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PASSO A PASSO PARA ELABORAÇÃO DO TRABALHO DE CONCLUSÃO


DE CURSO EM FORMATO DE ARTIGO

Elaboração: Prof. Ana Paula Weinfurter Lima.

Caro aluno,

Aqui você poderá encontrar todas as diretrizes básicas para redação de


seu artigo. Esse material foi elaborado para servir como um guia de consulta
rápida e direta, sanando as dúvidas que porventura tenham restado após
acompanhar as aulas da disciplina de TCC.
O Trabalho de Conclusão de Curso deve ser apresentado no formato de
artigo científico. Diferentemente da monografia, um artigo não possui quaisquer
elementos pré-textuais, deve-se iniciar com o título seguido pela identificação
do autor e do orientador e, logo após, já deve ser colocado o resumo. Não se
deve fazer capa, folha de rosto, nem quaisquer outros elementos dessa
natureza.
Há algumas diferenças importantes entre trabalhos de revisão de
literatura e aqueles que envolvem trabalho prático ou de campo.

− Trabalhos de campo ou com parte prática: o aluno deve lembrar que


precisará da aprovação do projeto por um comitê de ética em pesquisa
quando envolve animais ou seres humanos, diretamente (entrevistas,
experimentos, coleta de células, amostras de tecidos humanos ou
animais, etc.) ou indiretamente (observação de pessoas ou animais,
prontuários, banco de dados não acessível ao público, etc.).
A aprovação é conseguida cadastrando-se como pesquisador na
Plataforma Brasil (www.saude.gov.br/plataformabrasil). Após fazer seu
cadastro como pesquisador é só seguir o passo a passo fornecido pela
página e postar seu projeto para apreciação. O processo de aprovação
pode levar até 60 dias.
− Trabalhos de revisão de literatura: não precisam passar por aprovação
por comitê de ética. Basta fazer a redação do artigo baseando-se na
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literatura consultada e submeter o texto às considerações do orientador.


Mesmo as revisões devem trazer Metodologia, nesse item deve-se relatar
como se vai realizar a revisão de modo muito específico, por exemplo:
vai fazer uma revisão sobre antimicrobianos, mas vai revisar apenas
publicações de um único ano ou de um único autor sobre o assunto.
“(...) a revisão da literatura é um processo que consiste em fazer o
inventário e o exame crítico do conjunto de publicações pertinentes sobre
um estudo de investigação. ” (FORTIN, 1999, p.74)

É de suma importância lembrar que todos os parágrafos do texto


devem trazer no final as referências que foram consultadas para sua
construção. Nunca devemos nos apropriar diretamente dos textos de
outros autores, ou seja, não se pode reproduzir textos já publicados de
forma literal (palavra por palavra) mesmo que seja mencionada a
referência. Para maiores informações sobre as referências verifique o item
6 deste manual.

Lembrete:
Código Penal Brasileiro
Artigo 184
Violar direitos de autor e os que lhe são conexos:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.
1º. Se a violação consistir em reprodução total ou parcial, com intuito de lucro
direto ou indireto, por qualquer meio ou processo, de obra intelectual,
interpretação, execução ou fonograma, sem autorização expressa do autor, do
artista intérprete ou executante, do produtor, conforme o caso, ou de quem os
represente:
Pena - reclusão, de 2(dois) a 4(quatro) anos, e multa.
(Disponível em: http://www.abpd.org.br/pirataria_legislacao_codigopenal.asp ).
3

Segue na sequência o esquema a ser seguido, parte por parte, para


elaboração de trabalhos de revisão.

1. Esqueleto do trabalho

1.1 Esqueleto do trabalho estilo Revisão de Literatura

Título
Fulano de Tal¹
Beltrano de Tal²
RESUMO

Palavras - chave: exemplo1, exemplo 2, exemplo 3.

INTRODUÇÃO

DESENVOLVIMENTO

CONSIDERAÇÕES FINAIS

REFERÊNCIAS

2. Como elaborar o resumo?

Como o próprio nome sugere, este é uma versão resumida do seu trabalho.
Tendo isso em vista, é necessário que traga todos os itens presentes no artigo,
isto é, introdução, desenvolvimento e conclusão, mas tudo de forma muito
resumida. Segue como exemplo um resumo com cada uma das partes
marcadas em cor diferente para facilitar o acompanhamento de como redigir seu
resumo. Lembre-se que o resumo é composto por um bloco único de texto sem
uso de parágrafo. Deve ser escrito de acordo com a formatação repassada na
disciplina de TCC. Evite fazer citação e use espaçamento simples entre linhas.
4

2.1 Exemplo de RESUMO (trabalho de revisão de literatura)

No mundo ocidental, a estenose da valva aórtica calcificada é a forma mais


comum de doença cardíaca valvar, afetando até 3% dos adultos com idade
acima de 75 anos. É uma doença gradual e progressiva, caracterizada por uma
longa fase assintomática, podendo durar várias décadas, seguida de uma curta
fase sintomática associada à restrição grave do orifício da valvar. Realizou-se
uma revisão de literatura com o objetivo de verificar quais tratamentos estão
disponíveis para estenose da valva aórtica. Acredita-se que a calcificação da
estenose da valva aórtica seja semelhante ao processo de aterosclerose que
ocorre na doença arterial coronariana. Estudos recentes têm sugerido que a
redução do colesterol pelo do uso das estatinas pode ter um efeito salutar sobre
a progressão da estenose da valva aórtica

Palavras-chave: Estenose da valva aórtica; Inibidores de hidroximetilglutaril-


CoA redutases; Aterosclerose; Avanço da doença; Revisão.

(Adaptado a partir de: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1516-


31802011000100008&lng=en&nrm=iso&tlng=pt)

Legenda: Introdução – Objetivo – Desenvolvimento/Considerações finais

3. Como elaborar a Introdução?

A introdução é o momento em que o autor deve “vender seu peixe”, isto


é, esse trecho do trabalho deve não só situar o leitor sobre o assunto, mas
também chamar a atenção para o seu estudo. Sua introdução deve ter entre
uma página e uma página e meia. Aproveite para inserir alguns dados
estatísticos que apontem uma razão para haver interesse em pesquisar seu
assunto. Finalize sempre sua introdução com um parágrafo que traga seu
objetivo geral redigido de forma que por si só seja capaz de justificar o estudo.
Ao colocar seu objetivo no final da introdução evite referir-se diretamente ao
trabalho/estudo (ex: o presente trabalho tem o objetivo...), é algo cada vez mais
comum nas publicações, mas fica deselegante. Da mesma forma nunca utilize
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o verbo “objetivar”, pois este, assim como “elencar”, é nada mais que uma
invenção e não existe de fato na língua portuguesa.

3.1 Exemplo de texto para Introdução (para ambos os tipos de estudo)

A pesquisa qualitativa apresentou um considerável crescimento a partir


da década de 1970, baseada em métodos das ciências sociais (BRYMAN, 1989).
Na pesquisa qualitativa, diferentemente da quantitativa, o pesquisador busca
compreender os fenômenos observando-os, interpretando-os e descrevendo-os.
Dentre os métodos empregados na pesquisa qualitativa destacam-se o
estudo de caso e a pesquisa-ação. Apesar do estudo de caso ser o método mais
empregado nos trabalhos apresentados no Encontro Nacional de Engenharia de
Produção (BERTO; NAKANO, 2000), Craighead e Meredith (2008) afirmam que
a pesquisa-ação é um dos métodos qualitativos emergentes, podendo ser
empregada para que o pesquisador aprofunde seus conhecimentos acerca de
um fenômeno e estabeleça questões de pesquisa mais pertinentes. (Esse trecho
situa o leitor sobre o assunto que será discutido no artigo).
Entretanto, a pesquisa-ação sofre alguns preconceitos quanto a ser
considerada um método científico e há até mesmo uma confusão desta com
atividades de consultoria, tal como destacado por Westbrook (1995) e Coughlan
e Coghlan (2002). Questiona-se a qual paradigma científico esse método
atenderia. Outra questão relevante sobre esse método é em relação a sua forma
de validação. Diversos autores (CHECKLAND; HOLWELL, 1998; WINTER,
2002; McINNES; HIBBERT; BEECH, 2007) comentam sobre essa questão sem
chegar a uma definição sobre ela. Além disso, busca-se verificar que critérios
poderiam ser adotados para validar uma pesquisa científica que adote esse
método. (Esse trecho chama a atenção para a relevância do assunto que será
tratado no artigo)
Uma vez que é relevante responder a essas questões, tem-se por objetivo
propor um processo para a condução de pesquisas por meio da pesquisa-ação
analisando formas adequadas para o desenvolvimento de sua iniciação,
discutindo sobre o paradigma científico mais adequado para esse método de
pesquisa e definindo critérios para sua validação...” (Aqui estão o objetivo e
a justificativa do estudo)
6

(Adaptado a partir de: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-


65132012000100001&lng=en&nrm=iso)

4. Como devo elaborar o desenvolvimento do artigo?

Nesse caso há diferenças entre os dois tipos de estudo, ou seja, seu


desenvolvimento será composto de itens diferentes quando for uma revisão ou
quando for um trabalho com pesquisa de campo.
Uma característica importante a ser lembrada diz respeito a quadros e
tabelas. Toda figura inserida no texto deve ter um nome adequado que permita
que esta seja compreendida mesmo fora do contexto do artigo. Além disso, deve
trazer no rodapé em letra conforme norma repassada na disciplina de TCC a
fonte de onde foi extraída, com menção da página.

4.1 Desenvolvimento em revisões de literatura

No caso de trabalhos de revisão, seu desenvolvimento será composto


pela metodologia empregada no levantamento bibliográfico e por uma série de
informações extraídas de outros trabalhos já publicados sobre o assunto e
montados por você de modo que, ao final, o que se tem é um texto de sua autoria
elaborado com base no que já foi publicado sobre o assunto. Você pode dividir
essa parte do trabalho em itens com subtítulos que norteiem a leitura.

5. CITAÇÃO - DE ACORDO COM A NBR 10520/2002

5.1 Citação Direta

É a transcrição textual de forma literal dos conceitos do autor consultado é


usada somente quando for absolutamente necessário transcrever as palavras de
um autor. As citações diretas podem ser:
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a) Citações curtas:
Com até três linhas, são transcritas entre “aspas” com o mesmo tipo e
tamanho de letra e espaçamento do texto com obrigatoriedade de indicação da
autoria, ano e número da página:

Exemplo:
Em resumo, um trabalho científico, sendo um documento informativo, “não
pode contentar-se com aproximações; requer precisão, evitando-se
expressões ambíguas, e a impropriedade de termos”. (SALVADOR, 1997,
p. 195).

b) Citação longa:
Com mais de três linhas, deve ser transcrita em parágrafo distinto com recuo
de 4 cm da margem esquerda, sem aspas com letras e entrelinhamento menor
que o do texto. Deve aparecer com uma linha branca separando a citação do
texto anterior e posterior. É obrigatória a indicação da autoria, ano e número
das páginas.

Exemplo:
O IPES constituiu o grupo de pressão, organizado por
empresários de São Paulo e do Rio de Janeiro, que traçou um
projeto educacional que daria suporte a seus interesses. A
Recuo de 4 cm educação era vista como instrumentos dos setores dominantes.
(FONSECA, 1992, p. 40).

5.2 Citação Indireta ou Livre

É o texto redigido pelo autor com base em ideias de outro (s) autor (es), no
entanto deve reproduzir fielmente o sentido do texto original. Pode aparecer sob
a forma de paráfrase ou de condensação. Deve-se mencionar apenas a fonte de
onde foi retirado o texto, sem citar a página.

a) A parte integrante do texto.


Exemplo:
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No Brasil, Albuquerque et al. (1992) aplicaram vacinas em população de


idosos na capital do Paraná.

b) Entre parênteses.
Exemplo:
No Brasil, foram aplicadas vacinas em população de idosos na capital do
Paraná. (ALBUQUERQUE et al., 1992).

5.3 Citação de Citação

É a transcrição direta ou indireta de um texto em que não se teve acesso


ao original. Usa-se a expressão em português citado por ou a expressão latina
apud após a indicação da fonte consultada. Nas referências (no final do
trabalho), somente se menciona o nome do autor da obra consultada.

Exemplos:
Jolivet (1979 citado por LAKATOS ; MARCONI, 1991, p. 39) afirma que...
“[...]..........................."(HIRATA, 1998, p. 132 apud STEIN, 2000, p. 120)

EXEMPLO DE METODOLOGIA (para trabalhos de revisão)

Optou-se por seguir a metodologia da pesquisa exploratória, qualitativa,


do tipo bibliográfica, que permite obter conhecimento geral e aproximado de
fatos ou situações e a essência e significados trazidos nos artigos científicos
capazes de responder ao objeto de pesquisa. A pesquisa foi realizada durante
o mês de julho e agosto de 2012, nas bases de dados Literatura Latino-
Americana e do Caribe em Ciências da Saúde – Lilacs, National Library of
Medicine – Medline e na Biblioteca Virtual em Saúde – Bireme (Lilacs, Ibecs,
Medline, Biblioteca Cochrane e Scielo). Como critérios de inclusão foram
estabelecidos: artigos com resumos disponíveis on-line; artigos que abordam
sobre o uso racional de microbianos em ambiente hospitalar; publicação nos
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últimos cinco anos (incluindo 2008 a 2012); disponíveis nos idiomas inglês,
espanhol ou português. Os critérios de exclusão foram: artigos disponíveis nas
bases de dados sem resumos; artigos cujos resumos não abordam o tema em
questão; temática dirigida ao atendimento de populações específicas, pacientes
críticos ou com doenças delimitadas; pesquisa sobre determinados patógenos
ou uso de um antimicrobiano específico; diretrizes de programas
antimicrobianos; estudos para validações; estar fora do limite temporal
estabelecido; idiomas diversos dos requeridos. A busca e seleção dos artigos
foram realizadas utilizando os descritores: infecção, antimicrobianos, hospital e
antimicrobials, infection, hospital.
(Adaptado a partir de: PRETTO, Carolina Renz. Repercussões das medidas que visam a
promover o uso racional de antimicrobianos nos hospitais. Revista Contexto & Saúde, Ijuí, v.
13, n. 24/25, 2013)

EXEMPLO 1 – desenvolvimento teórico

(...) “TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DAS DISLIPIDEMIAS


Fármacos hipolipemiantes devem ser utilizados sempre que não houver
resposta satisfatória no tratamento não medicamentoso ou na impossibilidade
de se aguardar os resultados desse tratamento, por prioridade clínica
(SPOSITO, 2007), pois apesar das recomendações dietéticas serem
importantes, em geral não são suficientes para induzir uma diminuição do risco
cardiovascular (SCHULZ, 2006). A indicação para terapia farmacológica deve
também depender do nível de risco cardiovascular do paciente (BERTOLAMI,
2011; MCEVOY, 2007).
Sumariamente, os fármacos atualmente utilizados em nosso meio como
hipolipemiantes, podem ser divididos naqueles que agem preferencialmente
sobre a colesterolemia e nos que têm ação principal sobre os triglicerídeos.
Entre os primeiros, estão os inibidores da HMG-CoA redutase (estatinas), a
ezetimiba e as resinas quelantes de sais biliares (colestiramina, colestipol e
colesevelam). Dentre os que agem, preferencialmente, sobre os triglicerídeos,
estão os fibratos, o ácido nicotínico (niacina) e os ácidos graxos ômega-3. O
segundo grupo, além da diminuição dos triglicerídeos, pode apresentar também
ação sobre o LDL-colesterol, embora com eficácia menor que a das estatinas
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(MCEVOY, 2007). Todos os medicamentos citados podem produzir, além de


seus efeitos principais, aumento variável sobre o HDL-colesterol. Nesse sentido,
a niacina é o produto com maior potencial (SPOSITO, 2007).

Estatinas ou inibidores da HMG-CoA redutase


Estatinas atuam por inibição competitiva sobre a 3-hidroxi-3-
etilglutarilcoenzima A-redutase, enzima que catalisa a conversão da HMG-CoA
a ácido mevalônico, um precursor do colesterol. Inibem, assim, a síntese
intracelular do colesterol. Consequentemente, pela necessidade que as células
têm de colesterol para suas funções, há aumento do número de receptores de
LDL nos hepatócitos que então removem mais VLDL, IDL e LDL da circulação,
o que culmina com a redução do LDL-colesterol circulante (BERTOLAMI, 2011;
IZAR, 2011). Esses fármacos reduzem o LDL-colesterol de 15% a 55% em
adultos. Em doses duplicadas, há um acréscimo, em média, de 6% na redução
de LDLcolesterol. Reduzem os triglicerídeos de 7% a 28% e elevam o
HDLcolesterol de 2% a 10% (SPOSITO, 2007).” (...)

Verifique que todos os parágrafos trazem no final a menção da referência


a partir da qual se construiu o texto, isso é extremamente importante. O aluno
deve redigir tantos parágrafos e itens quantos forem necessários para formular
um desenvolvimento coerente, lembrando do limite de páginas para o artigo
previsto nas normas.

EXEMPLO 2
Adaptado a partir de: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-
74382001000200002&lng=en&nrm=iso

(...)“Segundo Meredith (1992), existem diversas razões para se manter


estoques, mas em geral eles podem ser agrupados em cinco funções básicas,
ou seja, (a) segurança; (b) antecipação para épocas e ou situações especiais;
(c) fragmentação entre os vários estágios de produção; (d) em trânsito, e (e)
cíclicos, necessários para permitir economias de escala. Estoques de segurança
são mantidos para estabelecer uma margem de segurança ao longo de cadeias
de abastecimento e de forma a minimizar as incertezas, associadas ao
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suprimento e/ou demanda, com o objetivo de garantir o funcionamento


ininterrupto do processo produtivo. O estabelecimento dessa margem busca
reduzir o risco que a empresa está disposta a assumir por causa da ocorrência
de falta ou falha de estoque. O estoque de segurança em cada ponto de
estocagem na cadeia de abastecimento depende da variabilidade da demanda
da região que ele atende, da incerteza existente em relação ao lead time e do
nível de serviço desejado pela empresa.
Os dois métodos mais utilizados para o cálculo do estoque de segurança
são baseados no Sistema de Demanda (DS) e no Sistema de Previsão (FS). A
diferença entre os dois sistemas é substancial. Resultados de simulações
indicam que o FS, embora menos utilizado na literatura da área de logística,
resulta em aproximadamente 15% menos estoque de segurança para assegurar
o mesmo nível de serviço ao cliente que o DS. No método DS – Sistema de
Demanda, o nível de estoque de segurança depende da variabilidade da
demanda. Já no FS – Sistema de Previsão, esse nível depende da variabilidade
dos erros de previsão da demanda. A formulação para o cálculo do estoque de
segurança no sistema FS é similar ao DS. Entretanto, no DS a previsão implícita
para cada período é a demanda média. Como resultado, o desvio padrão da
demanda equivale ao desvio padrão da "previsão" de erros. O FS é mais
complexo e caro de implementar que o DS, mas potencialmente mais eficiente,
pois requer a estimação do erro de previsão, o que é obtido usando
aproximações baseadas por exemplo na teoria de regressão ou análise de
séries temporais, para prever a demanda para cada período futuro (ZIN E
MARMORSTEIN, 1990).
Zin et al (1989) utilizam a abordagem do sistema DS para o cálculo do
estoque de segurança por meio da expressão SS = k , onde: k = fator de
segurança associado ao nível de serviço desejado; = desvio padrão da
demanda; e SS = estoque de segurança. A grande vantagem de expressá-lo
dessa forma deriva do fato de existirem tabelas que apresentam a probabilidade
de faltar estoque em função do fator de segurança k, medido em números de
desvios padrão em relação à média da amostra de dados. Lambert e Stock
(1993) apresentam uma tabela relacionando os diversos valores para k aos
valores assumidos por suas funções de densidade e probabilidade e suas
expectâncias parciais (FIGUEIREDO, 1999). Essa tabela foi originalmente
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desenvolvida por Brown (1967) e os valores nela contidos foram obtidos a partir
da premissa de que a demanda e os erros de sua previsão apresentam uma
distribuição normal. Embora tal premissa pareça atender à maioria dos casos
práticos, é ressalvado que, quando tal não ocorrer, os valores tabelados
poderiam ser recalculados para a distribuição acertada, sem prejuízo para a
especificação funcional do cálculo do estoque de segurança, válida para
qualquer distribuição da demanda e dos erros de sua estimativa.”(...)

6. Como devo finalizar meu artigo?

Caso seu trabalho seja uma revisão de literatura, você deve construir um
item chamado Considerações finais, no qual você deverá redigir um texto que
apresente o que de mais importante foi encontrado em termos de informação
durante a revisão realizada. Lembre-se de não colocar impressões pessoais sem
embasamento técnico ou fazer críticas diretas a profissionais, instituições ou
legislações. No caso de trabalhos envolvendo parte prática, seu item Conclusão
seria baseado nos resultados que encontrou.

EXEMPLO:
CONSIDERAÇÕES FINAIS (para trabalhos de revisão)

“Sabe-se que mais de 90% dos pacientes com DM1 apresentam os


antígenos DR3 e/ou DR4 em comparação aos 58% observados na população
geral (GOMES et al, 1989). Ressalta-se maior frequência, de 35 a 58%, dos
heterozigotos DR3/DR4 nos diabéticos em comparação à descrita nos controles,
de 2,4 a 6% (GOMES et al, 1989), como também o maior risco relativo conferido
por esses antígenos em portadores de DM1 no Rio de Janeiro.
Estudos em familiares de DM1 mostraram aumento significativo de
números de irmãos diabéticos nos portadores de dois haplótipos idênticos e
consequente diminuição naqueles com haplótipos diferentes. Considera-se que,
até os 25 anos de idade, a probabilidade de irmãos sadios com haplótipos
idênticos ao do diabético desenvolverem a doença é de 10 a 20%; em irmãos
semi- idênticos, 5%, e não idênticos, em torno de 1%.
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Estudos mais específicos do locus DR e locus A, B e C de diabéticos, sugerem


que os mesmos estariam em desequilíbrio de associação com o locus DQ, onde
residiria a relação primordial com a moléstia. Atualmente, considera-se que o
sistema HLA seja responsável por 60% da predisposição genética ao DM1,
sendo então sugerida a participação de outros sistemas genéticos na
suscetibilidade à doença.
O aumento da incidência de DM1 em crianças, crescente nos últimos
anos, é consistente com maior participação ambiental no desenvolvimento
dessa patologia (GILLESPIE et al, 2004). As diferentes incidências mundiais de
DM1 podem ser parcialmente justificadas por participação do meio ambiente,
em algum momento da história natural do DM1, através das agressões às
células beta por agentes infecciosos, agentes quimiotóxicos e possivelmente
alterações no aspecto nutricional em organismos geneticamente predispostos.”

(Adaptado a partir de: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-


27302007000100023&lng=en&nrm=iso)

7. Como elaborar referências?

Lembrando que é indispensável indicar as referências nos parágrafos do


texto, este é o momento de comentar sobre citações. Há três tipos principais de
citações: indiretas, diretas curtas e diretas longas. A maior parte do seu trabalho
deve ser construída com citações indiretas, ou seja, você deve escrever um
parágrafo baseando-se em outros autores e colocar no final da frase as
referências correspondentes. Caso haja alguma colocação que você julgue
muito importante e que deseje manter exatamente como o original terá duas
opções. A citação direta curta tem no máximo 3 linhas e deve ser colocada no
texto entre aspas e ser seguida de parênteses com a referência com página). A
citação direta longa tem mais de 3 linhas, mas nunca mais de um parágrafo. Esta
deve aparecer recuada à esquerda com letra tamanho 10 e deve ser
referenciada como a citação curta.
É muito importante saber escolher o tipo de informação a ser pesquisada
para seu texto. Fique longe de sites meramente informativos como “abc da
saúde”, “wikipedia” e outros desse tipo. Ao consultar sites de órgãos como
14

ANVISA e Ministério da Saúde, lembre-se que alguns dos links são informativos
sobre doenças para pessoas da população em geral. Esses textos são redigidos
para leigos e devem também ser evitados, consulte nesses sites os dados
realmente relevantes. Boas fontes de pesquisa são artigos publicados em bases
de dados como “Scielo”, “Pubmed” e “Highwire press”. Você pode encontrar
artigos dessas bases de dados consultando-as diretamente ou fazendo buscas
através do “Google acadêmico” ou da “Bireme”.
Com relação diretamente às referências, você pode buscar versões mais
atualizadas, mas as principais normas a serem seguidas são as seguintes:
Com relação diretamente às referências, você pode buscar versões mais
atualizadas, mas as principais normas a serem seguidas são as seguintes:
− NBR 6032:1989 - Abreviação de títulos de periódicos e publicações
seriadas - Procedimento
− NBR 10520:2002 - Informação e documentação - Citações em
documentos - Apresentação
− NBR 10522:1988 - Abreviação na descrição bibliográfica - Procedimento
− CÓDIGO de Catalogação Anglo-Americano. 2. ed. São Paulo: FEBAB,
1983-1985.

Não se esqueça de acessar a NBR 6023, que será seu principal guia.
Os elementos essenciais e complementares da referência devem ser
apresentados em sequência padronizada.

6.1 Colocando referências no corpo do texto

Ao redigir um artigo, lembre-se que todos os parágrafos devem trazer no


final as referências utilizadas para construí-lo. Dê preferência a utilizar, sempre
que possível, mais de um trabalho ou autor em cada parágrafo. Os únicos
parágrafos que podem ser apresentados sem referências são:
− O resumo.
− O parágrafo final da introdução (o que traz seu objetivo).
− Os parágrafos nos quais é descrita a metodologia.
− Os parágrafos que apresentam os resultados (para trabalhos de campo).
15

− Alguns dos parágrafos da conclusão ou das considerações finais.


As regras para colocação das referências são razoavelmente simples.
Quando utilizar mais de um trabalho em um parágrafo sempre ordene as
referências em ordem cronológica crescente dentro dos parênteses, separando-
as por ponto e vírgula.
Ex: (GUSSI, 2008; MARTINS E RIBALTA, 2010; CAMARGO et al., 2012).

Note o seguinte:
− Quando se utiliza uma referência com dois autores é necessário colocar
a letra “E” entre eles.
− Quando você tem uma referência com três ou mais autores, deve-se
utilizar o sobrenome do primeiro autor seguido da expressão et al. Essa
expressão deve ser seguida por ponto por se tratar de uma abreviação
da expressão latina et alii, e deve ser colocada em itálico, observe como
ela aparece no exemplo acima.
− O ponto final da frase é colocado apenas após os parênteses de
referência e é usado apenas um conjunto de parênteses e todas as
referências devem aparecer dentro dele.

6.2 Elaborando a lista de referências

Todas as referências utilizadas no texto devem constar da lista e todas


as referências da lista devem estar citadas no texto. Lembre-se sempre de fazer
essa conferência antes das postagens do seu trabalho para o orientador. Na
lista as referências são alinhadas somente à margem esquerda do texto e de
forma a se identificar individualmente cada documento. As informações de uma
mesma referência devem estar escritas usando espaçamento simples. Só é
utilizado espaçamento duplo para separar uma referência da próxima.
Quando as referências aparecerem em notas de rodapé, devem ser
alinhadas, a partir da segunda linha da mesma referência, abaixo da primeira
letra da primeira palavra, de forma a destacar o expoente e sem espaço entre
elas. Mas esse recurso só é utilizado em situações muito particulares e, muitas
vezes, não é aplicado em artigos.
16

A pontuação segue padrões internacionais e deve ser uniforme para


todas as referências. As abreviaturas devem ser utilizadas conforme a NBR
10522. Não se pode abreviar os nomes de revistas de qualquer forma, há uma
abreviatura oficial estipulada pela CAPES. Para não cometer erros o melhor é
sempre colocar os nomes das revistas e editoras por extenso, não custa nada
não é mesmo?
O recurso tipográfico (negrito, grifo ou itálico) utilizado para destacar o
elemento título deve ser uniforme em todas as referências de um mesmo
documento. Isto não se aplica às obras sem indicação de autoria, ou de
responsabilidade, cujo elemento de entrada é o próprio título, já destacado pelo
uso de letras maiúsculas na primeira palavra, com exclusão de artigos (definidos
e indefinidos) e palavras monossilábicas. Observe a seguir como isso funciona.

Exemplos de referências:

− Monografia no todo
GOMES, L. G. F. F. Novela e sociedade no Brasil. Niterói: EdUFF, 1998.
IBICT. Manual de normas de editoração do IBICT. 2. ed. Brasília, DF, 1993.
41 p.

Em meio eletrônico
KOOGAN, A; HOUAISS, A (Ed.). Enciclopédia e dicionário digital 98.
Direção geral de André Koogan Breikmam. São Paulo: Delta: Estadão, 1998.
5 CD-ROM.

Quando se tratar de obras consultadas online, também são essenciais as


informações sobre o endereço eletrônico, apresentado entre os sinais < >,
precedido da expressão Disponível em: e a data de acesso ao documento,
precedida da expressão: Acesso em:

ALVES, Castro. Navio negreiro. [S.l.]: Virtual Books, 2000. Disponível em:
<http://www.terra.com.br/virtualbooks/freebook/port/Lport2/navionegreiro.htm> .
Acesso em: 10 jan. 2002, 16:30:30.
17

− Parte de uma monografia


ROMANO, G. Imagens da juventude na era moderna. In: LEVI, G.; SCHMIDT,
J. (Org.). História dos jovens 2: a época contemporânea. São Paulo:
companhia das Letras, 1996. p. 7-16.

Em meio eletrônico:
POLÍTICA. In: DICIONÁRIO da língua portuguesa. Lisboa: Priberam Informática,
1998. Disponível em: <http://www.priberam.pt/dlDLPO>. Acesso em: 8 mar.
1999.

− Publicação periódica como um todo


REVISTA BRASILEIRA DE GEOGRAFIA. Rio de Janeiro: IBGE, 1939.

− Publicação periódica em parte


GURGEL, C. Reforma do Estado e segurança pública. Política e
Administração, Rio de Janeiro, v. 3, n. 2, p. 15-21, set. 1997.

− Artigo ou matéria de jornal


NAVES, P. Lagos andinos dão banho de beleza. Folha de S. Paulo, São Paulo,
28 jun. 1999. Folha Turismo, Caderno 8, p. 13.

Em meio eletrônico:
SILVA, Ives Gandra da. Pena de morte para o nascituro. O Estado de S. Paulo,
São Paulo, 19 set. 1998. Disponível em:
http://www.providafamilia.org/pena_morte_nascituro.htm>. Acesso em: 19 set.
1998.

− Publicações em eventos
REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE QUÍMICA, 20. 1997,
Poços de Caldas. Química: academia, indústria, sociedade: livro de resumos.
São Paulo: Sociedade Brasileira de Química, 1997.

Em meio eletrônico:
18

CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFPe, 4. 1996, Recife. Anais


eletrônicos... Recife: UFPe, 1996. Disponível em:
<http://www.propesq.ufpe.br/anais/anais.htm>. Acesso em: 21 jan. 1997.

− Publicações feitas em eventos e trabalhos apresentados em eventos


BRAYNER, A. R. A.; MEDEIROS, C. B. Incorporação do tempo em SGBD
orientado a objetos. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE BANCO DE DADOS, 9.,
1994, São Paulo. Anais... São Paulo: USP, 1994. p.16-29.

Em meio eletrônico:
GUNCHO, M. R. A educação à distância e a biblioteca universitária. In:
SEMINÁRIO DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 10, 1998, Fortaleza.
Anais... Fortaleza: Tec Treina, 1998. 1 CD-ROM.
SILVA, R. N.; OLIVEIRA, R. Os limites pedagógicos do paradigma da qualidade
total na educação. In: CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFPe,
4.1996, Recife. Anais eletrônicos... Recife: UFPe, 1996. Disponível em:
<http://www. propesq. ufpe.br/anais/anais/educ/ce04.htm>. Acesso em: 21 jan.
1997.

− Legislação

SÃO PAULO (Estado). Decreto no 42.822, de 20 de janeiro de 1998. Lex:


coletânea de legislação e jurisprudência, São Paulo, v. 62, n. 3, p. 217-220,
1998.

BRASIL. Regulamento dos benefícios da previdência social. In: SISLEX: Sistema


de Legislação, Jurisprudência e Pareceres da Previdência e Assistência Social.
[S.l.]: DATAPREV, 1999. 1 CD-ROM.

BRASIL. Lei no 9.887, de 7 de dezembro de 1999. Altera a legislação tributária


federal. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 8 dez.
1999. Disponível em:
<http://www.in.gov.br/mp_leis/leis_texto.asp?ld=LEI%209887>. Acesso em: 22
dez. 1999.
19

**Quando a entidade tem uma denominação genérica, seu nome é precedido


pelo nome do órgão superior, ou pelo nome da jurisdição geográfica à qual
pertence:

SÃO PAULO (Estado). Secretaria do Meio Ambiente. Diretrizes para a política


ambiental do Estado de São Paulo. São Paulo, 1993. 35 p.

BRASIL. Ministério da Justiça. Relatório de atividades. Brasília, DF, 1993. 28


p.
− Autoria desconhecida

Em caso de autoria desconhecida, a entrada é feita pelo título. O termo


anônimo não deve ser usado em substituição ao nome do autor desconhecido.
Exemplo: DIAGNÓSTICO do setor editorial brasileiro. São Paulo: Câmara
Brasileira do Livro, 1993. 64 p.

CONCLUSÃO

Prezados alunos, espero que estas dicas tenham auxiliado na construção


do seu artigo e que tenham sido capazes de dar uma boa direção a seguir.
Agora, “mãos à obra”, pesquisem bastante e lembrem-se de usar sempre
fontes confiáveis de informação para o trabalho ficar bem bacana.

Boa produção!!

Qualquer dúvida, entre em contato com a supervisão de TCC

tcc.esmposead@uninter.com

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