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Projeto Pós-graduação

Tema Educação ambiental no Brasil e no mundo

Introdução
Nesse tema, vamos conhecer a evolução política internacional da temática
ambiental. Primeiramente, veremos as deliberações das Conferências das
Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, que estão
relacionadas com a sustentabilidade e com a educação ambiental.
Na segunda parte, faremos um breve resumo das principais deliberações
da legislação brasileira acerca da educação ambiental.
Vídeo: Antes de começar, acesse o material on-line e confira o vídeo
introdutório da professora Odete!

Problematização
Como desenvolver a Educação Ambiental em sala de aula se, muitas
vezes, não há recursos e materiais mínimos que garantam um trabalho eficiente?
Acompanhe a história a seguir e reflita sobre isso:
Joana é professora de matemática de uma escola pública e leciona para
alunos do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental. Em uma conversa informal com
os professores, durante o intervalo para a refeição das crianças, ela foi convidada
a participar de uma atividade com os professores das disciplinas de Geografia e
de História.
Eles tinham a intenção de montar uma maquete da bacia hidrográfica onde
a escola estava inserida. Queriam, ainda, conhecer o histórico da comunidade.
Eles precisariam de algumas informações como da área da bacia, da declividade
das encostas e da altitude das várias partes do relevo.
Mas havia um problema: eles precisavam buscar recursos fora do
orçamento da escola, pois este já estava todo comprometido para o período
letivo. Como desenvolver esse projeto? Quem poderá participar dele? Não é
necessário responder agora. Acompanhe o tema da aula e, ao final,
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retornaremos com algumas sugestões para resolver os problemas de Joana e de
seus colegas.

Educação ambiental
A Educação Ambiental tem como objetivo a formação de cidadãos que
atuam como transformadores dos sistemas atuais, de forma que o
desenvolvimento dos seres humanos seja integral. Segundo os ideais dessa
área, é necessário transformar as relações capitalistas incluindo nelas os valores
éticos de justiça social e de solidariedade, em que a cooperação seja estimulada
em favor da maioria da população.
Na base da Educação Ambiental, encontramos a educação de qualidade,
atuando de forma interdisciplinar com outras áreas, como as Ciências Sociais, a
História, a Economia, a Física, as Ciências da Saúde, as Ciências Ambientais e
a Ecologia.
A Educação Ambiental surgiu no Brasil na década de 1970, estimulada
pela influência de eventos políticos internacionais. Mas seu enfoque no sistema
educacional se tornou mais efetivo por volta da década de 1990.
Ela buscou demonstrar uma nova visão de mundo, com a valorização da
vida em todas as formas, estimulando o surgimento de um novo estilo de viver,
baseado num consumismo mais racional, sem o desperdício de recursos naturais
e sem degradação ambiental.
O desafio sempre foi desenvolver uma educação que fosse crítica,
inovadora e que abrangesse todos os níveis de ensino (no nível formal) e todos
os cidadãos da sociedade em geral (no nível não formal). A Educação Ambiental
pode ser um instrumento de cunho político, voltado para a transformação social,
que estimula a participação individual nos processos de decisão. Ela surgiu como
uma estratégia para superação da crise cultural e social da civilização atual.
Os métodos utilizados na Educação Ambiental são preferencialmente
holísticos, e suas ações devem relacionar o homem com o ambiente onde ele
está inserido e com o universo como um todo.

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Aumento da consciência ambiental no mundo
Para fazer frente ao agravamento de problemas ambientais no mundo
devido ao aumento demográfico, à miséria, ao aquecimento global e à produção
de alimentos, foram organizados alguns eventos internacionais. Eles tinham o
objetivo de discutir novas opções de desenvolvimento econômico para as nações
e resultaram, na década de 1970, na criação de acordos internacionais.

Conferência de Estocolmo
Em 1972, cientistas e diplomatas de todo o mundo aprovaram 110
recomendações e 26 princípios na chamada Declaração sobre o Meio
Ambiente Humano. Nessa Conferência, os países desenvolvidos defenderam a
ideia de preservação dos ambientes naturais, segundo a qual locais ainda
intocados deveriam ser mantidos sem alteração, o que acarretaria
estacionamento do crescimento econômico mundial.
Como essa decisão interferia na possibilidade de desenvolvimento dos
países mais pobres, onde estas áreas eram abundantes, seus líderes
defenderam uma ideia mais flexível: a do conservacionismo, na qual os países
manteriam as áreas naturais em bom estado de conservação e também
poderiam usufruir dos seus potenciais, possibilitando o desenvolvimento.

Conferência de Tbilisi
A primeira Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e
Desenvolvimento mostrou a necessidade da abordagem interdisciplinar para os
estudos relacionados às questões ambientais, superando a visão fragmentada
das especialidades científicas, comum até então.
Cada pesquisador individualmente olha para um problema sob sua ótica e
sob o enfoque de sua especialidade. Nas questões ambientais, essas visões
necessitam ser compartilhadas entre diferentes profissionais, de diferentes
especialidades para que, após todos os pontos de vista compartilhados, sejam
encontradas soluções comuns.

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Relatório Brundtland
Denominado de “Nosso Futuro Comum” o relatório foi elaborado em 1983,
pela Comissão Mundial para o Desenvolvimento e Meio Ambiente. Ele
incentivava o crescimento econômico sem ameaçar a sobrevivência das novas
gerações. Foi precursor do conceito de desenvolvimento sustentável, que
contempla o equilíbrio ambiental, a igualdade social e o crescimento econômico.

Educação e formação ambiental


Em 1987, na Conferência Internacional realizada em Moscou, concluiu-se
pela necessidade de introduzir a Educação Ambiental nos sistemas educativos
dos países.

Eco-92: a Cúpula da Terra


A segunda Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e
Desenvolvimento reuniu, no Rio de Janeiro, presidentes e diplomatas de 178
países, representantes de Organizações não governamentais (ONGs) além de
cidadãos comuns para discutir sobre dois grandes desafios:
1. Convencer os países em desenvolvimento sobre os riscos da
industrialização a qualquer custo;
2. Estimular os países desenvolvidos para o compartilhamento de
tecnologias não poluentes.

A ONU criou uma comissão sobre o desenvolvimento sustentável que


atuaria nas questões ambientais, protegendo interesses sociais e econômicos.
Seis importantes documentos foram produzidos nesta conferência:
1. Declaração do Rio de Janeiro sobre o Meio Ambiente: carta contendo
27 princípios que apoiam a proteção do meio ambiente combinada com o
desenvolvimento sustentável.

Saiba Mais: Para acessar na íntegra esse documento e conhecer cada


um dos 27 princípios defendidos, clique no link a seguir:
http://www.onu.org.br/rio20/img/2012/01/rio92.pdf
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2. Declaração sobre os princípios florestais: relaciona alguns princípios
para orientar os projetos de manejo florestal e para evitar o esgotamento
dos recursos naturais.

3. Convenção sobre mudanças climáticas: os países se comprometeram


a reduzir as emissões de gases causadores de efeito estufa. As
Conferências das Partes foram criadas para monitorar os resultados.

4. Convenção sobre biodiversidade: propôs livre acesso aos recursos


biológicos desde que os lucros gerados sejam divididos de forma
adequada.

5. Agenda 21: contém orientações importantes para os governos e para os


cidadãos.

6. Carta da Terra: reúne princípios éticos que devem orientar a construção


de uma sociedade mais justa, sustentável e pacífica.

Saiba Mais: Clique no link seguir e leia o documento elaborado pelo


Ministério do Meio Ambiente que trata das Agendas 21 Global, do Brasil e Local,
além da Carta da Terra. http://www.mma.gov.br/responsabilidade-
socioambiental/agenda21/agenda-21-global.
Protocolo de Quioto
A Conferência das Partes continuou a ocorrer periodicamente. A partir de
1995 passou a ser denominada de COP. Na COP III, em Quioto, Japão, os
países presentes aprovaram um acordo com força de lei sobre as mudanças
climáticas. O acordo propôs redução na emissão de gases produtores do efeito
estufa na ordem de 5% entre 2008 e 2012, tomados como referência os dados
de 1990.
Os governos também se comprometeram a não permitir que a temperatura
do planeta suba mais do que 2o C até 2020. Se isto ocorrer, as autoridades de

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todo o mundo deverão adotar um plano emergencial com ações rígidas de
controle de emissão de gases.
Para que os países conseguissem cumprir o acordo, três mecanismos
foram criados:
1. Implementação conjunta: os países com dificuldade de produzir
tecnologia limpa de emissão de gases podem comprá-la.

2. Comércio de emissões: os países que conseguem uma redução de suas


emissões acima de 5% podem vender crédito de carbono para os países
que não conseguiram alcançar esse percentual.

3. Mecanismo de desenvolvimento limpo: créditos de carbono recebidos


por países não poluentes que conseguiram, mesmo sem ter essa
obrigatoriedade, reduzir sua emissão de gases. Esses países, geralmente
subdesenvolvidos, recebem dinheiro dos países mais ricos para
modernizar sua indústria, a fim de que seja menos poluente.

Conferência de Thessaloniki
Em 1997, ocorreu a Conferência Internacional sobre Meio Ambiente e
Sociedade: Educação e Consciência Pública para a Sustentabilidade. Foi
proposta a reorientação para a proposta da sustentabilidade, declarando-se que,
além do meio ambiente, ela deveria abordar questões ligadas com a pobreza, a
habitação, a saúde, a segurança alimentar, a democracia, os direitos humanos e
a paz, resultando em moralidade e ética, por meio das quais o saber tradicional
e as diferentes culturas deveriam ser respeitados.
Os pilares da sustentabilidade, que são educação, formação da
consciência pública, legislação, economia e tecnologia, levam às mudanças nos
padrões de consumo e de produção. Para que a sustentabilidade seja atingida,
é necessária a redução das desigualdades sociais a partir de melhor distribuição
de renda.

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Vídeo: Acesse o material on-line e confira à videoaula da professora
Odete! Ela vai dar mais informações sobre as Conferências das Nações Unidas
para o Meio Ambiente e Desenvolvimento.

Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN)


E no Brasil, como as políticas de Educação Ambiental foram construídas?
Os PCN estimularam um aprofundamento do debate educacional
envolvendo as escolas, os pais, os governos e a sociedade, com o objetivo de
se obter uma transformação positiva do Sistema Educacional Brasileiro. Eles
estimularam os jovens a adquirir conhecimentos socialmente elaborados,
necessários ao exercício da cidadania.
Devido à complexidade dos problemas de origem social, foi proposta a
discussão através do tratamento transversal das temáticas, sem restringi-las à
abordagem de uma única área.
As problemáticas relacionadas com meio ambiente, ética, saúde,
pluralidade cultural, orientação sexual e educação para o trabalho e consumo
foram tratadas como um conjunto de temas que deveriam aparecer
transversalmente nos currículos, permeando a concepção de diferentes áreas,
seus objetivos, seus conteúdos e suas orientações didáticas.
Os valores obtidos com a transversalidade objetivam o desenvolvimento
da capacidade de intervir na realidade, transformando-a.
A proposta de desenvolvimento de projetos específicos que atendessem
ao interesse da escola foi inovadora na educação da época e estimulou a
resolução de problemas regionais, atendendo aos interesses locais.

Os PCN dedicados ao trabalho com o meio ambiente igualmente se


preocuparam com a formação de cidadãos conscientes, aptos a decidir e atuar
na realidade socioambiental de modo comprometido com a vida e com o
bem-estar comum da sociedade, no âmbito local e global.

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A partir deste documento, iniciou-se a discussão educacional a respeito
do trabalho com atitudes, com a formação de valores e com o ensino e a
aprendizagem de habilidades e procedimentos. Foi a primeira proposta de
adoção de comportamentos “ambientalmente corretos”, aprendidos na prática do
dia a dia na escola, como gestos de solidariedade, hábitos de higiene pessoal e
dos diversos ambientes e participação em pequenas negociações.
A partir deste momento, iniciou-se a discussão no país de que, para a
promoção do desenvolvimento sustentável, era preciso apontar as relações
sociais e as formas de organização das sociedades modernas.
A Educação Ambiental é apontada, então, como solução para a crise
ambiental, apontando para a necessidade da busca de novos valores e atitudes
no relacionamento com o meio em que vivemos. Enfatiza, assim, a urgência da
educação que contemple as questões da vida cotidiana do cidadão e discuta
algumas visões polêmicas sobre essa temática.
O documento relaciona os objetivos que a escola deverá oferecer ao longo
dos anos do Ensino Fundamental, através de meios efetivos. O trabalho escolar
com o meio ambiente deve contribuir para que, ao final do desse período escolar,
os alunos sejam capazes de:
1. Identificar-se como parte integrante da natureza. Sentir-se ligado a ela
afetivamente. Perceber os processos pessoais e utilizá-los em uma
atuação criativa em relação ao meio ambiente;

2. Perceber, apreciar e valorizar a diversidade natural e sociocultural. Adotar


posturas de respeito ao patrimônio natural, étnico e cultural.
3. Garantir um meio ambiente saudável e com boa qualidade de vida.
Observar e analisar criticamente fatos e situações do ponto de vista
ambiental, reconhecendo a necessidade e as oportunidades para sua
atuação;

4. Adotar posturas justas e ambientalmente sustentáveis na escola, em casa


e em sua comunidade que os levem a interações construtivas;
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5. Compreender que os problemas ambientais interferem na qualidade de
vida das pessoas, tanto local quanto globalmente;

6. Conhecer e compreender, de modo integrado, as noções básicas


relacionadas ao meio ambiente;

7. Perceber nos fenômenos naturais, encadeamentos e relações de causa e


efeito, relacionadas com o espaço (geográfico) e com o tempo (histórico).
Criticamente, deverá se posicionar diante das condições ambientais.

8. Aplicar no dia a dia procedimentos de conservação e manejo dos recursos


naturais.

Lei n. 9.795/1999
Essa lei define a Educação Ambiental como os processos por meio dos
quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos,
habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio
ambiente, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida e
sua sustentabilidade.
No artigo 4º, ela dispõe sobre a educação ambiental e define as
responsabilidades de cada setor da sociedade, desde o poder público federal até
a sociedade em si. Define, ainda, os princípios básicos da educação ambiental,
que são:
I - o enfoque humanista, holístico, democrático e participativo;
II - a concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a
interdependência entre o meio natural, o socioeconômico e o
cultural, sob o enfoque da sustentabilidade;
III - o pluralismo de ideias e concepções pedagógicas, na perspectiva
da inter, multi e transdisciplinaridade;
IV - a vinculação entre a ética, a educação, o trabalho e as práticas
sociais;
V - a garantia de continuidade e permanência do processo educativo;
VI - a permanente avaliação crítica do processo educativo;
VII - a abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais,
nacionais e globais;
VIII - o reconhecimento e o respeito à pluralidade e à diversidade
individual e cultural (BRASIL, 1999).

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Define, também, no artigo 5º, os objetivos fundamentais da educação
ambiental:
I - o desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio
ambiente, em suas múltiplas e complexas relações, envolvendo
aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos, sociais,
econômicos, científicos, culturais e éticos;
II - a garantia de democratização das informações ambientais; III -
o estímulo e o fortalecimento de uma consciência crítica sobre a
problemática ambiental e social;
IV - o incentivo à participação individual e coletiva, permanente e
responsável, na preservação do equilíbrio do meio ambiente,
entendendo-se a defesa da qualidade ambiental como um valor
inseparável do exercício da cidadania;
V - o estímulo à cooperação entre as diversas regiões do País, em
níveis micro e macrorregionais, com vistas à construção de uma
sociedade ambientalmente equilibrada, fundada nos princípios da
liberdade, igualdade, solidariedade, democracia, justiça social,
responsabilidade e sustentabilidade;
VI - o fomento e o fortalecimento da integração com a ciência e a
tecnologia;
VII - o fortalecimento da cidadania, autodeterminação dos povos e
solidariedade como fundamentos para o futuro da humanidade. Institui
a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências
(BRASIL, 1999).

Saiba Mais: Essa Lei define a Política Nacional de Educação Ambiental,


dispondo sobre a educação formal e não formal e estabelecendo como se dará
a execução desta política. Clique no botão a seguir e acesse-a na íntegra:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9795.htm
Decreto-Lei n. 4.281/2002
Esse Decreto-Lei regulamenta a Lei n. 9.795/1999, determinando como
órgãos gestores da EA nacional o Ministério da Educação e o Ministério do Meio
Ambiente e define suas competências. Além disso, cria o Comitê Assessor para
assessorar os órgãos gestores e define quais órgãos o constituirão e determina
que os parâmetros curriculares sejam referência para a EA em todos os níveis
de escolaridade.
Determina ainda a criação de programas de EA em todos os níveis e
modalidades de ensino, em atividades voltadas à conservação da
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biodiversidade, nas políticas públicas, na capacitação de profissionais da
iniciativa pública ou privada, nos projetos financiados com recursos públicos e no
cumprimento da Agenda 21. Define também a fonte de verbas para projetos de
EA.
Saiba Mais: Clique no botão a seguir e acesse o Decreto na íntegra:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/d4281.htm

Programa Nacional de Educação Ambiental (ProNEA)


O Programa Nacional de Educação Ambiental, criado em 2005, determina
as diretrizes, os princípios, a missão, os objetivos e as linhas de ação da
Educação Ambiental no país.
Previu três componentes: a capacitação de gestores e educadores; o
desenvolvimento de ações educativas e o desenvolvimento de instrumentos e
metodologias, contemplando sete linhas de ação:
1. Educação ambiental através do ensino formal;

2. Educação no processo de gestão ambiental;

3. Campanhas de educação ambiental para usuários de recursos naturais;

4. Cooperação com meios de comunicação e comunicadores sociais;

5. Articulação e integração comunitária;


6. Articulação intra e interinstitucional;

7. Rede de centros especializados em Educação Ambiental em todos os


Estados.

Suas ações devem assegurar a integração equilibrada das dimensões da


sustentabilidade ambiental, social, ética, cultural, econômica, espacial e política;
o desenvolvimento do país garantindo qualidade de vida para toda a população
Brasileira; o envolvimento e participação social na proteção e conservação
ambiental.

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As ações seguirão as diretrizes do Ministério do Meio Ambiente e do
Ministério da Educação: transversalidade, fortalecimento do SISNAMA,
fortalecimento dos sistemas de ensino, sustentabilidade, descentralização
espacial e institucional, participação e controle social.
Saiba Mais: Para ter mais informações sobre esse documento e acessálo
na íntegra, clique no botão a seguir:
http://www.mma.gov.br/educacao-ambiental/politica-de-
educacaoambiental/programa-nacional-de-educacao-ambiental

Política Ambiental Estadual nos Estados Brasileiros


Veja, no quadro a seguir, os estados que possuem Programas Estaduais
de Educação Ambiental:

Obs.: Alagoas enviou uma minuta da Lei aprovada pela Comissão da


Secretaria de Meio Ambiente para Gabinete Civil em 05/05/2015.

Vídeo: Assista à videoaula da professora Odete e tenha mais informações


sobre a Legislação ambiental no Brasil.

Saiba Mais: Para complementar o seu estudo, leia a Lei de Diretrizes e


Bases da Educação (Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996), que estabelece
as diretrizes e as bases da educação nacional.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm

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Revendo a problematização
Você se lembra da situação apresentada no início dos nossos estudos?
Ela tratava da situação de uma professora, que precisava de recursos extras
para desenvolver um projeto de Educação Ambiental. As questões lançadas
foram: como desenvolver esse projeto? Quem poderá participar dele? Volte ao
início dos estudos e releia a história, caso ache necessário. Em seguida, escolha
a opção que achar mais adequada.

a. Caso seja necessário solicitar financiamento de uma empresa pública ou


privada para a execução do projeto, devem-se especificar os objetivos da
atividade.

b. A execução envolverá apenas a equipe pedagógica da escola

c. A escola toda se envolverá no projeto.

Para ter acesso ao feedback de cada uma das alternativas, acesse o


material on-line!

Síntese
Nesse tema, foi possível verificar como as políticas internacionais
estimularam a Educação Ambiental no Brasil. Além disso, vimos as várias
conferências nacionais que acontecerem e tiveram como foco um
aprofundamento dessa discussão. Por fim, analisamos os PCN como principal
ferramenta orientadora do ensino e aprendizado das questões ambientais.
Vídeo: Acesse o material on-line e confira o vídeo de síntese da
professora Odete!

Referências

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do Ensino


Fundamental: introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Brasília: MEC,
Secretaria de Educação Fundamental, 1998, 174 p.
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BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: meio ambiente. Brasília: MEC,
Secretaria de Educação Fundamental, 1998, 75 p.

CURI, D. Gestão Ambiental. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012, 154 p.

JACOBI, P. Poder local, políticas sociais e sustentabilidade. Saúde e


Sociedade, 1999, n. 8 (1), p. 31-48.

______. Educação ambiental, cidadania e sustentabilidade. Cadernos de


Pesquisa. 2003, n. 118, p. 189-205.

PELICIONI, M. C. F. Educação Ambiental, qualidade de vida e sustentabilidade.


Saúde e Sociedade, 1998, n. 7 (2), p. 19-31.

PELICIONI, M. C. F.; PHILIPPI-JR, A. Bases Políticas, Conceituais, Filosóficas e


Ideológicas de Educação Ambiental. In: PHILIPPI-JR; PELICIONI, M. C. F.
Educação ambiental e sustentabilidade. Barueri: Menole, 2. ed., 2014, 1003
p.

SORRENTINO, M.; TRAJBER, R.; MENDONÇA, P.; FERRARO-JUNIOR, L. A.


Educação ambiental como política pública. Educação e Pesquisa, 2005, São
Paulo, v. 31, n. 2, p. 285-299.

Atividades
1. Os moradores de uma rua, onde enchentes passaram a ser frequentes,
resolveram tomar uma atitude para diminuir o problema. Escolha a
alternativa que mostra uma ação de interdisciplinaridade usada para
solucionar essa questão:

a. Compareceram moradores de 36 residências. Eles acordaram de se


reunir no mesmo dia da próxima semana, quando esperavam
conversar com um vereador.

b. O vereador trouxe dois funcionários da prefeitura, um responsável pelo


setor hídrico da cidade e outro pelo setor de obras. Eles percorreram
toda a extensão do córrego, em conjunto com os moradores, e
concluíram que a causa das enchentes era o desbarrancamento do
terreno e o acúmulo de lixo.

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c. No dia seguinte, a comunidade se reuniu em um mutirão, recolheu o
lixo das margens do córrego e o levou para o aterro sanitário.

d. Os moradores se reuniram para conversar sobre o problema e estudar


as soluções possíveis.

2. A sustentabilidade ambiental deve abordar o ambiente, a pobreza, a


habitação, a saúde, a segurança alimentar, a democracia, os direitos
humanos e a paz, resultando em moralidade e ética, por meio da qual o
saber tradicional e as diferentes culturas devem ser respeitados. O
conceito de sustentabilidade foi definido com esta amplitude na
Conferência de:

a. Quioto, no Japão.

b. Thessaloniki, na Grécia.

c. Tbilisi, na Geórgia.
d. Rio de Janeiro, no Brasil.

3. Na Conferência de Thessaloniki, os pilares da sustentabilidade foram


definidos. Analise as assertivas a seguir a respeito desse assunto e, em
seguida, escolha a opção mais adequada:

I. Educação, formação da consciência pública, legislação, economia e


tecnologia levam às mudanças nos padrões de consumo e de
produção.
II. Para que a sustentabilidade seja atingida, é necessária a redução das
desigualdades sociais, por meia de uma melhor distribuição de renda.
III. A sustentabilidade só está relacionada com a conservação da
natureza.

a. Todas as opções estão corretas.

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b. Todas as opções estão incorretas.

c. Apenas as opções I e II estão corretas.

d. Apenas as opções I e III estão corretas.

4. Os Parâmetros Curriculares Nacionais constituíram um avanço no


Sistema Educacional Brasileiro. Atendendo a recomendação feita em
Tbilisi (de não dissociar as questões ambientais das sociais), o tema “meio
ambiente” passou a ser tratado de forma transversal. Analise as
assertivas a seguir, sobre as outras problemáticas que receberam a
mesma recomendação, e escolha a opção correta:

I. Ética, saúde e pluralidade cultural deveriam ser trabalhadas de forma


transversal.
II. Orientação sexual e a educação para o trabalho deveriam ser
trabalhadas de forma transversal.
III. O consumo devia ser trabalhado de forma transversal.

a. Apenas I está correta.

b. Apenas I e III estão corretas.

c. Todas as opções estão corretas.

d. Todas as opções estão incorretas.

5. A legislação que regulamenta a educação ambiental é composta pela Lei


n. 9.795/1999, pelo Decreto-Lei n. 4281/2002 e pelo Programa Nacional
de Educação Ambiental (ProNEA), que é disponibilizado para consulta de
forma pública pela internet. Sobre esses documentos, é correto afirmar
que:

I. Contêm informações sobre as fontes de recursos públicos


disponíveis para programas de educação ambiental;
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II. Contêm os objetivos nacionais a serem atingidos em atividades de
educação ambiental;
III. Contêm as linhas de ação e os princípios da educação ambiental.

a. Todas as opções estão corretas.

b. Todas as opções estão incorretas.

c. Apenas a opção I está correta.

d. Apenas as opções I e II estão corretas.

Acesse o material on-line e confira o gabarito das atividades.

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