxima da bomba.
(15)
As perdas por atrito e turbulência também podem ser acopladas em um único fator,
chamado de eficiência hidráulica ( ). Assim, a carga real se dá pela aplicação deste fator à
carga ideal ( ).
(16)
20
A Figura 19 esboça a curva da carga real ( ) de acordo com a vazão ( ) considerando
as perdas abordadas até aqui. Vale observar que, enquanto as perdas por escorregamento e
não uniformidade das velocidades são relativamente constantes com o aumento da vazão, a
perda por atrito interno aumenta e as perdas por choques/turbulência são mínimas na vazão
de projeto.
Figura 19. Curva real da carga ( ) versus vazão ( ) (FALCO; MATTOS, 1998)
(17)
onde:
Q = vazão real
= vazão recirculada
21
(FALCO; MATTOS, 1998)
(18)
(19)
Figura 20. Curva de potência absorvida versus vazão (FALCO; MATTOS, 1998)
22
3.6. Cavitação e NPSH Requerido
A cavitação é um dos tópicos mais relevantes no projeto e aplicação de bombas
centrífugas.
Figura 21. Ocorrência da cavitação em três situações características (FALCO; MATTOS, 1998)
3.6.2. NPSH
Visando caracterizar as condições de aspiração do fluido sem a ocorrência da
cavitação, foi estabelecido o conceito de NPSH.
A sigla significa, do inglês, Net Positive Suction Head. Alguns autores traduzem tal
24
4.
Neste capítulo, deseja-se definir o projeto preliminar do impelidor e da voluta com
base nas bibliografias que abordam tal processo.
Na carta de correção, entra-se com a vazão desejada para o líquido viscoso no eixo
das abscissas e percorre-se o gráfico verticalmente até encontrar a carga desejada com o
mesmo líquido. Então, percorre-se o gráfico horizontalmente até que se encontre a
viscosidade do fluido, percorrendo, então, o gráfico verticalmente para se encontrar os fatores
de correção para a capacidade ( ), para a carga ( ) e para a eficiência ( ).
(20)
(21)
25
Já o fator de correção para a eficiência ( ) é utilizado para se encontrar a eficiência
operando com o líquido viscoso ( ) quando se tem a eficiência operando com água
( através da Eq. (22).
(22)
Para acessar os parâmetros de correção, foi utilizado o método por pontos, que é um
método de automatização da leitura convencional da carta. Em sua tese, Rodrigo Jaime
avaliou os métodos de obtenção de fatores de correção para líquidos viscosos em bombas
centrífugas obtidos através da carta de correção do Hydraulic Institute e constatou que o
método por pontos reflete com muita acurácia os resultados da carta de correção. (JAIME,
2018)
26
Figura 22. Carta de correção do Hydraulic Institute para bombas operando com líquidos viscosos
(FALCO; MATTOS, 1998)
27
Encontrando os valores dos parâmetros de projeto nas unidades utilizadas na carta de
correção e seguindo o procedimento estabelecido, encontram-se os seguintes fatores:
Com a Eq. (20) e a Eq. (21), encontram-se o head e a vazão para se projetar os
componentes da bomba para operar com água, de acordo com o que geralmente é adotado
por bibliografias que demonstram o projeto dos componentes de bombas centrífugas.
500 gpm 114 m³/h
315 ft 97 m
O parâmetro será utilizado após o projeto da bomba para determinar sua eficiência
e potência requerida.
De acordo com Macintyre (1997), não existe um processo único para o projeto do
impelidor das bombas centrífugas seguido por todos os fabricantes, os quais projetaram,
fabricaram e testaram inúmeros parâmetros e desenvolveram seus próprios métodos. Porém,
o autor propõe uma metodologia para tal projeto.
Em sua tese, Artur Ueta utilizou esta metodologia como base para o projeto de uma
bomba centrífuga para operar com água à vazão de 70 m³/h e à carga de 70 m e obteve bons
resultados, visto que a bomba projetada apresentou parâmetros satisfatórios quando comparada a
produtos fabricados e comercializados por fabricantes tradicionais do mercado de bombas. (UETA,
2018)
28
Como o método proposto pelo autor leva em conta a água como fluido de trabalho,
utilizam-se os parâmetros já corrigidos anteriormente para o projeto do impelidor.
29
Figura 23. Condições de escoamento à entrada do impelidor (MACINTYRE, 1997)
(23)
(24)
30
Com os parâmetros do projeto da Tabela 2, chega-se em:
Ainda de acordo com Macintyre (1997), o tipo de rotor pode ser definido de acordo
com a velocidade específica ( ) conforme ilustrado na Figura 24.
Como a carga desejada neste projeto é H = 96 m, opta-se por uma bomba de simples
estágio (i = 1).
31
4.1.1.3. Rendimentos Volumétrico ( , Hidráulico ( e Mecânico (
Tais valores para a correção condizem com o que estabelecem Falco e Mattos (1998):
Do item 4.1.1.1, vimos que o projeto deve ser de uma bomba centrífuga lenta, a qual
opera com pequenas e médias descargas. Com a altura manométrica de 96 m frente aos 150
32
m de limite para um estágio de bombas centrífugas (visto no item 4.1.1.2), pode-se considerar
pressões médias. Assim, com descargas e pressões médias, opta-se por utilizar a correção de
5%. Assim:
Assim, adota-se
A descarga deve ser corrigida com o rendimento volumétrico, como visto na Eq. (15).
Desta forma, utilizando a Eq. (15) e isolando-se o termo (que é igual ao termo ),
tem-se:
33
(25)
(26)
A potência motriz, segundo Macintyre (1997), pode ser calculada segundo a seguinte
equação:
(27)
(28)
34
Na Eq. (28), deve-se utilizar a potência motriz ( ) em c.v., e a rotação ( ) em rpm,
originando o resultado de em cm. O fator 12 leva em consideração os esforços de torção
no eixo.
Desta forma:
(29)
(30)
35
Como a velocidade específica ( calculada no item 4.1.1.1 é de aproximadamente
20,9, por interpolação, considera-se = 0,133. Assim:
(31)
1997).
36
Figura 26. Pás de três tipos de bombas (MACINTYRE, 1997)
Como visto no item 4.1.1.1, o presente projeto se baseia em uma bomba centrífuga
lenta. Assim, adota-se = 1,0 x :
Antes de terem contato com as pás do impelidor, pode-se admitir que as partículas de
fluido apresentam trajetórias na direção radial (em planos meridianos). Quando tais sofrem
influência das pás, a velocidade das partículas admite componentes de arrastamento (u) e
radiais ( ). Na situação hipotética onde consideram-se as pás com espessura infinitesimal
e a entrada do impelidor em direção meridiana, a velocidade radial ( ) das partículas à
entrada será igual à sua velocidade total ( ), enquanto o ângulo será igual a 90º, como
mostra a Figura 27.
Figura 27. Triângulo de velocidades com condição de entrada meridiana (MACINTYRE, 1997)
37
Entretanto, considerando-se a espessura das pás, a área de seção transversal livre será
menor, apresentando uma contração ( ) em relação à situação anterior. Assim:
(32)
onde
(33)
(34)
(35)
38
4.1.2.5. Velocidade periférica na entrada do impelidor (
(36)
A largura do bordo de entrada, conforme Macintyre (1997), pode ser calculado por
meio da seguinte equação:
(37)
(38)
39
4.1.2.8. Definição do número de pás (Z)
Alguns autores propõem diferentes métodos para se chegar ao número de pás ideal
do impelidor.
(39)
40
1. Para Heads pequenos e médios e para o fator de 1,4 a 2 e de 15º a 35º:
Z
15º a 20º 6a7
20º a 25º 7a8
25º a 35º 8 a 10
Z
6a7
30º a 35º 8a9
35º a 45º 9 a 10
c) Stepanoff (1957) sugere a seguinte regra:
(40)
41
Figura 28. Relação entre e versus a velocidade específica (MACINTYRE, 1997)
De posse dos valores calculados até então, pode-se escolher o número de pás ideal
segundo os métodos abordados. Assim:
Widmar:
42
4. Com a regra de Stepanoff, calcula-se o valor de :
Como 21º está abaixo do limite inferior estabelecido por Carlo Malavasi, adota-se o
limite inferior deste. Assim:
Z=7
= 248,1 mm
= 23º
A obstrução causada pela espessura das pás ( ) pode ser calculada com o ângulo de
entrada do impelidor ( ) e a espessura da pá ( ), de acordo com a Eq. (41).
(41)
Figura 29. Obstrução devido à espessura das pás na entrada do impelidor (MACINTYRE, 1997)
43
Segundo Macintyre (1997), os valores comumente utilizados para a espessura das pás
variam de acordo com o diâmetro externo do impelidor ( ), sendo recomendado:
12,5 mm
(42)
De posse dos valores da obstrução devido à espessura das pás ( ) e o passo entre as
pás ( ), pode-se corrigir o coeficiente de contração ( ) através da Eq. (43) e recalcular os
parâmetros dependentes.
(43)
m/s
13,3 mm
3,1º
44
4.1.3. Cálculo de Grandezas à Saída do Impelidor
4.1.3.1. Diâmetro Externo do Impelidor ( )
(44)
(45)
45
Tabela 8. Valores de de acordo com (MACINTYRE, 1997)
O item 3.5.1 explica que o fenômeno do escorregamento (desvio angular) causa perda
de carga na bomba devido à redução do ângulo de saída real das partículas, reduzindo-se a
velocidade periférica. Assim, deve-se considerar tal efeito no cálculo da velocidade periférica
à saída do impelidor ( ).
Dado tal fenômeno, caso projete-se a bomba para atender à altura desejada ( ) por
meio das equações de Euler, o ângulo obtido não seria suficiente para proporcionar a carga
requerida. Assim, deve-se projetar a bomba para operar com uma altura que convergirá
para durante a operação.
Para bombas com velocidade específica < 130, segundo Macintyre (1997), a altura
corrigida para se utilizar nas equações de Euler é dada pela seguinte equação:
(46)
46
Tabela 9. Valores de de acordo com para bombas sem pás guia (MACINTYRE, 1997)
20º 0,86
23º 0,90
25º 0,91
30º 0,95
35º 1,00
40º 1,04
Porém,
47
(47)
(48)
(49)
(50)
48
Com os valores da obstrução devido à espessura das pás ( ) e o passo entre as pás
( ), pode-se corrigir o coeficiente de contração ( ) através da seguinte equação:
(51)
(52)
49
Tabela 11. Principais resultados para grandezas à entrada do impelidor
Grandeza Valor
( ) 99,4 mm
18,7 m/s
8,0 m/s
13,3 mm
12,5 mm
0,719
23,1º
50
2. Traçado por pontos.
O método de traçado das pás por arco de circunferência é o mais antigo e ainda
bastante usado para o projeto de bombas lentas e normais. Segundo Macintyre (1997), este
-se na suposição de que as extremidades das pás sejam inativas e que as
velocidades relativas das partículas sejam iguais em quaisquer pontos de uma seção (xy)
normal aos filetes e não A Figura 31 mostra as
seções onde as partículas, na teoria, apresentam velocidades relativas iguais.
Figura 31. Princípio do traçado das pás por arco de circunferência (MACINTYRE, 1997)
51
Figura 32. Traçado das pás por um arco de circunferência (MACINTYRE, 1997)
Já o traçado das pás por pontos é indicado quando se deseja uma pá traçada dentro
das exigências da melhor técnica (MACINTYRE, 1997). Tal método é baseado na teoria
elementar das turbobombas, utilizando a premissa de que as partículas equidistantes do eixo
de rotação apresentam condições de escoamento semelhantes.
Durante o traçado das pás por esse método, escolhe-se uma grandeza que defina o
fluxo, como uma das velocidades. Assim, determinam-se as velocidades para cada ponto,
definindo assim a posição ideal de cada ponto da pá. A Figura 33 mostra o diagrama de
velocidades de uma determinada partícula utilizado para determinar o ângulo da pá (
52
Figura 33. Diagrama de velocidades para um ponto da pá do rotor
Como o presente projeto visa o traçado das pás com a melhor técnica disponível, opta-
se por adotar o método do traçado da pá por pontos.
Por meio de relações simples, segundo Macintyre (1997), pode-se obter relações entre
as grandezas (velocidades e outras) para cada ponto do perfil da pá. Assim, de acordo com o
triângulo de velocidades e outros parâmetros, pode-se determinar para cada ponto:
1. Velocidade radial ( )
(53)
2. Velocidade relativa ( )
(54)
3. Velocidade tangencial ( )
53
(55)
(56)
(57)
Desta forma, deseja-se estabelecer as posições relativas destes pontos de acordo com
tais relações de grandezas. Ao ligar tais posições, tem-se a curva do perfil da pá. Para o
estabelecimento de tais posições, faz-se a suposição de que a projeção meridiana do
impelidor já tenha sido definida, conhecendo-se a largura da pá ( ) para cada valor do raio
( ).
Assim, traça-se as curvas de tais relações do raio interno ao raio externo (região de
atuação das pás). As curvas que serão traçadas nos próximos itens consideram vários pontos
fixos para o raio da pá, os quais tiveram intervalos adotados de forma conveniente para dar
maior precisão e aderência às curvas teóricas das bibliografias.
Os valores calculados para a obtenção das curvas de cada relação se encontram nas
Tabelas 13 e 14 no item 4.1.5.8.
54
8,5
8,0
m = -0,0368r + 9,8375
7,5
7,0
[m/s]
6,5
6,0
m
5,5
5,0
4,5
4,0
40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
Raio (r) [mm]
55
Figura 35. Perfil da variação do inverso do coeficiente de contração com o raio (MACINTYRE,
1997)
1,45
1,40
1,35 Parte linear: 1/ = -0,0039r + 1,5857
1,30
1,25
1,20
1,15
1,10
1,05
1,00
40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
Raio [mm]
56
4.1.5.5. Traçado da curva de variação da velocidade tangencial ( )
(58)
Assim, traça-se a curva para a velocidade tangencial em relação ao raio de cada ponto
da pá, conforme mostrado na Figura 37.
50
45
40
35
u [m/s]
30
25
20 u = 0,3770r
15
10
40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
Raio [mm]
(59)
58
1.800
1.600
1.400
1.200
u vu [m²/s²]
1.000
800
600
400
200
0
40 60 80 100 120
Raio [mm]
(60)
59
Figura 40. Diagrama de velocidades com as relações de (MACINTYRE, 1997)
25,0
20,0
15,0
wu [m/s]
10,0
5,0
-
40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
Raio [mm]
60
4.1.5.8. Traçado do perfil da pá
De posse das curvas de variação das velocidades, pode-se traçar o perfil da pá.
Segundo Macintyre (1997), dois têm sido os métodos mais usualmente empregados para se
traçar o perfil da pá:
(61)
Desta forma, calculam-se os valores de para cada valor do raio, cujos resultados
são mostrados na Tabela 13.
[º]
[mm] [m/s] [m/s] [m/s] [m²/s²] [m/s]
49,70 8,0 1,391 18,7 18,7 0,427 23,1
49,99 8,0 1,390 18,8 18,8 0,424 23,0
51,56 7,9 1,383 19,4 0,1 2,9 19,3 0,412 22,4
53,44 7,9 1,376 20,1 0,3 6,2 19,8 0,397 21,6
55,32 7,8 1,369 20,9 0,9 18,7 20,0 0,391 21,3
56,88 7,7 1,363 21,4 1,8 38,0 19,7 0,394 21,5
58,76 7,7 1,355 22,2 2,9 64,8 19,2 0,399 21,8
60,64 7,6 1,348 22,9 4,5 101,9 18,4 0,413 22,5
62,52 7,5 1,340 23,6 5,9 140,0 17,6 0,427 23,1
64,09 7,5 1,334 24,2 7,2 174,0 17,0 0,441 23,8
65,65 7,4 1,328 24,8 8,4 208,0 16,3 0,454 24,4
66,90 7,4 1,323 25,2 9,6 241,4 15,7 0,471 25,2
68,47 7,3 1,317 25,8 11,1 285,6 14,7 0,496 26,4
69,41 7,3 1,313 26,2 11,9 312,2 14,2 0,511 27,1
70,66 7,2 1,308 26,6 13,0 347,6 13,6 0,532 28,0
72,23 7,2 1,302 27,2 14,4 391,9 12,8 0,559 29,2
73,80 7,1 1,296 27,8 15,7 436,1 12,1 0,586 30,4
61
75,67 7,1 1,289 28,5 17,1 489,2 11,4 0,620 31,8
77,24 7,0 1,283 29,1 18,3 533,5 10,8 0,648 32,9
79,12 6,9 1,275 29,8 19,7 586,6 10,2 0,681 34,3
81,00 6,9 1,268 30,5 21,0 639,8 9,6 0,715 35,6
82,88 6,8 1,261 31,2 22,2 692,9 9,1 0,748 36,8
84,44 6,7 1,254 31,8 23,2 737,1 8,7 0,775 37,8
86,64 6,6 1,246 32,7 24,5 799,1 8,2 0,811 39,0
89,46 6,5 1,235 33,7 26,1 878,8 7,7 0,854 40,5
91,65 6,5 1,226 34,6 27,2 940,8 7,3 0,883 41,4
94,15 6,4 1,216 35,5 28,5 1.011,6 7,0 0,911 42,3
96,03 6,3 1,209 36,2 29,4 1.064,7 6,8 0,927 42,8
98,85 6,2 1,198 37,3 30,7 1.144,4 6,6 0,945 43,4
101,36 6,1 1,188 38,2 31,8 1.215,2 6,4 0,953 43,6
103,24 6,0 1,180 38,9 32,6 1.268,3 6,3 0,953 43,6
104,18 6,0 1,176 39,3 33,0 1.294,9 6,3 0,952 43,6
105,74 5,9 1,168 39,9 33,6 1.339,2 6,3 0,948 43,5
107,62 5,9 1,159 40,6 34,2 1.387,9 6,4 0,923 42,7
108,87 5,8 1,153 41,0 34,5 1.415,1 6,6 0,887 41,6
110,75 5,8 1,141 41,8 34,9 1.455,5 6,9 0,835 39,9
112,32 5,7 1,132 42,3 35,1 1.487,2 7,2 0,790 38,3
114,20 5,6 1,117 43,1 35,5 1.526,3 7,6 0,741 36,5
115,76 5,6 1,105 43,6 35,4 1.545,3 8,2 0,677 34,1
117,33 5,5 1,091 44,2 35,3 1.561,1 8,9 0,617 31,7
118,90 5,5 1,074 44,8 35,1 1.572,7 9,7 0,561 29,3
120,46 5,4 1,054 45,4 34,7 1.577,6 10,7 0,506 26,8
121,40 5,4 1,042 45,8 34,5 1.580,8 11,2 0,478 25,5
123,31 5,3 1,000 46,5 34,0 1.580,8 12,5 0,424 23,0
Uma vez obtidos os valores do ângulo para cada posição do raio, pode-se traçar o
perfil da pá. Porém, Macintyre (1997) afirma que, apesar de ser um processo amplamente
utilizado, apresenta precisão relativamente baixa. Por isso, opta-se por adotar o segundo
método para o traçado do impelidor.
Neste processo baseado no uso do ângulo , método que será utilizado no presente
projeto, pode-se achar, através do ângulo e do raio, um ângulo que representa a posição
angular de um ponto em relação ao ponto de entrada da pá, como mostra a Figura 42.
62
Figura 42. Diagrama de velocidades e ângulo para um determinado ponto C da pá
(MACINTYRE, 1997)
63
(62)
Figura 43. Obtenção da variação de com o raio através da curva (MACINTYRE, 1997)
(63)
onde:
64
A tabela a seguir mostra os resultados obtidos para as grandezas calculadas até se
chegar ao ângulo .
[º] [º]
[mm] [mm] [mm] [mm]
49,70 0,427 23,1 0,0471
49,99 0,424 23,0 0,0471 0,29 0,0137 0,0137 0,8
51,56 0,412 22,4 0,0471 1,57 0,0738 0,0875 5,0
53,44 0,397 21,6 0,0472 1,88 0,0886 0,1761 10,1
55,32 0,391 21,3 0,0462 1,88 0,0878 0,2639 15,1
56,88 0,394 21,5 0,0447 1,57 0,0712 0,3351 19,2
58,76 0,399 21,8 0,0426 1,88 0,0820 0,4171 23,9
60,64 0,413 22,5 0,0399 1,88 0,0776 0,4947 28,3
62,52 0,427 23,1 0,0374 1,88 0,0727 0,5674 32,5
64,09 0,441 23,8 0,0354 1,57 0,0570 0,6244 35,8
65,65 0,454 24,4 0,0336 1,57 0,0540 0,6784 38,9
66,90 0,471 25,2 0,0317 1,25 0,0409 0,7193 41,2
68,47 0,496 26,4 0,0294 1,57 0,0479 0,7672 44,0
69,41 0,511 27,1 0,0282 0,94 0,0271 0,7942 45,5
70,66 0,532 28,0 0,0266 1,25 0,0343 0,8285 47,5
72,23 0,559 29,2 0,0248 1,57 0,0402 0,8687 49,8
73,80 0,586 30,4 0,0231 1,57 0,0375 0,9062 51,9
75,67 0,620 31,8 0,0213 1,88 0,0418 0,9480 54,3
77,24 0,648 32,9 0,0200 1,57 0,0324 0,9803 56,2
79,12 0,681 34,3 0,0185 1,88 0,0362 1,0165 58,2
81,00 0,715 35,6 0,0173 1,88 0,0336 1,0502 60,2
82,88 0,748 36,8 0,0161 1,88 0,0314 1,0815 62,0
84,44 0,775 37,8 0,0153 1,57 0,0246 1,1061 63,4
86,64 0,811 39,0 0,0142 2,19 0,0323 1,1385 65,2
89,46 0,854 40,5 0,0131 2,82 0,0385 1,1770 67,4
91,65 0,883 41,4 0,0124 2,19 0,0279 1,2049 69,0
94,15 0,911 42,3 0,0117 2,51 0,0301 1,2350 70,8
96,03 0,927 42,8 0,0112 1,88 0,0215 1,2565 72,0
98,85 0,945 43,4 0,0107 2,82 0,0309 1,2874 73,8
101,36 0,953 43,6 0,0104 2,51 0,0264 1,3138 75,3
103,24 0,953 43,6 0,0102 1,88 0,0193 1,3331 76,4
104,18 0,952 43,6 0,0101 0,94 0,0095 1,3426 76,9
65
105,74 0,948 43,5 0,0100 1,57 0,0157 1,3583 77,8
107,62 0,923 42,7 0,0101 1,88 0,0188 1,3771 78,9
108,87 0,887 41,6 0,0104 1,25 0,0128 1,3899 79,6
110,75 0,835 39,9 0,0108 1,88 0,0199 1,4098 80,8
112,32 0,790 38,3 0,0113 1,57 0,0173 1,4271 81,8
114,20 0,741 36,5 0,0118 1,88 0,0217 1,4488 83,0
115,76 0,677 34,1 0,0128 1,57 0,0192 1,4680 84,1
117,33 0,617 31,7 0,0138 1,57 0,0208 1,4888 85,3
118,90 0,561 29,3 0,0150 1,57 0,0226 1,5114 86,6
120,46 0,506 26,8 0,0164 1,57 0,0246 1,5360 88,0
121,40 0,478 25,5 0,0172 0,94 0,0158 1,5518 88,9
123,31 0,424 23,0 0,0191 1,90 0,0346 1,5864 90,9
Neste projeto, opta-se pela utilização de uma carcaça em voluta, uma vez que,
segundo Falco e Mattos (1998), para bombas de simples estágio, utiliza-se geralmente esse
tipo de carcaça para providenciar tal aumento de pressão devido, principalmente, à sua boa
eficiência, ao seu baixo custo e à sua simplicidade mecânica.
66
4.2.2. Cálculo das Grandezas Gerais
Com a utilização da carcaça em voluta, a transformação da energia cinética em
energia de pressão ocorre devido ao aumento gradativo da área de seção transversal, o qual
proporciona uma redução da velocidade média.
Porém, segundo Falco e Mattos (1998), é importante salientar que, em sua grande
maioria, a transformação de energia cinética em energia de pressão não ocorre no aumento
de área da voluta nos 360º em torno do impelidor. O objetivo desta região é, principalmente,
coletar a crescente quantidade de fluido na periferia do impelidor visto que, para um ângulo
crescente na direção de rotação, deve-se acomodar a quantidade de fluido das pás anteriores
em adição à quantidade de fluido saindo da pá atual.
67
Figura 44. Desenho esquemático da voluta (STEPANOFF, 1957)
Figura 45. Dados de projeto para a voluta de acordo com a velocidade específica (STEPANOFF,
1957)
68
A velocidade específica no sistema americano ( é:
(64)
(65)
sendo = +2
69
(66)
(67)
(68)
(69)
Isolando-se , tem-se:
70
Assim, calcula-se os valores de para cada valor de . Para este cálculo, utilizou-
se intervalos de 30º, sendo que os valores de aumentam linearmente do ângulo 0º a 360º
devido ao acúmulo de fluido já mencionado anteriormente, chegando-se no valor de .A
Tabela 15 mostra os resultados obtidos, e o desenho da voluta utilizando os dados calculados
se encontra em anexo.
É importante notar que a velocidade específica utilizada nos gráficos das Figuras 46,
47 e 48 é dada no sistema americano, e pode ser calculada com em rotações por minuto
(rpm), pés (ft) e em galões por minuto (gpm). Assim, da Eq. (23), tem-se:
Figura 46. Percentual da carga em diferentes níveis de capacidade em relação à carga na vazão de
projeto em função da velocidade específica (FALCO; MATTOS, 1998)
72
Figura 47. Percentual da potência em diferentes níveis de capacidade em relação à potência na
vazão de projeto em função da velocidade específica (FALCO; MATTOS, 1998)
73
4.3.1. Curvas Características Operando com Água
Para a determinação das curvas características estimadas, necessita-se dos valores já
calculados do head, da eficiência e da potência para a vazão de projeto. Das seções anteriores:
Das Figuras 45, 46 e 47, obtém-se a Tabela 16, que mostra a variação percentual dos
parâmetros para uma determinada vazão em relação a tais parâmetros na vazão de projeto. A
Tabela 17 mostra os valores das curvas características de head, eficiência e potência em
relação à vazão.
0% 110% 0% 43%
25% 49% 56%
50% 111% 77% 72%
75% 107% 94% 87%
100% 100% 100% 100%
110% 96% 98% 105%
Tabela 17. Variação dos parâmetros de head, eficiência e potência em função da razão
[m^3/h] [m] [C.V.]
0,0 105,6 0,0% 24,9
28,5 34,3% 32,4
57,0 106,6 53,8% 41,6
85,5 102,7 65,7% 50,3
114,0 96,0 70,0% 57,8
125,4 92,2 68,5% 60,7
74
Assim, obtêm-se as curvas características, as quais são apresentadas nas Figuras 49,
50 e 51.
120,0
100,0
80,0
H [m}
60,0
40,0
20,0
80,0%
70,0%
60,0%
50,0%
40,0%
30,0%
20,0%
10,0%
0,0%
0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 140,0
Q [m³/h]
75
70,0
60,0
50,0
Pot [C.V.]
40,0
30,0
20,0
10,0
Tabela 18. Valores da bomba operando com água para diferentes níveis de vazão
76
Deste ponto, percorre-se a carta verticalmente para acessar os fatores de correção para
a eficiência ( ), para a vazão ( ) e os quatro valores para a carga ( ), sendo um para cada
patamar de vazão ( , , e ). Como a carta não apresenta curva
para a vazão , prossegue-se com a interpolação entre as curvas para e
. A Tabela 19 mostra os fatores obtidos para a correção.
Tabela 19. Fatores de correção para o Petróleo de 500 SSU para cada nível de vazão
Tabela 20. Valores da bomba operando com Petróleo para diferentes níveis de vazão
77
Água Petróleo 500 SSU
120,0
100,0
80,0
H [m}
60,0
40,0
20,0
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 140,0
Q [m³/h]
78
Água Petróleo 500 SSU
80,0
70,0
60,0
50,0
Pot [C.V.]
40,0
30,0
20,0
10,0
Segundo Macintyre (1997), dados experimentais indicam que, para bombas que
funcionam com hidrocarbonetos, operam satisfatoriamente usando um inferior ao
que a bomba exigiria quando operando com água fria. Assim, pode-se utilizar a curva de
operando com a água fria para o presente projeto.
79
petróleo necessitar de um NPSH requerido menor que o da água, opta-se por utilizar tais
métodos.
(70)
Segundo Macintyre (1997), pode ser calculado pela seguinte fórmula empírica:
(71)
onde adota-se:
(72)
80
sendo que a velocidade específica no sistema americano já foi calculada anteriormente.
O Hydraulic Institute (1969) publicou o gráfico da Figura 55, do qual pode-se acessar
o para uma bomba com de acordo com sua vazão e sua rotação. Para
bombas com diferente de 8000, utiliza-se o fator de correção obtido na Figura 56 da
seguinte forma:
(73)
81
Figura 55. Variação do NPSH requerido em função da vazão e da rotação com S = 8000
(MACINTYRE, 1997)
82
Figura 56. Valores do fator de correção K em função de S (MACINTYRE, 1997)
(73)
83
8,0
7,0
6,0
5,0
NPSH req [m]
4,0
3,0
2,0
1,0
84
5.
5.1. Validação do Projeto
A fim de validar se o projeto realizado é satisfatório frente às exigências do mercado
de bombas centrífugas, realizou-se a comparação dos principais parâmetros da bomba
projetada com bombas de dois dos mais tradicionais fabricantes do mundo para esta
aplicação.
Assim, conclui-se que o projeto atende às expectativas, dado que a bomba projetada
possui parâmetros de construção e de performance semelhantes a produtos comercializados
por dois dos mais tradicionais fabricantes do mercado atual.
85
Figura 58. Curvas características da bomba de modelo IRP 080x065x250 do fabricante
RuhRPumpen
86
Figura 59. Curvas características da bomba de modelo 3HPX11A do fabricante FlowServe
87
Diâmetro do Impelidor [mm]
FlowServe 3HPX11A
Bomba projetada
Eficiência [%]
FlowServe 3HPX11A
Bomba projetada
Potência [kW]
FlowServe 3HPX11A
Bomba projetada
0 10 20 30 40 50 60
5.2. Conclusão
A bomba do presente trabalho foi projetada utilizando-se o método tradicional
estabelecido pelas bibliografias utilizadas e apresentou parâmetros de projeto e de
performance satisfatórios.
88
2. Otimização dos parâmetros de projeto da bomba, principalmente, com o auxílio de
tecnologias computacionais para estudo de dinâmica dos fluidos, como a técnica
Computational Fluid Dynamic (CFD).
89
FALCO, R.d., MATTOS, E.E., 1998, Bombas Industriais. 2 ed. Rio de Janeiro,
Interciência.
STEPANOFF, A.J., 1957, Centrifugal and Axial Flow Pumps. 2 ed. New York, John
Wiley & Sons.
UETA, A., 2018, Projeto de Impelidor e Voluta para uma Bomba Centrífuga. Tese
(Bacharelado em Engenharia Mecânica) Escola Politécnica da Universidade Federal do
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
90
91
1. Cálculo das Grandezas Gerais:
92
4. Traçado do Perfil da Pá:
Traçado das curvas e :
- Traçado da reta com início em e e fim em e , respectivamente
Traçado da curva :
- Traçado da reta com início em e fim em e ajuste devido à influência
do aguçamento das pás conforme a figura abaixo
Traçado da curva :
- Traçado da curva que segue o modelo da figura abaixo, a qual tem início em
0 e fim em :
Determinação do ângulo :
93
onde:
94
95
Ø100,4
Ø30,3
Ø99,4
23,1º
23,0º
Ø8,9 Ø246,6