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NÃO ESQUEÇA DE:

ESCOLHER CUIDADOSAMENTE A IDEIA CHAVE;

PROJETAR UM ESQUEMA PARA O ARTIGO QUE


MELHOR CUBRA A IDEIA;

DEMONSTRAR O RESULTADO;

ORGANIZAR O ARTIGO EM UNIDADES ADEQUADAS


DE APRESENTAÇÃO;

ESCREVER EM UM ESTILO QUE SEJA BREVE,


ATIVO, PRECISO E SIMPLES;

ILUSTRÁ-LO, SE NECESSÁRIO, COM MEIOS


ADEQUADOS.
MÉTODOS E TÉCNICAS DE ESTUDO: LEITURA,
ESQUEMA, RESUMO, FICHAMENTO E RESENHA
Leitura

A leitura é uma viagem que envolve o leitor e o autor pelas paisagens mentais – o texto. É
uma viagem que exige do leitor atenção, concentração e reflexão acerca do tema abordado
pelo autor. Essa viagem pode levar o leitor a novas descobertas ou respostas apresentadas
pelo autor do texto. O filósofo francês Claude Lefort considera que uma obra teórica é um
“estatuto histórico” que tende a revelar as intenções do autor em seu tempo e em seu lugar.
Portanto, há sempre uma intenção apresentada pelo autor do texto a qual deve ser revelada
no ato da leitura.
Os textos teóricos oferecem ao estudante um universo de novas descobertas e conquistas
no mundo do saber. Através dos textos, os autores fornecem conhecimentos em todas as
áreas do saber, daí aprender e compreendê- los se coloca como tarefa fundamental.
Questões norteadoras da leitura

Não se pode ler um texto teórico de qualquer jeito! Diferentemente do romance, da matéria
jornalística, por exemplo, o texto teórico fornece conceitos e categorias analíticas que
necessitam de maior cuidado e atenção do leitor. Portanto, algumas questões devem nortear
o estudante no ato da leitura, dentre elas: qual o objetivo do tema proposto pelo autor?
Quem é o autor do texto? Quando escreveu? Quais as características do texto? Qual a
abordagem usada? Feitas estas questões, o estudante pode preparar um esquema de
leitura que pode também ser norteado por questões, quais sejam:

Qual o tema tratado pelo autor?


Qual o problema levantado pelo autor?
Como o autor responde a questão?
Quais os argumentos usados pelo autor na resposta?
Qual a conclusão do autor?
Dicas para a leitura do texto

Ao ler o texto, não marque na primeira leitura nenhuma palavra ou trecho que você julgue
importante. Você pode estar sendo precipitado na sua avaliação.
Na segunda leitura, destaque os conceitos importantes ou ideias-chaves que autor apresenta.
Use um lápis para fazer anotações nas laterais do texto sobre impressões pessoais,
concordância a partir de outras leituras.
Use símbolos para expressar concordância (! ) ou falta de entendimento ( ? ).
Tenha sempre à mão um dicionário para “decifrar” termos que você não conhece.

Esquema da leitura
Para elaborar um esquema de leitura é necessário que o estudante tenha lido todo o texto, a fim
de identificar os elementos que constituem a estrutura lógica do texto: introdução,
desenvolvimento e conclusão. Na introdução o autor apresenta com brevidade o tema, o
problema levantado e a posição assumida na análise do problema. No desenvolvimento, o autor
desenvolve os argumentos que justificam o problema levantado que ele se propõe explicar. Na
conclusão o autor apresenta os resultados de sua análise acerca do problema proposto.
Como o estudante deve proceder?
Destacar as palavras-chave de cada parte do texto grifando-as;
Destacar as idéias que exercem maior atração, que despertam maior interesse ao longo da
exposição;
Elaborar o esquema contendo os tópicos que revelam as ideias referentes a cada parte
constitutiva do texto (introdução, desenvolvimento e conclusão) para a realização da síntese.

Resumo
São inúmeras as concepções de resumo no meio acadêmico, tanto que, por vezes, gera
confusão entre alunos e professores. É comum o aluno apresentar as seguintes questões:
“resumo é a mesma coisa que fichamento?” Ou “fichamento é a mesma coisa que resenha?” Ou
ainda: “O professor quer um resumo crítico, portanto, é um fichamento ou uma resenha? Qual a
diferença entre o resumo e a resenha?” Diante de tais questões, apresentaremos aqui, algumas
concepções a fim de eleger concepções mais claras acerca do que chamaremos aqui de
resumo, fichamento e resenha.
Evitaremos, aqui, aquelas definições que acentuam a confusão terminológica do resumo e
elegeremos aquelas que melhor esclarecem os termos.
Baseado na ABNT, o autor apresenta três tipos: resumo crítico, resumo indicativo e resumo
informativo. O autor apresenta mais um gênero textual denominado de resumo de assunto
com a função de apresentar uma visão geral de pesquisas feitas sobre uma determinada
questão, com o objetivo de reunir conhecimentos sobre o tema que deve ser exposto e
também sem discussão ou julgamento.

Segundo a NBR 6028, resumo é definido como "apresentação concisa dos pontos relevantes
de um documento" (ABNT, 2003).

Ela distingue três tipos de resumo:


Resumo crítico: resumo redigido por especialistas com análise crítica de um documento.
Também chamado de resenha. Quando analisa apenas uma determinada edição entre várias,
denomina-se recensão.

Resumo indicativo: indica apenas os pontos principais do documento, não apresentando dados
qualitativos, quantitativos etc. De modo geral, não dispensa a consulta ao original.
Resumo informativo: informa ao leitor finalidades, metodologia, resultados e conclusões do
documento.

O resumo pode ser a partir da função que exercem nas práticas acadêmicas, sendo de dois
tipos:

Resumos envolvidos no processo de elaboração de pesquisa que têm a função de mapear


um campo de estudo, integrando a discussão do estado da arte;

Resumos colocados geralmente antes de um texto científico (artigos, dissertações, teses),


que têm a função de apresentar e descrever o modo de realização do trabalho ao qual se
refere – são os résumés ou abstracts.

Nessa classificação, o primeiro tipo parece enquadrar-se como resenha informativa ou


crítica; o segundo tipo, como resumo indicativo.
Diante dessa compreensão é possível então eleger uma classificação que possa distinguir os
resumos segundo a finalidade acadêmica, ao mesmo tempo em que tenha uma aproximação
compreensiva segundo a ABNT. Nesse sentido, usaremos aqui, para fins metodológicos e
acadêmicos, a distinção entre resumo, fichamento e resenha. Portanto, fica definido aqui,
como resumo, a síntese que indica os pontos principais de um texto, sem detalhar aspectos
mais amplos do estudo – o resumo indicativo. Fichamento, as sínteses mais detalhadas feitas
de capítulos de livros e artigos. E a Resenha, as sínteses mais abrangentes, feitas acerca do
conteúdo de um livro ou obra completa.
Recapitulando temos:

Resumo Síntese que indica os pontos principais de um texto, sem detalhar


aspectos mais amplos do estudo – o resumo indicativo.

Fichamento Sínteses mais detalhadas feitas de capítulos de livros e artigos.

Resenha Sínteses mais abrangentes, feitas acerca do conteúdo de um livro ou obra


completa.
TRABALHOS CIENTÍFICOS E AS NORMAS DA
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS – ABNT
Todo trabalho científico deve ser elaborado seguindo os critérios metodológicos (adequação de
métodos e técnicas) e normativos (adequação de normas técnicas segundo a ABNT). A ABNT
- Associação Brasileira de Normas Técnicas - é o órgão responsável pela normalização técnica
no país, contribuindo para o desenvolvimento da pesquisa científica. Tem como objetivo
promover a elaboração de documentos normativos mantendo-os atualizados; colaborar nas
atividades relativas à normalização, fornecendo a base necessária ao desenvolvimento
tecnológico brasileiro; incentivar e promover a participação das comunidades técnicas na
pesquisa, desenvolvimento e difusão da normalização técnica do País. Através da ABNT, os
documentos científicos ganham um padrão nacional, facilitando não só a análise dos mesmos,
mas o modo de sua estruturação. Por isso, o estudante pesquisador não pode ser relapso a
tais padrões, visto que, a análise e publicação de um trabalho científico considera tais padrões.
Isto posto, apresentamos a seguir, seguida de exemplos, uma síntese com as principais regras
usadas nos trabalhos acadêmicos e científicos.
Apresentação gráfica do texto segundo a ABNT(NBR 14724:2006)

Formato do papel
Os textos devem ser apresentados em papel branco, com formato A4 (21cm x 29,7cm),
digitados no anverso das folhas, com exceção da folha de rosto cujo verso deve conter a
Ficha Catalográfica. A cor da impressão deve ser preta, podendo utilizar cores somente em
ilustrações.

Tamanho da fonte e tipo de letra


O texto deve ter a fonte de tamanho 12. Nas citações de mais de três linhas usa-se o tamanho
10, nas notas de rodapé, paginação e legendas das ilustrações e tabelas. O tipo de letra é
Times New Roman ou Arial.
Espaçamento

O espaçamento entre linhas deve ser de preferência 1,5. O fim de uma seção e o cabeçalho
da próxima são separados por 2 espaços de 1,5 entrelinhas. As citações de mais de 3 linhas,
as notas de rodapé, as referências, as legendas das ilustrações e tabelas, a ficha
catalográfica, a natureza do trabalho, o objetivo, o nome da instituição a que é submetida a
área de concentração devem ser digitadas em espaço simples. As referências, que ficam no
final do trabalho, devem ser separadas entre si por dois espaços simples.

Margem e paginação

A configuração do texto deve ter margem superior e esquerda 3 cm, e inferior e direita 2 cm.
As páginas são contadas a partir da folha de rosto, mas não são numeradas. As numerações
começam a partir do inicio do texto. Os números da paginação ficam no canto superior do lado
direito da folha em algarismos arábicos. As referências, anexos, apêndices, glossário e índice
devem ser incluídos na numeração sequencial das páginas do texto principal.
CITAÇÕES, NOTAS DE RODAPÉ, REFERÊNCIAS

Citações

Citação é a forma de fazer menção em um texto de uma informação colhida em outra fonte
(livro, periódicos, jornais, vídeos etc.). Os dados da publicação citada devem identificar a obra
de modo a facilitar sua localização. As citações diretas são transcrições extraídas do texto
consultado, respeitando-se as características formais. As citações indiretas são textos
baseados na obra do autor consultado, reproduzindo-se idéias e informações do documento,
sem, entretanto, transcrever as próprias palavras do autor. De acordo com a NBR 10520:2002,
as citações, notas de rodapé e elaboração das Referências devem seguir as seguintes
orientações:
Regras gerais

Usar letras maiúsculas e minúsculas quando a citação estiver incluída na sentença.


Exemplo:
O Ministério da Educação (2000)....................
Para Barroso (1999, p.34)...............................
Em Os alunos...(2001)......................

Usar letras maiúsculas quando a citação estiver entre parênteses.


Exemplo:
Saúde para todos no ano 2000 (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1998). Não há como evitar a
erosão do solo (BARROS, 1997).
As universidades estão em crise (ENSINO, 1995)

Usar aspas duplas nas transcrições de até 3 linhas.


Para Silva e Alves (1986, p.45-6) “a violência entrou nas escolas pela porta da frente [...]”.
Usar letra menor que a do texto e sem aspas com recuo de 4cm da margem esquerda nas
transcrições com mais de 3 linhas:

[...] atividade básica da Ciência na sua indagação e construção da realidade. É a pesquisa


que alimenta a atividade de ensino e atualiza frente à realidade do mundo. Portanto, embora
seja uma prática teórica, a pesquisa vincula pensamento e ação (MINAYO, 1994:17).

Regras específicas
Dados obtidos de informação verbal:
O novo milênio começa uma nova era (informação verbal) 1

Dados obtidos de obra em fase de elaboração:


Os alunos não gostam de redação (em fase de elaboração) 2

Para enfatizar trechos de uma transcrição:


“[...] para o sucesso do ensino com pesquisa deve-se ensinar [...] “ (PINTO FILHO, 1988,
p.8, grifo nosso).
Para enfatizar trechos traduzidos:
“O sistema universitário pode ser reformado.” (BARBOSA, 1999, p.9,tradução nossa).

Quando houver coincidência de sobrenomes ou de data:


(BARBOSA, E.,1989) , (BARBOSA, M.,1978)
Para Teixeira (2001 a)........., Segundo Teixeira (2001 b).....

1. Informe fornecido por Paulo Renato no Congresso Brasileiro do Futuro, em Santos, em


maio de 2000.
2. A escola hoje, de autoria de Sílvia Mendes, a ser editado pela Editora da UNAMA em 2002.

Quando houver várias obras:


Para o autor (NUNES, 1987, 1993,1999).
Diversos autores concordam que..... (SÁ, 1988; LEITE, 1999; FREIRE,1999).
Citação de citação

Citação de citação é a transcrição direta ou indireta de um texto em que não se teve acesso ao
original, ou seja, retirada de fonte citada pelo autor da obra consultada. É preciso indicar o
autor da citação, seguido da data e página da obra original, a expressão latina “apud”, o nome
do autor consultado, a data e página da obra onde consta a citação.

Exemplo:
Signo é qualquer coisa de qualquer espécie que represente uma outra coisa, chamada de
objeto do signo, e que produz um efeito interpretativo em uma mente real ou potencial, efeito
este que é chamado de interpretante do signo. (MAGNO, 1998, p. 45 apud SANTAELLA, 2004,
p. 8).
Citação enfatizando trechos

Para enfatizar trechos da citação, deve-se destacá-los indicando esta alteração com a
expressão “grifo nosso” entre parênteses após a chamada da citação, ou “grifo do autor”,
caso o destaque já faça parte da obra consultada.

Exemplo:
Todas as etapas que constituem o projeto de pesquisa devem estar vinculadas ao “espírito
científico” do pesquisador a fim de que ele não desperdice trabalho em vão, visto que o
projeto conduz à cientificidade (FACHIN, 2003, grifo nosso).

O projeto de pesquisa é uma sequência de etapas estabelecidas pelo pesquisador, que


direciona a metodologia aplicada no desenvolvimento da pesquisa”. No campo das ciências,
não se trabalha com pesquisa por casualidade; o resultado é fruto de um projeto elaborado,
que tem em vista conduzir à cientificidade (FACHIN, 2003,p.105, grifo do autor).
Notas de rodapé

a) Notas de rodapé de referência bibliográfica

Primeira referência de uma obra


FARIAS, Neyla. Direitos humanos. 4ed. São Paulo: Atlas, 2019.

Referências subseqüentes
Ibidem. ou Ibid. (significa a mesma obra da autora anterior)
FARIAS, 2019 ou FARIAS op.cit. (significa mesma obra em folha anterior).
Elaboração de referências (NBR 6023:2002)

As Referências são as indicações dos documentos efetivamente citados no trabalho. Fixa a


ordem dos elementos das referências e estabelece convenções para transcrição e
apresentação da informação originada do documento e de outras fontes de informação.
Segundo a NBR 6023:2002, elas devem seguir os seguintes critérios: devem ser alinhadas
somente à margem esquerda do texto, em espaço simples e separadas entre si por espaço
duplo; destaque gráfico poderá ser em negrito, itálico e grifo;
se for usado o sistema de chamada autor-data, as referências devem ser reunidas no final do
trabalho, em ordem alfabética; se for usado o sistema de chamada numérico, as referências
devem seguir a mesma ordem numérica crescente.
E obedecer aos modelos abaixo:

Monografia no todo: livro e/ou folheto (manual, guia, catálogo, enciclopédia, dicionário etc.) e
trabalhos acadêmicos (teses, dissertações, entre outros)

BRITO, L. M. Paz e amor. 6ed. Belém: EDUEPA, 2019.

BRASIL. Ministério da Saúde. Relatório técnico. Brasília, DF, 2019

MUSEU DA IMIGRAÇÃO. Museu da Imigração - São Paulo: catálogo. São Paulo, 2018.

ALVES, G.Flores e frutos. [Sl]: Virtual Books, 2000. Disponível em:


http://www.terra.com.br/virtualbooks.htm. Acesso em: 10 jan. 2019, 16:30:30.
ELABORAÇÃO
DO PROJETO DE
PESQUISA
Até agora vimos que há as diferentes
opções de pesquisa, ressaltando que não há
Ao final desta unidade, você deve:
um “receituário” capaz de dotar o
pesquisador de uma conduta rigidamente
normativa com relação à opção
metodológica. No entanto, é inevitável que o
Identificar os mecanismos técnicos
pesquisador conheça as diferentes para a elaboração do projeto;
abordagens. O caminho mais apropriado a
seguir, mais eficiente, dependerá do
pesquisador diante de seu objeto de estudo.
Elaborar o projeto de pesquisa.
Para tanto, ele deverá conhecer as
diferentes opções de pesquisa,
compreendendo suas limitações e
implicações ideológicas e filosóficas, a fim
de escolher os caminhos metodológicos
adequados ao seu objeto de pesquisa.
A partir desta decisão, o pesquisador deverá
elaborar o seu projeto de pesquisa, a fim de
“mapear” o caminho a seguir no processo
de investigação.
PROJETO DE PESQUISA
O projeto de pesquisa é uma sequência de etapas estabelecidas pelo pesquisador, que
direciona a metodologia aplicada no desenvolvimento da pesquisa. No campo das ciências,
não se trabalha com pesquisa por casualidade; o resultado é fruto de um projeto elaborado,
que tem em vista conduzir à cientificidade, ele direciona o pesquisador aos “rumos” que ele
deve seguir no processo de investigação.
Fazemos um projeto de pesquisa para mapear um caminho a ser seguido durante a
investigação. Buscamos, assim, evitar muitos imprevistos do decorrer da pesquisa que
poderiam até mesmo inviabilizar sua realização. Ele indica ao pesquisador os rumos do estudo
(o que pesquisar, como, por quanto tempo etc.).
Não é possível realizar pesquisa com improvisação. Isso acarretaria problemas ao
pesquisador, tornando seu trabalho inútil, com prejuízos de tempo e recursos. “Fazer um
projeto de pesquisa é traçar um caminho eficaz que conduza ao fim que se pretende atingir,
livrando o pesquisador do perigo de se perder, antes de tê-lo alcançado.
Na elaboração do projeto de pesquisa, três passos são necessários: a seleção do tema e a
formulação do problema; a formulação da(s) hipótese(s) que levem à solução do problema; e a
escrita do texto e seus elementos (justificativa, objetivos, referencial teórico, metodologia,
cronograma, referências), os quais, apresentamos a seguir.
SELEÇÃO DO TEMA E FORMULAÇÃO
DO PROBLEMA
Tema e problema
Todo fenômeno a ser investigado se insere num quadro geral de problemas. Cabe ao
pesquisador “retirar” desse quadro geral o problema a ser investigado. O tema da pesquisa
indica uma área de interesse a ser investigada. Trata-se de uma delimitação ainda bastante
ampla. Ao definir, portanto, o tema, é necessário que haja “um recorte mais preciso. Para tanto,
é necessário fazer perguntas ao tema a fim de elaborar o problema. Na acepção científica,
problema “é qualquer questão não solvida e que é objeto de discussão, em qualquer domínio
do conhecimento” (GIL, 1994:52), ou é um fato, algo significativo, que a princípio não possui
respostas explicativas, pois a solução, a resposta ou a explicação será dada por intermédio do
desenvolvimento da pesquisa.
Nesse sentido, o tema tem um caráter geral, o problema tem um caráter específico, delimitado.
Por isso, ao elaborar o problema, ele deve estar situado no quadro geral que pode ser auxiliado
pelas seguintes questões:
O QUE
FAZER? COMO
FAZER? ONDE
FAZER?
QUAL É A
TEMPORALIDADE?
Para um melhor esclarecimento, exemplificaremos no esquema a seguir:

Tema: NAVEGAÇÃO E CONTROLE AMBIENTAL

O que fazer? Sobre “navegação e controle ambiental”?

Como fazer? Estabelecendo relação entre as variáveis - fenômenos que ocorrem mais de
uma vez – Navegação (marítima, fluvial?); controle ambiental (legal, operacional?); controle
contra o quê (bioinvasões, resíduos poluentes?).
Qual a temporalidade? (No ano em curso, no ano passado?).

Onde fazer? (Na Amazônia, no Brasil?).


Problema: Como inibir o risco de novas bioinvasões pela a água de lastro nas águas
brasileiras?
No problema apresentado, a inibição de novas bioinvasões representa a variável contida no
CONTROLE. A água de lastro delimita o problema a ser investigado, pois o controle dos portos
brasileiros poderia ser contra outras variáveis, tais com: tráfico de drogas, contrabando de
mercadorias etc. Portanto, definido o tema e escolhido o problema, o pesquisador pode definir
diretrizes a seguir no processo de elaboração do projeto de pesquisa.

REGRAS BÁSICAS PARA A FORMULAÇÃO DO PROBLEMA


Embora não exista um “receituário” para a formulação do problema, uma vez que não é tarefa
simples, pois requer um exercício intelectual, a experiência de pesquisadores possibilitam-nos
algumas regras básicas, que não são absolutamente rígidas, mas que podem ajudar o
“aprendiz de pesquisador” a formular o seu problema. A não rigidez possibilita ao pesquisador
adequá-las ao seu procedimento científico, no momento da formulação do problema (GIL,
1994). Vejamos a seguir estas regras:
1. O problema deve ser formulado em forma de pergunta. A formulação da pergunta facilita
ao pesquisador a busca da solução à indagação que se constitui seu objeto de pesquisa.
Ex: Como inibir o risco de novas bioinvasões pela a água de lastro nas águas brasileiras?

2. O problema deve ser delimitado dentro de uma dimensão viável. A delimitação do


problema facilita ao pesquisador chegar aos resultados pretendidos. Quando se formula um
problema muito amplo, a pesquisa torna-se inviável para o pesquisador. Em geral, uma série de
fatores se apresenta diante do pesquisador, tais como: tempo, acesso às fontes de pesquisa,
recursos materiais e humanos, exigências institucionais etc. sugerindo portanto, a delimitação
do seu objeto de investigação.
Exemplo: a água de lastro delimita o campo de abrangência da pesquisa no que se refere aos
inúmeros fatores que seriam objetos de controle nos portos brasileiros.

3. O problema deve ter clareza. Na elaboração do problema é fundamental que os termos


utilizados sejam claros. Alguns conceitos, dependendo da área de estudo possuem significados
diferentes e outras abrangências. Por isso, é necessário deixar claro, de maneira simples, a fim
de evitar ambiguidade na sua interpretação.
4. O problema deve ser preciso. Esta regra se assemelha à regra anterior. No entanto, a
precisão aqui diz respeito aos limites e às possibilidades de aplicabilidade dos conceitos e
variáveis para uma determinada realidade. Por exemplo, a inibição de novas bioinvasões pela
água de lastro é algo de interesse não só dos portos brasileiros, mas também dos outros portos
do mundo. Uma proposta de pesquisa desse tipo teria um campo de abrangência bem maior do
que se possa esperar.

5. O problema deve ter referência empírica. Uma das grandes demandas hoje nas pesquisas
acadêmicas, é o critério empírico, ou seja, a comprovação prática da realidade investigada dá
suporte e credibilidade científica à pesquisa.
Evidentemente que a exigência da prática não tira o mérito das pesquisas que não passaram
por esse critério. Alguns autores chegam a questionar o empirismo nas ciências humanas. No
entanto, cabe ao pesquisador avaliar a necessidade de aplicar os conhecimentos teóricos à
praticidade, afastando juízos de valor.
Após seguir essas regras, você pode formular o problema. Mas lembre-se que é necessário
apresentar o quadro problemático, através de uma descrição sucinta.
Objetivos: Toda pesquisa científica tem um fim a alcançar. Trata-se dos objetivos. O objetivo
é um fim a que o trabalho se propõe a atingir. A pesquisa científica atinge seu objetivo se
todas as suas fases, por mais difíceis e demoradas que sejam, forem vencidas e o
pesquisador puder dar uma resposta ao problema formulado.
Os objetivos indicam para que você está propondo a pesquisa, quais os resultados que
pretende alcançar ou qual a contribuição que sua pesquisa irá efetivamente proporcionar.
Podem ser Gerais e Específicos. Os objetivos gerais são aqueles levantam proposições mais
amplas e abrangentes a alcançar. Os objetivos específicos tratam das proposições gerais
aplicadas a situações particulares. Eles explicitarão os detalhes, o desdobramento do objetivo
geral.
Os objetivos devem estar coerentes com a justificativa e o problema proposto. Segundo Silva
e Menezes (2005, p. 31-32), os objetivos devem começar com um verbo no infinitivo que deve
indicar uma ação passível de mensuração.
REFERENCIAL TEÓRICO

O referencial teórico ou quadro de referência teórica ou revisão de literatura trata do apoio e


orientação teóricos, que fornecem ao pesquisador a compreensão inicial do problema a ser
investigado. Para tanto, o pesquisador deve fazer uma revisão de literatura sobre o tema em
questão, a fim de seguir as “pistas” que o conduzem à comprovação ou negação de suas
hipóteses. “Não é possível interpretar, explicar e compreender a realidade sem um referencial
teórico” (TRIVIÑOS, 1992:104). O pesquisador deve expressar breves ideias de autores,
apontando conceitos e categorias teóricas contidas em uma determinada abordagem, com as
quais ele irá trabalhar para interpretar o fenômeno investigado. São os conceitos e categorias
que nortearão o processo de investigação do fenômeno. Este é o momento em que o
pesquisador identifica a abordagem que fornecerá a sua linha de conduta na pesquisa. Neste
momento ele se questiona: que matriz teórico-metodológica fornecerá a diretriz para chegar
aos resultados pretendidos? Após esta reflexão, é o momento de fazer o levantamento
bibliográfico e as leituras. Para isso, os fichamentos e resenhas das leituras realizadas,
servirão de instrumentos facilitadores na construção do referencial teórico.
REFERÊNCIAS

O projeto deve conter a referência bibliografia com a relação dos autores (de acordo com
instruções normativas da ABNT (NBR 6023) que foram consultados para a realização do
projeto. É indispensável a identificação dos autores: “ao compor uma bibliografia, deve-se
prestar muita atenção na disposição dos elementos pormenorizados, como: letras maiúsculas,
minúsculas, ponto, virgula, sublinhado etc., e ainda colocá-la em ordem alfabética [...]”
(FACHIN, 2003, p.167).
ATIVIDADE AVALIATIVA
Durante a nossa disciplina, construimos conhecimentos necessários para
desenvolver e elaborar o trabalho de conclusão de curso acadêmico. Vimos
assuntos como normas ABNT e estruturação desse tipo de texto. Agora,
chegou a hora de utilizarmos todo o embasamento teórico adquirido para
elaborar o nosso trabalho final de curso. Está preparado? Vamos nessa!
Você deverá seguir as devidas instruções:
O arquivo do pré-projeto se encontra no box da disciplina;
O trabalho consiste no preenchimento dos tópicos do pré-projeto em
suas devidas lacunas e deve conter tema, título, problema, justificativa,
objetivos gerais, objetivos específicos, delimitação e referências
bibliográficas;
Sobre o assunto que está dissertará:
Escolha uma das disciplinas dadas ao longo do curso;
Dentro da disciplina escolhida, selecione um tema que tenha se
identificado mais;
Preencha os quadros do pré-projeto de acordo com as instruções
dadas; e
Não esuqeça de incluir as referências bibliográficas.
O Tutor avaliará o seu trabalho de acordo com os critérios que se
encontram na pasta Material de apoio.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: informação e
documentação: referências. Rio de Janeiro, 2002.
. NBR 10520: informação e documentação: apresentação. Rio de Janeiro, 2002.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica.
4. ed. rev. e ampl. São Paulo: Atlas, 2001.
GIL, A. Como elaborar projetos de pesquisa. 3º ed., São Paulo: Atlas, 1993.
Metodologia do trabalho científico: procedimentos básicos, pesquisa bibliográfica, projeto e relatório, publicações e
trabalhos científicos. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2001.
MEDEIROS, João Bosco. Redação científica: a prática de fichamentos, resumos, resenhas. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
MOSCOVICI, Fela. Desenvolvimento interpessoal. 3. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1985.
PORTELA, Patrícia de Oliveira. Apresentação de trabalhos acadêmicos de acordo com as normas de documentação
da ABNT: informações básicas. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/uu000001.pdf. Acesso em:
30 mai. 2019.
SANTOS, Antonio Raimundo dos. Metodologia científica: a construção do conhecimento. 3. ed. Rio de Janeiro: DP&A,
2000.
MATTAR, João. Metodologia Científica na Era Digital. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2017.
RUDIO, Franz Victor. Introdução ao Projeto de Pesquisa Científica. 43 ed. Petrópolis: Vozes, 2017.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. 24 ed. São Paulo: Cortez 2017.

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