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Introdução
Nesse tema, vamos conhecer a evolução política internacional da temática
ambiental. Primeiramente, veremos as deliberações das Conferências das
Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, que estão
relacionadas com a sustentabilidade e com a educação ambiental.
Na segunda parte, faremos um breve resumo das principais deliberações
da legislação brasileira acerca da educação ambiental.
Vídeo: Antes de começar, acesse o material on-line e confira o vídeo
introdutório da professora Odete!
Problematização
Como desenvolver a Educação Ambiental em sala de aula se, muitas
vezes, não há recursos e materiais mínimos que garantam um trabalho eficiente?
Acompanhe a história a seguir e reflita sobre isso:
Joana é professora de matemática de uma escola pública e leciona para
alunos do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental. Em uma conversa informal com
os professores, durante o intervalo para a refeição das crianças, ela foi convidada
a participar de uma atividade com os professores das disciplinas de Geografia e
de História.
Eles tinham a intenção de montar uma maquete da bacia hidrográfica onde
a escola estava inserida. Queriam, ainda, conhecer o histórico da comunidade.
Eles precisariam de algumas informações como da área da bacia, da declividade
das encostas e da altitude das várias partes do relevo.
Mas havia um problema: eles precisavam buscar recursos fora do
orçamento da escola, pois este já estava todo comprometido para o período
letivo. Como desenvolver esse projeto? Quem poderá participar dele? Não é
necessário responder agora. Acompanhe o tema da aula e, ao final,
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retornaremos com algumas sugestões para resolver os problemas de Joana e de
seus colegas.
Educação ambiental
A Educação Ambiental tem como objetivo a formação de cidadãos que
atuam como transformadores dos sistemas atuais, de forma que o
desenvolvimento dos seres humanos seja integral. Segundo os ideais dessa
área, é necessário transformar as relações capitalistas incluindo nelas os valores
éticos de justiça social e de solidariedade, em que a cooperação seja estimulada
em favor da maioria da população.
Na base da Educação Ambiental, encontramos a educação de qualidade,
atuando de forma interdisciplinar com outras áreas, como as Ciências Sociais, a
História, a Economia, a Física, as Ciências da Saúde, as Ciências Ambientais e
a Ecologia.
A Educação Ambiental surgiu no Brasil na década de 1970, estimulada
pela influência de eventos políticos internacionais. Mas seu enfoque no sistema
educacional se tornou mais efetivo por volta da década de 1990.
Ela buscou demonstrar uma nova visão de mundo, com a valorização da
vida em todas as formas, estimulando o surgimento de um novo estilo de viver,
baseado num consumismo mais racional, sem o desperdício de recursos naturais
e sem degradação ambiental.
O desafio sempre foi desenvolver uma educação que fosse crítica,
inovadora e que abrangesse todos os níveis de ensino (no nível formal) e todos
os cidadãos da sociedade em geral (no nível não formal). A Educação Ambiental
pode ser um instrumento de cunho político, voltado para a transformação social,
que estimula a participação individual nos processos de decisão. Ela surgiu como
uma estratégia para superação da crise cultural e social da civilização atual.
Os métodos utilizados na Educação Ambiental são preferencialmente
holísticos, e suas ações devem relacionar o homem com o ambiente onde ele
está inserido e com o universo como um todo.
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Aumento da consciência ambiental no mundo
Para fazer frente ao agravamento de problemas ambientais no mundo
devido ao aumento demográfico, à miséria, ao aquecimento global e à produção
de alimentos, foram organizados alguns eventos internacionais. Eles tinham o
objetivo de discutir novas opções de desenvolvimento econômico para as nações
e resultaram, na década de 1970, na criação de acordos internacionais.
Conferência de Estocolmo
Em 1972, cientistas e diplomatas de todo o mundo aprovaram 110
recomendações e 26 princípios na chamada Declaração sobre o Meio
Ambiente Humano. Nessa Conferência, os países desenvolvidos defenderam a
ideia de preservação dos ambientes naturais, segundo a qual locais ainda
intocados deveriam ser mantidos sem alteração, o que acarretaria
estacionamento do crescimento econômico mundial.
Como essa decisão interferia na possibilidade de desenvolvimento dos
países mais pobres, onde estas áreas eram abundantes, seus líderes
defenderam uma ideia mais flexível: a do conservacionismo, na qual os países
manteriam as áreas naturais em bom estado de conservação e também
poderiam usufruir dos seus potenciais, possibilitando o desenvolvimento.
Conferência de Tbilisi
A primeira Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e
Desenvolvimento mostrou a necessidade da abordagem interdisciplinar para os
estudos relacionados às questões ambientais, superando a visão fragmentada
das especialidades científicas, comum até então.
Cada pesquisador individualmente olha para um problema sob sua ótica e
sob o enfoque de sua especialidade. Nas questões ambientais, essas visões
necessitam ser compartilhadas entre diferentes profissionais, de diferentes
especialidades para que, após todos os pontos de vista compartilhados, sejam
encontradas soluções comuns.
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Relatório Brundtland
Denominado de “Nosso Futuro Comum” o relatório foi elaborado em 1983,
pela Comissão Mundial para o Desenvolvimento e Meio Ambiente. Ele
incentivava o crescimento econômico sem ameaçar a sobrevivência das novas
gerações. Foi precursor do conceito de desenvolvimento sustentável, que
contempla o equilíbrio ambiental, a igualdade social e o crescimento econômico.
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todo o mundo deverão adotar um plano emergencial com ações rígidas de
controle de emissão de gases.
Para que os países conseguissem cumprir o acordo, três mecanismos
foram criados:
1. Implementação conjunta: os países com dificuldade de produzir
tecnologia limpa de emissão de gases podem comprá-la.
Conferência de Thessaloniki
Em 1997, ocorreu a Conferência Internacional sobre Meio Ambiente e
Sociedade: Educação e Consciência Pública para a Sustentabilidade. Foi
proposta a reorientação para a proposta da sustentabilidade, declarando-se que,
além do meio ambiente, ela deveria abordar questões ligadas com a pobreza, a
habitação, a saúde, a segurança alimentar, a democracia, os direitos humanos e
a paz, resultando em moralidade e ética, por meio das quais o saber tradicional
e as diferentes culturas deveriam ser respeitados.
Os pilares da sustentabilidade, que são educação, formação da
consciência pública, legislação, economia e tecnologia, levam às mudanças nos
padrões de consumo e de produção. Para que a sustentabilidade seja atingida,
é necessária a redução das desigualdades sociais a partir de melhor distribuição
de renda.
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Vídeo: Acesse o material on-line e confira à videoaula da professora
Odete! Ela vai dar mais informações sobre as Conferências das Nações Unidas
para o Meio Ambiente e Desenvolvimento.
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A partir deste documento, iniciou-se a discussão educacional a respeito
do trabalho com atitudes, com a formação de valores e com o ensino e a
aprendizagem de habilidades e procedimentos. Foi a primeira proposta de
adoção de comportamentos “ambientalmente corretos”, aprendidos na prática do
dia a dia na escola, como gestos de solidariedade, hábitos de higiene pessoal e
dos diversos ambientes e participação em pequenas negociações.
A partir deste momento, iniciou-se a discussão no país de que, para a
promoção do desenvolvimento sustentável, era preciso apontar as relações
sociais e as formas de organização das sociedades modernas.
A Educação Ambiental é apontada, então, como solução para a crise
ambiental, apontando para a necessidade da busca de novos valores e atitudes
no relacionamento com o meio em que vivemos. Enfatiza, assim, a urgência da
educação que contemple as questões da vida cotidiana do cidadão e discuta
algumas visões polêmicas sobre essa temática.
O documento relaciona os objetivos que a escola deverá oferecer ao longo
dos anos do Ensino Fundamental, através de meios efetivos. O trabalho escolar
com o meio ambiente deve contribuir para que, ao final do desse período escolar,
os alunos sejam capazes de:
1. Identificar-se como parte integrante da natureza. Sentir-se ligado a ela
afetivamente. Perceber os processos pessoais e utilizá-los em uma
atuação criativa em relação ao meio ambiente;
Lei n. 9.795/1999
Essa lei define a Educação Ambiental como os processos por meio dos
quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos,
habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio
ambiente, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida e
sua sustentabilidade.
No artigo 4º, ela dispõe sobre a educação ambiental e define as
responsabilidades de cada setor da sociedade, desde o poder público federal até
a sociedade em si. Define, ainda, os princípios básicos da educação ambiental,
que são:
I - o enfoque humanista, holístico, democrático e participativo;
II - a concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a
interdependência entre o meio natural, o socioeconômico e o
cultural, sob o enfoque da sustentabilidade;
III - o pluralismo de ideias e concepções pedagógicas, na perspectiva
da inter, multi e transdisciplinaridade;
IV - a vinculação entre a ética, a educação, o trabalho e as práticas
sociais;
V - a garantia de continuidade e permanência do processo educativo;
VI - a permanente avaliação crítica do processo educativo;
VII - a abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais,
nacionais e globais;
VIII - o reconhecimento e o respeito à pluralidade e à diversidade
individual e cultural (BRASIL, 1999).
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Define, também, no artigo 5º, os objetivos fundamentais da educação
ambiental:
I - o desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio
ambiente, em suas múltiplas e complexas relações, envolvendo
aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos, sociais,
econômicos, científicos, culturais e éticos;
II - a garantia de democratização das informações ambientais; III -
o estímulo e o fortalecimento de uma consciência crítica sobre a
problemática ambiental e social;
IV - o incentivo à participação individual e coletiva, permanente e
responsável, na preservação do equilíbrio do meio ambiente,
entendendo-se a defesa da qualidade ambiental como um valor
inseparável do exercício da cidadania;
V - o estímulo à cooperação entre as diversas regiões do País, em
níveis micro e macrorregionais, com vistas à construção de uma
sociedade ambientalmente equilibrada, fundada nos princípios da
liberdade, igualdade, solidariedade, democracia, justiça social,
responsabilidade e sustentabilidade;
VI - o fomento e o fortalecimento da integração com a ciência e a
tecnologia;
VII - o fortalecimento da cidadania, autodeterminação dos povos e
solidariedade como fundamentos para o futuro da humanidade. Institui
a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências
(BRASIL, 1999).
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As ações seguirão as diretrizes do Ministério do Meio Ambiente e do
Ministério da Educação: transversalidade, fortalecimento do SISNAMA,
fortalecimento dos sistemas de ensino, sustentabilidade, descentralização
espacial e institucional, participação e controle social.
Saiba Mais: Para ter mais informações sobre esse documento e acessálo
na íntegra, clique no botão a seguir:
http://www.mma.gov.br/educacao-ambiental/politica-de-
educacaoambiental/programa-nacional-de-educacao-ambiental
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Revendo a problematização
Você se lembra da situação apresentada no início dos nossos estudos?
Ela tratava da situação de uma professora, que precisava de recursos extras
para desenvolver um projeto de Educação Ambiental. As questões lançadas
foram: como desenvolver esse projeto? Quem poderá participar dele? Volte ao
início dos estudos e releia a história, caso ache necessário. Em seguida, escolha
a opção que achar mais adequada.
Síntese
Nesse tema, foi possível verificar como as políticas internacionais
estimularam a Educação Ambiental no Brasil. Além disso, vimos as várias
conferências nacionais que acontecerem e tiveram como foco um
aprofundamento dessa discussão. Por fim, analisamos os PCN como principal
ferramenta orientadora do ensino e aprendizado das questões ambientais.
Vídeo: Acesse o material on-line e confira o vídeo de síntese da
professora Odete!
Referências
CURI, D. Gestão Ambiental. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012, 154 p.
Atividades
1. Os moradores de uma rua, onde enchentes passaram a ser frequentes,
resolveram tomar uma atitude para diminuir o problema. Escolha a
alternativa que mostra uma ação de interdisciplinaridade usada para
solucionar essa questão:
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c. No dia seguinte, a comunidade se reuniu em um mutirão, recolheu o
lixo das margens do córrego e o levou para o aterro sanitário.
a. Quioto, no Japão.
b. Thessaloniki, na Grécia.
c. Tbilisi, na Geórgia.
d. Rio de Janeiro, no Brasil.
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b. Todas as opções estão incorretas.
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